Por que o preço do petróleo tem se mantido sob controle, mesmo com conflitos no Oriente Médio


Ataque do Irã a Israel no fim de semana não teve efeito nas cotações, como temia o mercado; ataque do Hamas a Israel, no ano passado, também teve efeito limitado nos preços

Por Beatriz Capirazi
Atualização:

Quando o grupo terrorista Hamas atacou Israel, em outubro do ano passado, houve uma expectativa de que os preços do petróleo poderiam disparar. Não foi o que aconteceu. Os preços até chegaram a subir na primeira semana, mas não foi a disparada que se poderia esperar - o barril do óleo tipo Brent, que estava cotado a cerca de US$ 85 o barril antes do ataque, chegou a tocar os US$ 90 nos dias posteriores, mas nada além disso. E terminou o ano em queda.

O mesmo tem sido visto agora. O ataque do Irã contra Israel no fim de semana provoca dúvidas e um certo temor sobre a cotação do petróleo, uma commodity ainda muito importante para toda a economia mundial. Mas, pelo menos no primeiro dia útil após o conflito, o que se vê é um mercado absolutamente normal - na verdade, a cotação do petróleo até opera em queda. Por volta das 15h (de Brasília), a cotação do óleo tipo Brent recuava 0,48%, com o barril vendido a US$ 90,02.

Por que isso tem ocorrido? Quando o Hamas atacou Israel, uma das explicações para o pouco efeito sobre os preços do petróleo era o fato de que nenhum deles era responsável por uma grande produção petrolífera, apesar da localização próxima a grandes produtores. Quando ficou claro que o conflito dificilmente se alastraria para os países vizinhos (principalmente a Arábia Saudita, maior produtor mundial), os temores de efeito nos preços arrefeceram.

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No caso atual, o impacto talvez pudesse ser maior, já que o Irã é um grande produtor. “Hoje o Irã é o terceiro maior produtor de petróleo da Opep-13, só fica atrás da Arábia Saudita e do Iraque. Ele é responsável por cerca de 3% de toda oferta mundial de petróleo”, diz Bruno Cordeiro, analista de mercado da consultoria StoneX.

Mas, segundo ele, os ataques a Israel já eram esperados, por conta da ofensiva israelense contra a embaixada iraniana na Síria. “Essa contraofensiva iraniana já havia sido notificada, inclusive pelo governo iraniano a alguns países vizinhos 72 horas antes. Então Israel já havia se preparado para esses ataques através do uso do domo de ferro”, diz o analista.

Especialistas apontam há o receito de que o país, terceiro maior produtor global de Petróleo, feche os fluxos do Estreito do Ormuz caso Israel reaja ao ataque  Foto: Marcos de Paula/AE
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Diante deste cenário, uma flutuação maior nos preços dos barris de petróleo, segundo ele, só seria vista se houvesse uma resposta de Israel ao ataque, o que o mercado descarta neste primeiro momento. “O mercado entende que há uma baixa probabilidade de contraofensiva israelense no curto prazo. Isso acaba reduzindo os ânimos dos agentes, reduzindo os receios ligados a um aumento dos conflitos ali na região e acaba gerando essa pressão as cotações”, explica.

“Essa crise no Oriente Médio aparentemente já passou do ponto mais alto. Imagina-se que essa crise caminha para a solução, principalmente pelo fato de os Estados Unidos não estar mais tão empolgado em apoiar Israel. Pelo contrário, os Estados Unidos têm recriminado Israel, fazendo com que a crise no Oriente Médio diminua”, diz Paulo Feldmann, professor de economia da Universidade de São Paulo (USP) e professor da FIA Business School.

Feldmann aponta que o fato de a Rússia e a China também não terem entrado na guerra da forma como se imaginava, além do fato de o Irã ter realizado um ataque “mais brando” são indicativos de que a guerra não deve ter uma escalada.

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“Em outras crises que ocorreram no passado não longínquo, cerca de dois, três anos atrás, o preço do petróleo, quando subiu, subiu por muito pouco tempo e ficou claro que era uma coisa bastante especulativa”, diz. “O preço do petróleo chegou no seu ponto máximo e não deve subir mais ainda, inclusive porque se visualiza o fim desse conflito no curto-médio prazo.”

O economista e investidor da Corano Capital, Bruno Corano, aponta que tanto no caso da guerra da Rússia contra a Ucrânia - quando a cotação do petróleo alcançou os US$ 130 - quanto neste, os preços do petróleo rapidamente se restabeleceram, porque os conflitos estão contidos em determinadas regiões, sem que nenhum deles tenha impactado diretamente a produção de petróleo.

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“Na Rússia, por exemplo, houve todo um cuidado para que os embargos atingissem toda a esfera econômica, exceto a liberdade de exportação de petróleo do país para o resto do mundo, pois uma eventual menor oferta geraria pressão nos preços”, diz.

Quando o grupo terrorista Hamas atacou Israel, em outubro do ano passado, houve uma expectativa de que os preços do petróleo poderiam disparar. Não foi o que aconteceu. Os preços até chegaram a subir na primeira semana, mas não foi a disparada que se poderia esperar - o barril do óleo tipo Brent, que estava cotado a cerca de US$ 85 o barril antes do ataque, chegou a tocar os US$ 90 nos dias posteriores, mas nada além disso. E terminou o ano em queda.

O mesmo tem sido visto agora. O ataque do Irã contra Israel no fim de semana provoca dúvidas e um certo temor sobre a cotação do petróleo, uma commodity ainda muito importante para toda a economia mundial. Mas, pelo menos no primeiro dia útil após o conflito, o que se vê é um mercado absolutamente normal - na verdade, a cotação do petróleo até opera em queda. Por volta das 15h (de Brasília), a cotação do óleo tipo Brent recuava 0,48%, com o barril vendido a US$ 90,02.

Por que isso tem ocorrido? Quando o Hamas atacou Israel, uma das explicações para o pouco efeito sobre os preços do petróleo era o fato de que nenhum deles era responsável por uma grande produção petrolífera, apesar da localização próxima a grandes produtores. Quando ficou claro que o conflito dificilmente se alastraria para os países vizinhos (principalmente a Arábia Saudita, maior produtor mundial), os temores de efeito nos preços arrefeceram.

No caso atual, o impacto talvez pudesse ser maior, já que o Irã é um grande produtor. “Hoje o Irã é o terceiro maior produtor de petróleo da Opep-13, só fica atrás da Arábia Saudita e do Iraque. Ele é responsável por cerca de 3% de toda oferta mundial de petróleo”, diz Bruno Cordeiro, analista de mercado da consultoria StoneX.

Mas, segundo ele, os ataques a Israel já eram esperados, por conta da ofensiva israelense contra a embaixada iraniana na Síria. “Essa contraofensiva iraniana já havia sido notificada, inclusive pelo governo iraniano a alguns países vizinhos 72 horas antes. Então Israel já havia se preparado para esses ataques através do uso do domo de ferro”, diz o analista.

Especialistas apontam há o receito de que o país, terceiro maior produtor global de Petróleo, feche os fluxos do Estreito do Ormuz caso Israel reaja ao ataque  Foto: Marcos de Paula/AE

Diante deste cenário, uma flutuação maior nos preços dos barris de petróleo, segundo ele, só seria vista se houvesse uma resposta de Israel ao ataque, o que o mercado descarta neste primeiro momento. “O mercado entende que há uma baixa probabilidade de contraofensiva israelense no curto prazo. Isso acaba reduzindo os ânimos dos agentes, reduzindo os receios ligados a um aumento dos conflitos ali na região e acaba gerando essa pressão as cotações”, explica.

“Essa crise no Oriente Médio aparentemente já passou do ponto mais alto. Imagina-se que essa crise caminha para a solução, principalmente pelo fato de os Estados Unidos não estar mais tão empolgado em apoiar Israel. Pelo contrário, os Estados Unidos têm recriminado Israel, fazendo com que a crise no Oriente Médio diminua”, diz Paulo Feldmann, professor de economia da Universidade de São Paulo (USP) e professor da FIA Business School.

Feldmann aponta que o fato de a Rússia e a China também não terem entrado na guerra da forma como se imaginava, além do fato de o Irã ter realizado um ataque “mais brando” são indicativos de que a guerra não deve ter uma escalada.

“Em outras crises que ocorreram no passado não longínquo, cerca de dois, três anos atrás, o preço do petróleo, quando subiu, subiu por muito pouco tempo e ficou claro que era uma coisa bastante especulativa”, diz. “O preço do petróleo chegou no seu ponto máximo e não deve subir mais ainda, inclusive porque se visualiza o fim desse conflito no curto-médio prazo.”

O economista e investidor da Corano Capital, Bruno Corano, aponta que tanto no caso da guerra da Rússia contra a Ucrânia - quando a cotação do petróleo alcançou os US$ 130 - quanto neste, os preços do petróleo rapidamente se restabeleceram, porque os conflitos estão contidos em determinadas regiões, sem que nenhum deles tenha impactado diretamente a produção de petróleo.

“Na Rússia, por exemplo, houve todo um cuidado para que os embargos atingissem toda a esfera econômica, exceto a liberdade de exportação de petróleo do país para o resto do mundo, pois uma eventual menor oferta geraria pressão nos preços”, diz.

Quando o grupo terrorista Hamas atacou Israel, em outubro do ano passado, houve uma expectativa de que os preços do petróleo poderiam disparar. Não foi o que aconteceu. Os preços até chegaram a subir na primeira semana, mas não foi a disparada que se poderia esperar - o barril do óleo tipo Brent, que estava cotado a cerca de US$ 85 o barril antes do ataque, chegou a tocar os US$ 90 nos dias posteriores, mas nada além disso. E terminou o ano em queda.

O mesmo tem sido visto agora. O ataque do Irã contra Israel no fim de semana provoca dúvidas e um certo temor sobre a cotação do petróleo, uma commodity ainda muito importante para toda a economia mundial. Mas, pelo menos no primeiro dia útil após o conflito, o que se vê é um mercado absolutamente normal - na verdade, a cotação do petróleo até opera em queda. Por volta das 15h (de Brasília), a cotação do óleo tipo Brent recuava 0,48%, com o barril vendido a US$ 90,02.

Por que isso tem ocorrido? Quando o Hamas atacou Israel, uma das explicações para o pouco efeito sobre os preços do petróleo era o fato de que nenhum deles era responsável por uma grande produção petrolífera, apesar da localização próxima a grandes produtores. Quando ficou claro que o conflito dificilmente se alastraria para os países vizinhos (principalmente a Arábia Saudita, maior produtor mundial), os temores de efeito nos preços arrefeceram.

No caso atual, o impacto talvez pudesse ser maior, já que o Irã é um grande produtor. “Hoje o Irã é o terceiro maior produtor de petróleo da Opep-13, só fica atrás da Arábia Saudita e do Iraque. Ele é responsável por cerca de 3% de toda oferta mundial de petróleo”, diz Bruno Cordeiro, analista de mercado da consultoria StoneX.

Mas, segundo ele, os ataques a Israel já eram esperados, por conta da ofensiva israelense contra a embaixada iraniana na Síria. “Essa contraofensiva iraniana já havia sido notificada, inclusive pelo governo iraniano a alguns países vizinhos 72 horas antes. Então Israel já havia se preparado para esses ataques através do uso do domo de ferro”, diz o analista.

Especialistas apontam há o receito de que o país, terceiro maior produtor global de Petróleo, feche os fluxos do Estreito do Ormuz caso Israel reaja ao ataque  Foto: Marcos de Paula/AE

Diante deste cenário, uma flutuação maior nos preços dos barris de petróleo, segundo ele, só seria vista se houvesse uma resposta de Israel ao ataque, o que o mercado descarta neste primeiro momento. “O mercado entende que há uma baixa probabilidade de contraofensiva israelense no curto prazo. Isso acaba reduzindo os ânimos dos agentes, reduzindo os receios ligados a um aumento dos conflitos ali na região e acaba gerando essa pressão as cotações”, explica.

“Essa crise no Oriente Médio aparentemente já passou do ponto mais alto. Imagina-se que essa crise caminha para a solução, principalmente pelo fato de os Estados Unidos não estar mais tão empolgado em apoiar Israel. Pelo contrário, os Estados Unidos têm recriminado Israel, fazendo com que a crise no Oriente Médio diminua”, diz Paulo Feldmann, professor de economia da Universidade de São Paulo (USP) e professor da FIA Business School.

Feldmann aponta que o fato de a Rússia e a China também não terem entrado na guerra da forma como se imaginava, além do fato de o Irã ter realizado um ataque “mais brando” são indicativos de que a guerra não deve ter uma escalada.

“Em outras crises que ocorreram no passado não longínquo, cerca de dois, três anos atrás, o preço do petróleo, quando subiu, subiu por muito pouco tempo e ficou claro que era uma coisa bastante especulativa”, diz. “O preço do petróleo chegou no seu ponto máximo e não deve subir mais ainda, inclusive porque se visualiza o fim desse conflito no curto-médio prazo.”

O economista e investidor da Corano Capital, Bruno Corano, aponta que tanto no caso da guerra da Rússia contra a Ucrânia - quando a cotação do petróleo alcançou os US$ 130 - quanto neste, os preços do petróleo rapidamente se restabeleceram, porque os conflitos estão contidos em determinadas regiões, sem que nenhum deles tenha impactado diretamente a produção de petróleo.

“Na Rússia, por exemplo, houve todo um cuidado para que os embargos atingissem toda a esfera econômica, exceto a liberdade de exportação de petróleo do país para o resto do mundo, pois uma eventual menor oferta geraria pressão nos preços”, diz.

Quando o grupo terrorista Hamas atacou Israel, em outubro do ano passado, houve uma expectativa de que os preços do petróleo poderiam disparar. Não foi o que aconteceu. Os preços até chegaram a subir na primeira semana, mas não foi a disparada que se poderia esperar - o barril do óleo tipo Brent, que estava cotado a cerca de US$ 85 o barril antes do ataque, chegou a tocar os US$ 90 nos dias posteriores, mas nada além disso. E terminou o ano em queda.

O mesmo tem sido visto agora. O ataque do Irã contra Israel no fim de semana provoca dúvidas e um certo temor sobre a cotação do petróleo, uma commodity ainda muito importante para toda a economia mundial. Mas, pelo menos no primeiro dia útil após o conflito, o que se vê é um mercado absolutamente normal - na verdade, a cotação do petróleo até opera em queda. Por volta das 15h (de Brasília), a cotação do óleo tipo Brent recuava 0,48%, com o barril vendido a US$ 90,02.

Por que isso tem ocorrido? Quando o Hamas atacou Israel, uma das explicações para o pouco efeito sobre os preços do petróleo era o fato de que nenhum deles era responsável por uma grande produção petrolífera, apesar da localização próxima a grandes produtores. Quando ficou claro que o conflito dificilmente se alastraria para os países vizinhos (principalmente a Arábia Saudita, maior produtor mundial), os temores de efeito nos preços arrefeceram.

No caso atual, o impacto talvez pudesse ser maior, já que o Irã é um grande produtor. “Hoje o Irã é o terceiro maior produtor de petróleo da Opep-13, só fica atrás da Arábia Saudita e do Iraque. Ele é responsável por cerca de 3% de toda oferta mundial de petróleo”, diz Bruno Cordeiro, analista de mercado da consultoria StoneX.

Mas, segundo ele, os ataques a Israel já eram esperados, por conta da ofensiva israelense contra a embaixada iraniana na Síria. “Essa contraofensiva iraniana já havia sido notificada, inclusive pelo governo iraniano a alguns países vizinhos 72 horas antes. Então Israel já havia se preparado para esses ataques através do uso do domo de ferro”, diz o analista.

Especialistas apontam há o receito de que o país, terceiro maior produtor global de Petróleo, feche os fluxos do Estreito do Ormuz caso Israel reaja ao ataque  Foto: Marcos de Paula/AE

Diante deste cenário, uma flutuação maior nos preços dos barris de petróleo, segundo ele, só seria vista se houvesse uma resposta de Israel ao ataque, o que o mercado descarta neste primeiro momento. “O mercado entende que há uma baixa probabilidade de contraofensiva israelense no curto prazo. Isso acaba reduzindo os ânimos dos agentes, reduzindo os receios ligados a um aumento dos conflitos ali na região e acaba gerando essa pressão as cotações”, explica.

“Essa crise no Oriente Médio aparentemente já passou do ponto mais alto. Imagina-se que essa crise caminha para a solução, principalmente pelo fato de os Estados Unidos não estar mais tão empolgado em apoiar Israel. Pelo contrário, os Estados Unidos têm recriminado Israel, fazendo com que a crise no Oriente Médio diminua”, diz Paulo Feldmann, professor de economia da Universidade de São Paulo (USP) e professor da FIA Business School.

Feldmann aponta que o fato de a Rússia e a China também não terem entrado na guerra da forma como se imaginava, além do fato de o Irã ter realizado um ataque “mais brando” são indicativos de que a guerra não deve ter uma escalada.

“Em outras crises que ocorreram no passado não longínquo, cerca de dois, três anos atrás, o preço do petróleo, quando subiu, subiu por muito pouco tempo e ficou claro que era uma coisa bastante especulativa”, diz. “O preço do petróleo chegou no seu ponto máximo e não deve subir mais ainda, inclusive porque se visualiza o fim desse conflito no curto-médio prazo.”

O economista e investidor da Corano Capital, Bruno Corano, aponta que tanto no caso da guerra da Rússia contra a Ucrânia - quando a cotação do petróleo alcançou os US$ 130 - quanto neste, os preços do petróleo rapidamente se restabeleceram, porque os conflitos estão contidos em determinadas regiões, sem que nenhum deles tenha impactado diretamente a produção de petróleo.

“Na Rússia, por exemplo, houve todo um cuidado para que os embargos atingissem toda a esfera econômica, exceto a liberdade de exportação de petróleo do país para o resto do mundo, pois uma eventual menor oferta geraria pressão nos preços”, diz.

Quando o grupo terrorista Hamas atacou Israel, em outubro do ano passado, houve uma expectativa de que os preços do petróleo poderiam disparar. Não foi o que aconteceu. Os preços até chegaram a subir na primeira semana, mas não foi a disparada que se poderia esperar - o barril do óleo tipo Brent, que estava cotado a cerca de US$ 85 o barril antes do ataque, chegou a tocar os US$ 90 nos dias posteriores, mas nada além disso. E terminou o ano em queda.

O mesmo tem sido visto agora. O ataque do Irã contra Israel no fim de semana provoca dúvidas e um certo temor sobre a cotação do petróleo, uma commodity ainda muito importante para toda a economia mundial. Mas, pelo menos no primeiro dia útil após o conflito, o que se vê é um mercado absolutamente normal - na verdade, a cotação do petróleo até opera em queda. Por volta das 15h (de Brasília), a cotação do óleo tipo Brent recuava 0,48%, com o barril vendido a US$ 90,02.

Por que isso tem ocorrido? Quando o Hamas atacou Israel, uma das explicações para o pouco efeito sobre os preços do petróleo era o fato de que nenhum deles era responsável por uma grande produção petrolífera, apesar da localização próxima a grandes produtores. Quando ficou claro que o conflito dificilmente se alastraria para os países vizinhos (principalmente a Arábia Saudita, maior produtor mundial), os temores de efeito nos preços arrefeceram.

No caso atual, o impacto talvez pudesse ser maior, já que o Irã é um grande produtor. “Hoje o Irã é o terceiro maior produtor de petróleo da Opep-13, só fica atrás da Arábia Saudita e do Iraque. Ele é responsável por cerca de 3% de toda oferta mundial de petróleo”, diz Bruno Cordeiro, analista de mercado da consultoria StoneX.

Mas, segundo ele, os ataques a Israel já eram esperados, por conta da ofensiva israelense contra a embaixada iraniana na Síria. “Essa contraofensiva iraniana já havia sido notificada, inclusive pelo governo iraniano a alguns países vizinhos 72 horas antes. Então Israel já havia se preparado para esses ataques através do uso do domo de ferro”, diz o analista.

Especialistas apontam há o receito de que o país, terceiro maior produtor global de Petróleo, feche os fluxos do Estreito do Ormuz caso Israel reaja ao ataque  Foto: Marcos de Paula/AE

Diante deste cenário, uma flutuação maior nos preços dos barris de petróleo, segundo ele, só seria vista se houvesse uma resposta de Israel ao ataque, o que o mercado descarta neste primeiro momento. “O mercado entende que há uma baixa probabilidade de contraofensiva israelense no curto prazo. Isso acaba reduzindo os ânimos dos agentes, reduzindo os receios ligados a um aumento dos conflitos ali na região e acaba gerando essa pressão as cotações”, explica.

“Essa crise no Oriente Médio aparentemente já passou do ponto mais alto. Imagina-se que essa crise caminha para a solução, principalmente pelo fato de os Estados Unidos não estar mais tão empolgado em apoiar Israel. Pelo contrário, os Estados Unidos têm recriminado Israel, fazendo com que a crise no Oriente Médio diminua”, diz Paulo Feldmann, professor de economia da Universidade de São Paulo (USP) e professor da FIA Business School.

Feldmann aponta que o fato de a Rússia e a China também não terem entrado na guerra da forma como se imaginava, além do fato de o Irã ter realizado um ataque “mais brando” são indicativos de que a guerra não deve ter uma escalada.

“Em outras crises que ocorreram no passado não longínquo, cerca de dois, três anos atrás, o preço do petróleo, quando subiu, subiu por muito pouco tempo e ficou claro que era uma coisa bastante especulativa”, diz. “O preço do petróleo chegou no seu ponto máximo e não deve subir mais ainda, inclusive porque se visualiza o fim desse conflito no curto-médio prazo.”

O economista e investidor da Corano Capital, Bruno Corano, aponta que tanto no caso da guerra da Rússia contra a Ucrânia - quando a cotação do petróleo alcançou os US$ 130 - quanto neste, os preços do petróleo rapidamente se restabeleceram, porque os conflitos estão contidos em determinadas regiões, sem que nenhum deles tenha impactado diretamente a produção de petróleo.

“Na Rússia, por exemplo, houve todo um cuidado para que os embargos atingissem toda a esfera econômica, exceto a liberdade de exportação de petróleo do país para o resto do mundo, pois uma eventual menor oferta geraria pressão nos preços”, diz.

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