BRASÍLIA - Os saques da caderneta de poupança superaram os depósitos em R$ 11,006 bilhões em outubro. É o maior saque líquido para o período da série histórica do Banco Central, iniciada em 1995.
Em outubro do ano passado, o saldo negativo foi de R$ 7,430 bilhões. Já em setembro, as saídas da caderneta superaram as entradas em R$ 5,902 bilhões.
Em um cenário de endividamento recorde, juros em dois dígitos e renda comprimida, o ano de 2022 tem sido de saques volumosos na poupança. No acumulado até outubro, o saldo negativo é de R$ 102,077 bilhões, quase o dobro da retirada registrada em todo ano de 2015 – que, até hoje, é o pior resultado anual da série histórica (-R$ 53,567 bilhões).
Em 2022, somente em maio houve depósitos líquidos, de R$ 3,514 bilhões, enquanto os dois meses mais negativos da história aconteceram este ano: agosto (-R$ 22,015 bilhões) e janeiro (-R$ 19,665 bilhões).
Em outubro, foram colocados na poupança R$ 302,054 bilhões, enquanto R$ 313,061 bilhões foram retirados. Considerando o rendimento de R$ 6,286 bilhões, o saldo total da caderneta somou R$ 987,712 bilhões no fim do décimo mês, em queda livre desde julho. No final de setembro, o saldo era de R$ 992,437 bilhões.
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Em 2021, a caderneta de poupança teve o terceiro pior desempenho anual da história, com retiradas líquidas de R$ 35,497 bilhões, após registrar recorde em 2020 (R$ 166,310 bilhões), em meio ao auxílio emergencial e à maior tendência das famílias de guardarem dinheiro no início da pandemia de covid-19.
Atualmente, com a taxa Selic a 13,75% ao ano, a poupança é remunerada pela taxa referencial (TR), atualmente em 0,1511% ao mês (1,83% ao ano), mais uma taxa fixa de 0,5% ao mês (6,17% ao ano). Quando a Selic está abaixo de 8,5%, a atualização é feita com TR mais 70% da taxa básica de juros.