PIB da América Latina perde impulso e inflação segue forte, avalia FMI


Avaliação é assinada por Ilan Goldfajn, economista e ex-presidente do Banco Central, que é o novo diretor do Fundo Monetário Internacional para o Hemisfério Ocidental

Por Gabriel Bueno da Costa

O Fundo Monetário Internacional (FMI) alerta que a recuperação econômica da América Latina perde fôlego e a inflação continua elevada, o que segundo o Fundo é uma evidência de que são necessárias reformas para apoiar o quadro regional. 

A avaliação está em um texto publicado nesta segunda-feira, 31, no blog do Fundo, que tem o ex-presidente do Banco Central brasileiro Ilan Goldfajn como um de seus signatários. "Os governos precisarão combinar a luta contra a inflação com políticas estruturais que reiniciem o crescimento", diz a análise.

Sede do Fundo Monetário Internacional, em Washington; bancos centrais dos países precisam ficar atentos às pressões de preços que vem se agravando. Foto: Yuri Gripas/ Reuters
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Desde janeiro, Goldfajn é diretor do Departamento do Hemisfério Ocidental do FMI. Ele assina o texto junto com Anna Ivanova, vice-chefe na divisão de estudos regionais do mesmo departamento, e de Jorge Roldos, diretor-assistente do mesmo departamento. 

O Fundo projeta que a América Latina e o Caribe cresçam 2,4% neste ano (em outubro projetava alta de 3,1%) e 2,6% em 2023. Apenas para o Brasil, as projeções são de avanço de crescimento de 0,3% e 1,6%, respectivamente.

A desaceleração ante o ano anterior era algo inevitável em 2022, com as economias retornando aos níveis pré-pandemia, diz o FMI. "Mas o rebaixamento reflete outros desafios, entre eles um crescimento menor da China e dos Estados Unidos, problemas continuados na oferta, condições monetárias e financeiras mais apertadas e o surgimento da variante Ômicron", afirma.

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O trio também destaca a inflação em alta no ano passado. "Em algumas das maiores economias na região (Brasil, Chile, Colômbia, México e Peru), os preços subiram 8,3% em 2021 - o maior salto em 15 anos e maior que em outros mercados emergentes", diz o FMI. 

Segundo ele, o núcleo dos preços, que exclui itens voláteis como alimentos e energia, também mostra força, "sugerindo que a inflação corre o risco de ficar de base mais disseminada, embora exista variação substancial entre as economias".

O FMI vê as expectativas de inflação "relativamente bem ancoradas", o que reflete confiança na política monetária para trazer os preços de volta às metas. "As expectativas de inflação no curto prazo, contudo, estão elevadas, o que sugere a necessidade de vigilância continuada e possivelmente mais ações dos bancos centrais em alguns países", ressalta. 

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Caso a inflação elevada ameace desancorar as expectativas, os bancos centrais terão de elevar mais os juros para sinalizar um compromisso continuado com as metas de inflação e uma comunicação transparente, afirmam Ilan e seus colegas.

O FMI ainda destaca a incerteza na evolução da pandemia como uma incerteza para a recuperação global e especificamente especificamente da América Latina e do Caribe. As pressões inflacionárias podem ainda requerer um aperto monetário mais rápido nos EUA e há potencial para mudança no sentimento de risco dos investidores. Além disso, as condições financeiras globais e domésticas mais "apertadas" também são riscos importantes à retomada, diz o Fundo. 

As autoridades de política monetária podem se preparar para um aperto monetário nos EUA ao estender o vencimento de dívidas públicas, reduzir em geral a necessidade de rolagem fiscal e limitar o avanço de descasamentos cambiais nos balanços do setor financeiro quando possível, recomenda ainda o Fundo.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) alerta que a recuperação econômica da América Latina perde fôlego e a inflação continua elevada, o que segundo o Fundo é uma evidência de que são necessárias reformas para apoiar o quadro regional. 

A avaliação está em um texto publicado nesta segunda-feira, 31, no blog do Fundo, que tem o ex-presidente do Banco Central brasileiro Ilan Goldfajn como um de seus signatários. "Os governos precisarão combinar a luta contra a inflação com políticas estruturais que reiniciem o crescimento", diz a análise.

Sede do Fundo Monetário Internacional, em Washington; bancos centrais dos países precisam ficar atentos às pressões de preços que vem se agravando. Foto: Yuri Gripas/ Reuters

Desde janeiro, Goldfajn é diretor do Departamento do Hemisfério Ocidental do FMI. Ele assina o texto junto com Anna Ivanova, vice-chefe na divisão de estudos regionais do mesmo departamento, e de Jorge Roldos, diretor-assistente do mesmo departamento. 

O Fundo projeta que a América Latina e o Caribe cresçam 2,4% neste ano (em outubro projetava alta de 3,1%) e 2,6% em 2023. Apenas para o Brasil, as projeções são de avanço de crescimento de 0,3% e 1,6%, respectivamente.

A desaceleração ante o ano anterior era algo inevitável em 2022, com as economias retornando aos níveis pré-pandemia, diz o FMI. "Mas o rebaixamento reflete outros desafios, entre eles um crescimento menor da China e dos Estados Unidos, problemas continuados na oferta, condições monetárias e financeiras mais apertadas e o surgimento da variante Ômicron", afirma.

O trio também destaca a inflação em alta no ano passado. "Em algumas das maiores economias na região (Brasil, Chile, Colômbia, México e Peru), os preços subiram 8,3% em 2021 - o maior salto em 15 anos e maior que em outros mercados emergentes", diz o FMI. 

Segundo ele, o núcleo dos preços, que exclui itens voláteis como alimentos e energia, também mostra força, "sugerindo que a inflação corre o risco de ficar de base mais disseminada, embora exista variação substancial entre as economias".

O FMI vê as expectativas de inflação "relativamente bem ancoradas", o que reflete confiança na política monetária para trazer os preços de volta às metas. "As expectativas de inflação no curto prazo, contudo, estão elevadas, o que sugere a necessidade de vigilância continuada e possivelmente mais ações dos bancos centrais em alguns países", ressalta. 

Caso a inflação elevada ameace desancorar as expectativas, os bancos centrais terão de elevar mais os juros para sinalizar um compromisso continuado com as metas de inflação e uma comunicação transparente, afirmam Ilan e seus colegas.

O FMI ainda destaca a incerteza na evolução da pandemia como uma incerteza para a recuperação global e especificamente especificamente da América Latina e do Caribe. As pressões inflacionárias podem ainda requerer um aperto monetário mais rápido nos EUA e há potencial para mudança no sentimento de risco dos investidores. Além disso, as condições financeiras globais e domésticas mais "apertadas" também são riscos importantes à retomada, diz o Fundo. 

As autoridades de política monetária podem se preparar para um aperto monetário nos EUA ao estender o vencimento de dívidas públicas, reduzir em geral a necessidade de rolagem fiscal e limitar o avanço de descasamentos cambiais nos balanços do setor financeiro quando possível, recomenda ainda o Fundo.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) alerta que a recuperação econômica da América Latina perde fôlego e a inflação continua elevada, o que segundo o Fundo é uma evidência de que são necessárias reformas para apoiar o quadro regional. 

A avaliação está em um texto publicado nesta segunda-feira, 31, no blog do Fundo, que tem o ex-presidente do Banco Central brasileiro Ilan Goldfajn como um de seus signatários. "Os governos precisarão combinar a luta contra a inflação com políticas estruturais que reiniciem o crescimento", diz a análise.

Sede do Fundo Monetário Internacional, em Washington; bancos centrais dos países precisam ficar atentos às pressões de preços que vem se agravando. Foto: Yuri Gripas/ Reuters

Desde janeiro, Goldfajn é diretor do Departamento do Hemisfério Ocidental do FMI. Ele assina o texto junto com Anna Ivanova, vice-chefe na divisão de estudos regionais do mesmo departamento, e de Jorge Roldos, diretor-assistente do mesmo departamento. 

O Fundo projeta que a América Latina e o Caribe cresçam 2,4% neste ano (em outubro projetava alta de 3,1%) e 2,6% em 2023. Apenas para o Brasil, as projeções são de avanço de crescimento de 0,3% e 1,6%, respectivamente.

A desaceleração ante o ano anterior era algo inevitável em 2022, com as economias retornando aos níveis pré-pandemia, diz o FMI. "Mas o rebaixamento reflete outros desafios, entre eles um crescimento menor da China e dos Estados Unidos, problemas continuados na oferta, condições monetárias e financeiras mais apertadas e o surgimento da variante Ômicron", afirma.

O trio também destaca a inflação em alta no ano passado. "Em algumas das maiores economias na região (Brasil, Chile, Colômbia, México e Peru), os preços subiram 8,3% em 2021 - o maior salto em 15 anos e maior que em outros mercados emergentes", diz o FMI. 

Segundo ele, o núcleo dos preços, que exclui itens voláteis como alimentos e energia, também mostra força, "sugerindo que a inflação corre o risco de ficar de base mais disseminada, embora exista variação substancial entre as economias".

O FMI vê as expectativas de inflação "relativamente bem ancoradas", o que reflete confiança na política monetária para trazer os preços de volta às metas. "As expectativas de inflação no curto prazo, contudo, estão elevadas, o que sugere a necessidade de vigilância continuada e possivelmente mais ações dos bancos centrais em alguns países", ressalta. 

Caso a inflação elevada ameace desancorar as expectativas, os bancos centrais terão de elevar mais os juros para sinalizar um compromisso continuado com as metas de inflação e uma comunicação transparente, afirmam Ilan e seus colegas.

O FMI ainda destaca a incerteza na evolução da pandemia como uma incerteza para a recuperação global e especificamente especificamente da América Latina e do Caribe. As pressões inflacionárias podem ainda requerer um aperto monetário mais rápido nos EUA e há potencial para mudança no sentimento de risco dos investidores. Além disso, as condições financeiras globais e domésticas mais "apertadas" também são riscos importantes à retomada, diz o Fundo. 

As autoridades de política monetária podem se preparar para um aperto monetário nos EUA ao estender o vencimento de dívidas públicas, reduzir em geral a necessidade de rolagem fiscal e limitar o avanço de descasamentos cambiais nos balanços do setor financeiro quando possível, recomenda ainda o Fundo.

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