Petrobras estuda construção de nova usina termelétrica a gás no Rio, diz diretor


Responsável pela área de transição energética e sustentabilidade da estatal, Mauricio Tolmasquim descartou a saída da empresa do mercado de térmicas, como cogitado por gestões anteriores

Por Gabriel Vasconcelos e Luciana Collet

RIO - O diretor de transição energética e sustentabilidade da Petrobras, Mauricio Tolmasquim, disse que a companhia estuda a construção de uma nova usina termelétrica a gás no polo GasLub, em Itaboraí (RJ), parte do antigo Comperj.

Segundo ele, a grande vantagem para a instalação da nova térmica é a proximidade com a unidade de processamento de gás natural (UPGN) local. “Tem um projeto de térmica que estamos discutindo, que está no projeto original, tem uma térmica prevista. Estamos analisando se vale a pena ou não. É claro que ali, como está ao lado da UPGN, há uma vantagem grande”, disse.

O executivo descartou sair do mercado de térmicas, como foi cogitado por gestões anteriores. “A gente não vai sair do mercado de termelétricas, porque somos produtores de gás e hoje elas (usinas térmicas) ainda são importantes para segurança. A maior parte delas opera de forma flexível, quando necessário. Só uma ou duas que não são assim porque produzem vapor para refino, o que é uma necessidade (da Petrobras)”, disse.

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Ainda assim, disse Tolmasquim, a atual gestão considera se desfazer de unidades mais obsoletas. “Não está descartada a possibilidade de sair de algumas térmicas obsoletas ou a óleo, mas ainda não há decisão sobre o tema. Isso faz parte de uma política normal da empresa, de renovação de ativos”, disse.

No fim de 2021, a Petrobras concluiu a venda de três usinas termelétricas movidas a óleo combustível localizadas em Camaçari, na Bahia, para a São Francisco Energia S.A. (Global Participações) por R$ 61 milhões. Estas eram as unidades Arembepe, Bahia 1 e Muricy. Uma quarta usina a óleo, a unidade de Canoas, no Rio Grande do Sul, compunha o bloco de ativos desse tipo à venda, mas esse desinvestimento não foi à frente.

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Maurício Tolmasquim reiterou que a Petrobras considera entrar em negócios de geração eólica onshore e fotovoltaica nos próximos anos Foto: André Luiz Mello/Agência Estado

Em 2020, a Petrobras chegou a incluir todo o parque de termelétricas na lista de ativos que poderiam ser vendidos à frente, mas, um ano depois, no documento de 2021, recuou em relação às usinas alimentadas a gás, deixando apenas as térmicas a óleo no hall de ativos a serem vendidos.

A atual gestão, sob o governo Lula, interrompeu todo o processo de desinvestimentos para revisão. Novas diretrizes nesse sentido devem ser divulgadas no plano para os anos entre 2024 e 2026, a ser divulgado em novembro deste ano, segundo o próprio Tolmasquim.

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Renováveis

O diretor reiterou ainda que a companhia considera entrar em negócios de geração eólica onshore e fotovoltaica nos próximos anos para “adicionar logo alguns megawatts renováveis” em seu portfólio.

Tolmasquim, no entanto, disse achar que 2024 ainda é cedo para fechar um negócio desse tipo, uma vez que as conversas com empresas que querem iniciar investimentos no setor ou que já têm projetos ou ativos em operação começaram agora.

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“Olhando mais para frente, (vamos entrar em) eólica offshore e hidrogênio. Olhando mais para perto, eólica onshore e solar. Uma possibilidade para agora também é CCUS (captura de carbono)”, disse. Ele falou a jornalistas no Encontro Nacional dos Agentes do Setor Elétrico (Enase), que termina hoje, no Rio de Janeiro.

Na prática, amadurecem os sinais de que, embora o foco de longo prazo seja eólica offshore, a Petrobras vai buscar entrar em renováveis já maduras nos próximos anos para antecipar a planejada diversificação de portfólio.

“Isso ainda tem que ser referendado no plano estratégico. Mas (eólica onshore e solar) são atividades maduras, rápidas de se introduzir e que dão retorno positivo, VPL, hoje. Nossa meta é ter eólica offshore, mas temos que esperar o marco regulatório e o retorno ainda é diferente (menor). Estamos diversificando, saindo de petróleo e gás para renováveis, mas queremos diversificar também entre as renováveis”, explicou.

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Tolmasquim repetiu que a Petrobras estuda tantos projetos greenfield, quanto projetos com construção em andamento ou já em operação, no Brasil e no exterior em parceria com empresas que já atuam no setor. “Tem investidores que estão começando nisso e vieram nos procurar e tem quem já tenha (renováveis). A gente ainda está nessa fase inicial, começou agora, estamos analisando”, disse.

A ideia, segundo ele, é montar uma carteira de projetos, alguns do zero e outros já entrando para colocar alguns megawatts no nosso portfólio. “Não dá para prever (calendário), mas ano que vem acho que ainda é cedo”, continuou.

Na mesa de abertura do segundo dia do Enase, Tolmasquim destacou o fato de a companhia ter revisado o porcentual do capex (investimentos em bens de capitais) a ser destinado para descarbonização de 6% para uma faixa entre 6% e 15% do total. Em seguida, ele disse que as petroleiras americanas e europeias já praticam parcelas maiores que a da Petrobras, que está atrasada na iniciativa.

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“As petroleiras americanas, as mais atrasadas, investem 13% do capex (em descarbonização) e as europeias investem 23%. Tem alguma coisa de visão na Petrobras que não estava condizente com as nossas co-irmãs. Temos que recolocar a Petrobras nesse mundo”, comparou.

A fala indica que a Petrobras vai tentar levar os investimentos em descarbonização, nos quais se inserem energias renováveis, mais para perto de 15% do que a faixa atual (6%). No plano estratégico 2023-2027, o capex total da companhia foi de US$ 78 bilhões, o que também deve aumentar no plano desse ano.

RIO - O diretor de transição energética e sustentabilidade da Petrobras, Mauricio Tolmasquim, disse que a companhia estuda a construção de uma nova usina termelétrica a gás no polo GasLub, em Itaboraí (RJ), parte do antigo Comperj.

Segundo ele, a grande vantagem para a instalação da nova térmica é a proximidade com a unidade de processamento de gás natural (UPGN) local. “Tem um projeto de térmica que estamos discutindo, que está no projeto original, tem uma térmica prevista. Estamos analisando se vale a pena ou não. É claro que ali, como está ao lado da UPGN, há uma vantagem grande”, disse.

O executivo descartou sair do mercado de térmicas, como foi cogitado por gestões anteriores. “A gente não vai sair do mercado de termelétricas, porque somos produtores de gás e hoje elas (usinas térmicas) ainda são importantes para segurança. A maior parte delas opera de forma flexível, quando necessário. Só uma ou duas que não são assim porque produzem vapor para refino, o que é uma necessidade (da Petrobras)”, disse.

Ainda assim, disse Tolmasquim, a atual gestão considera se desfazer de unidades mais obsoletas. “Não está descartada a possibilidade de sair de algumas térmicas obsoletas ou a óleo, mas ainda não há decisão sobre o tema. Isso faz parte de uma política normal da empresa, de renovação de ativos”, disse.

No fim de 2021, a Petrobras concluiu a venda de três usinas termelétricas movidas a óleo combustível localizadas em Camaçari, na Bahia, para a São Francisco Energia S.A. (Global Participações) por R$ 61 milhões. Estas eram as unidades Arembepe, Bahia 1 e Muricy. Uma quarta usina a óleo, a unidade de Canoas, no Rio Grande do Sul, compunha o bloco de ativos desse tipo à venda, mas esse desinvestimento não foi à frente.

Maurício Tolmasquim reiterou que a Petrobras considera entrar em negócios de geração eólica onshore e fotovoltaica nos próximos anos Foto: André Luiz Mello/Agência Estado

Em 2020, a Petrobras chegou a incluir todo o parque de termelétricas na lista de ativos que poderiam ser vendidos à frente, mas, um ano depois, no documento de 2021, recuou em relação às usinas alimentadas a gás, deixando apenas as térmicas a óleo no hall de ativos a serem vendidos.

A atual gestão, sob o governo Lula, interrompeu todo o processo de desinvestimentos para revisão. Novas diretrizes nesse sentido devem ser divulgadas no plano para os anos entre 2024 e 2026, a ser divulgado em novembro deste ano, segundo o próprio Tolmasquim.

Renováveis

O diretor reiterou ainda que a companhia considera entrar em negócios de geração eólica onshore e fotovoltaica nos próximos anos para “adicionar logo alguns megawatts renováveis” em seu portfólio.

Tolmasquim, no entanto, disse achar que 2024 ainda é cedo para fechar um negócio desse tipo, uma vez que as conversas com empresas que querem iniciar investimentos no setor ou que já têm projetos ou ativos em operação começaram agora.

“Olhando mais para frente, (vamos entrar em) eólica offshore e hidrogênio. Olhando mais para perto, eólica onshore e solar. Uma possibilidade para agora também é CCUS (captura de carbono)”, disse. Ele falou a jornalistas no Encontro Nacional dos Agentes do Setor Elétrico (Enase), que termina hoje, no Rio de Janeiro.

Na prática, amadurecem os sinais de que, embora o foco de longo prazo seja eólica offshore, a Petrobras vai buscar entrar em renováveis já maduras nos próximos anos para antecipar a planejada diversificação de portfólio.

“Isso ainda tem que ser referendado no plano estratégico. Mas (eólica onshore e solar) são atividades maduras, rápidas de se introduzir e que dão retorno positivo, VPL, hoje. Nossa meta é ter eólica offshore, mas temos que esperar o marco regulatório e o retorno ainda é diferente (menor). Estamos diversificando, saindo de petróleo e gás para renováveis, mas queremos diversificar também entre as renováveis”, explicou.

Tolmasquim repetiu que a Petrobras estuda tantos projetos greenfield, quanto projetos com construção em andamento ou já em operação, no Brasil e no exterior em parceria com empresas que já atuam no setor. “Tem investidores que estão começando nisso e vieram nos procurar e tem quem já tenha (renováveis). A gente ainda está nessa fase inicial, começou agora, estamos analisando”, disse.

A ideia, segundo ele, é montar uma carteira de projetos, alguns do zero e outros já entrando para colocar alguns megawatts no nosso portfólio. “Não dá para prever (calendário), mas ano que vem acho que ainda é cedo”, continuou.

Na mesa de abertura do segundo dia do Enase, Tolmasquim destacou o fato de a companhia ter revisado o porcentual do capex (investimentos em bens de capitais) a ser destinado para descarbonização de 6% para uma faixa entre 6% e 15% do total. Em seguida, ele disse que as petroleiras americanas e europeias já praticam parcelas maiores que a da Petrobras, que está atrasada na iniciativa.

“As petroleiras americanas, as mais atrasadas, investem 13% do capex (em descarbonização) e as europeias investem 23%. Tem alguma coisa de visão na Petrobras que não estava condizente com as nossas co-irmãs. Temos que recolocar a Petrobras nesse mundo”, comparou.

A fala indica que a Petrobras vai tentar levar os investimentos em descarbonização, nos quais se inserem energias renováveis, mais para perto de 15% do que a faixa atual (6%). No plano estratégico 2023-2027, o capex total da companhia foi de US$ 78 bilhões, o que também deve aumentar no plano desse ano.

RIO - O diretor de transição energética e sustentabilidade da Petrobras, Mauricio Tolmasquim, disse que a companhia estuda a construção de uma nova usina termelétrica a gás no polo GasLub, em Itaboraí (RJ), parte do antigo Comperj.

Segundo ele, a grande vantagem para a instalação da nova térmica é a proximidade com a unidade de processamento de gás natural (UPGN) local. “Tem um projeto de térmica que estamos discutindo, que está no projeto original, tem uma térmica prevista. Estamos analisando se vale a pena ou não. É claro que ali, como está ao lado da UPGN, há uma vantagem grande”, disse.

O executivo descartou sair do mercado de térmicas, como foi cogitado por gestões anteriores. “A gente não vai sair do mercado de termelétricas, porque somos produtores de gás e hoje elas (usinas térmicas) ainda são importantes para segurança. A maior parte delas opera de forma flexível, quando necessário. Só uma ou duas que não são assim porque produzem vapor para refino, o que é uma necessidade (da Petrobras)”, disse.

Ainda assim, disse Tolmasquim, a atual gestão considera se desfazer de unidades mais obsoletas. “Não está descartada a possibilidade de sair de algumas térmicas obsoletas ou a óleo, mas ainda não há decisão sobre o tema. Isso faz parte de uma política normal da empresa, de renovação de ativos”, disse.

No fim de 2021, a Petrobras concluiu a venda de três usinas termelétricas movidas a óleo combustível localizadas em Camaçari, na Bahia, para a São Francisco Energia S.A. (Global Participações) por R$ 61 milhões. Estas eram as unidades Arembepe, Bahia 1 e Muricy. Uma quarta usina a óleo, a unidade de Canoas, no Rio Grande do Sul, compunha o bloco de ativos desse tipo à venda, mas esse desinvestimento não foi à frente.

Maurício Tolmasquim reiterou que a Petrobras considera entrar em negócios de geração eólica onshore e fotovoltaica nos próximos anos Foto: André Luiz Mello/Agência Estado

Em 2020, a Petrobras chegou a incluir todo o parque de termelétricas na lista de ativos que poderiam ser vendidos à frente, mas, um ano depois, no documento de 2021, recuou em relação às usinas alimentadas a gás, deixando apenas as térmicas a óleo no hall de ativos a serem vendidos.

A atual gestão, sob o governo Lula, interrompeu todo o processo de desinvestimentos para revisão. Novas diretrizes nesse sentido devem ser divulgadas no plano para os anos entre 2024 e 2026, a ser divulgado em novembro deste ano, segundo o próprio Tolmasquim.

Renováveis

O diretor reiterou ainda que a companhia considera entrar em negócios de geração eólica onshore e fotovoltaica nos próximos anos para “adicionar logo alguns megawatts renováveis” em seu portfólio.

Tolmasquim, no entanto, disse achar que 2024 ainda é cedo para fechar um negócio desse tipo, uma vez que as conversas com empresas que querem iniciar investimentos no setor ou que já têm projetos ou ativos em operação começaram agora.

“Olhando mais para frente, (vamos entrar em) eólica offshore e hidrogênio. Olhando mais para perto, eólica onshore e solar. Uma possibilidade para agora também é CCUS (captura de carbono)”, disse. Ele falou a jornalistas no Encontro Nacional dos Agentes do Setor Elétrico (Enase), que termina hoje, no Rio de Janeiro.

Na prática, amadurecem os sinais de que, embora o foco de longo prazo seja eólica offshore, a Petrobras vai buscar entrar em renováveis já maduras nos próximos anos para antecipar a planejada diversificação de portfólio.

“Isso ainda tem que ser referendado no plano estratégico. Mas (eólica onshore e solar) são atividades maduras, rápidas de se introduzir e que dão retorno positivo, VPL, hoje. Nossa meta é ter eólica offshore, mas temos que esperar o marco regulatório e o retorno ainda é diferente (menor). Estamos diversificando, saindo de petróleo e gás para renováveis, mas queremos diversificar também entre as renováveis”, explicou.

Tolmasquim repetiu que a Petrobras estuda tantos projetos greenfield, quanto projetos com construção em andamento ou já em operação, no Brasil e no exterior em parceria com empresas que já atuam no setor. “Tem investidores que estão começando nisso e vieram nos procurar e tem quem já tenha (renováveis). A gente ainda está nessa fase inicial, começou agora, estamos analisando”, disse.

A ideia, segundo ele, é montar uma carteira de projetos, alguns do zero e outros já entrando para colocar alguns megawatts no nosso portfólio. “Não dá para prever (calendário), mas ano que vem acho que ainda é cedo”, continuou.

Na mesa de abertura do segundo dia do Enase, Tolmasquim destacou o fato de a companhia ter revisado o porcentual do capex (investimentos em bens de capitais) a ser destinado para descarbonização de 6% para uma faixa entre 6% e 15% do total. Em seguida, ele disse que as petroleiras americanas e europeias já praticam parcelas maiores que a da Petrobras, que está atrasada na iniciativa.

“As petroleiras americanas, as mais atrasadas, investem 13% do capex (em descarbonização) e as europeias investem 23%. Tem alguma coisa de visão na Petrobras que não estava condizente com as nossas co-irmãs. Temos que recolocar a Petrobras nesse mundo”, comparou.

A fala indica que a Petrobras vai tentar levar os investimentos em descarbonização, nos quais se inserem energias renováveis, mais para perto de 15% do que a faixa atual (6%). No plano estratégico 2023-2027, o capex total da companhia foi de US$ 78 bilhões, o que também deve aumentar no plano desse ano.

RIO - O diretor de transição energética e sustentabilidade da Petrobras, Mauricio Tolmasquim, disse que a companhia estuda a construção de uma nova usina termelétrica a gás no polo GasLub, em Itaboraí (RJ), parte do antigo Comperj.

Segundo ele, a grande vantagem para a instalação da nova térmica é a proximidade com a unidade de processamento de gás natural (UPGN) local. “Tem um projeto de térmica que estamos discutindo, que está no projeto original, tem uma térmica prevista. Estamos analisando se vale a pena ou não. É claro que ali, como está ao lado da UPGN, há uma vantagem grande”, disse.

O executivo descartou sair do mercado de térmicas, como foi cogitado por gestões anteriores. “A gente não vai sair do mercado de termelétricas, porque somos produtores de gás e hoje elas (usinas térmicas) ainda são importantes para segurança. A maior parte delas opera de forma flexível, quando necessário. Só uma ou duas que não são assim porque produzem vapor para refino, o que é uma necessidade (da Petrobras)”, disse.

Ainda assim, disse Tolmasquim, a atual gestão considera se desfazer de unidades mais obsoletas. “Não está descartada a possibilidade de sair de algumas térmicas obsoletas ou a óleo, mas ainda não há decisão sobre o tema. Isso faz parte de uma política normal da empresa, de renovação de ativos”, disse.

No fim de 2021, a Petrobras concluiu a venda de três usinas termelétricas movidas a óleo combustível localizadas em Camaçari, na Bahia, para a São Francisco Energia S.A. (Global Participações) por R$ 61 milhões. Estas eram as unidades Arembepe, Bahia 1 e Muricy. Uma quarta usina a óleo, a unidade de Canoas, no Rio Grande do Sul, compunha o bloco de ativos desse tipo à venda, mas esse desinvestimento não foi à frente.

Maurício Tolmasquim reiterou que a Petrobras considera entrar em negócios de geração eólica onshore e fotovoltaica nos próximos anos Foto: André Luiz Mello/Agência Estado

Em 2020, a Petrobras chegou a incluir todo o parque de termelétricas na lista de ativos que poderiam ser vendidos à frente, mas, um ano depois, no documento de 2021, recuou em relação às usinas alimentadas a gás, deixando apenas as térmicas a óleo no hall de ativos a serem vendidos.

A atual gestão, sob o governo Lula, interrompeu todo o processo de desinvestimentos para revisão. Novas diretrizes nesse sentido devem ser divulgadas no plano para os anos entre 2024 e 2026, a ser divulgado em novembro deste ano, segundo o próprio Tolmasquim.

Renováveis

O diretor reiterou ainda que a companhia considera entrar em negócios de geração eólica onshore e fotovoltaica nos próximos anos para “adicionar logo alguns megawatts renováveis” em seu portfólio.

Tolmasquim, no entanto, disse achar que 2024 ainda é cedo para fechar um negócio desse tipo, uma vez que as conversas com empresas que querem iniciar investimentos no setor ou que já têm projetos ou ativos em operação começaram agora.

“Olhando mais para frente, (vamos entrar em) eólica offshore e hidrogênio. Olhando mais para perto, eólica onshore e solar. Uma possibilidade para agora também é CCUS (captura de carbono)”, disse. Ele falou a jornalistas no Encontro Nacional dos Agentes do Setor Elétrico (Enase), que termina hoje, no Rio de Janeiro.

Na prática, amadurecem os sinais de que, embora o foco de longo prazo seja eólica offshore, a Petrobras vai buscar entrar em renováveis já maduras nos próximos anos para antecipar a planejada diversificação de portfólio.

“Isso ainda tem que ser referendado no plano estratégico. Mas (eólica onshore e solar) são atividades maduras, rápidas de se introduzir e que dão retorno positivo, VPL, hoje. Nossa meta é ter eólica offshore, mas temos que esperar o marco regulatório e o retorno ainda é diferente (menor). Estamos diversificando, saindo de petróleo e gás para renováveis, mas queremos diversificar também entre as renováveis”, explicou.

Tolmasquim repetiu que a Petrobras estuda tantos projetos greenfield, quanto projetos com construção em andamento ou já em operação, no Brasil e no exterior em parceria com empresas que já atuam no setor. “Tem investidores que estão começando nisso e vieram nos procurar e tem quem já tenha (renováveis). A gente ainda está nessa fase inicial, começou agora, estamos analisando”, disse.

A ideia, segundo ele, é montar uma carteira de projetos, alguns do zero e outros já entrando para colocar alguns megawatts no nosso portfólio. “Não dá para prever (calendário), mas ano que vem acho que ainda é cedo”, continuou.

Na mesa de abertura do segundo dia do Enase, Tolmasquim destacou o fato de a companhia ter revisado o porcentual do capex (investimentos em bens de capitais) a ser destinado para descarbonização de 6% para uma faixa entre 6% e 15% do total. Em seguida, ele disse que as petroleiras americanas e europeias já praticam parcelas maiores que a da Petrobras, que está atrasada na iniciativa.

“As petroleiras americanas, as mais atrasadas, investem 13% do capex (em descarbonização) e as europeias investem 23%. Tem alguma coisa de visão na Petrobras que não estava condizente com as nossas co-irmãs. Temos que recolocar a Petrobras nesse mundo”, comparou.

A fala indica que a Petrobras vai tentar levar os investimentos em descarbonização, nos quais se inserem energias renováveis, mais para perto de 15% do que a faixa atual (6%). No plano estratégico 2023-2027, o capex total da companhia foi de US$ 78 bilhões, o que também deve aumentar no plano desse ano.

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