RIO - Em seu primeiro pronunciamento público como novo presidente da Petrobras, Jean-Paul Prates falou aos funcionários da empresa por vídeo, nesta quinta-feira, 26. Na mensagem, o ex-senador afirma que vai trabalhar para que a estatal acelere sua diversificação rentável e promova uma “transição energética justa”, sem com isso perder o foco na produção de óleo e gás.
Confirmado no posto pelo Conselho de Administração pela manhã, ele endossou o que vinha dizendo a interlocutores e nas manifestações públicas após a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva. Prates se reuniu com o mandatário nesta tarde para discutir os rumos da estatal.
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No vídeo de seis minutos, ele reforça o plano de uma Petrobras “grande” que seja capaz de alavancar o desenvolvimento econômico e social nas cinco regiões do País onde mantêm negócios. Na prática, trata-se do anúncio público do fim da estratégia de enxugamento da empresa por meio da venda de ativos para focar somente em exploração e produção de óleo e gás, com vistas a maximizar as margens de lucro e distribuir proventos a acionistas.
“Na Petrobras, vislumbramos uma fase de mudanças e novas perspectivas”, disse, antes de enumerar futuros objetivos de sua gestão, com destaque para a entrada em energias renováveis e ampliação das atuais frentes de negócio em todo o País, como parque de refino, que teve três unidades alienadas e mantinha outras cinco à venda.
“Queremos que a Petrobras cresça e que o País cresça junto com ela. A Petrobras tem um efeito multiplicador na economia brasileira. A indústria do petróleo deve ser locomotiva do desenvolvimento do Brasil. Queremos Petrobras que se orgulhe de ser grande e de impulsionar as regiões onde atua”, afirmou sem deixar dúvidas sobre o caráter desenvolvimentista da futura gestão.
Transição energética
Segundo Prates, o Brasil passa por um momento de grandes mudanças, em linha com o restante do mundo. Ele elencou as transformações energética, digital, social e ambiental.
“Mitigar a mudança do clima é demanda global, necessária e urgente”, frisou, destacando que a Petrobras ocupa naturalmente um papel de grande impulsionadora da transição energética no Brasil. “Trabalharemos para que siga sua jornada na indústria de petróleo e gás. Mas trilhe novos caminhos perseguindo a descarbonização. Acelerando a diversificação rentável e a transição energética justa”, reforçou.
“É fundamental que a Petrobras aplique seu conhecimento em novas energias, sejam os bioprodutos ou em outras fronteiras de energia renovável”. Prates fazia referência aos biocombustíveis de última geração, como diesel R e BioQAV, hoje em alta na companhia, mas também apontando para eólicas offshore e hidrogênio verde, que estão em sua mira.
E&P e refino
“Queremos que a companhia continue se superando na produção de petróleo e gás, buscando novas fronteiras sempre de forma responsável e cada vez mais sustentável”, afirmou. Em outro momento do vídeo, ele mencionou a Margem Equatorial como “nova e promissora” fronteira.
Sobre refino, Prates defendeu investir “mais e melhor” no parque da estatal usando sua capacidade produtiva e tecnológica para fazer “produtos de qualidade acessíveis para a população”, em claro recado sobre a natureza e a precificação desses derivados.
Por fim, o presidente da Petrobras afirmou que não existe geração de valor sem o cuidado às pessoas (funcionários) e pensamento no impacto das atividades no mundo. “Essa é a verdadeira sustentabilidade”, definiu.