PIB do 3º trimestre marca início da trajetória de desaceleração; leia análise


Essa puxada de freio não é surpresa para ninguém: o Brasil não está sozinho no mundo

Por Cláudia Moreno
Atualização:

O PIB do terceiro trimestre marca o início da trajetória de desaceleração econômica do País. Desde o último trimestre do ano passado, o Brasil vinha crescendo 1%, em média, na comparação trimestral. Agora, no terceiro trimestre de 2022, o avanço foi de apenas 0,4%, sinalizando que os ventos que sopraram a favor da atividade econômica começaram a mudar de lado.

Essa puxada de freio não é surpresa para ninguém. Afinal, o Brasil não está sozinho no mundo. Quando a economia mundial vai bem, a nossa tende a se beneficiar da maré positiva. Foi assim no primeiro semestre, quando a atividade foi impulsionada pelo crescimento global acima do previsto e pelo aumento dos preços das commodities e pela reabertura da economia.

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Mas quando as principais economias do mundo começam a desacelerar, fica mais difícil para o Brasil crescer. Nos Estados Unidos, a política monetária adotada pelo Fed (Federal Reserve) para conter a inflação já está esfriando a economia. Na Europa, a crise do gás traz um risco real de recessão para a região. E a China, que está às voltas com a crise deflagrada pelo enfrentamento da política de covid zero, também deve crescer menos.

Nenhum desses cenários traz bons ventos para o Brasil. O aumento dos juros americanos tende a depreciar o real à medida que fica mais atraente investir nos títulos dos EUA do que no de países emergentes. E o dólar mais alto acaba pressionando a inflação.

Um crescimento menor na Europa e na China também é ruim para o Brasil, pois as duas economias são importantes compradoras de commodities. Se a importação de commodities cai, o preço das matérias é prejudicado e o Brasil, por tabela, acaba sofrendo.

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PIB da indústria registrou avanço, assim como o dos serviços; setor agropecuário teve recuo Foto: Werther Santana / Estadão

Os efeitos positivos da reabertura da economia também já começaram a se esgotar. Além disso, o impacto da taxa Selic elevada começa a ser sentido mais fortemente a partir de agora. Ou seja, os motores que turbinaram a economia no primeiro semestre já não estão mais presentes.

Por isso, nossa previsão é de que o PIB do quarto trimestre tenha crescimento zero, podendo, inclusive, ficar negativo. É esse mesmo cenário de estagnação que prevemos para 2023.

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A receita para romper esse ciclo de baixo crescimento ou estagnação não é simples nem traz resultados no curto prazo. Ela passa pelo aumento da produtividade, que não cresce há praticamente dez anos no Brasil.

Para aumentar a produtividade é preciso investir na educação e qualificação da mão-de-obra dos brasileiros. Quanto mais uma economia consegue produzir com os mesmos recursos, mais produtiva ela é.

Outra medida que ajuda a produtividade é aumentar o capital que o país investe em máquinas, equipamentos e infraestrutura para escoar produção. Quanto mais o país investir, maior vai ser a nossa capacidade de produção.

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Existem outras medidas também que podem ser feitas em favor da produtividade, como simplificação do sistema tributário, redução da burocracia e maior abertura da economia para o comércio internacional.

Nenhuma dessas medidas se faz de um dia para outro. É um trabalho de construção que leva anos. Quanto mais avançarmos, mais rápido chegaremos lá. / Cláudia Moreno é economista do C6 Bank

O PIB do terceiro trimestre marca o início da trajetória de desaceleração econômica do País. Desde o último trimestre do ano passado, o Brasil vinha crescendo 1%, em média, na comparação trimestral. Agora, no terceiro trimestre de 2022, o avanço foi de apenas 0,4%, sinalizando que os ventos que sopraram a favor da atividade econômica começaram a mudar de lado.

Essa puxada de freio não é surpresa para ninguém. Afinal, o Brasil não está sozinho no mundo. Quando a economia mundial vai bem, a nossa tende a se beneficiar da maré positiva. Foi assim no primeiro semestre, quando a atividade foi impulsionada pelo crescimento global acima do previsto e pelo aumento dos preços das commodities e pela reabertura da economia.

Mas quando as principais economias do mundo começam a desacelerar, fica mais difícil para o Brasil crescer. Nos Estados Unidos, a política monetária adotada pelo Fed (Federal Reserve) para conter a inflação já está esfriando a economia. Na Europa, a crise do gás traz um risco real de recessão para a região. E a China, que está às voltas com a crise deflagrada pelo enfrentamento da política de covid zero, também deve crescer menos.

Nenhum desses cenários traz bons ventos para o Brasil. O aumento dos juros americanos tende a depreciar o real à medida que fica mais atraente investir nos títulos dos EUA do que no de países emergentes. E o dólar mais alto acaba pressionando a inflação.

Um crescimento menor na Europa e na China também é ruim para o Brasil, pois as duas economias são importantes compradoras de commodities. Se a importação de commodities cai, o preço das matérias é prejudicado e o Brasil, por tabela, acaba sofrendo.

PIB da indústria registrou avanço, assim como o dos serviços; setor agropecuário teve recuo Foto: Werther Santana / Estadão

Os efeitos positivos da reabertura da economia também já começaram a se esgotar. Além disso, o impacto da taxa Selic elevada começa a ser sentido mais fortemente a partir de agora. Ou seja, os motores que turbinaram a economia no primeiro semestre já não estão mais presentes.

Por isso, nossa previsão é de que o PIB do quarto trimestre tenha crescimento zero, podendo, inclusive, ficar negativo. É esse mesmo cenário de estagnação que prevemos para 2023.

A receita para romper esse ciclo de baixo crescimento ou estagnação não é simples nem traz resultados no curto prazo. Ela passa pelo aumento da produtividade, que não cresce há praticamente dez anos no Brasil.

Para aumentar a produtividade é preciso investir na educação e qualificação da mão-de-obra dos brasileiros. Quanto mais uma economia consegue produzir com os mesmos recursos, mais produtiva ela é.

Outra medida que ajuda a produtividade é aumentar o capital que o país investe em máquinas, equipamentos e infraestrutura para escoar produção. Quanto mais o país investir, maior vai ser a nossa capacidade de produção.

Existem outras medidas também que podem ser feitas em favor da produtividade, como simplificação do sistema tributário, redução da burocracia e maior abertura da economia para o comércio internacional.

Nenhuma dessas medidas se faz de um dia para outro. É um trabalho de construção que leva anos. Quanto mais avançarmos, mais rápido chegaremos lá. / Cláudia Moreno é economista do C6 Bank

O PIB do terceiro trimestre marca o início da trajetória de desaceleração econômica do País. Desde o último trimestre do ano passado, o Brasil vinha crescendo 1%, em média, na comparação trimestral. Agora, no terceiro trimestre de 2022, o avanço foi de apenas 0,4%, sinalizando que os ventos que sopraram a favor da atividade econômica começaram a mudar de lado.

Essa puxada de freio não é surpresa para ninguém. Afinal, o Brasil não está sozinho no mundo. Quando a economia mundial vai bem, a nossa tende a se beneficiar da maré positiva. Foi assim no primeiro semestre, quando a atividade foi impulsionada pelo crescimento global acima do previsto e pelo aumento dos preços das commodities e pela reabertura da economia.

Mas quando as principais economias do mundo começam a desacelerar, fica mais difícil para o Brasil crescer. Nos Estados Unidos, a política monetária adotada pelo Fed (Federal Reserve) para conter a inflação já está esfriando a economia. Na Europa, a crise do gás traz um risco real de recessão para a região. E a China, que está às voltas com a crise deflagrada pelo enfrentamento da política de covid zero, também deve crescer menos.

Nenhum desses cenários traz bons ventos para o Brasil. O aumento dos juros americanos tende a depreciar o real à medida que fica mais atraente investir nos títulos dos EUA do que no de países emergentes. E o dólar mais alto acaba pressionando a inflação.

Um crescimento menor na Europa e na China também é ruim para o Brasil, pois as duas economias são importantes compradoras de commodities. Se a importação de commodities cai, o preço das matérias é prejudicado e o Brasil, por tabela, acaba sofrendo.

PIB da indústria registrou avanço, assim como o dos serviços; setor agropecuário teve recuo Foto: Werther Santana / Estadão

Os efeitos positivos da reabertura da economia também já começaram a se esgotar. Além disso, o impacto da taxa Selic elevada começa a ser sentido mais fortemente a partir de agora. Ou seja, os motores que turbinaram a economia no primeiro semestre já não estão mais presentes.

Por isso, nossa previsão é de que o PIB do quarto trimestre tenha crescimento zero, podendo, inclusive, ficar negativo. É esse mesmo cenário de estagnação que prevemos para 2023.

A receita para romper esse ciclo de baixo crescimento ou estagnação não é simples nem traz resultados no curto prazo. Ela passa pelo aumento da produtividade, que não cresce há praticamente dez anos no Brasil.

Para aumentar a produtividade é preciso investir na educação e qualificação da mão-de-obra dos brasileiros. Quanto mais uma economia consegue produzir com os mesmos recursos, mais produtiva ela é.

Outra medida que ajuda a produtividade é aumentar o capital que o país investe em máquinas, equipamentos e infraestrutura para escoar produção. Quanto mais o país investir, maior vai ser a nossa capacidade de produção.

Existem outras medidas também que podem ser feitas em favor da produtividade, como simplificação do sistema tributário, redução da burocracia e maior abertura da economia para o comércio internacional.

Nenhuma dessas medidas se faz de um dia para outro. É um trabalho de construção que leva anos. Quanto mais avançarmos, mais rápido chegaremos lá. / Cláudia Moreno é economista do C6 Bank

O PIB do terceiro trimestre marca o início da trajetória de desaceleração econômica do País. Desde o último trimestre do ano passado, o Brasil vinha crescendo 1%, em média, na comparação trimestral. Agora, no terceiro trimestre de 2022, o avanço foi de apenas 0,4%, sinalizando que os ventos que sopraram a favor da atividade econômica começaram a mudar de lado.

Essa puxada de freio não é surpresa para ninguém. Afinal, o Brasil não está sozinho no mundo. Quando a economia mundial vai bem, a nossa tende a se beneficiar da maré positiva. Foi assim no primeiro semestre, quando a atividade foi impulsionada pelo crescimento global acima do previsto e pelo aumento dos preços das commodities e pela reabertura da economia.

Mas quando as principais economias do mundo começam a desacelerar, fica mais difícil para o Brasil crescer. Nos Estados Unidos, a política monetária adotada pelo Fed (Federal Reserve) para conter a inflação já está esfriando a economia. Na Europa, a crise do gás traz um risco real de recessão para a região. E a China, que está às voltas com a crise deflagrada pelo enfrentamento da política de covid zero, também deve crescer menos.

Nenhum desses cenários traz bons ventos para o Brasil. O aumento dos juros americanos tende a depreciar o real à medida que fica mais atraente investir nos títulos dos EUA do que no de países emergentes. E o dólar mais alto acaba pressionando a inflação.

Um crescimento menor na Europa e na China também é ruim para o Brasil, pois as duas economias são importantes compradoras de commodities. Se a importação de commodities cai, o preço das matérias é prejudicado e o Brasil, por tabela, acaba sofrendo.

PIB da indústria registrou avanço, assim como o dos serviços; setor agropecuário teve recuo Foto: Werther Santana / Estadão

Os efeitos positivos da reabertura da economia também já começaram a se esgotar. Além disso, o impacto da taxa Selic elevada começa a ser sentido mais fortemente a partir de agora. Ou seja, os motores que turbinaram a economia no primeiro semestre já não estão mais presentes.

Por isso, nossa previsão é de que o PIB do quarto trimestre tenha crescimento zero, podendo, inclusive, ficar negativo. É esse mesmo cenário de estagnação que prevemos para 2023.

A receita para romper esse ciclo de baixo crescimento ou estagnação não é simples nem traz resultados no curto prazo. Ela passa pelo aumento da produtividade, que não cresce há praticamente dez anos no Brasil.

Para aumentar a produtividade é preciso investir na educação e qualificação da mão-de-obra dos brasileiros. Quanto mais uma economia consegue produzir com os mesmos recursos, mais produtiva ela é.

Outra medida que ajuda a produtividade é aumentar o capital que o país investe em máquinas, equipamentos e infraestrutura para escoar produção. Quanto mais o país investir, maior vai ser a nossa capacidade de produção.

Existem outras medidas também que podem ser feitas em favor da produtividade, como simplificação do sistema tributário, redução da burocracia e maior abertura da economia para o comércio internacional.

Nenhuma dessas medidas se faz de um dia para outro. É um trabalho de construção que leva anos. Quanto mais avançarmos, mais rápido chegaremos lá. / Cláudia Moreno é economista do C6 Bank

O PIB do terceiro trimestre marca o início da trajetória de desaceleração econômica do País. Desde o último trimestre do ano passado, o Brasil vinha crescendo 1%, em média, na comparação trimestral. Agora, no terceiro trimestre de 2022, o avanço foi de apenas 0,4%, sinalizando que os ventos que sopraram a favor da atividade econômica começaram a mudar de lado.

Essa puxada de freio não é surpresa para ninguém. Afinal, o Brasil não está sozinho no mundo. Quando a economia mundial vai bem, a nossa tende a se beneficiar da maré positiva. Foi assim no primeiro semestre, quando a atividade foi impulsionada pelo crescimento global acima do previsto e pelo aumento dos preços das commodities e pela reabertura da economia.

Mas quando as principais economias do mundo começam a desacelerar, fica mais difícil para o Brasil crescer. Nos Estados Unidos, a política monetária adotada pelo Fed (Federal Reserve) para conter a inflação já está esfriando a economia. Na Europa, a crise do gás traz um risco real de recessão para a região. E a China, que está às voltas com a crise deflagrada pelo enfrentamento da política de covid zero, também deve crescer menos.

Nenhum desses cenários traz bons ventos para o Brasil. O aumento dos juros americanos tende a depreciar o real à medida que fica mais atraente investir nos títulos dos EUA do que no de países emergentes. E o dólar mais alto acaba pressionando a inflação.

Um crescimento menor na Europa e na China também é ruim para o Brasil, pois as duas economias são importantes compradoras de commodities. Se a importação de commodities cai, o preço das matérias é prejudicado e o Brasil, por tabela, acaba sofrendo.

PIB da indústria registrou avanço, assim como o dos serviços; setor agropecuário teve recuo Foto: Werther Santana / Estadão

Os efeitos positivos da reabertura da economia também já começaram a se esgotar. Além disso, o impacto da taxa Selic elevada começa a ser sentido mais fortemente a partir de agora. Ou seja, os motores que turbinaram a economia no primeiro semestre já não estão mais presentes.

Por isso, nossa previsão é de que o PIB do quarto trimestre tenha crescimento zero, podendo, inclusive, ficar negativo. É esse mesmo cenário de estagnação que prevemos para 2023.

A receita para romper esse ciclo de baixo crescimento ou estagnação não é simples nem traz resultados no curto prazo. Ela passa pelo aumento da produtividade, que não cresce há praticamente dez anos no Brasil.

Para aumentar a produtividade é preciso investir na educação e qualificação da mão-de-obra dos brasileiros. Quanto mais uma economia consegue produzir com os mesmos recursos, mais produtiva ela é.

Outra medida que ajuda a produtividade é aumentar o capital que o país investe em máquinas, equipamentos e infraestrutura para escoar produção. Quanto mais o país investir, maior vai ser a nossa capacidade de produção.

Existem outras medidas também que podem ser feitas em favor da produtividade, como simplificação do sistema tributário, redução da burocracia e maior abertura da economia para o comércio internacional.

Nenhuma dessas medidas se faz de um dia para outro. É um trabalho de construção que leva anos. Quanto mais avançarmos, mais rápido chegaremos lá. / Cláudia Moreno é economista do C6 Bank

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