Prazo de retirada do Bolsa Família do teto é ‘maior ruído’ a ser resolvido na PEC, diz Gleisi


Presidente do PT afirma que Congresso reconhece necessidade de excluir programa de auxílio da regra do teto de gastos, mas diverge sobre por quanto tempo

Por André Borges
Atualização:

BRASÍLIA - A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, disse nesta quarta-feira, 23, que o prazo de retirada do Bolsa Família do teto de gastos continua a ser o principal obstáculo para o avanço da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Transição.

O grupo de transição quer a retirada permanente do Bolsa Família da regra que atrela o crescimento das despesas à inflação, sem definição de um prazo. No Congresso, no entanto, há quem defenda que essa exceção seja aprovada apenas para 2023. Um meio-termo é analisado, para que a regra tenha validade pelos próximos quatro anos

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O período de dois anos é considerado mais palatável do que a proposta de um ano – que o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), já adiantou que é a proposta que o seu grupo político aceita. Em reunião na tarde desta terça-feira, 22, integrantes da bancada do PSD no Senado, partido do presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), defenderam uma licença máxima de dois anos para o Bolsa Família fora do teto.

Após uma reunião com o vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB) e o conselho político que faz parte do grupo de transição, Gleisi disse que ainda há um “probleminha em relação ao prazo da validade” e que este é “o maior ruído dentro do Congresso Nacional”. Ela acredita, porém, que o Congresso vai se convencer de que é preciso ter previsibilidade em relação ao programa e à capacidade de investimento do poder público.

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Presidente do PT, Gleisi Hoffmann diz que o prazo de retirada do Programa Bolsa Família da regra do teto de gastos continua a ser o principal obstáculo para o avanço da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Transição Foto: Estadão

“Em valores, não tem divergência, todo mundo concorda que tem que excepcionalizar a totalidade do programa Bolsa Família para ter espaço fiscal. Tem, sim, essa questão de prazo. Se for para ser um ano, quase que não justifica o caminho legislativo. Tem outros instrumentos, mas nós queremos e estamos fazendo esforço para que a política resolva isso”, comentou Gleisi.

Há, sim, uma discussão sobre os valores que envolvem a PEC, como admitiu o deputado Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força (Solidariedade-SP). Integrantes do PT negociam reduzir o impacto do estouro do teto de gastos, que pode chegar a quase R$ 200 bilhões, para um valor máximo de R$ 160 bilhões.

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A presidente do PT disse ainda que o governo eleito tem prazo de mais 24 ou 48 horas para discutir e apresentar o texto final, porque o texto vai começar a tramitar na semana que vem. “Pode até ser apresentada hoje, depende de avançar em costuras políticas com lideranças do Senado e outros partidos nesta discussão, bem como na Câmara”, disse.

O plano é que o Bolsa Família seja retirado em sua totalidade do teto de gastos, com R$ 175 bilhões que vão bancar o benefício de R$ 600 mensais, além do adicional de R$ 150 por criança com até 6 anos. Gleisi afirmou que “as pessoas não podem ficar receosas de ter interrompido seu sustento” e que o novo governo quer uma “solução política” para o assunto.

O senador Wellington Dias (PT-PI), que coordena a área de Orçamento no governo de transição, afirmou que a PEC pode ser apresentada ainda hoje. “Há necessidade de entendimento entre Câmara e Senado. Eles ficaram de fazer uma nova reunião juntos. Espero que, de preferência, apresentem ainda hoje. Quanto mais cedo melhor. Há possibilidade de apresentar ainda hoje”, afirmou Dias, após a reunião com o conselho político ampliado da transição. Novas agendas entre Câmara e Senado devem ser feitas ainda no início da tarde desta quarta-feira.

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O líder do Partido dos Trabalhadores na Câmara dos Deputados, deputado federal Reginaldo Lopes (MG), também confirmou que o texto da PEC será apresentado hoje no Congresso. “Se não for, colho 171 assinaturas e apresento na Câmara”, disse ele, após a reunião com o conselho político ampliado da transição. / COM BROADCAST

BRASÍLIA - A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, disse nesta quarta-feira, 23, que o prazo de retirada do Bolsa Família do teto de gastos continua a ser o principal obstáculo para o avanço da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Transição.

O grupo de transição quer a retirada permanente do Bolsa Família da regra que atrela o crescimento das despesas à inflação, sem definição de um prazo. No Congresso, no entanto, há quem defenda que essa exceção seja aprovada apenas para 2023. Um meio-termo é analisado, para que a regra tenha validade pelos próximos quatro anos

O período de dois anos é considerado mais palatável do que a proposta de um ano – que o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), já adiantou que é a proposta que o seu grupo político aceita. Em reunião na tarde desta terça-feira, 22, integrantes da bancada do PSD no Senado, partido do presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), defenderam uma licença máxima de dois anos para o Bolsa Família fora do teto.

Após uma reunião com o vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB) e o conselho político que faz parte do grupo de transição, Gleisi disse que ainda há um “probleminha em relação ao prazo da validade” e que este é “o maior ruído dentro do Congresso Nacional”. Ela acredita, porém, que o Congresso vai se convencer de que é preciso ter previsibilidade em relação ao programa e à capacidade de investimento do poder público.

Presidente do PT, Gleisi Hoffmann diz que o prazo de retirada do Programa Bolsa Família da regra do teto de gastos continua a ser o principal obstáculo para o avanço da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Transição Foto: Estadão

“Em valores, não tem divergência, todo mundo concorda que tem que excepcionalizar a totalidade do programa Bolsa Família para ter espaço fiscal. Tem, sim, essa questão de prazo. Se for para ser um ano, quase que não justifica o caminho legislativo. Tem outros instrumentos, mas nós queremos e estamos fazendo esforço para que a política resolva isso”, comentou Gleisi.

Há, sim, uma discussão sobre os valores que envolvem a PEC, como admitiu o deputado Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força (Solidariedade-SP). Integrantes do PT negociam reduzir o impacto do estouro do teto de gastos, que pode chegar a quase R$ 200 bilhões, para um valor máximo de R$ 160 bilhões.

A presidente do PT disse ainda que o governo eleito tem prazo de mais 24 ou 48 horas para discutir e apresentar o texto final, porque o texto vai começar a tramitar na semana que vem. “Pode até ser apresentada hoje, depende de avançar em costuras políticas com lideranças do Senado e outros partidos nesta discussão, bem como na Câmara”, disse.

O plano é que o Bolsa Família seja retirado em sua totalidade do teto de gastos, com R$ 175 bilhões que vão bancar o benefício de R$ 600 mensais, além do adicional de R$ 150 por criança com até 6 anos. Gleisi afirmou que “as pessoas não podem ficar receosas de ter interrompido seu sustento” e que o novo governo quer uma “solução política” para o assunto.

O senador Wellington Dias (PT-PI), que coordena a área de Orçamento no governo de transição, afirmou que a PEC pode ser apresentada ainda hoje. “Há necessidade de entendimento entre Câmara e Senado. Eles ficaram de fazer uma nova reunião juntos. Espero que, de preferência, apresentem ainda hoje. Quanto mais cedo melhor. Há possibilidade de apresentar ainda hoje”, afirmou Dias, após a reunião com o conselho político ampliado da transição. Novas agendas entre Câmara e Senado devem ser feitas ainda no início da tarde desta quarta-feira.

O líder do Partido dos Trabalhadores na Câmara dos Deputados, deputado federal Reginaldo Lopes (MG), também confirmou que o texto da PEC será apresentado hoje no Congresso. “Se não for, colho 171 assinaturas e apresento na Câmara”, disse ele, após a reunião com o conselho político ampliado da transição. / COM BROADCAST

BRASÍLIA - A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, disse nesta quarta-feira, 23, que o prazo de retirada do Bolsa Família do teto de gastos continua a ser o principal obstáculo para o avanço da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Transição.

O grupo de transição quer a retirada permanente do Bolsa Família da regra que atrela o crescimento das despesas à inflação, sem definição de um prazo. No Congresso, no entanto, há quem defenda que essa exceção seja aprovada apenas para 2023. Um meio-termo é analisado, para que a regra tenha validade pelos próximos quatro anos

O período de dois anos é considerado mais palatável do que a proposta de um ano – que o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), já adiantou que é a proposta que o seu grupo político aceita. Em reunião na tarde desta terça-feira, 22, integrantes da bancada do PSD no Senado, partido do presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), defenderam uma licença máxima de dois anos para o Bolsa Família fora do teto.

Após uma reunião com o vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB) e o conselho político que faz parte do grupo de transição, Gleisi disse que ainda há um “probleminha em relação ao prazo da validade” e que este é “o maior ruído dentro do Congresso Nacional”. Ela acredita, porém, que o Congresso vai se convencer de que é preciso ter previsibilidade em relação ao programa e à capacidade de investimento do poder público.

Presidente do PT, Gleisi Hoffmann diz que o prazo de retirada do Programa Bolsa Família da regra do teto de gastos continua a ser o principal obstáculo para o avanço da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Transição Foto: Estadão

“Em valores, não tem divergência, todo mundo concorda que tem que excepcionalizar a totalidade do programa Bolsa Família para ter espaço fiscal. Tem, sim, essa questão de prazo. Se for para ser um ano, quase que não justifica o caminho legislativo. Tem outros instrumentos, mas nós queremos e estamos fazendo esforço para que a política resolva isso”, comentou Gleisi.

Há, sim, uma discussão sobre os valores que envolvem a PEC, como admitiu o deputado Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força (Solidariedade-SP). Integrantes do PT negociam reduzir o impacto do estouro do teto de gastos, que pode chegar a quase R$ 200 bilhões, para um valor máximo de R$ 160 bilhões.

A presidente do PT disse ainda que o governo eleito tem prazo de mais 24 ou 48 horas para discutir e apresentar o texto final, porque o texto vai começar a tramitar na semana que vem. “Pode até ser apresentada hoje, depende de avançar em costuras políticas com lideranças do Senado e outros partidos nesta discussão, bem como na Câmara”, disse.

O plano é que o Bolsa Família seja retirado em sua totalidade do teto de gastos, com R$ 175 bilhões que vão bancar o benefício de R$ 600 mensais, além do adicional de R$ 150 por criança com até 6 anos. Gleisi afirmou que “as pessoas não podem ficar receosas de ter interrompido seu sustento” e que o novo governo quer uma “solução política” para o assunto.

O senador Wellington Dias (PT-PI), que coordena a área de Orçamento no governo de transição, afirmou que a PEC pode ser apresentada ainda hoje. “Há necessidade de entendimento entre Câmara e Senado. Eles ficaram de fazer uma nova reunião juntos. Espero que, de preferência, apresentem ainda hoje. Quanto mais cedo melhor. Há possibilidade de apresentar ainda hoje”, afirmou Dias, após a reunião com o conselho político ampliado da transição. Novas agendas entre Câmara e Senado devem ser feitas ainda no início da tarde desta quarta-feira.

O líder do Partido dos Trabalhadores na Câmara dos Deputados, deputado federal Reginaldo Lopes (MG), também confirmou que o texto da PEC será apresentado hoje no Congresso. “Se não for, colho 171 assinaturas e apresento na Câmara”, disse ele, após a reunião com o conselho político ampliado da transição. / COM BROADCAST

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