Por que a Tupperware corre risco de falir? Entenda


Empresa que virou sinônimo de potes para armazenar alimentos tem ‘dúvida substancial’ se pode sobreviver

Por Emily Heil
Atualização:

THE WASHINGTON POST - Há algumas empresas cujas marcas se tornam sinônimos da categoria de produto que elas vendem. Entre eles estão gigantes como Xerox e Tupperware.

Hoje, 77 anos após a fundação da Tupperware, as famílias frequentemente se referem ao local da cozinha onde guardam os recipientes de plástico de comida como “a gaveta de Tupperware” – mesmo que seja possível que não haja nada ali com o nome da companhia. Tal cenário é em parte a razão por trás do recente anúncio da empresa de que estava à beira do fechamento, lutando para ver se poderia se manter à tona encontrando novos investidores, vendendo imóveis ou demitindo trabalhadores.

“A companhia concluiu que há dúvida substancial sobre sua capacidade de continuar como uma empresa próspera”, afirmou em comunicado na última sexta-feira, 7. A Tupperware não apresentou uma declaração de fim de ano à Securities and Exchange Commission (SEC), órgão regulador do mercado de capitais nos Estados Unidos, e, embora tenha mais seis meses para apresentá-la para evitar que suas ações sejam deslistadas, a empresa com sede em Orlando disse que não havia “nenhuma garantia” de que iria cumprir o prazo estendido.

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Analistas dizem que exatamente o que ajudou a tornar a Tupperware uma marca tão icônica também pode ter sido parte de sua queda: a festa da Tupperware. Essas reuniões, em que mulheres suburbanas demonstravam e vendiam tigelas e vasilhas para seus vizinhos, eram em parte ocasiões sociais e em parte revolução nos negócios. Brownie Wise, uma mãe solteira nos subúrbios de Detroit, é creditada com o conceito logo após o lançamento da Tupperware em 1946, começando como uma compradora e vendedora independente que recrutou outras mulheres para hospedar eventos em suas casas.

O fundador e inventor da Tupperware, Earl Silas Tupper, percebeu seu sucesso e tirou a Tupperware das prateleiras das lojas, como o jornalista Bob Kealing relatou em seu livro de 2016 “Life of the Party”. Tupper acabou promovendo Wise a gerente geral de vendas e adotou sua estratégia de vendas em casa, que oferecia às donas de casa uma rara chance de gerar renda própria.

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Mas, nos últimos anos, a Tupperware sofreu com esse modelo. No ano passado, finalmente começou a oferecer seus produtos diretamente aos consumidores nas prateleiras da Target, em uma tentativa de ganhar visibilidade. “Os clientes mais jovens, menos familiarizados com a venda direta, agora encontrarão nossa marca no varejo”, explicou o CEO Miguel Fernandez na época, segundo informações da imprensa. “Os clientes que já adoram as festas da Tupperware – sejam pessoalmente ou online – agora também poderão buscar suas opções favoritas de armazenamento de alimentos em uma loja próxima.” A Tupperware, cujos coroinhas que serviam canapés vendiam como indestrutível, estava sentindo o calor de concorrentes como Rubbermaid, Glad, Oxo e Ziploc.

Embora nem todos os consumidores possam ter se deparado cara a cara com os produtos, é quase certo que já ouviram falar da marca, que passou a ocupar um lugar invejável tanto no léxico - onde é um substituto para toda a categoria de recipientes plásticos de armazenamento de comida - e na cultura popular. Edith Bunker se preocupou em hospedar uma festa da Tupperware em um episódio de 1974 da série de TV “All in the Family”. E o pateta Kramer, na série “Seinfeld”, uma vez deu sobras a um morador de rua, mas o irritou quando voltou, tentando pegar seu pote de plástico de volta. “Com a Tupperware, você apenas assume!” Kramer reclamou.

Referências à marca surgem em representações mais contemporâneas da vida doméstica de meados do século: há uma trama em “The Marvelous Mrs. Maisel” em que a personagem título sem dinheiro vende Tupperware em uma festa com cores de ovos de Páscoa (a empresa fez parceria com o programa em um renascimento de sua tigela clássica “Wonderlier”). E a franquia American Horror Story colocou um episódio de 2014 em uma festa da Tupperware que acaba com os participantes mortos em uma piscina ensanguentada (uma moça da Avon também é decapitada na série).

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Nos últimos anos, a Tupperware sofreu com o modelo de vendas 'festa da Tupperware'.  Foto: Scott Olson/Getty Images via AFP

Tigelas e anúncios da Tupperware fazem parte da coleção do National Museum of American History (Museu Nacional da História Americana).

Mas mesmo um nome tão conhecido não garante o sucesso. A Tupperware havia reportado queda nas vendas no ano passado e agora enfrenta um processo de investidores que disseram que a empresa os enganou ao não divulgar “sérios problemas com controles internos” em declarações falsas.

THE WASHINGTON POST - Há algumas empresas cujas marcas se tornam sinônimos da categoria de produto que elas vendem. Entre eles estão gigantes como Xerox e Tupperware.

Hoje, 77 anos após a fundação da Tupperware, as famílias frequentemente se referem ao local da cozinha onde guardam os recipientes de plástico de comida como “a gaveta de Tupperware” – mesmo que seja possível que não haja nada ali com o nome da companhia. Tal cenário é em parte a razão por trás do recente anúncio da empresa de que estava à beira do fechamento, lutando para ver se poderia se manter à tona encontrando novos investidores, vendendo imóveis ou demitindo trabalhadores.

“A companhia concluiu que há dúvida substancial sobre sua capacidade de continuar como uma empresa próspera”, afirmou em comunicado na última sexta-feira, 7. A Tupperware não apresentou uma declaração de fim de ano à Securities and Exchange Commission (SEC), órgão regulador do mercado de capitais nos Estados Unidos, e, embora tenha mais seis meses para apresentá-la para evitar que suas ações sejam deslistadas, a empresa com sede em Orlando disse que não havia “nenhuma garantia” de que iria cumprir o prazo estendido.

Analistas dizem que exatamente o que ajudou a tornar a Tupperware uma marca tão icônica também pode ter sido parte de sua queda: a festa da Tupperware. Essas reuniões, em que mulheres suburbanas demonstravam e vendiam tigelas e vasilhas para seus vizinhos, eram em parte ocasiões sociais e em parte revolução nos negócios. Brownie Wise, uma mãe solteira nos subúrbios de Detroit, é creditada com o conceito logo após o lançamento da Tupperware em 1946, começando como uma compradora e vendedora independente que recrutou outras mulheres para hospedar eventos em suas casas.

O fundador e inventor da Tupperware, Earl Silas Tupper, percebeu seu sucesso e tirou a Tupperware das prateleiras das lojas, como o jornalista Bob Kealing relatou em seu livro de 2016 “Life of the Party”. Tupper acabou promovendo Wise a gerente geral de vendas e adotou sua estratégia de vendas em casa, que oferecia às donas de casa uma rara chance de gerar renda própria.

Mas, nos últimos anos, a Tupperware sofreu com esse modelo. No ano passado, finalmente começou a oferecer seus produtos diretamente aos consumidores nas prateleiras da Target, em uma tentativa de ganhar visibilidade. “Os clientes mais jovens, menos familiarizados com a venda direta, agora encontrarão nossa marca no varejo”, explicou o CEO Miguel Fernandez na época, segundo informações da imprensa. “Os clientes que já adoram as festas da Tupperware – sejam pessoalmente ou online – agora também poderão buscar suas opções favoritas de armazenamento de alimentos em uma loja próxima.” A Tupperware, cujos coroinhas que serviam canapés vendiam como indestrutível, estava sentindo o calor de concorrentes como Rubbermaid, Glad, Oxo e Ziploc.

Embora nem todos os consumidores possam ter se deparado cara a cara com os produtos, é quase certo que já ouviram falar da marca, que passou a ocupar um lugar invejável tanto no léxico - onde é um substituto para toda a categoria de recipientes plásticos de armazenamento de comida - e na cultura popular. Edith Bunker se preocupou em hospedar uma festa da Tupperware em um episódio de 1974 da série de TV “All in the Family”. E o pateta Kramer, na série “Seinfeld”, uma vez deu sobras a um morador de rua, mas o irritou quando voltou, tentando pegar seu pote de plástico de volta. “Com a Tupperware, você apenas assume!” Kramer reclamou.

Referências à marca surgem em representações mais contemporâneas da vida doméstica de meados do século: há uma trama em “The Marvelous Mrs. Maisel” em que a personagem título sem dinheiro vende Tupperware em uma festa com cores de ovos de Páscoa (a empresa fez parceria com o programa em um renascimento de sua tigela clássica “Wonderlier”). E a franquia American Horror Story colocou um episódio de 2014 em uma festa da Tupperware que acaba com os participantes mortos em uma piscina ensanguentada (uma moça da Avon também é decapitada na série).

Nos últimos anos, a Tupperware sofreu com o modelo de vendas 'festa da Tupperware'.  Foto: Scott Olson/Getty Images via AFP

Tigelas e anúncios da Tupperware fazem parte da coleção do National Museum of American History (Museu Nacional da História Americana).

Mas mesmo um nome tão conhecido não garante o sucesso. A Tupperware havia reportado queda nas vendas no ano passado e agora enfrenta um processo de investidores que disseram que a empresa os enganou ao não divulgar “sérios problemas com controles internos” em declarações falsas.

THE WASHINGTON POST - Há algumas empresas cujas marcas se tornam sinônimos da categoria de produto que elas vendem. Entre eles estão gigantes como Xerox e Tupperware.

Hoje, 77 anos após a fundação da Tupperware, as famílias frequentemente se referem ao local da cozinha onde guardam os recipientes de plástico de comida como “a gaveta de Tupperware” – mesmo que seja possível que não haja nada ali com o nome da companhia. Tal cenário é em parte a razão por trás do recente anúncio da empresa de que estava à beira do fechamento, lutando para ver se poderia se manter à tona encontrando novos investidores, vendendo imóveis ou demitindo trabalhadores.

“A companhia concluiu que há dúvida substancial sobre sua capacidade de continuar como uma empresa próspera”, afirmou em comunicado na última sexta-feira, 7. A Tupperware não apresentou uma declaração de fim de ano à Securities and Exchange Commission (SEC), órgão regulador do mercado de capitais nos Estados Unidos, e, embora tenha mais seis meses para apresentá-la para evitar que suas ações sejam deslistadas, a empresa com sede em Orlando disse que não havia “nenhuma garantia” de que iria cumprir o prazo estendido.

Analistas dizem que exatamente o que ajudou a tornar a Tupperware uma marca tão icônica também pode ter sido parte de sua queda: a festa da Tupperware. Essas reuniões, em que mulheres suburbanas demonstravam e vendiam tigelas e vasilhas para seus vizinhos, eram em parte ocasiões sociais e em parte revolução nos negócios. Brownie Wise, uma mãe solteira nos subúrbios de Detroit, é creditada com o conceito logo após o lançamento da Tupperware em 1946, começando como uma compradora e vendedora independente que recrutou outras mulheres para hospedar eventos em suas casas.

O fundador e inventor da Tupperware, Earl Silas Tupper, percebeu seu sucesso e tirou a Tupperware das prateleiras das lojas, como o jornalista Bob Kealing relatou em seu livro de 2016 “Life of the Party”. Tupper acabou promovendo Wise a gerente geral de vendas e adotou sua estratégia de vendas em casa, que oferecia às donas de casa uma rara chance de gerar renda própria.

Mas, nos últimos anos, a Tupperware sofreu com esse modelo. No ano passado, finalmente começou a oferecer seus produtos diretamente aos consumidores nas prateleiras da Target, em uma tentativa de ganhar visibilidade. “Os clientes mais jovens, menos familiarizados com a venda direta, agora encontrarão nossa marca no varejo”, explicou o CEO Miguel Fernandez na época, segundo informações da imprensa. “Os clientes que já adoram as festas da Tupperware – sejam pessoalmente ou online – agora também poderão buscar suas opções favoritas de armazenamento de alimentos em uma loja próxima.” A Tupperware, cujos coroinhas que serviam canapés vendiam como indestrutível, estava sentindo o calor de concorrentes como Rubbermaid, Glad, Oxo e Ziploc.

Embora nem todos os consumidores possam ter se deparado cara a cara com os produtos, é quase certo que já ouviram falar da marca, que passou a ocupar um lugar invejável tanto no léxico - onde é um substituto para toda a categoria de recipientes plásticos de armazenamento de comida - e na cultura popular. Edith Bunker se preocupou em hospedar uma festa da Tupperware em um episódio de 1974 da série de TV “All in the Family”. E o pateta Kramer, na série “Seinfeld”, uma vez deu sobras a um morador de rua, mas o irritou quando voltou, tentando pegar seu pote de plástico de volta. “Com a Tupperware, você apenas assume!” Kramer reclamou.

Referências à marca surgem em representações mais contemporâneas da vida doméstica de meados do século: há uma trama em “The Marvelous Mrs. Maisel” em que a personagem título sem dinheiro vende Tupperware em uma festa com cores de ovos de Páscoa (a empresa fez parceria com o programa em um renascimento de sua tigela clássica “Wonderlier”). E a franquia American Horror Story colocou um episódio de 2014 em uma festa da Tupperware que acaba com os participantes mortos em uma piscina ensanguentada (uma moça da Avon também é decapitada na série).

Nos últimos anos, a Tupperware sofreu com o modelo de vendas 'festa da Tupperware'.  Foto: Scott Olson/Getty Images via AFP

Tigelas e anúncios da Tupperware fazem parte da coleção do National Museum of American History (Museu Nacional da História Americana).

Mas mesmo um nome tão conhecido não garante o sucesso. A Tupperware havia reportado queda nas vendas no ano passado e agora enfrenta um processo de investidores que disseram que a empresa os enganou ao não divulgar “sérios problemas com controles internos” em declarações falsas.

THE WASHINGTON POST - Há algumas empresas cujas marcas se tornam sinônimos da categoria de produto que elas vendem. Entre eles estão gigantes como Xerox e Tupperware.

Hoje, 77 anos após a fundação da Tupperware, as famílias frequentemente se referem ao local da cozinha onde guardam os recipientes de plástico de comida como “a gaveta de Tupperware” – mesmo que seja possível que não haja nada ali com o nome da companhia. Tal cenário é em parte a razão por trás do recente anúncio da empresa de que estava à beira do fechamento, lutando para ver se poderia se manter à tona encontrando novos investidores, vendendo imóveis ou demitindo trabalhadores.

“A companhia concluiu que há dúvida substancial sobre sua capacidade de continuar como uma empresa próspera”, afirmou em comunicado na última sexta-feira, 7. A Tupperware não apresentou uma declaração de fim de ano à Securities and Exchange Commission (SEC), órgão regulador do mercado de capitais nos Estados Unidos, e, embora tenha mais seis meses para apresentá-la para evitar que suas ações sejam deslistadas, a empresa com sede em Orlando disse que não havia “nenhuma garantia” de que iria cumprir o prazo estendido.

Analistas dizem que exatamente o que ajudou a tornar a Tupperware uma marca tão icônica também pode ter sido parte de sua queda: a festa da Tupperware. Essas reuniões, em que mulheres suburbanas demonstravam e vendiam tigelas e vasilhas para seus vizinhos, eram em parte ocasiões sociais e em parte revolução nos negócios. Brownie Wise, uma mãe solteira nos subúrbios de Detroit, é creditada com o conceito logo após o lançamento da Tupperware em 1946, começando como uma compradora e vendedora independente que recrutou outras mulheres para hospedar eventos em suas casas.

O fundador e inventor da Tupperware, Earl Silas Tupper, percebeu seu sucesso e tirou a Tupperware das prateleiras das lojas, como o jornalista Bob Kealing relatou em seu livro de 2016 “Life of the Party”. Tupper acabou promovendo Wise a gerente geral de vendas e adotou sua estratégia de vendas em casa, que oferecia às donas de casa uma rara chance de gerar renda própria.

Mas, nos últimos anos, a Tupperware sofreu com esse modelo. No ano passado, finalmente começou a oferecer seus produtos diretamente aos consumidores nas prateleiras da Target, em uma tentativa de ganhar visibilidade. “Os clientes mais jovens, menos familiarizados com a venda direta, agora encontrarão nossa marca no varejo”, explicou o CEO Miguel Fernandez na época, segundo informações da imprensa. “Os clientes que já adoram as festas da Tupperware – sejam pessoalmente ou online – agora também poderão buscar suas opções favoritas de armazenamento de alimentos em uma loja próxima.” A Tupperware, cujos coroinhas que serviam canapés vendiam como indestrutível, estava sentindo o calor de concorrentes como Rubbermaid, Glad, Oxo e Ziploc.

Embora nem todos os consumidores possam ter se deparado cara a cara com os produtos, é quase certo que já ouviram falar da marca, que passou a ocupar um lugar invejável tanto no léxico - onde é um substituto para toda a categoria de recipientes plásticos de armazenamento de comida - e na cultura popular. Edith Bunker se preocupou em hospedar uma festa da Tupperware em um episódio de 1974 da série de TV “All in the Family”. E o pateta Kramer, na série “Seinfeld”, uma vez deu sobras a um morador de rua, mas o irritou quando voltou, tentando pegar seu pote de plástico de volta. “Com a Tupperware, você apenas assume!” Kramer reclamou.

Referências à marca surgem em representações mais contemporâneas da vida doméstica de meados do século: há uma trama em “The Marvelous Mrs. Maisel” em que a personagem título sem dinheiro vende Tupperware em uma festa com cores de ovos de Páscoa (a empresa fez parceria com o programa em um renascimento de sua tigela clássica “Wonderlier”). E a franquia American Horror Story colocou um episódio de 2014 em uma festa da Tupperware que acaba com os participantes mortos em uma piscina ensanguentada (uma moça da Avon também é decapitada na série).

Nos últimos anos, a Tupperware sofreu com o modelo de vendas 'festa da Tupperware'.  Foto: Scott Olson/Getty Images via AFP

Tigelas e anúncios da Tupperware fazem parte da coleção do National Museum of American History (Museu Nacional da História Americana).

Mas mesmo um nome tão conhecido não garante o sucesso. A Tupperware havia reportado queda nas vendas no ano passado e agora enfrenta um processo de investidores que disseram que a empresa os enganou ao não divulgar “sérios problemas com controles internos” em declarações falsas.

THE WASHINGTON POST - Há algumas empresas cujas marcas se tornam sinônimos da categoria de produto que elas vendem. Entre eles estão gigantes como Xerox e Tupperware.

Hoje, 77 anos após a fundação da Tupperware, as famílias frequentemente se referem ao local da cozinha onde guardam os recipientes de plástico de comida como “a gaveta de Tupperware” – mesmo que seja possível que não haja nada ali com o nome da companhia. Tal cenário é em parte a razão por trás do recente anúncio da empresa de que estava à beira do fechamento, lutando para ver se poderia se manter à tona encontrando novos investidores, vendendo imóveis ou demitindo trabalhadores.

“A companhia concluiu que há dúvida substancial sobre sua capacidade de continuar como uma empresa próspera”, afirmou em comunicado na última sexta-feira, 7. A Tupperware não apresentou uma declaração de fim de ano à Securities and Exchange Commission (SEC), órgão regulador do mercado de capitais nos Estados Unidos, e, embora tenha mais seis meses para apresentá-la para evitar que suas ações sejam deslistadas, a empresa com sede em Orlando disse que não havia “nenhuma garantia” de que iria cumprir o prazo estendido.

Analistas dizem que exatamente o que ajudou a tornar a Tupperware uma marca tão icônica também pode ter sido parte de sua queda: a festa da Tupperware. Essas reuniões, em que mulheres suburbanas demonstravam e vendiam tigelas e vasilhas para seus vizinhos, eram em parte ocasiões sociais e em parte revolução nos negócios. Brownie Wise, uma mãe solteira nos subúrbios de Detroit, é creditada com o conceito logo após o lançamento da Tupperware em 1946, começando como uma compradora e vendedora independente que recrutou outras mulheres para hospedar eventos em suas casas.

O fundador e inventor da Tupperware, Earl Silas Tupper, percebeu seu sucesso e tirou a Tupperware das prateleiras das lojas, como o jornalista Bob Kealing relatou em seu livro de 2016 “Life of the Party”. Tupper acabou promovendo Wise a gerente geral de vendas e adotou sua estratégia de vendas em casa, que oferecia às donas de casa uma rara chance de gerar renda própria.

Mas, nos últimos anos, a Tupperware sofreu com esse modelo. No ano passado, finalmente começou a oferecer seus produtos diretamente aos consumidores nas prateleiras da Target, em uma tentativa de ganhar visibilidade. “Os clientes mais jovens, menos familiarizados com a venda direta, agora encontrarão nossa marca no varejo”, explicou o CEO Miguel Fernandez na época, segundo informações da imprensa. “Os clientes que já adoram as festas da Tupperware – sejam pessoalmente ou online – agora também poderão buscar suas opções favoritas de armazenamento de alimentos em uma loja próxima.” A Tupperware, cujos coroinhas que serviam canapés vendiam como indestrutível, estava sentindo o calor de concorrentes como Rubbermaid, Glad, Oxo e Ziploc.

Embora nem todos os consumidores possam ter se deparado cara a cara com os produtos, é quase certo que já ouviram falar da marca, que passou a ocupar um lugar invejável tanto no léxico - onde é um substituto para toda a categoria de recipientes plásticos de armazenamento de comida - e na cultura popular. Edith Bunker se preocupou em hospedar uma festa da Tupperware em um episódio de 1974 da série de TV “All in the Family”. E o pateta Kramer, na série “Seinfeld”, uma vez deu sobras a um morador de rua, mas o irritou quando voltou, tentando pegar seu pote de plástico de volta. “Com a Tupperware, você apenas assume!” Kramer reclamou.

Referências à marca surgem em representações mais contemporâneas da vida doméstica de meados do século: há uma trama em “The Marvelous Mrs. Maisel” em que a personagem título sem dinheiro vende Tupperware em uma festa com cores de ovos de Páscoa (a empresa fez parceria com o programa em um renascimento de sua tigela clássica “Wonderlier”). E a franquia American Horror Story colocou um episódio de 2014 em uma festa da Tupperware que acaba com os participantes mortos em uma piscina ensanguentada (uma moça da Avon também é decapitada na série).

Nos últimos anos, a Tupperware sofreu com o modelo de vendas 'festa da Tupperware'.  Foto: Scott Olson/Getty Images via AFP

Tigelas e anúncios da Tupperware fazem parte da coleção do National Museum of American History (Museu Nacional da História Americana).

Mas mesmo um nome tão conhecido não garante o sucesso. A Tupperware havia reportado queda nas vendas no ano passado e agora enfrenta um processo de investidores que disseram que a empresa os enganou ao não divulgar “sérios problemas com controles internos” em declarações falsas.

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