Petrobras reunirá investidores e analistas em Nova York para tentar blindar companhia de fake news


Evento de dois dias no final de janeiro prevê um ‘mergulho profundo’ na empresa como parte de estratégia para evitar que ações sejam punidas injustamente

Por Denise Luna

RIO - A Petrobras começará o ano com um evento em Nova York, nos Estados Unidos, para tentar ampliar o relacionamento com investidores e analistas. A iniciativa faz parte da estratégia da companhia para combater fake news e evitar que as ações da empresa sejam punidas injustamente, segundo o diretor Financeiro e de Relações com os Investidores da estatal, Sergio Caetano Leite, em entrevista ao Estadão/Broadcast. A empresa também prevê realizar um Investor Tour, visitas a várias unidades da Petrobras no Brasil ao longo do ano.

O evento em Nova York, nos dias 30 e 31 de janeiro, vai reunir pela primeira vez na história da Petrobras investidores e analistas para um deep dive (mergulho profundo na empresa, em português). “Se funcionar, faremos depois na Europa e na Ásia. Essa é a principal pegada na área de investidores em 2024, aumentar a transparência. É a única maneira de combater as maledicências e aproximar a Petrobras do investidor”, explicou Leite.

No primeiro dia, os investidores e analistas poderão tirar todas as dúvidas em relação à exploração e produção da empresa e downstream (refino, comercialização). No segundo dia será a vez do conceito ESG da companhia e da parte financeira.

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Toda a diretoria estará presente ao evento, inclusive o presidente da companhia, Jean Paul Prates, além de técnicos da empresa, contou Leite, que desde que assumiu o cargo, em fevereiro deste ano, colocou em prática a aproximação com os principais investidores da companhia, com a primeira viagem realizada duas semanas após tomar posse no cargo. A ideia é chegar aos mais de 800 mil acionistas.

Na avaliação da estatal, maior abertura de informações ao mercado, somada ao desempenho da empresa e à entrega das promessas feitas, fizeram ações dobrar de valor em 2023 Foto: Paulo Vitor/Estadão

“Este ano fomos duas vezes à Ásia e ao Oriente Médio e mais de duas vezes aos Estados Unidos e Europa. Fomos, inclusive, na Suíça, que tem investidores importantes, mas que representam pouco na carteira da Petrobras. Fomos lá, vistamos gestores de fundos, e o curioso é que as dúvidas nem sempre tinham a ver com o mundo financeiro”, informou Leite, destacando a curiosidade dos investidores com o pré-sal. “Eles queriam saber como pode furar a 7 quilômetros, como levavam comida para plataformas a 400 quilômetros da costa, estavam ávidos por voltar a falar com a gente”, exemplificou.

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Valor

Leite avaliou que foi por conta dessa maior abertura de informações ao mercado, somada ao desempenho da empresa e à entrega das promessas feitas, que as ações da Petrobras dobraram de valor em 2023. Em dólar, a valorização foi mais de 100%, enquanto no Brasil as ações preferenciais subiram 93%, contra 21% do Ibovespa.

Com isso, o valor de mercado da estatal saltou em R$ 140 bilhões ao longo do ano, chegando perto dos R$ 500 bilhões. Segundo Leite, as ações subiram mais fora do País porque investidores estrangeiros estão menos expostos ao dia a dia das notícias do Brasil, onde circulam muitas notícias falsas.

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“O primeiro arranque das ações no primeiro trimestre se deve à retomada do diálogo. O analista pode até não concordar com você, mas ele nota comprometimento, vê o que estamos pensando. Ouvimos de vários analistas no Brasil e de fora como era bom a Petrobras ter voltado a falar com eles”, afirmou o diretor.

Na visão de Leite, com a maior interação com o RI da Petrobras, medidas como a nova estratégia comercial para gasolina e diesel, o aprimoramento da Política de Remuneração aos Acionistas, os recordes de produção de óleo e gás e de processamento nas refinarias, a revisão da projeção de produção e o novo Plano Estratégico 2024-2028+ foram mais bem entendidas e sustentaram a alta das ações, principalmente no segundo semestre de 2023.

De acordo com informações da empresa, no primeiro trimestre, apenas 27% dos analistas recomendavam a compra da ação da Petrobras. No fim do ano, o percentual passou para 73%, sendo que não restou nenhuma recomendação de venda. O preço alvo do papel nas projeções dos analistas subiu cerca de 20%.

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Visão

O resultado nem de longe lembra o início do ano, destacou Leite. Segundo ele, analistas e investidores temiam que a nova gestão da companhia seguisse a cartilha do passado e decidisse construir novas refinarias ou reduzir dividendos ao mínimo exigido por lei.

“Nos três primeiros meses a gente explicou como íamos tratar assuntos importantes, como a questão das refinarias. Falavam que a gente ia construir Premium outra vez e mostramos que não fazia sentido em um ambiente de transição energética, levaria 20 anos para amortizar, e que o melhor era investir nas nossas refinarias”, lembrou. “Avisamos também que os dividendos estariam em linha com as majors do petróleo, e ficamos até acima delas”, disse Leite.

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Mesmo com a queda do pagamento de dividendos de 65% do governo anterior, para 45% sobre o fluxo de caixa livre na atual gestão, as ações da companhia continuaram em alta. “Quando a gente entregou isso (novos dividendos), a ação subiu. A gente tirou o risco da ação. Exemplo disso foi a gestora GQG, que tem um fundo nos EUA, e recentemente divulgou que aumentou sua posição na Petrobras de US$ 5 bilhões para US$ 6 bilhões, e ainda disseram que o papel está pressionado e esperam mais altas para 2024″, informou.

Ele destacou como outro parâmetro para a confirmação do sucesso da gestão, a emissão de bonds no valor de US$ 1,25 bilhão em meados do ano, apesar de não precisar de recursos, mas que serviu como um teste para a companhia. “Foi o bond mais premiado do ano”, ressaltou.

Também as agências de rating reconheceram os esforços e melhoraram a classificação da companhia. Em julho, a Fitch melhorou a nota do Brasil e da Petrobras pela primeira vez desde 2008. Antes, a S&P já havia feito ajuste para cima e existe expectativa do mercado de que a Moody’s também mude a nota da empresa para melhor em fevereiro.

RIO - A Petrobras começará o ano com um evento em Nova York, nos Estados Unidos, para tentar ampliar o relacionamento com investidores e analistas. A iniciativa faz parte da estratégia da companhia para combater fake news e evitar que as ações da empresa sejam punidas injustamente, segundo o diretor Financeiro e de Relações com os Investidores da estatal, Sergio Caetano Leite, em entrevista ao Estadão/Broadcast. A empresa também prevê realizar um Investor Tour, visitas a várias unidades da Petrobras no Brasil ao longo do ano.

O evento em Nova York, nos dias 30 e 31 de janeiro, vai reunir pela primeira vez na história da Petrobras investidores e analistas para um deep dive (mergulho profundo na empresa, em português). “Se funcionar, faremos depois na Europa e na Ásia. Essa é a principal pegada na área de investidores em 2024, aumentar a transparência. É a única maneira de combater as maledicências e aproximar a Petrobras do investidor”, explicou Leite.

No primeiro dia, os investidores e analistas poderão tirar todas as dúvidas em relação à exploração e produção da empresa e downstream (refino, comercialização). No segundo dia será a vez do conceito ESG da companhia e da parte financeira.

Toda a diretoria estará presente ao evento, inclusive o presidente da companhia, Jean Paul Prates, além de técnicos da empresa, contou Leite, que desde que assumiu o cargo, em fevereiro deste ano, colocou em prática a aproximação com os principais investidores da companhia, com a primeira viagem realizada duas semanas após tomar posse no cargo. A ideia é chegar aos mais de 800 mil acionistas.

Na avaliação da estatal, maior abertura de informações ao mercado, somada ao desempenho da empresa e à entrega das promessas feitas, fizeram ações dobrar de valor em 2023 Foto: Paulo Vitor/Estadão

“Este ano fomos duas vezes à Ásia e ao Oriente Médio e mais de duas vezes aos Estados Unidos e Europa. Fomos, inclusive, na Suíça, que tem investidores importantes, mas que representam pouco na carteira da Petrobras. Fomos lá, vistamos gestores de fundos, e o curioso é que as dúvidas nem sempre tinham a ver com o mundo financeiro”, informou Leite, destacando a curiosidade dos investidores com o pré-sal. “Eles queriam saber como pode furar a 7 quilômetros, como levavam comida para plataformas a 400 quilômetros da costa, estavam ávidos por voltar a falar com a gente”, exemplificou.

Valor

Leite avaliou que foi por conta dessa maior abertura de informações ao mercado, somada ao desempenho da empresa e à entrega das promessas feitas, que as ações da Petrobras dobraram de valor em 2023. Em dólar, a valorização foi mais de 100%, enquanto no Brasil as ações preferenciais subiram 93%, contra 21% do Ibovespa.

Com isso, o valor de mercado da estatal saltou em R$ 140 bilhões ao longo do ano, chegando perto dos R$ 500 bilhões. Segundo Leite, as ações subiram mais fora do País porque investidores estrangeiros estão menos expostos ao dia a dia das notícias do Brasil, onde circulam muitas notícias falsas.

“O primeiro arranque das ações no primeiro trimestre se deve à retomada do diálogo. O analista pode até não concordar com você, mas ele nota comprometimento, vê o que estamos pensando. Ouvimos de vários analistas no Brasil e de fora como era bom a Petrobras ter voltado a falar com eles”, afirmou o diretor.

Na visão de Leite, com a maior interação com o RI da Petrobras, medidas como a nova estratégia comercial para gasolina e diesel, o aprimoramento da Política de Remuneração aos Acionistas, os recordes de produção de óleo e gás e de processamento nas refinarias, a revisão da projeção de produção e o novo Plano Estratégico 2024-2028+ foram mais bem entendidas e sustentaram a alta das ações, principalmente no segundo semestre de 2023.

De acordo com informações da empresa, no primeiro trimestre, apenas 27% dos analistas recomendavam a compra da ação da Petrobras. No fim do ano, o percentual passou para 73%, sendo que não restou nenhuma recomendação de venda. O preço alvo do papel nas projeções dos analistas subiu cerca de 20%.

Visão

O resultado nem de longe lembra o início do ano, destacou Leite. Segundo ele, analistas e investidores temiam que a nova gestão da companhia seguisse a cartilha do passado e decidisse construir novas refinarias ou reduzir dividendos ao mínimo exigido por lei.

“Nos três primeiros meses a gente explicou como íamos tratar assuntos importantes, como a questão das refinarias. Falavam que a gente ia construir Premium outra vez e mostramos que não fazia sentido em um ambiente de transição energética, levaria 20 anos para amortizar, e que o melhor era investir nas nossas refinarias”, lembrou. “Avisamos também que os dividendos estariam em linha com as majors do petróleo, e ficamos até acima delas”, disse Leite.

Mesmo com a queda do pagamento de dividendos de 65% do governo anterior, para 45% sobre o fluxo de caixa livre na atual gestão, as ações da companhia continuaram em alta. “Quando a gente entregou isso (novos dividendos), a ação subiu. A gente tirou o risco da ação. Exemplo disso foi a gestora GQG, que tem um fundo nos EUA, e recentemente divulgou que aumentou sua posição na Petrobras de US$ 5 bilhões para US$ 6 bilhões, e ainda disseram que o papel está pressionado e esperam mais altas para 2024″, informou.

Ele destacou como outro parâmetro para a confirmação do sucesso da gestão, a emissão de bonds no valor de US$ 1,25 bilhão em meados do ano, apesar de não precisar de recursos, mas que serviu como um teste para a companhia. “Foi o bond mais premiado do ano”, ressaltou.

Também as agências de rating reconheceram os esforços e melhoraram a classificação da companhia. Em julho, a Fitch melhorou a nota do Brasil e da Petrobras pela primeira vez desde 2008. Antes, a S&P já havia feito ajuste para cima e existe expectativa do mercado de que a Moody’s também mude a nota da empresa para melhor em fevereiro.

RIO - A Petrobras começará o ano com um evento em Nova York, nos Estados Unidos, para tentar ampliar o relacionamento com investidores e analistas. A iniciativa faz parte da estratégia da companhia para combater fake news e evitar que as ações da empresa sejam punidas injustamente, segundo o diretor Financeiro e de Relações com os Investidores da estatal, Sergio Caetano Leite, em entrevista ao Estadão/Broadcast. A empresa também prevê realizar um Investor Tour, visitas a várias unidades da Petrobras no Brasil ao longo do ano.

O evento em Nova York, nos dias 30 e 31 de janeiro, vai reunir pela primeira vez na história da Petrobras investidores e analistas para um deep dive (mergulho profundo na empresa, em português). “Se funcionar, faremos depois na Europa e na Ásia. Essa é a principal pegada na área de investidores em 2024, aumentar a transparência. É a única maneira de combater as maledicências e aproximar a Petrobras do investidor”, explicou Leite.

No primeiro dia, os investidores e analistas poderão tirar todas as dúvidas em relação à exploração e produção da empresa e downstream (refino, comercialização). No segundo dia será a vez do conceito ESG da companhia e da parte financeira.

Toda a diretoria estará presente ao evento, inclusive o presidente da companhia, Jean Paul Prates, além de técnicos da empresa, contou Leite, que desde que assumiu o cargo, em fevereiro deste ano, colocou em prática a aproximação com os principais investidores da companhia, com a primeira viagem realizada duas semanas após tomar posse no cargo. A ideia é chegar aos mais de 800 mil acionistas.

Na avaliação da estatal, maior abertura de informações ao mercado, somada ao desempenho da empresa e à entrega das promessas feitas, fizeram ações dobrar de valor em 2023 Foto: Paulo Vitor/Estadão

“Este ano fomos duas vezes à Ásia e ao Oriente Médio e mais de duas vezes aos Estados Unidos e Europa. Fomos, inclusive, na Suíça, que tem investidores importantes, mas que representam pouco na carteira da Petrobras. Fomos lá, vistamos gestores de fundos, e o curioso é que as dúvidas nem sempre tinham a ver com o mundo financeiro”, informou Leite, destacando a curiosidade dos investidores com o pré-sal. “Eles queriam saber como pode furar a 7 quilômetros, como levavam comida para plataformas a 400 quilômetros da costa, estavam ávidos por voltar a falar com a gente”, exemplificou.

Valor

Leite avaliou que foi por conta dessa maior abertura de informações ao mercado, somada ao desempenho da empresa e à entrega das promessas feitas, que as ações da Petrobras dobraram de valor em 2023. Em dólar, a valorização foi mais de 100%, enquanto no Brasil as ações preferenciais subiram 93%, contra 21% do Ibovespa.

Com isso, o valor de mercado da estatal saltou em R$ 140 bilhões ao longo do ano, chegando perto dos R$ 500 bilhões. Segundo Leite, as ações subiram mais fora do País porque investidores estrangeiros estão menos expostos ao dia a dia das notícias do Brasil, onde circulam muitas notícias falsas.

“O primeiro arranque das ações no primeiro trimestre se deve à retomada do diálogo. O analista pode até não concordar com você, mas ele nota comprometimento, vê o que estamos pensando. Ouvimos de vários analistas no Brasil e de fora como era bom a Petrobras ter voltado a falar com eles”, afirmou o diretor.

Na visão de Leite, com a maior interação com o RI da Petrobras, medidas como a nova estratégia comercial para gasolina e diesel, o aprimoramento da Política de Remuneração aos Acionistas, os recordes de produção de óleo e gás e de processamento nas refinarias, a revisão da projeção de produção e o novo Plano Estratégico 2024-2028+ foram mais bem entendidas e sustentaram a alta das ações, principalmente no segundo semestre de 2023.

De acordo com informações da empresa, no primeiro trimestre, apenas 27% dos analistas recomendavam a compra da ação da Petrobras. No fim do ano, o percentual passou para 73%, sendo que não restou nenhuma recomendação de venda. O preço alvo do papel nas projeções dos analistas subiu cerca de 20%.

Visão

O resultado nem de longe lembra o início do ano, destacou Leite. Segundo ele, analistas e investidores temiam que a nova gestão da companhia seguisse a cartilha do passado e decidisse construir novas refinarias ou reduzir dividendos ao mínimo exigido por lei.

“Nos três primeiros meses a gente explicou como íamos tratar assuntos importantes, como a questão das refinarias. Falavam que a gente ia construir Premium outra vez e mostramos que não fazia sentido em um ambiente de transição energética, levaria 20 anos para amortizar, e que o melhor era investir nas nossas refinarias”, lembrou. “Avisamos também que os dividendos estariam em linha com as majors do petróleo, e ficamos até acima delas”, disse Leite.

Mesmo com a queda do pagamento de dividendos de 65% do governo anterior, para 45% sobre o fluxo de caixa livre na atual gestão, as ações da companhia continuaram em alta. “Quando a gente entregou isso (novos dividendos), a ação subiu. A gente tirou o risco da ação. Exemplo disso foi a gestora GQG, que tem um fundo nos EUA, e recentemente divulgou que aumentou sua posição na Petrobras de US$ 5 bilhões para US$ 6 bilhões, e ainda disseram que o papel está pressionado e esperam mais altas para 2024″, informou.

Ele destacou como outro parâmetro para a confirmação do sucesso da gestão, a emissão de bonds no valor de US$ 1,25 bilhão em meados do ano, apesar de não precisar de recursos, mas que serviu como um teste para a companhia. “Foi o bond mais premiado do ano”, ressaltou.

Também as agências de rating reconheceram os esforços e melhoraram a classificação da companhia. Em julho, a Fitch melhorou a nota do Brasil e da Petrobras pela primeira vez desde 2008. Antes, a S&P já havia feito ajuste para cima e existe expectativa do mercado de que a Moody’s também mude a nota da empresa para melhor em fevereiro.

RIO - A Petrobras começará o ano com um evento em Nova York, nos Estados Unidos, para tentar ampliar o relacionamento com investidores e analistas. A iniciativa faz parte da estratégia da companhia para combater fake news e evitar que as ações da empresa sejam punidas injustamente, segundo o diretor Financeiro e de Relações com os Investidores da estatal, Sergio Caetano Leite, em entrevista ao Estadão/Broadcast. A empresa também prevê realizar um Investor Tour, visitas a várias unidades da Petrobras no Brasil ao longo do ano.

O evento em Nova York, nos dias 30 e 31 de janeiro, vai reunir pela primeira vez na história da Petrobras investidores e analistas para um deep dive (mergulho profundo na empresa, em português). “Se funcionar, faremos depois na Europa e na Ásia. Essa é a principal pegada na área de investidores em 2024, aumentar a transparência. É a única maneira de combater as maledicências e aproximar a Petrobras do investidor”, explicou Leite.

No primeiro dia, os investidores e analistas poderão tirar todas as dúvidas em relação à exploração e produção da empresa e downstream (refino, comercialização). No segundo dia será a vez do conceito ESG da companhia e da parte financeira.

Toda a diretoria estará presente ao evento, inclusive o presidente da companhia, Jean Paul Prates, além de técnicos da empresa, contou Leite, que desde que assumiu o cargo, em fevereiro deste ano, colocou em prática a aproximação com os principais investidores da companhia, com a primeira viagem realizada duas semanas após tomar posse no cargo. A ideia é chegar aos mais de 800 mil acionistas.

Na avaliação da estatal, maior abertura de informações ao mercado, somada ao desempenho da empresa e à entrega das promessas feitas, fizeram ações dobrar de valor em 2023 Foto: Paulo Vitor/Estadão

“Este ano fomos duas vezes à Ásia e ao Oriente Médio e mais de duas vezes aos Estados Unidos e Europa. Fomos, inclusive, na Suíça, que tem investidores importantes, mas que representam pouco na carteira da Petrobras. Fomos lá, vistamos gestores de fundos, e o curioso é que as dúvidas nem sempre tinham a ver com o mundo financeiro”, informou Leite, destacando a curiosidade dos investidores com o pré-sal. “Eles queriam saber como pode furar a 7 quilômetros, como levavam comida para plataformas a 400 quilômetros da costa, estavam ávidos por voltar a falar com a gente”, exemplificou.

Valor

Leite avaliou que foi por conta dessa maior abertura de informações ao mercado, somada ao desempenho da empresa e à entrega das promessas feitas, que as ações da Petrobras dobraram de valor em 2023. Em dólar, a valorização foi mais de 100%, enquanto no Brasil as ações preferenciais subiram 93%, contra 21% do Ibovespa.

Com isso, o valor de mercado da estatal saltou em R$ 140 bilhões ao longo do ano, chegando perto dos R$ 500 bilhões. Segundo Leite, as ações subiram mais fora do País porque investidores estrangeiros estão menos expostos ao dia a dia das notícias do Brasil, onde circulam muitas notícias falsas.

“O primeiro arranque das ações no primeiro trimestre se deve à retomada do diálogo. O analista pode até não concordar com você, mas ele nota comprometimento, vê o que estamos pensando. Ouvimos de vários analistas no Brasil e de fora como era bom a Petrobras ter voltado a falar com eles”, afirmou o diretor.

Na visão de Leite, com a maior interação com o RI da Petrobras, medidas como a nova estratégia comercial para gasolina e diesel, o aprimoramento da Política de Remuneração aos Acionistas, os recordes de produção de óleo e gás e de processamento nas refinarias, a revisão da projeção de produção e o novo Plano Estratégico 2024-2028+ foram mais bem entendidas e sustentaram a alta das ações, principalmente no segundo semestre de 2023.

De acordo com informações da empresa, no primeiro trimestre, apenas 27% dos analistas recomendavam a compra da ação da Petrobras. No fim do ano, o percentual passou para 73%, sendo que não restou nenhuma recomendação de venda. O preço alvo do papel nas projeções dos analistas subiu cerca de 20%.

Visão

O resultado nem de longe lembra o início do ano, destacou Leite. Segundo ele, analistas e investidores temiam que a nova gestão da companhia seguisse a cartilha do passado e decidisse construir novas refinarias ou reduzir dividendos ao mínimo exigido por lei.

“Nos três primeiros meses a gente explicou como íamos tratar assuntos importantes, como a questão das refinarias. Falavam que a gente ia construir Premium outra vez e mostramos que não fazia sentido em um ambiente de transição energética, levaria 20 anos para amortizar, e que o melhor era investir nas nossas refinarias”, lembrou. “Avisamos também que os dividendos estariam em linha com as majors do petróleo, e ficamos até acima delas”, disse Leite.

Mesmo com a queda do pagamento de dividendos de 65% do governo anterior, para 45% sobre o fluxo de caixa livre na atual gestão, as ações da companhia continuaram em alta. “Quando a gente entregou isso (novos dividendos), a ação subiu. A gente tirou o risco da ação. Exemplo disso foi a gestora GQG, que tem um fundo nos EUA, e recentemente divulgou que aumentou sua posição na Petrobras de US$ 5 bilhões para US$ 6 bilhões, e ainda disseram que o papel está pressionado e esperam mais altas para 2024″, informou.

Ele destacou como outro parâmetro para a confirmação do sucesso da gestão, a emissão de bonds no valor de US$ 1,25 bilhão em meados do ano, apesar de não precisar de recursos, mas que serviu como um teste para a companhia. “Foi o bond mais premiado do ano”, ressaltou.

Também as agências de rating reconheceram os esforços e melhoraram a classificação da companhia. Em julho, a Fitch melhorou a nota do Brasil e da Petrobras pela primeira vez desde 2008. Antes, a S&P já havia feito ajuste para cima e existe expectativa do mercado de que a Moody’s também mude a nota da empresa para melhor em fevereiro.

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