Relembre as vezes em que a disputa entre Prates e Silveira na Petrobrás saiu dos gabinetes


Embates pelos espaços de poder na companhia se tornaram públicos em vários momentos, envolvendo temas como reajuste dos combustíveis ou distribuição de dividendos

Por Redação
Atualização:

O embate entre o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, em torno do comando da estatal, chegou ao ponto final nesta terça-feira, 14. Prates vai deixar a presidência da estatal e deve ser substituído por Magda Chambriard, ex-presidente da Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP).

As divergências entre Prates e Silveira remontam praticamente à montagem do governo Lula. Antes da posse do presidente, em janeiro do ano passado, Prates, ex-senador pelo PT do Rio Grande do Norte, chegou a ser especulado para assumir o ministério. Mas preferiu ficar com a presidência da estatal - a empresa mais poderosa nas mãos do governo. Na configuração final, o ministério acabou nas mãos de Silveira, senador pelo PSD mineiro, mesmo partido do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco.

Desde o início, houve embates entre os dois pelos espaços de poder na companhia. Na divisão acertada no governo, Silveira ficou mais responsável pelos nomes do conselho de administração, e Prates, com a direção executiva, que toca o dia a dia da companhia. Isso não foi, porém, o suficiente para apaziguar as disputas, e a relação ficou muito distante da harmonia.

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Veja a seguir quatro vezes em que essa disputa deixou os gabinetes e foi parar nas páginas dos jornais:

Silveira (E) e Prates mostraram divergências praticamente desde o início do governo  Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil

Paridade de importação

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Em abril do ano passado, Silveira chamou o preço de paridade de importação (o PPI, política de reajuste de preços implantada no governo Temer) de “absurdo”, e disse que já havia determinado “mudanças”. O ministro também afirmou que haveria espaço para uma redução no diesel entre R$ 0,22 e R$ 0,25 por litro, caso fossem considerados os custos reais da empresa mais rentabilidade, em um “preço de competitividade interna”.

Apesar de concordar com a mudança no PPI, Prates se mantinha discreto sobre esse mudança (que aconteceria mais à frente) e aguardava a mudança no conselho de administração da empresa para começar a discutir o tema.

As declarações de Silveira motivaram uma carta do conselho de administração da estatal pedindo que Silveira formalizasse e apresentasse a aludida nova diretriz de preços e esclarecesse se isso já havia sido passado à direção da empresa.

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Política para o gás natural

No meio de 2023, Silveira fez reiteradas críticas à política de reinjeção de gás em reservatórios de petróleo com o intuito de aumentar sua pressão interna e facilitar a produção de óleo. No dia 16 de junho, Silveira disse que Prates estava sendo “no mínimo negligente” com relação ao gás.

“Entre agradar o Jean Paul e cumprir o compromisso do governo com a sociedade brasileira, de gerar emprego e combater desigualdade, prefiro que ele feche a cara, mas que nós possamos lograr êxito na política pública”, disse o ministro, à época.

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Alguns dias depois, Prates rebateu, também publicamente. “Não adianta só berrar pelo jornal, nem achar que um está rindo demais e outro está fazendo careta. Não adianta nem careta nem sorriso, adianta trabalhar junto e convergir”, disse, durante coletiva no BNDES ao lado do presidente do banco, Aloizio Mercadante. “Se não tem gás para todos os segmentos, vamos trabalhar o mix (de oferta de energia) em vez de criar polêmica onde não existe.”

Redução no preço dos combustíveis

Em novembro, Silveira cobrou Prates, em uma entrevista à GloboNews, por uma redução mais expressiva no preço dos combustíveis por conta da queda no preço internacional do petróleo. “Eu já esperava uma manifestação para que a Petrobras tivesse apresentado uma redução mais significativa dos preços. Hoje, no óleo diesel, vejo uma possibilidade real de redução entre 32 a 42 centavos e, na gasolina, entre 10 e 12 centavos”, afirmou Silveira.

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Prates voltou a rebater: “Jamais o presidente Lula me pediu para baixar ou aumentar o preço de combustíveis. Volta e meia ele (Lula) me liga para saber como está o mercado de petróleo, mas pedir para baixar preço, nunca”, disse, ao ser questionado a respeito das declarações de Silveira.

Distribuição de dividendos extraordinários

No último mês de março, a Petrobras anunciou que iria reter dividendos extraordinários de mais de R$ 40 bilhões. O mercado esperava que esses dividendos fossem distribuídos, e isso provocou uma crise que levou à perda de R$ 50 bilhões em valor de mercado da estatal em apenas um dia. A decisão foi tomada pelo conselho de administração, no qual o governo tem maioria. Mas Prates, que defendia uma solução alternativa - reter metade dos dividendos e distribuir a outra metade -, se absteve de votar.

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Silveira acusou Prates de ficar ao lado dos executivos da companhia, em vez de se posicionar junto com o governo. “Naturalmente, não vou falar pelo presidente Jean Paul Prates, mas naturalmente ele é o líder de uma diretoria executiva e o resultado já estava consolidado, então ele entendeu por bem, pelo que compreendi, estar junto com seus liderados na sugestão dada pela diretoria executiva, que o conselho entendeu que em um outro momento que não esse pode até ser a decisão que o conselho acompanhe”, disse. Em entrevista recente à Folha de S. Paulo, Silveira disse que se Prates tivesse votado junto com o governo na reunião do conselho de administração, em vez de se abster, “não teria havido barulho.”

O embate entre o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, em torno do comando da estatal, chegou ao ponto final nesta terça-feira, 14. Prates vai deixar a presidência da estatal e deve ser substituído por Magda Chambriard, ex-presidente da Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP).

As divergências entre Prates e Silveira remontam praticamente à montagem do governo Lula. Antes da posse do presidente, em janeiro do ano passado, Prates, ex-senador pelo PT do Rio Grande do Norte, chegou a ser especulado para assumir o ministério. Mas preferiu ficar com a presidência da estatal - a empresa mais poderosa nas mãos do governo. Na configuração final, o ministério acabou nas mãos de Silveira, senador pelo PSD mineiro, mesmo partido do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco.

Desde o início, houve embates entre os dois pelos espaços de poder na companhia. Na divisão acertada no governo, Silveira ficou mais responsável pelos nomes do conselho de administração, e Prates, com a direção executiva, que toca o dia a dia da companhia. Isso não foi, porém, o suficiente para apaziguar as disputas, e a relação ficou muito distante da harmonia.

Veja a seguir quatro vezes em que essa disputa deixou os gabinetes e foi parar nas páginas dos jornais:

Silveira (E) e Prates mostraram divergências praticamente desde o início do governo  Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil

Paridade de importação

Em abril do ano passado, Silveira chamou o preço de paridade de importação (o PPI, política de reajuste de preços implantada no governo Temer) de “absurdo”, e disse que já havia determinado “mudanças”. O ministro também afirmou que haveria espaço para uma redução no diesel entre R$ 0,22 e R$ 0,25 por litro, caso fossem considerados os custos reais da empresa mais rentabilidade, em um “preço de competitividade interna”.

Apesar de concordar com a mudança no PPI, Prates se mantinha discreto sobre esse mudança (que aconteceria mais à frente) e aguardava a mudança no conselho de administração da empresa para começar a discutir o tema.

As declarações de Silveira motivaram uma carta do conselho de administração da estatal pedindo que Silveira formalizasse e apresentasse a aludida nova diretriz de preços e esclarecesse se isso já havia sido passado à direção da empresa.

Política para o gás natural

No meio de 2023, Silveira fez reiteradas críticas à política de reinjeção de gás em reservatórios de petróleo com o intuito de aumentar sua pressão interna e facilitar a produção de óleo. No dia 16 de junho, Silveira disse que Prates estava sendo “no mínimo negligente” com relação ao gás.

“Entre agradar o Jean Paul e cumprir o compromisso do governo com a sociedade brasileira, de gerar emprego e combater desigualdade, prefiro que ele feche a cara, mas que nós possamos lograr êxito na política pública”, disse o ministro, à época.

Alguns dias depois, Prates rebateu, também publicamente. “Não adianta só berrar pelo jornal, nem achar que um está rindo demais e outro está fazendo careta. Não adianta nem careta nem sorriso, adianta trabalhar junto e convergir”, disse, durante coletiva no BNDES ao lado do presidente do banco, Aloizio Mercadante. “Se não tem gás para todos os segmentos, vamos trabalhar o mix (de oferta de energia) em vez de criar polêmica onde não existe.”

Redução no preço dos combustíveis

Em novembro, Silveira cobrou Prates, em uma entrevista à GloboNews, por uma redução mais expressiva no preço dos combustíveis por conta da queda no preço internacional do petróleo. “Eu já esperava uma manifestação para que a Petrobras tivesse apresentado uma redução mais significativa dos preços. Hoje, no óleo diesel, vejo uma possibilidade real de redução entre 32 a 42 centavos e, na gasolina, entre 10 e 12 centavos”, afirmou Silveira.

Prates voltou a rebater: “Jamais o presidente Lula me pediu para baixar ou aumentar o preço de combustíveis. Volta e meia ele (Lula) me liga para saber como está o mercado de petróleo, mas pedir para baixar preço, nunca”, disse, ao ser questionado a respeito das declarações de Silveira.

Distribuição de dividendos extraordinários

No último mês de março, a Petrobras anunciou que iria reter dividendos extraordinários de mais de R$ 40 bilhões. O mercado esperava que esses dividendos fossem distribuídos, e isso provocou uma crise que levou à perda de R$ 50 bilhões em valor de mercado da estatal em apenas um dia. A decisão foi tomada pelo conselho de administração, no qual o governo tem maioria. Mas Prates, que defendia uma solução alternativa - reter metade dos dividendos e distribuir a outra metade -, se absteve de votar.

Silveira acusou Prates de ficar ao lado dos executivos da companhia, em vez de se posicionar junto com o governo. “Naturalmente, não vou falar pelo presidente Jean Paul Prates, mas naturalmente ele é o líder de uma diretoria executiva e o resultado já estava consolidado, então ele entendeu por bem, pelo que compreendi, estar junto com seus liderados na sugestão dada pela diretoria executiva, que o conselho entendeu que em um outro momento que não esse pode até ser a decisão que o conselho acompanhe”, disse. Em entrevista recente à Folha de S. Paulo, Silveira disse que se Prates tivesse votado junto com o governo na reunião do conselho de administração, em vez de se abster, “não teria havido barulho.”

O embate entre o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, em torno do comando da estatal, chegou ao ponto final nesta terça-feira, 14. Prates vai deixar a presidência da estatal e deve ser substituído por Magda Chambriard, ex-presidente da Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP).

As divergências entre Prates e Silveira remontam praticamente à montagem do governo Lula. Antes da posse do presidente, em janeiro do ano passado, Prates, ex-senador pelo PT do Rio Grande do Norte, chegou a ser especulado para assumir o ministério. Mas preferiu ficar com a presidência da estatal - a empresa mais poderosa nas mãos do governo. Na configuração final, o ministério acabou nas mãos de Silveira, senador pelo PSD mineiro, mesmo partido do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco.

Desde o início, houve embates entre os dois pelos espaços de poder na companhia. Na divisão acertada no governo, Silveira ficou mais responsável pelos nomes do conselho de administração, e Prates, com a direção executiva, que toca o dia a dia da companhia. Isso não foi, porém, o suficiente para apaziguar as disputas, e a relação ficou muito distante da harmonia.

Veja a seguir quatro vezes em que essa disputa deixou os gabinetes e foi parar nas páginas dos jornais:

Silveira (E) e Prates mostraram divergências praticamente desde o início do governo  Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil

Paridade de importação

Em abril do ano passado, Silveira chamou o preço de paridade de importação (o PPI, política de reajuste de preços implantada no governo Temer) de “absurdo”, e disse que já havia determinado “mudanças”. O ministro também afirmou que haveria espaço para uma redução no diesel entre R$ 0,22 e R$ 0,25 por litro, caso fossem considerados os custos reais da empresa mais rentabilidade, em um “preço de competitividade interna”.

Apesar de concordar com a mudança no PPI, Prates se mantinha discreto sobre esse mudança (que aconteceria mais à frente) e aguardava a mudança no conselho de administração da empresa para começar a discutir o tema.

As declarações de Silveira motivaram uma carta do conselho de administração da estatal pedindo que Silveira formalizasse e apresentasse a aludida nova diretriz de preços e esclarecesse se isso já havia sido passado à direção da empresa.

Política para o gás natural

No meio de 2023, Silveira fez reiteradas críticas à política de reinjeção de gás em reservatórios de petróleo com o intuito de aumentar sua pressão interna e facilitar a produção de óleo. No dia 16 de junho, Silveira disse que Prates estava sendo “no mínimo negligente” com relação ao gás.

“Entre agradar o Jean Paul e cumprir o compromisso do governo com a sociedade brasileira, de gerar emprego e combater desigualdade, prefiro que ele feche a cara, mas que nós possamos lograr êxito na política pública”, disse o ministro, à época.

Alguns dias depois, Prates rebateu, também publicamente. “Não adianta só berrar pelo jornal, nem achar que um está rindo demais e outro está fazendo careta. Não adianta nem careta nem sorriso, adianta trabalhar junto e convergir”, disse, durante coletiva no BNDES ao lado do presidente do banco, Aloizio Mercadante. “Se não tem gás para todos os segmentos, vamos trabalhar o mix (de oferta de energia) em vez de criar polêmica onde não existe.”

Redução no preço dos combustíveis

Em novembro, Silveira cobrou Prates, em uma entrevista à GloboNews, por uma redução mais expressiva no preço dos combustíveis por conta da queda no preço internacional do petróleo. “Eu já esperava uma manifestação para que a Petrobras tivesse apresentado uma redução mais significativa dos preços. Hoje, no óleo diesel, vejo uma possibilidade real de redução entre 32 a 42 centavos e, na gasolina, entre 10 e 12 centavos”, afirmou Silveira.

Prates voltou a rebater: “Jamais o presidente Lula me pediu para baixar ou aumentar o preço de combustíveis. Volta e meia ele (Lula) me liga para saber como está o mercado de petróleo, mas pedir para baixar preço, nunca”, disse, ao ser questionado a respeito das declarações de Silveira.

Distribuição de dividendos extraordinários

No último mês de março, a Petrobras anunciou que iria reter dividendos extraordinários de mais de R$ 40 bilhões. O mercado esperava que esses dividendos fossem distribuídos, e isso provocou uma crise que levou à perda de R$ 50 bilhões em valor de mercado da estatal em apenas um dia. A decisão foi tomada pelo conselho de administração, no qual o governo tem maioria. Mas Prates, que defendia uma solução alternativa - reter metade dos dividendos e distribuir a outra metade -, se absteve de votar.

Silveira acusou Prates de ficar ao lado dos executivos da companhia, em vez de se posicionar junto com o governo. “Naturalmente, não vou falar pelo presidente Jean Paul Prates, mas naturalmente ele é o líder de uma diretoria executiva e o resultado já estava consolidado, então ele entendeu por bem, pelo que compreendi, estar junto com seus liderados na sugestão dada pela diretoria executiva, que o conselho entendeu que em um outro momento que não esse pode até ser a decisão que o conselho acompanhe”, disse. Em entrevista recente à Folha de S. Paulo, Silveira disse que se Prates tivesse votado junto com o governo na reunião do conselho de administração, em vez de se abster, “não teria havido barulho.”

O embate entre o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, em torno do comando da estatal, chegou ao ponto final nesta terça-feira, 14. Prates vai deixar a presidência da estatal e deve ser substituído por Magda Chambriard, ex-presidente da Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP).

As divergências entre Prates e Silveira remontam praticamente à montagem do governo Lula. Antes da posse do presidente, em janeiro do ano passado, Prates, ex-senador pelo PT do Rio Grande do Norte, chegou a ser especulado para assumir o ministério. Mas preferiu ficar com a presidência da estatal - a empresa mais poderosa nas mãos do governo. Na configuração final, o ministério acabou nas mãos de Silveira, senador pelo PSD mineiro, mesmo partido do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco.

Desde o início, houve embates entre os dois pelos espaços de poder na companhia. Na divisão acertada no governo, Silveira ficou mais responsável pelos nomes do conselho de administração, e Prates, com a direção executiva, que toca o dia a dia da companhia. Isso não foi, porém, o suficiente para apaziguar as disputas, e a relação ficou muito distante da harmonia.

Veja a seguir quatro vezes em que essa disputa deixou os gabinetes e foi parar nas páginas dos jornais:

Silveira (E) e Prates mostraram divergências praticamente desde o início do governo  Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil

Paridade de importação

Em abril do ano passado, Silveira chamou o preço de paridade de importação (o PPI, política de reajuste de preços implantada no governo Temer) de “absurdo”, e disse que já havia determinado “mudanças”. O ministro também afirmou que haveria espaço para uma redução no diesel entre R$ 0,22 e R$ 0,25 por litro, caso fossem considerados os custos reais da empresa mais rentabilidade, em um “preço de competitividade interna”.

Apesar de concordar com a mudança no PPI, Prates se mantinha discreto sobre esse mudança (que aconteceria mais à frente) e aguardava a mudança no conselho de administração da empresa para começar a discutir o tema.

As declarações de Silveira motivaram uma carta do conselho de administração da estatal pedindo que Silveira formalizasse e apresentasse a aludida nova diretriz de preços e esclarecesse se isso já havia sido passado à direção da empresa.

Política para o gás natural

No meio de 2023, Silveira fez reiteradas críticas à política de reinjeção de gás em reservatórios de petróleo com o intuito de aumentar sua pressão interna e facilitar a produção de óleo. No dia 16 de junho, Silveira disse que Prates estava sendo “no mínimo negligente” com relação ao gás.

“Entre agradar o Jean Paul e cumprir o compromisso do governo com a sociedade brasileira, de gerar emprego e combater desigualdade, prefiro que ele feche a cara, mas que nós possamos lograr êxito na política pública”, disse o ministro, à época.

Alguns dias depois, Prates rebateu, também publicamente. “Não adianta só berrar pelo jornal, nem achar que um está rindo demais e outro está fazendo careta. Não adianta nem careta nem sorriso, adianta trabalhar junto e convergir”, disse, durante coletiva no BNDES ao lado do presidente do banco, Aloizio Mercadante. “Se não tem gás para todos os segmentos, vamos trabalhar o mix (de oferta de energia) em vez de criar polêmica onde não existe.”

Redução no preço dos combustíveis

Em novembro, Silveira cobrou Prates, em uma entrevista à GloboNews, por uma redução mais expressiva no preço dos combustíveis por conta da queda no preço internacional do petróleo. “Eu já esperava uma manifestação para que a Petrobras tivesse apresentado uma redução mais significativa dos preços. Hoje, no óleo diesel, vejo uma possibilidade real de redução entre 32 a 42 centavos e, na gasolina, entre 10 e 12 centavos”, afirmou Silveira.

Prates voltou a rebater: “Jamais o presidente Lula me pediu para baixar ou aumentar o preço de combustíveis. Volta e meia ele (Lula) me liga para saber como está o mercado de petróleo, mas pedir para baixar preço, nunca”, disse, ao ser questionado a respeito das declarações de Silveira.

Distribuição de dividendos extraordinários

No último mês de março, a Petrobras anunciou que iria reter dividendos extraordinários de mais de R$ 40 bilhões. O mercado esperava que esses dividendos fossem distribuídos, e isso provocou uma crise que levou à perda de R$ 50 bilhões em valor de mercado da estatal em apenas um dia. A decisão foi tomada pelo conselho de administração, no qual o governo tem maioria. Mas Prates, que defendia uma solução alternativa - reter metade dos dividendos e distribuir a outra metade -, se absteve de votar.

Silveira acusou Prates de ficar ao lado dos executivos da companhia, em vez de se posicionar junto com o governo. “Naturalmente, não vou falar pelo presidente Jean Paul Prates, mas naturalmente ele é o líder de uma diretoria executiva e o resultado já estava consolidado, então ele entendeu por bem, pelo que compreendi, estar junto com seus liderados na sugestão dada pela diretoria executiva, que o conselho entendeu que em um outro momento que não esse pode até ser a decisão que o conselho acompanhe”, disse. Em entrevista recente à Folha de S. Paulo, Silveira disse que se Prates tivesse votado junto com o governo na reunião do conselho de administração, em vez de se abster, “não teria havido barulho.”

O embate entre o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, em torno do comando da estatal, chegou ao ponto final nesta terça-feira, 14. Prates vai deixar a presidência da estatal e deve ser substituído por Magda Chambriard, ex-presidente da Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP).

As divergências entre Prates e Silveira remontam praticamente à montagem do governo Lula. Antes da posse do presidente, em janeiro do ano passado, Prates, ex-senador pelo PT do Rio Grande do Norte, chegou a ser especulado para assumir o ministério. Mas preferiu ficar com a presidência da estatal - a empresa mais poderosa nas mãos do governo. Na configuração final, o ministério acabou nas mãos de Silveira, senador pelo PSD mineiro, mesmo partido do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco.

Desde o início, houve embates entre os dois pelos espaços de poder na companhia. Na divisão acertada no governo, Silveira ficou mais responsável pelos nomes do conselho de administração, e Prates, com a direção executiva, que toca o dia a dia da companhia. Isso não foi, porém, o suficiente para apaziguar as disputas, e a relação ficou muito distante da harmonia.

Veja a seguir quatro vezes em que essa disputa deixou os gabinetes e foi parar nas páginas dos jornais:

Silveira (E) e Prates mostraram divergências praticamente desde o início do governo  Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil

Paridade de importação

Em abril do ano passado, Silveira chamou o preço de paridade de importação (o PPI, política de reajuste de preços implantada no governo Temer) de “absurdo”, e disse que já havia determinado “mudanças”. O ministro também afirmou que haveria espaço para uma redução no diesel entre R$ 0,22 e R$ 0,25 por litro, caso fossem considerados os custos reais da empresa mais rentabilidade, em um “preço de competitividade interna”.

Apesar de concordar com a mudança no PPI, Prates se mantinha discreto sobre esse mudança (que aconteceria mais à frente) e aguardava a mudança no conselho de administração da empresa para começar a discutir o tema.

As declarações de Silveira motivaram uma carta do conselho de administração da estatal pedindo que Silveira formalizasse e apresentasse a aludida nova diretriz de preços e esclarecesse se isso já havia sido passado à direção da empresa.

Política para o gás natural

No meio de 2023, Silveira fez reiteradas críticas à política de reinjeção de gás em reservatórios de petróleo com o intuito de aumentar sua pressão interna e facilitar a produção de óleo. No dia 16 de junho, Silveira disse que Prates estava sendo “no mínimo negligente” com relação ao gás.

“Entre agradar o Jean Paul e cumprir o compromisso do governo com a sociedade brasileira, de gerar emprego e combater desigualdade, prefiro que ele feche a cara, mas que nós possamos lograr êxito na política pública”, disse o ministro, à época.

Alguns dias depois, Prates rebateu, também publicamente. “Não adianta só berrar pelo jornal, nem achar que um está rindo demais e outro está fazendo careta. Não adianta nem careta nem sorriso, adianta trabalhar junto e convergir”, disse, durante coletiva no BNDES ao lado do presidente do banco, Aloizio Mercadante. “Se não tem gás para todos os segmentos, vamos trabalhar o mix (de oferta de energia) em vez de criar polêmica onde não existe.”

Redução no preço dos combustíveis

Em novembro, Silveira cobrou Prates, em uma entrevista à GloboNews, por uma redução mais expressiva no preço dos combustíveis por conta da queda no preço internacional do petróleo. “Eu já esperava uma manifestação para que a Petrobras tivesse apresentado uma redução mais significativa dos preços. Hoje, no óleo diesel, vejo uma possibilidade real de redução entre 32 a 42 centavos e, na gasolina, entre 10 e 12 centavos”, afirmou Silveira.

Prates voltou a rebater: “Jamais o presidente Lula me pediu para baixar ou aumentar o preço de combustíveis. Volta e meia ele (Lula) me liga para saber como está o mercado de petróleo, mas pedir para baixar preço, nunca”, disse, ao ser questionado a respeito das declarações de Silveira.

Distribuição de dividendos extraordinários

No último mês de março, a Petrobras anunciou que iria reter dividendos extraordinários de mais de R$ 40 bilhões. O mercado esperava que esses dividendos fossem distribuídos, e isso provocou uma crise que levou à perda de R$ 50 bilhões em valor de mercado da estatal em apenas um dia. A decisão foi tomada pelo conselho de administração, no qual o governo tem maioria. Mas Prates, que defendia uma solução alternativa - reter metade dos dividendos e distribuir a outra metade -, se absteve de votar.

Silveira acusou Prates de ficar ao lado dos executivos da companhia, em vez de se posicionar junto com o governo. “Naturalmente, não vou falar pelo presidente Jean Paul Prates, mas naturalmente ele é o líder de uma diretoria executiva e o resultado já estava consolidado, então ele entendeu por bem, pelo que compreendi, estar junto com seus liderados na sugestão dada pela diretoria executiva, que o conselho entendeu que em um outro momento que não esse pode até ser a decisão que o conselho acompanhe”, disse. Em entrevista recente à Folha de S. Paulo, Silveira disse que se Prates tivesse votado junto com o governo na reunião do conselho de administração, em vez de se abster, “não teria havido barulho.”

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