Prates ganha fôlego na Petrobras com apoio do Senado e solução para dividendos


Líderes de partidos da base aliada fizeram chegar a Pacheco que a saída do executivo desagradaria ao Senado; Jaques Wagner afirma que solução para dividendos ajudou

Por Mariana Carneiro e Daniel Weterman

BRASÍLIA - O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, recebeu nos últimos dias importantes apoios que explicam por que ele ganhou fôlego no cargo após ser considerado demissionário na semana passada. Senadores, políticos do PT e até o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, entraram em campo em sua defesa.

O Estadão apurou que, na reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na última segunda-feira, 8, Haddad defendeu a permanência de Prates no cargo e disse que seria um erro demiti-lo. Procurados, Haddad, Prates e Petrobras não comentaram.

O mercado reagiu mal à possibilidade de troca por Aloizio Mercadante, e parte do Congresso avaliou negativamente o avanço de Alexandre Silveira, ministro de Minas e Energia, sobre a Petrobras.

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A investida motivou líderes do Senado a procurarem o presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), considerado o padrinho político de Silveira e a quem se atribui a indicação dele ao ministério, para que intercedesse.

Alegaram que a fritura a que Prates vem sendo submetido desagrada aos colegas, uma vez que ele também foi senador, e que ele é vítima de disputas que existem dentro do governo e que não dizem respeito à Petrobras.

Referem-se à rivalidade entre Haddad e a Casa Civil de Rui Costa, agora aliado de Silveira, e que era necessário reduzir a pressão. Segundo o relato de um desses líderes, Pacheco ouviu que a queda de Prates não seria aceita na Casa.

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18.01.2024 - Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva e o Presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, durante Cerimônia de Retomada das Obras da Refinaria Abreu e Lima. Ipojuca - PE. Foto: Ricardo Stuckert / PR Foto: Ricardo Stuckert/PR

O presidente da Petrobras amealhou nos últimos dias apoio de senadores do PT, PSD, PSB, MDB e União Brasil. Um dos elementos que usou em sua defesa foi uma lista de entregas feitas durante sua gestão, a mesma revelada pelo Estadão mais cedo, em que Prates enumera pontos como a valorização das ações da empresa na Bolsa, a encomenda para a construção de novos navios em estaleiros brasileiros e o fim da política de paridade de preços dos combustíveis.

Pacheco foi o responsável por levar a mensagem a Silveira, que desde o início da semana mudou o tom em conversas reservadas e também em público. Em vez de críticas a Prates, passou a falar em mudanças desejadas na gestão dele na Petrobras e em “divergências pontuais”. Em entrevista nesta terça-feira, 9, Silveira falou em paz com a direção da estatal.

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“Que a Petrobras tenha um pouco de paz para poder continuar ganhando valor de mercado, aumentando seu potencial para gerar emprego, renda, cumprir plano de investimento”, disse.

Políticos do PT afirmam, sob reserva, que os movimentos recentes de Prates e o apoio que ele reuniu chegaram a Lula, e que a troca perdeu força. A decisão cabe a Lula, ressaltam eles, esquivando-se de prever por quanto tempo durará a calmaria. Uma ala mais crítica a Prates crê que haverá novo embate em breve e que, por isso, é insustentável a sua permanência no cargo. Já os que apoiam o presidente da estatal dentro do partido preveem um armistício, uma vez que o árbitro agora é o próprio Lula.

Líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA) afirma que a solução para o pagamento dos dividendos extraordinários teve papel relevante para a redução da fritura. O governo, segundo ele, foi convencido de que pode remunerar os investidores sem que isso prejudique o plano de investimentos da estatal. O argumento é defendido por Prates para efetuar a distribuição dos dividendos.

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“Acalmou porque se aclarou a briga que teve por causa do dividendo. A tendência hoje é pagar os dividendos extraordinários antes do que se previa. O dinheiro não iria para investimento e é óbvio que interessa para o próprio governo, que fica com uma parte”, afirmou Wagner, indicando que o valor total será pago.

“Prates está fazendo tudo dentro do script, da normalidade de uma empresa de capital aberto”, disse o senador Rogério Carvalho (PT-SE). “O pagamento de dividendos não atrapalha o plano de investimentos. A empresa está dando tanto resultado que pode produzir e distribuir dividendos”.

Apesar da rivalidade pública, aliados de Silveira dizem não ver como uma derrota para o ministro a sobrevida de Prates e falam em “empate” após o chumbo trocado em público e nos bastidores. Uma demissão do ministro é considerada improvável, uma vez que isso poderia abrir uma crise com Pacheco e, por consequência, com Davi Alcolumbre (União-AP), favorito para sucedê-lo na presidência do Senado.

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Para parte do PT, por sua vez, Silveira tenta avançar sobre um território do partido e, por isso, deve ser repelido. Na formação da diretoria da Petrobras e em escolhas para cargos estratégicos, Prates acolheu indicados do partido e de aliados, e uma sucessão pode abalar acordos políticos.

Procurada, a assessoria de Alexandre Silveira disse que o ministro não vai se manifestar.

BRASÍLIA - O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, recebeu nos últimos dias importantes apoios que explicam por que ele ganhou fôlego no cargo após ser considerado demissionário na semana passada. Senadores, políticos do PT e até o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, entraram em campo em sua defesa.

O Estadão apurou que, na reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na última segunda-feira, 8, Haddad defendeu a permanência de Prates no cargo e disse que seria um erro demiti-lo. Procurados, Haddad, Prates e Petrobras não comentaram.

O mercado reagiu mal à possibilidade de troca por Aloizio Mercadante, e parte do Congresso avaliou negativamente o avanço de Alexandre Silveira, ministro de Minas e Energia, sobre a Petrobras.

A investida motivou líderes do Senado a procurarem o presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), considerado o padrinho político de Silveira e a quem se atribui a indicação dele ao ministério, para que intercedesse.

Alegaram que a fritura a que Prates vem sendo submetido desagrada aos colegas, uma vez que ele também foi senador, e que ele é vítima de disputas que existem dentro do governo e que não dizem respeito à Petrobras.

Referem-se à rivalidade entre Haddad e a Casa Civil de Rui Costa, agora aliado de Silveira, e que era necessário reduzir a pressão. Segundo o relato de um desses líderes, Pacheco ouviu que a queda de Prates não seria aceita na Casa.

18.01.2024 - Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva e o Presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, durante Cerimônia de Retomada das Obras da Refinaria Abreu e Lima. Ipojuca - PE. Foto: Ricardo Stuckert / PR Foto: Ricardo Stuckert/PR

O presidente da Petrobras amealhou nos últimos dias apoio de senadores do PT, PSD, PSB, MDB e União Brasil. Um dos elementos que usou em sua defesa foi uma lista de entregas feitas durante sua gestão, a mesma revelada pelo Estadão mais cedo, em que Prates enumera pontos como a valorização das ações da empresa na Bolsa, a encomenda para a construção de novos navios em estaleiros brasileiros e o fim da política de paridade de preços dos combustíveis.

Pacheco foi o responsável por levar a mensagem a Silveira, que desde o início da semana mudou o tom em conversas reservadas e também em público. Em vez de críticas a Prates, passou a falar em mudanças desejadas na gestão dele na Petrobras e em “divergências pontuais”. Em entrevista nesta terça-feira, 9, Silveira falou em paz com a direção da estatal.

“Que a Petrobras tenha um pouco de paz para poder continuar ganhando valor de mercado, aumentando seu potencial para gerar emprego, renda, cumprir plano de investimento”, disse.

Políticos do PT afirmam, sob reserva, que os movimentos recentes de Prates e o apoio que ele reuniu chegaram a Lula, e que a troca perdeu força. A decisão cabe a Lula, ressaltam eles, esquivando-se de prever por quanto tempo durará a calmaria. Uma ala mais crítica a Prates crê que haverá novo embate em breve e que, por isso, é insustentável a sua permanência no cargo. Já os que apoiam o presidente da estatal dentro do partido preveem um armistício, uma vez que o árbitro agora é o próprio Lula.

Líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA) afirma que a solução para o pagamento dos dividendos extraordinários teve papel relevante para a redução da fritura. O governo, segundo ele, foi convencido de que pode remunerar os investidores sem que isso prejudique o plano de investimentos da estatal. O argumento é defendido por Prates para efetuar a distribuição dos dividendos.

“Acalmou porque se aclarou a briga que teve por causa do dividendo. A tendência hoje é pagar os dividendos extraordinários antes do que se previa. O dinheiro não iria para investimento e é óbvio que interessa para o próprio governo, que fica com uma parte”, afirmou Wagner, indicando que o valor total será pago.

“Prates está fazendo tudo dentro do script, da normalidade de uma empresa de capital aberto”, disse o senador Rogério Carvalho (PT-SE). “O pagamento de dividendos não atrapalha o plano de investimentos. A empresa está dando tanto resultado que pode produzir e distribuir dividendos”.

Apesar da rivalidade pública, aliados de Silveira dizem não ver como uma derrota para o ministro a sobrevida de Prates e falam em “empate” após o chumbo trocado em público e nos bastidores. Uma demissão do ministro é considerada improvável, uma vez que isso poderia abrir uma crise com Pacheco e, por consequência, com Davi Alcolumbre (União-AP), favorito para sucedê-lo na presidência do Senado.

Para parte do PT, por sua vez, Silveira tenta avançar sobre um território do partido e, por isso, deve ser repelido. Na formação da diretoria da Petrobras e em escolhas para cargos estratégicos, Prates acolheu indicados do partido e de aliados, e uma sucessão pode abalar acordos políticos.

Procurada, a assessoria de Alexandre Silveira disse que o ministro não vai se manifestar.

BRASÍLIA - O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, recebeu nos últimos dias importantes apoios que explicam por que ele ganhou fôlego no cargo após ser considerado demissionário na semana passada. Senadores, políticos do PT e até o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, entraram em campo em sua defesa.

O Estadão apurou que, na reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na última segunda-feira, 8, Haddad defendeu a permanência de Prates no cargo e disse que seria um erro demiti-lo. Procurados, Haddad, Prates e Petrobras não comentaram.

O mercado reagiu mal à possibilidade de troca por Aloizio Mercadante, e parte do Congresso avaliou negativamente o avanço de Alexandre Silveira, ministro de Minas e Energia, sobre a Petrobras.

A investida motivou líderes do Senado a procurarem o presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), considerado o padrinho político de Silveira e a quem se atribui a indicação dele ao ministério, para que intercedesse.

Alegaram que a fritura a que Prates vem sendo submetido desagrada aos colegas, uma vez que ele também foi senador, e que ele é vítima de disputas que existem dentro do governo e que não dizem respeito à Petrobras.

Referem-se à rivalidade entre Haddad e a Casa Civil de Rui Costa, agora aliado de Silveira, e que era necessário reduzir a pressão. Segundo o relato de um desses líderes, Pacheco ouviu que a queda de Prates não seria aceita na Casa.

18.01.2024 - Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva e o Presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, durante Cerimônia de Retomada das Obras da Refinaria Abreu e Lima. Ipojuca - PE. Foto: Ricardo Stuckert / PR Foto: Ricardo Stuckert/PR

O presidente da Petrobras amealhou nos últimos dias apoio de senadores do PT, PSD, PSB, MDB e União Brasil. Um dos elementos que usou em sua defesa foi uma lista de entregas feitas durante sua gestão, a mesma revelada pelo Estadão mais cedo, em que Prates enumera pontos como a valorização das ações da empresa na Bolsa, a encomenda para a construção de novos navios em estaleiros brasileiros e o fim da política de paridade de preços dos combustíveis.

Pacheco foi o responsável por levar a mensagem a Silveira, que desde o início da semana mudou o tom em conversas reservadas e também em público. Em vez de críticas a Prates, passou a falar em mudanças desejadas na gestão dele na Petrobras e em “divergências pontuais”. Em entrevista nesta terça-feira, 9, Silveira falou em paz com a direção da estatal.

“Que a Petrobras tenha um pouco de paz para poder continuar ganhando valor de mercado, aumentando seu potencial para gerar emprego, renda, cumprir plano de investimento”, disse.

Políticos do PT afirmam, sob reserva, que os movimentos recentes de Prates e o apoio que ele reuniu chegaram a Lula, e que a troca perdeu força. A decisão cabe a Lula, ressaltam eles, esquivando-se de prever por quanto tempo durará a calmaria. Uma ala mais crítica a Prates crê que haverá novo embate em breve e que, por isso, é insustentável a sua permanência no cargo. Já os que apoiam o presidente da estatal dentro do partido preveem um armistício, uma vez que o árbitro agora é o próprio Lula.

Líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA) afirma que a solução para o pagamento dos dividendos extraordinários teve papel relevante para a redução da fritura. O governo, segundo ele, foi convencido de que pode remunerar os investidores sem que isso prejudique o plano de investimentos da estatal. O argumento é defendido por Prates para efetuar a distribuição dos dividendos.

“Acalmou porque se aclarou a briga que teve por causa do dividendo. A tendência hoje é pagar os dividendos extraordinários antes do que se previa. O dinheiro não iria para investimento e é óbvio que interessa para o próprio governo, que fica com uma parte”, afirmou Wagner, indicando que o valor total será pago.

“Prates está fazendo tudo dentro do script, da normalidade de uma empresa de capital aberto”, disse o senador Rogério Carvalho (PT-SE). “O pagamento de dividendos não atrapalha o plano de investimentos. A empresa está dando tanto resultado que pode produzir e distribuir dividendos”.

Apesar da rivalidade pública, aliados de Silveira dizem não ver como uma derrota para o ministro a sobrevida de Prates e falam em “empate” após o chumbo trocado em público e nos bastidores. Uma demissão do ministro é considerada improvável, uma vez que isso poderia abrir uma crise com Pacheco e, por consequência, com Davi Alcolumbre (União-AP), favorito para sucedê-lo na presidência do Senado.

Para parte do PT, por sua vez, Silveira tenta avançar sobre um território do partido e, por isso, deve ser repelido. Na formação da diretoria da Petrobras e em escolhas para cargos estratégicos, Prates acolheu indicados do partido e de aliados, e uma sucessão pode abalar acordos políticos.

Procurada, a assessoria de Alexandre Silveira disse que o ministro não vai se manifestar.

BRASÍLIA - O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, recebeu nos últimos dias importantes apoios que explicam por que ele ganhou fôlego no cargo após ser considerado demissionário na semana passada. Senadores, políticos do PT e até o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, entraram em campo em sua defesa.

O Estadão apurou que, na reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na última segunda-feira, 8, Haddad defendeu a permanência de Prates no cargo e disse que seria um erro demiti-lo. Procurados, Haddad, Prates e Petrobras não comentaram.

O mercado reagiu mal à possibilidade de troca por Aloizio Mercadante, e parte do Congresso avaliou negativamente o avanço de Alexandre Silveira, ministro de Minas e Energia, sobre a Petrobras.

A investida motivou líderes do Senado a procurarem o presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), considerado o padrinho político de Silveira e a quem se atribui a indicação dele ao ministério, para que intercedesse.

Alegaram que a fritura a que Prates vem sendo submetido desagrada aos colegas, uma vez que ele também foi senador, e que ele é vítima de disputas que existem dentro do governo e que não dizem respeito à Petrobras.

Referem-se à rivalidade entre Haddad e a Casa Civil de Rui Costa, agora aliado de Silveira, e que era necessário reduzir a pressão. Segundo o relato de um desses líderes, Pacheco ouviu que a queda de Prates não seria aceita na Casa.

18.01.2024 - Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva e o Presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, durante Cerimônia de Retomada das Obras da Refinaria Abreu e Lima. Ipojuca - PE. Foto: Ricardo Stuckert / PR Foto: Ricardo Stuckert/PR

O presidente da Petrobras amealhou nos últimos dias apoio de senadores do PT, PSD, PSB, MDB e União Brasil. Um dos elementos que usou em sua defesa foi uma lista de entregas feitas durante sua gestão, a mesma revelada pelo Estadão mais cedo, em que Prates enumera pontos como a valorização das ações da empresa na Bolsa, a encomenda para a construção de novos navios em estaleiros brasileiros e o fim da política de paridade de preços dos combustíveis.

Pacheco foi o responsável por levar a mensagem a Silveira, que desde o início da semana mudou o tom em conversas reservadas e também em público. Em vez de críticas a Prates, passou a falar em mudanças desejadas na gestão dele na Petrobras e em “divergências pontuais”. Em entrevista nesta terça-feira, 9, Silveira falou em paz com a direção da estatal.

“Que a Petrobras tenha um pouco de paz para poder continuar ganhando valor de mercado, aumentando seu potencial para gerar emprego, renda, cumprir plano de investimento”, disse.

Políticos do PT afirmam, sob reserva, que os movimentos recentes de Prates e o apoio que ele reuniu chegaram a Lula, e que a troca perdeu força. A decisão cabe a Lula, ressaltam eles, esquivando-se de prever por quanto tempo durará a calmaria. Uma ala mais crítica a Prates crê que haverá novo embate em breve e que, por isso, é insustentável a sua permanência no cargo. Já os que apoiam o presidente da estatal dentro do partido preveem um armistício, uma vez que o árbitro agora é o próprio Lula.

Líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA) afirma que a solução para o pagamento dos dividendos extraordinários teve papel relevante para a redução da fritura. O governo, segundo ele, foi convencido de que pode remunerar os investidores sem que isso prejudique o plano de investimentos da estatal. O argumento é defendido por Prates para efetuar a distribuição dos dividendos.

“Acalmou porque se aclarou a briga que teve por causa do dividendo. A tendência hoje é pagar os dividendos extraordinários antes do que se previa. O dinheiro não iria para investimento e é óbvio que interessa para o próprio governo, que fica com uma parte”, afirmou Wagner, indicando que o valor total será pago.

“Prates está fazendo tudo dentro do script, da normalidade de uma empresa de capital aberto”, disse o senador Rogério Carvalho (PT-SE). “O pagamento de dividendos não atrapalha o plano de investimentos. A empresa está dando tanto resultado que pode produzir e distribuir dividendos”.

Apesar da rivalidade pública, aliados de Silveira dizem não ver como uma derrota para o ministro a sobrevida de Prates e falam em “empate” após o chumbo trocado em público e nos bastidores. Uma demissão do ministro é considerada improvável, uma vez que isso poderia abrir uma crise com Pacheco e, por consequência, com Davi Alcolumbre (União-AP), favorito para sucedê-lo na presidência do Senado.

Para parte do PT, por sua vez, Silveira tenta avançar sobre um território do partido e, por isso, deve ser repelido. Na formação da diretoria da Petrobras e em escolhas para cargos estratégicos, Prates acolheu indicados do partido e de aliados, e uma sucessão pode abalar acordos políticos.

Procurada, a assessoria de Alexandre Silveira disse que o ministro não vai se manifestar.

BRASÍLIA - O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, recebeu nos últimos dias importantes apoios que explicam por que ele ganhou fôlego no cargo após ser considerado demissionário na semana passada. Senadores, políticos do PT e até o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, entraram em campo em sua defesa.

O Estadão apurou que, na reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na última segunda-feira, 8, Haddad defendeu a permanência de Prates no cargo e disse que seria um erro demiti-lo. Procurados, Haddad, Prates e Petrobras não comentaram.

O mercado reagiu mal à possibilidade de troca por Aloizio Mercadante, e parte do Congresso avaliou negativamente o avanço de Alexandre Silveira, ministro de Minas e Energia, sobre a Petrobras.

A investida motivou líderes do Senado a procurarem o presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), considerado o padrinho político de Silveira e a quem se atribui a indicação dele ao ministério, para que intercedesse.

Alegaram que a fritura a que Prates vem sendo submetido desagrada aos colegas, uma vez que ele também foi senador, e que ele é vítima de disputas que existem dentro do governo e que não dizem respeito à Petrobras.

Referem-se à rivalidade entre Haddad e a Casa Civil de Rui Costa, agora aliado de Silveira, e que era necessário reduzir a pressão. Segundo o relato de um desses líderes, Pacheco ouviu que a queda de Prates não seria aceita na Casa.

18.01.2024 - Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva e o Presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, durante Cerimônia de Retomada das Obras da Refinaria Abreu e Lima. Ipojuca - PE. Foto: Ricardo Stuckert / PR Foto: Ricardo Stuckert/PR

O presidente da Petrobras amealhou nos últimos dias apoio de senadores do PT, PSD, PSB, MDB e União Brasil. Um dos elementos que usou em sua defesa foi uma lista de entregas feitas durante sua gestão, a mesma revelada pelo Estadão mais cedo, em que Prates enumera pontos como a valorização das ações da empresa na Bolsa, a encomenda para a construção de novos navios em estaleiros brasileiros e o fim da política de paridade de preços dos combustíveis.

Pacheco foi o responsável por levar a mensagem a Silveira, que desde o início da semana mudou o tom em conversas reservadas e também em público. Em vez de críticas a Prates, passou a falar em mudanças desejadas na gestão dele na Petrobras e em “divergências pontuais”. Em entrevista nesta terça-feira, 9, Silveira falou em paz com a direção da estatal.

“Que a Petrobras tenha um pouco de paz para poder continuar ganhando valor de mercado, aumentando seu potencial para gerar emprego, renda, cumprir plano de investimento”, disse.

Políticos do PT afirmam, sob reserva, que os movimentos recentes de Prates e o apoio que ele reuniu chegaram a Lula, e que a troca perdeu força. A decisão cabe a Lula, ressaltam eles, esquivando-se de prever por quanto tempo durará a calmaria. Uma ala mais crítica a Prates crê que haverá novo embate em breve e que, por isso, é insustentável a sua permanência no cargo. Já os que apoiam o presidente da estatal dentro do partido preveem um armistício, uma vez que o árbitro agora é o próprio Lula.

Líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA) afirma que a solução para o pagamento dos dividendos extraordinários teve papel relevante para a redução da fritura. O governo, segundo ele, foi convencido de que pode remunerar os investidores sem que isso prejudique o plano de investimentos da estatal. O argumento é defendido por Prates para efetuar a distribuição dos dividendos.

“Acalmou porque se aclarou a briga que teve por causa do dividendo. A tendência hoje é pagar os dividendos extraordinários antes do que se previa. O dinheiro não iria para investimento e é óbvio que interessa para o próprio governo, que fica com uma parte”, afirmou Wagner, indicando que o valor total será pago.

“Prates está fazendo tudo dentro do script, da normalidade de uma empresa de capital aberto”, disse o senador Rogério Carvalho (PT-SE). “O pagamento de dividendos não atrapalha o plano de investimentos. A empresa está dando tanto resultado que pode produzir e distribuir dividendos”.

Apesar da rivalidade pública, aliados de Silveira dizem não ver como uma derrota para o ministro a sobrevida de Prates e falam em “empate” após o chumbo trocado em público e nos bastidores. Uma demissão do ministro é considerada improvável, uma vez que isso poderia abrir uma crise com Pacheco e, por consequência, com Davi Alcolumbre (União-AP), favorito para sucedê-lo na presidência do Senado.

Para parte do PT, por sua vez, Silveira tenta avançar sobre um território do partido e, por isso, deve ser repelido. Na formação da diretoria da Petrobras e em escolhas para cargos estratégicos, Prates acolheu indicados do partido e de aliados, e uma sucessão pode abalar acordos políticos.

Procurada, a assessoria de Alexandre Silveira disse que o ministro não vai se manifestar.

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