Indicado para ser o ministro de Minas e Energia, o senador Alexandre Silveira (PSD-MG) afirmou nesta quinta-feira, 29, que “com certeza” haverá revisão do Preço de Paridade de Importação (PPI), adotado pela Petrobras a partir do governo Michel Temer, em 2016. “Com certeza. PPI tem de ser visto com olhos do novo governo”, respondeu Silveira a jornalistas. Durante sua campanha, o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou por diversas vezes a adoção do PPI.
O futuro ministro, contudo, evitou entrar em detalhes sobre as políticas que serão adotadas para a Petrobras. Ele também desconversou sobre a Eletrobras, ao ser questionado se o governo iria revisar o processo de privatização. “Essa política tanto da Eletrobras como Petrobras é discutida com Lula e será feita nos próximos dias”, disse.
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Questionado ainda se o governo Lula iria revisar a natureza de economia mista da Petrobras, respondeu que seria “cedo” para discutir o assunto. “É cedo para discutir a política da Petrobras. Ela é grande patrimônio dos brasileiros, e pela característica de Lula pelo povo brasileiro, Lula tratará Petrobras com o zelo que merece”, disse.
Em relação ao presidente da Petrobras, Silveira disse que o presidente Lula decidiu deixar a escolha de um nome para a empresa para um segundo momento. O nome mais cotado nos últimos dias é do senador Jean Paul Prates (PT-RN).
“Petrobras o presidente acabou de dizer que fica para segundo momento, inclusive por causa da Lei das Estatais. Essa discussão será feita com ele, com certeza, para escolher o melhor para o Brasil”, disse logo após ser anunciado como ministro.
Transição energética
Silveira disse que a pasta vai trabalhar para dar segurança e previsibilidade ao setor de energia, levando em conta o ambiente de transição energética, também com foco em proporcionar modicidade tarifária para o consumidor.
“Passamos por um momento de transição energética, temos de dar segurança e previsibilidade, planejamento, segurança de contratos, para trazer investimentos de fora e cada vez mais gerar competitividade salutar, saudável, para quem ganhe é consumidor, indústria, com geração de emprego”, respondeu o futuro ministro, para quem o Brasil irá se tornar “referência para o mundo” em transição energética.
Ele ainda destacou que a questão dos biocombustíveis é “fundamental” para o País, levando em conta a necessidade de reduzir a taxa de carbono no segmento. “Todo processo, com a complexidade que é compatibilizar transição de matriz para outra, tem de ser muito bem planejado. Temos que dar segurança e previsibilidade para os investidores”, disse.
Questionado ainda sobre a declaração do ministro de Minas e Energia do governo Bolsonaro, Adolfo Sachsida, de que haverá aumento dos combustíveis com o fim da desoneração, Silveira desconversou. “O ministro fala pelo atual governo até o dia 31 e, a partir do dia 1º, fala o novo governo”. “Nós temos diagnóstico muito bem feito da equipe de transição e agora, sob liderança do presidente Lula, nós vamos com certeza buscar caminhos inclusive para grandes demandas do setor energético”, respondeu ainda o futuro ministro.
“Vamos trabalhar muito, montar equipe, em ministério muito técnico, responsável pela transição energética, reindustrialização, trabalhar com muita dedicação”, disse.