Entre domingo e segunda-feira, dias 19 e 20, a Porto Seguro registrou 1.117 chamados de clientes de seguro automotivo no litoral Norte de São Paulo, que registrou no fim de semana o maior volume de chuvas da história do País. O fluxo de chamados dá uma dimensão do temporal: mesmo em um fim de semana de carnaval, o volume normal equivaleria a cerca de 20% do registrado nesses dois dias.
Os números devem crescer porque o acesso a algumas das regiões mais afetadas só começou a ser liberado nesta quarta-feira. “No caso de Juquehy (praia da cidade de São Sebastião), só conseguimos acessar hoje pela manhã”, disse ao Broadcast o diretor de Sinistros e Assistência da Porto, Marcelo Sebastião. Segundo ele, a maior parte dos clientes é de turistas que passavam o carnaval na região.
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As cidades do litoral Norte foram afetadas por um volume anormal de chuvas no fim de semana: foram 682 milímetros de chuva em Bertioga e 626 em São Sebastião entre sábado e domingo. Até agora, foram confirmadas 48 mortes em decorrência das chuvas, que causaram deslizamentos em diferentes pontos.
Sebastião afirmou que a seguradora usualmente opera com reforços no litoral paulista na alta temporada, que se inicia em meados de novembro e vai até duas semanas depois do carnaval. Nesta semana, porém, a gravidade das chuvas fez com que a companhia enviasse mais veículos de remoção à região já no domingo, deslocando frotas tanto da capital quanto de outras regiões do Estado.
“No litoral Norte, eu diria que há muitos anos não vemos uma situação parecida”, comentou ele. “Essa carga que veio agora é a maior da história vista no litoral.” De acordo com especialistas, fatores como o aquecimento global e o aumento da ocupação de morros e encostas na região nas últimas décadas ajudaram a potencializar o efeito das chuvas nas cidades da região.
O executivo da Porto afirmou que de 10% a 15% dos veículos atendidos até agora foram totalmente alagados, o que gerou perda total. Outros 45% devem ter perdas parciais, e a expectativa da seguradora é a de encaminhá-los ao reparo nas próximas semanas. Tudo isso enquanto o resgate chega às áreas mais atingidas, e a chuva continua na região.
Em seguros de vida e residência, Sebastião disse que ainda não houve um aumento dos acionamentos. No residencial, não há cobertura contra enchentes, mas algumas das assistências a ele associadas podem ser mais demandadas nas próximas semanas, como as de consertos a danos elétricos.