Petrobras: dividendo extraordinário retido não será usado para investimentos, diz empresa


Segundo a estatal, recursos serão distribuídos aos acionistas em algum momento ainda não definido; anúncio de retenção fez empresa despencar na bolsa

Por Denise Luna e Gabriel Vasconcelos
Atualização:

RIO - O anúncio feito pela Petrobras, junto com a divulgação dos resultados financeiros do ano passado, de que não iria distribuir dividendos extraordinários aos seus acionistas - num total de R$ 49,3 bilhões - fizeram despencar as ações da empresa nesta sexta-feira, 8. Os papéis chegaram a cair mais de 13% nesta manhã.

Em teleconferência com analistas, porém, a direção da estatal garantiu que, em algum momento, ainda não definido, esses recursos, que foram reservados, irão para o bolso dos acionistas, e não podem ser usados para outros fins, como investimentos, por exemplo.

“O dividendo é para distribuição de qualquer forma. Não pode pagar dívida ou investir, como falsas notícias que andam por aí. Isso é lucro, portanto, dividendo. Clarificando isso, todo esse susto aí desaparece, porque sabe-se que essa reserva é dividendo e uma hora volta”, disse o presidente da estatal, Jean Paul Prates.

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Segundo o executivo, o conselho de administração da estatal ficou dividido na questão da distribuição dos dividendos extraordinários, e disse que ele mesmo se absteve da votação.

Segundo Prates, retorno das ações da estatal em 2023 foi 'muito superior' ao de petroleiras do mesmo porte  Foto: Pedro Kirilos/Estadão

De acordo com Prates, a diretoria havia proposto 50% para reserva e 50% para pagamento, enquanto os representantes do governo, em maior número, decidiram pela reserva de 100% dos lucros excedentes. Já os representantes dos acionistas privados votaram por 100% da distribuição. “Essa novela (dos dividendos) continua, não acabou”, disse o executivo, indicando que a reserva será usada apenas para pagamento de dividendos e que isso pode ocorrer “a qualquer momento”.

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A Petrobras informou na quinta-feira, 7, que vai propor na Assembleia Geral Ordinária (AGO) de 25 de abril a distribuição de R$ 14,2 bilhões relativos ao quarto trimestre do ano, somando um total, se aprovado, de R$ 72,4 bilhões em dividendos no exercício de 2023.

De acordo com o diretor financeiro da Petrobras, Sergio Caetano Leite, a decisão do conselho de administração da Petrobras de não pagar dividendos extraordinários relativos a 2023 tem a ver com a busca por um balanço robusto e cuidado com alocação de capital.

“Existia folga para pagamento de extraordinário, mas o conselho de administração decidiu mandar os recursos para a reserva (de remuneração). Isso se baseia na busca de balanço robusto e cuidado com alocação de capital em anos com esforço de investimento muito grande para a Petrobras. E os anos de 2024 e 2025 terão investimentos expressivos”, disse Leite.

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Em seguida, emendou: “Mas essa resposta pode levar a mal entendido. Esse recurso da reserva não pode ser usado para investimento”.

Plano de reserva

Em uma análise feita antes da teleconferência, a XP avaliava que os investidores iriam repensar sua visão sobre os riscos da Petrobras, após a “grande decepção” com a ausência de dividendos extraordinários no quarto trimestre de 2023.

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“Vemos a tese de investimentos agora como uma questão de avaliar a probabilidade de grandes movimentos de M&A (fusão e aquisição) ocorrerem no curto prazo. Se isso foi o que levou à decisão do conselho de administração, as ações provavelmente cairão ainda mais, devido a uma combinação de má alocação de capital com dividendos mais baixos (já que a fórmula mínima leva em conta M&A como capex)”, avaliaram os analistas André Vidal e Helena Kelm.

Por outro lado, segundo eles, “se isso tiver sido motivado principalmente pela vontade do governo de manter um ‘plano de reserva’ para o caso de as contas fiscais se deteriorarem em breve, então esse dinheiro estocado acabará sendo pago de volta aos investidores e as ações poderão apresentar um bom desempenho de retorno total no futuro”. Como maior acionista da Petrobras, a União tem direito a cerca de 37% dos dividendos pagos pela companhia.

Retorno

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Em relação aos resultados, Jean Paul Prates, voltou a dizer que o retorno das ações da estatal em 2023 foi “muito superior” ao de empresas petroleiras do mesmo porte. “Em 2023, o retorno total das nossas ações na Bolsa de Nova York alcançou 112%, valor muito superior ao maior dos retornos das ‘majors’, de 20%”.

Nos últimos três meses de 2023, a Petrobras teve lucro líquido de R$ 31 bilhões, 28,4% a menos do que há um ano, e 16,6% superior ao registrado no trimestre anterior. Em todo o ano de 2023, a Petrobras lucrou R$ 124,6 bilhões, 33,8% a menos do que em 2022. Ainda assim, o resultado operacional foi considerado sólido pelo mercado.

“É por isso que sempre digo que a Petrobras voltou para prosperar, gerar valor a longo prazo. Vamos encarar os desafios aproveitando sinergias com nossos negócios e alavancados em nossas expertises”, disse Prates.

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“Não negligenciamos e não negligenciaremos a geração de valor econômico, como tem de ser para uma empresa que quer se manter competitiva e perpetuar valor para gerações futuras”, continuou o presidente da Petrobrás.

Depois de citar recordes operacionais e prêmios, ele defendeu o resultado do primeiro ano de gestão e disse que ele serve ao investidor que “fica com a Petrobras”, ou seja, investidores de longo prazo.

RIO - O anúncio feito pela Petrobras, junto com a divulgação dos resultados financeiros do ano passado, de que não iria distribuir dividendos extraordinários aos seus acionistas - num total de R$ 49,3 bilhões - fizeram despencar as ações da empresa nesta sexta-feira, 8. Os papéis chegaram a cair mais de 13% nesta manhã.

Em teleconferência com analistas, porém, a direção da estatal garantiu que, em algum momento, ainda não definido, esses recursos, que foram reservados, irão para o bolso dos acionistas, e não podem ser usados para outros fins, como investimentos, por exemplo.

“O dividendo é para distribuição de qualquer forma. Não pode pagar dívida ou investir, como falsas notícias que andam por aí. Isso é lucro, portanto, dividendo. Clarificando isso, todo esse susto aí desaparece, porque sabe-se que essa reserva é dividendo e uma hora volta”, disse o presidente da estatal, Jean Paul Prates.

Segundo o executivo, o conselho de administração da estatal ficou dividido na questão da distribuição dos dividendos extraordinários, e disse que ele mesmo se absteve da votação.

Segundo Prates, retorno das ações da estatal em 2023 foi 'muito superior' ao de petroleiras do mesmo porte  Foto: Pedro Kirilos/Estadão

De acordo com Prates, a diretoria havia proposto 50% para reserva e 50% para pagamento, enquanto os representantes do governo, em maior número, decidiram pela reserva de 100% dos lucros excedentes. Já os representantes dos acionistas privados votaram por 100% da distribuição. “Essa novela (dos dividendos) continua, não acabou”, disse o executivo, indicando que a reserva será usada apenas para pagamento de dividendos e que isso pode ocorrer “a qualquer momento”.

A Petrobras informou na quinta-feira, 7, que vai propor na Assembleia Geral Ordinária (AGO) de 25 de abril a distribuição de R$ 14,2 bilhões relativos ao quarto trimestre do ano, somando um total, se aprovado, de R$ 72,4 bilhões em dividendos no exercício de 2023.

De acordo com o diretor financeiro da Petrobras, Sergio Caetano Leite, a decisão do conselho de administração da Petrobras de não pagar dividendos extraordinários relativos a 2023 tem a ver com a busca por um balanço robusto e cuidado com alocação de capital.

“Existia folga para pagamento de extraordinário, mas o conselho de administração decidiu mandar os recursos para a reserva (de remuneração). Isso se baseia na busca de balanço robusto e cuidado com alocação de capital em anos com esforço de investimento muito grande para a Petrobras. E os anos de 2024 e 2025 terão investimentos expressivos”, disse Leite.

Em seguida, emendou: “Mas essa resposta pode levar a mal entendido. Esse recurso da reserva não pode ser usado para investimento”.

Plano de reserva

Em uma análise feita antes da teleconferência, a XP avaliava que os investidores iriam repensar sua visão sobre os riscos da Petrobras, após a “grande decepção” com a ausência de dividendos extraordinários no quarto trimestre de 2023.

“Vemos a tese de investimentos agora como uma questão de avaliar a probabilidade de grandes movimentos de M&A (fusão e aquisição) ocorrerem no curto prazo. Se isso foi o que levou à decisão do conselho de administração, as ações provavelmente cairão ainda mais, devido a uma combinação de má alocação de capital com dividendos mais baixos (já que a fórmula mínima leva em conta M&A como capex)”, avaliaram os analistas André Vidal e Helena Kelm.

Por outro lado, segundo eles, “se isso tiver sido motivado principalmente pela vontade do governo de manter um ‘plano de reserva’ para o caso de as contas fiscais se deteriorarem em breve, então esse dinheiro estocado acabará sendo pago de volta aos investidores e as ações poderão apresentar um bom desempenho de retorno total no futuro”. Como maior acionista da Petrobras, a União tem direito a cerca de 37% dos dividendos pagos pela companhia.

Retorno

Em relação aos resultados, Jean Paul Prates, voltou a dizer que o retorno das ações da estatal em 2023 foi “muito superior” ao de empresas petroleiras do mesmo porte. “Em 2023, o retorno total das nossas ações na Bolsa de Nova York alcançou 112%, valor muito superior ao maior dos retornos das ‘majors’, de 20%”.

Nos últimos três meses de 2023, a Petrobras teve lucro líquido de R$ 31 bilhões, 28,4% a menos do que há um ano, e 16,6% superior ao registrado no trimestre anterior. Em todo o ano de 2023, a Petrobras lucrou R$ 124,6 bilhões, 33,8% a menos do que em 2022. Ainda assim, o resultado operacional foi considerado sólido pelo mercado.

“É por isso que sempre digo que a Petrobras voltou para prosperar, gerar valor a longo prazo. Vamos encarar os desafios aproveitando sinergias com nossos negócios e alavancados em nossas expertises”, disse Prates.

“Não negligenciamos e não negligenciaremos a geração de valor econômico, como tem de ser para uma empresa que quer se manter competitiva e perpetuar valor para gerações futuras”, continuou o presidente da Petrobrás.

Depois de citar recordes operacionais e prêmios, ele defendeu o resultado do primeiro ano de gestão e disse que ele serve ao investidor que “fica com a Petrobras”, ou seja, investidores de longo prazo.

RIO - O anúncio feito pela Petrobras, junto com a divulgação dos resultados financeiros do ano passado, de que não iria distribuir dividendos extraordinários aos seus acionistas - num total de R$ 49,3 bilhões - fizeram despencar as ações da empresa nesta sexta-feira, 8. Os papéis chegaram a cair mais de 13% nesta manhã.

Em teleconferência com analistas, porém, a direção da estatal garantiu que, em algum momento, ainda não definido, esses recursos, que foram reservados, irão para o bolso dos acionistas, e não podem ser usados para outros fins, como investimentos, por exemplo.

“O dividendo é para distribuição de qualquer forma. Não pode pagar dívida ou investir, como falsas notícias que andam por aí. Isso é lucro, portanto, dividendo. Clarificando isso, todo esse susto aí desaparece, porque sabe-se que essa reserva é dividendo e uma hora volta”, disse o presidente da estatal, Jean Paul Prates.

Segundo o executivo, o conselho de administração da estatal ficou dividido na questão da distribuição dos dividendos extraordinários, e disse que ele mesmo se absteve da votação.

Segundo Prates, retorno das ações da estatal em 2023 foi 'muito superior' ao de petroleiras do mesmo porte  Foto: Pedro Kirilos/Estadão

De acordo com Prates, a diretoria havia proposto 50% para reserva e 50% para pagamento, enquanto os representantes do governo, em maior número, decidiram pela reserva de 100% dos lucros excedentes. Já os representantes dos acionistas privados votaram por 100% da distribuição. “Essa novela (dos dividendos) continua, não acabou”, disse o executivo, indicando que a reserva será usada apenas para pagamento de dividendos e que isso pode ocorrer “a qualquer momento”.

A Petrobras informou na quinta-feira, 7, que vai propor na Assembleia Geral Ordinária (AGO) de 25 de abril a distribuição de R$ 14,2 bilhões relativos ao quarto trimestre do ano, somando um total, se aprovado, de R$ 72,4 bilhões em dividendos no exercício de 2023.

De acordo com o diretor financeiro da Petrobras, Sergio Caetano Leite, a decisão do conselho de administração da Petrobras de não pagar dividendos extraordinários relativos a 2023 tem a ver com a busca por um balanço robusto e cuidado com alocação de capital.

“Existia folga para pagamento de extraordinário, mas o conselho de administração decidiu mandar os recursos para a reserva (de remuneração). Isso se baseia na busca de balanço robusto e cuidado com alocação de capital em anos com esforço de investimento muito grande para a Petrobras. E os anos de 2024 e 2025 terão investimentos expressivos”, disse Leite.

Em seguida, emendou: “Mas essa resposta pode levar a mal entendido. Esse recurso da reserva não pode ser usado para investimento”.

Plano de reserva

Em uma análise feita antes da teleconferência, a XP avaliava que os investidores iriam repensar sua visão sobre os riscos da Petrobras, após a “grande decepção” com a ausência de dividendos extraordinários no quarto trimestre de 2023.

“Vemos a tese de investimentos agora como uma questão de avaliar a probabilidade de grandes movimentos de M&A (fusão e aquisição) ocorrerem no curto prazo. Se isso foi o que levou à decisão do conselho de administração, as ações provavelmente cairão ainda mais, devido a uma combinação de má alocação de capital com dividendos mais baixos (já que a fórmula mínima leva em conta M&A como capex)”, avaliaram os analistas André Vidal e Helena Kelm.

Por outro lado, segundo eles, “se isso tiver sido motivado principalmente pela vontade do governo de manter um ‘plano de reserva’ para o caso de as contas fiscais se deteriorarem em breve, então esse dinheiro estocado acabará sendo pago de volta aos investidores e as ações poderão apresentar um bom desempenho de retorno total no futuro”. Como maior acionista da Petrobras, a União tem direito a cerca de 37% dos dividendos pagos pela companhia.

Retorno

Em relação aos resultados, Jean Paul Prates, voltou a dizer que o retorno das ações da estatal em 2023 foi “muito superior” ao de empresas petroleiras do mesmo porte. “Em 2023, o retorno total das nossas ações na Bolsa de Nova York alcançou 112%, valor muito superior ao maior dos retornos das ‘majors’, de 20%”.

Nos últimos três meses de 2023, a Petrobras teve lucro líquido de R$ 31 bilhões, 28,4% a menos do que há um ano, e 16,6% superior ao registrado no trimestre anterior. Em todo o ano de 2023, a Petrobras lucrou R$ 124,6 bilhões, 33,8% a menos do que em 2022. Ainda assim, o resultado operacional foi considerado sólido pelo mercado.

“É por isso que sempre digo que a Petrobras voltou para prosperar, gerar valor a longo prazo. Vamos encarar os desafios aproveitando sinergias com nossos negócios e alavancados em nossas expertises”, disse Prates.

“Não negligenciamos e não negligenciaremos a geração de valor econômico, como tem de ser para uma empresa que quer se manter competitiva e perpetuar valor para gerações futuras”, continuou o presidente da Petrobrás.

Depois de citar recordes operacionais e prêmios, ele defendeu o resultado do primeiro ano de gestão e disse que ele serve ao investidor que “fica com a Petrobras”, ou seja, investidores de longo prazo.

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