Presidente do BC americano diz que ‘chegou a hora’ de cortar taxas de juros


Segundo Jerome Powell, cronograma e o ritmo de cortes nas taxas vão depender, porém, dos dados e do balanço de riscos

Por Aline Bronzati
Atualização:

NOVA YORK - A pequena vila de Jackson Hole, na região montanhosa de Wyoming, nos Estados Unidos, serviu de palco para o presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Jerome Powell, cravar um primeiro corte de juros em setembro. Como se esperava, ele preferiu não avançar o sinal, mantendo o tamanho da queda, bem como o rumo da flexibilização monetária no país, atrelados aos futuros dados da maior economia do mundo.

“Chegou a hora de a política se ajustar. A direção da viagem é clara, e o momento e o ritmo dos cortes de taxa dependerão dos dados recebidos, da perspectiva em evolução e do balanço de riscos”, disse Powell, em discurso durante o Simpósio de Jackson Hole, que reúne a nata da autoridade monetária global, além de economistas e acadêmicos.

Suas falas reforçaram o que a ata da última reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC, na sigla em inglês), em julho, já havia sinalizado, quando apontou que a maioria dos dirigentes apoiava um corte de juros em setembro.

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O discurso de cerca de 30 minutos, e que abriu o tradicional Simpósio de Jackson Hole, promovido pelo Fed de Kansas City há mais de quatro décadas, foi visto como “dovish” no mercado, ou seja, rumo à flexibilização da política monetária nos EUA, e desencadeou um apetite por ativos de risco no mundo todo, de Wall Street à Faria Lima, enquanto os rendimentos dos Treasuries, os títulos do Tesouro dos EUA, e o dólar foram para baixo.

Powell afirmou que inflação nos Estados Unidos caiu significativamente e que está mais confiante de que os preços estão em um caminho sustentável Foto: Roberto Schmidt/AFP

Powell animou os investidores, que ampliaram as expectativas de um primeiro corte de juros maior em setembro, de 0,50 ponto porcentual. Uma redução menor das taxas, porém, ainda segue como o cenário mais provável em Wall Street.

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Levantamento da plataforma CME Group indicava 36,5% de probabilidade de a taxa básica americana recuar da faixa atual, de 5,25% a 5,50%, para o intervalo entre 4,75% e 5% em setembro. Antes das falas de Powell, essa hipótese estava em 26,8%. Já a ainda majoritária possibilidade de uma baixa de 0,25 p.p. cedeu de 73,2% para 63,5%.

“Havia todos os motivos para pensar que um corte viria no mês que vem, e o presidente Powell basicamente o fixou agora”, disse o economista-chefe do Santander para os EUA, Stephen Stanley. Ele espera que o Fed corte os juros em 0,25 p.p. em setembro.

Para o diretor de Investimentos de Renda Fixa Global da BlackRock, Rick Rieder, Powell disse exatamente as palavras-chave que o mercado estava procurando. Segundo ele, ao afirmar que a “direção da viagem é clara”, ele não só sugeriu cortes múltiplos de 0,25 p.p., como deixou a porta aberta para uma redução mais agressiva, de 0,50 p.p. “Agora, a questão é quão rápido e quão longe eles irão”, diz.

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Na visão do Bank of America, Powell não deixou a porta mais aberta para um corte de 0,50 p.p. em setembro, a menos que o mercado de trabalho americano enfraqueça mais à frente. E esse não é o cenário base do banco americano, que cita recentes dados de pedidos de auxílio-desemprego nos EUA abaixo do esperado.

“Cortes de 50 pontos-base ocorrerão apenas se os riscos de recessão (nos EUA) aumentarem significativamente ainda mais”, avalia o Bank of America, que manteve a expectativa de um corte de 0,25 p.p. por trimestre, começando em setembro. O banco pondera, contudo, que os comentários de Powell nesta sexta, bem como a revisão anual do payroll, que diminuiu o total de vagas criadas nos EUA em mais de 800 mil, aumentam o risco de cortes dessa magnitude em cada reunião.

Antes do próximo encontro do Fed, estão previstos novos dados da inflação e também mais um relatório payroll, principal termômetro do mercado de trabalho nos EUA. Os dados de julho vieram muito aquém das projeções, apontando a criação de 114 mil vagas no período, o que reacendeu o alerta do risco de recessão no país e quanto à possibilidade de o Fed ser mais agressivo em sua primeira tesourada nos juros.

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“A partir de hoje (sexta, 23), acho que teríamos que dizer que o FOMC (Comitê Federal de Mercado Aberto) está praticamente amarrado com um corte das taxas em setembro, independentemente dos dados nas próximas semanas”, acrescenta Stanley, do Santander.

O presidente do Fed destacou nesta sexta que a inflação nos EUA caiu “significativamente” e que está mais confiante de que os preços estão em um “caminho sustentável” para voltar à meta do BC, de 2% ao ano. E, segundo ele, a reversão das distorções causadas pela pandemia de covid-19 teve papel fundamental no processo de desinflação.

Mas a análise mais esperada por investidores e economistas ao redor do globo foi sobre a situação laboral nos EUA. Powell disse que o mercado de trabalho não está mais superaquecido e que esfriou “consideravelmente”. Afirmou, porém, que o aumento do desemprego não foi resultado de demissões elevadas, como normalmente é o caso em uma crise econômica. “Em vez disso, o aumento reflete principalmente um aumento substancial na oferta de trabalhadores e uma desaceleração do ritmo frenético de contratações anteriormente”, avaliou.

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Estudo do Bradesco confirma exatamente o cenário detalhado por Powell ao mostrar um aumento de vagas na maior economia do mundo e também mais demanda por parte dos trabalhadores americanos. Ainda assim, Powell destacou que a taxa de desemprego nos EUA segue baixa frente a padrões históricos. Em julho, subiu a 4,3% ante 4,1% em junho.

”Parece improvável que o mercado de trabalho seja uma fonte de pressões inflacionárias elevadas em breve. Não buscamos nem acolhemos mais resfriamento nas condições do mercado de trabalho”, disse.

NOVA YORK - A pequena vila de Jackson Hole, na região montanhosa de Wyoming, nos Estados Unidos, serviu de palco para o presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Jerome Powell, cravar um primeiro corte de juros em setembro. Como se esperava, ele preferiu não avançar o sinal, mantendo o tamanho da queda, bem como o rumo da flexibilização monetária no país, atrelados aos futuros dados da maior economia do mundo.

“Chegou a hora de a política se ajustar. A direção da viagem é clara, e o momento e o ritmo dos cortes de taxa dependerão dos dados recebidos, da perspectiva em evolução e do balanço de riscos”, disse Powell, em discurso durante o Simpósio de Jackson Hole, que reúne a nata da autoridade monetária global, além de economistas e acadêmicos.

Suas falas reforçaram o que a ata da última reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC, na sigla em inglês), em julho, já havia sinalizado, quando apontou que a maioria dos dirigentes apoiava um corte de juros em setembro.

O discurso de cerca de 30 minutos, e que abriu o tradicional Simpósio de Jackson Hole, promovido pelo Fed de Kansas City há mais de quatro décadas, foi visto como “dovish” no mercado, ou seja, rumo à flexibilização da política monetária nos EUA, e desencadeou um apetite por ativos de risco no mundo todo, de Wall Street à Faria Lima, enquanto os rendimentos dos Treasuries, os títulos do Tesouro dos EUA, e o dólar foram para baixo.

Powell afirmou que inflação nos Estados Unidos caiu significativamente e que está mais confiante de que os preços estão em um caminho sustentável Foto: Roberto Schmidt/AFP

Powell animou os investidores, que ampliaram as expectativas de um primeiro corte de juros maior em setembro, de 0,50 ponto porcentual. Uma redução menor das taxas, porém, ainda segue como o cenário mais provável em Wall Street.

Levantamento da plataforma CME Group indicava 36,5% de probabilidade de a taxa básica americana recuar da faixa atual, de 5,25% a 5,50%, para o intervalo entre 4,75% e 5% em setembro. Antes das falas de Powell, essa hipótese estava em 26,8%. Já a ainda majoritária possibilidade de uma baixa de 0,25 p.p. cedeu de 73,2% para 63,5%.

“Havia todos os motivos para pensar que um corte viria no mês que vem, e o presidente Powell basicamente o fixou agora”, disse o economista-chefe do Santander para os EUA, Stephen Stanley. Ele espera que o Fed corte os juros em 0,25 p.p. em setembro.

Para o diretor de Investimentos de Renda Fixa Global da BlackRock, Rick Rieder, Powell disse exatamente as palavras-chave que o mercado estava procurando. Segundo ele, ao afirmar que a “direção da viagem é clara”, ele não só sugeriu cortes múltiplos de 0,25 p.p., como deixou a porta aberta para uma redução mais agressiva, de 0,50 p.p. “Agora, a questão é quão rápido e quão longe eles irão”, diz.

Na visão do Bank of America, Powell não deixou a porta mais aberta para um corte de 0,50 p.p. em setembro, a menos que o mercado de trabalho americano enfraqueça mais à frente. E esse não é o cenário base do banco americano, que cita recentes dados de pedidos de auxílio-desemprego nos EUA abaixo do esperado.

“Cortes de 50 pontos-base ocorrerão apenas se os riscos de recessão (nos EUA) aumentarem significativamente ainda mais”, avalia o Bank of America, que manteve a expectativa de um corte de 0,25 p.p. por trimestre, começando em setembro. O banco pondera, contudo, que os comentários de Powell nesta sexta, bem como a revisão anual do payroll, que diminuiu o total de vagas criadas nos EUA em mais de 800 mil, aumentam o risco de cortes dessa magnitude em cada reunião.

Antes do próximo encontro do Fed, estão previstos novos dados da inflação e também mais um relatório payroll, principal termômetro do mercado de trabalho nos EUA. Os dados de julho vieram muito aquém das projeções, apontando a criação de 114 mil vagas no período, o que reacendeu o alerta do risco de recessão no país e quanto à possibilidade de o Fed ser mais agressivo em sua primeira tesourada nos juros.

“A partir de hoje (sexta, 23), acho que teríamos que dizer que o FOMC (Comitê Federal de Mercado Aberto) está praticamente amarrado com um corte das taxas em setembro, independentemente dos dados nas próximas semanas”, acrescenta Stanley, do Santander.

O presidente do Fed destacou nesta sexta que a inflação nos EUA caiu “significativamente” e que está mais confiante de que os preços estão em um “caminho sustentável” para voltar à meta do BC, de 2% ao ano. E, segundo ele, a reversão das distorções causadas pela pandemia de covid-19 teve papel fundamental no processo de desinflação.

Mas a análise mais esperada por investidores e economistas ao redor do globo foi sobre a situação laboral nos EUA. Powell disse que o mercado de trabalho não está mais superaquecido e que esfriou “consideravelmente”. Afirmou, porém, que o aumento do desemprego não foi resultado de demissões elevadas, como normalmente é o caso em uma crise econômica. “Em vez disso, o aumento reflete principalmente um aumento substancial na oferta de trabalhadores e uma desaceleração do ritmo frenético de contratações anteriormente”, avaliou.

Estudo do Bradesco confirma exatamente o cenário detalhado por Powell ao mostrar um aumento de vagas na maior economia do mundo e também mais demanda por parte dos trabalhadores americanos. Ainda assim, Powell destacou que a taxa de desemprego nos EUA segue baixa frente a padrões históricos. Em julho, subiu a 4,3% ante 4,1% em junho.

”Parece improvável que o mercado de trabalho seja uma fonte de pressões inflacionárias elevadas em breve. Não buscamos nem acolhemos mais resfriamento nas condições do mercado de trabalho”, disse.

NOVA YORK - A pequena vila de Jackson Hole, na região montanhosa de Wyoming, nos Estados Unidos, serviu de palco para o presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Jerome Powell, cravar um primeiro corte de juros em setembro. Como se esperava, ele preferiu não avançar o sinal, mantendo o tamanho da queda, bem como o rumo da flexibilização monetária no país, atrelados aos futuros dados da maior economia do mundo.

“Chegou a hora de a política se ajustar. A direção da viagem é clara, e o momento e o ritmo dos cortes de taxa dependerão dos dados recebidos, da perspectiva em evolução e do balanço de riscos”, disse Powell, em discurso durante o Simpósio de Jackson Hole, que reúne a nata da autoridade monetária global, além de economistas e acadêmicos.

Suas falas reforçaram o que a ata da última reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC, na sigla em inglês), em julho, já havia sinalizado, quando apontou que a maioria dos dirigentes apoiava um corte de juros em setembro.

O discurso de cerca de 30 minutos, e que abriu o tradicional Simpósio de Jackson Hole, promovido pelo Fed de Kansas City há mais de quatro décadas, foi visto como “dovish” no mercado, ou seja, rumo à flexibilização da política monetária nos EUA, e desencadeou um apetite por ativos de risco no mundo todo, de Wall Street à Faria Lima, enquanto os rendimentos dos Treasuries, os títulos do Tesouro dos EUA, e o dólar foram para baixo.

Powell afirmou que inflação nos Estados Unidos caiu significativamente e que está mais confiante de que os preços estão em um caminho sustentável Foto: Roberto Schmidt/AFP

Powell animou os investidores, que ampliaram as expectativas de um primeiro corte de juros maior em setembro, de 0,50 ponto porcentual. Uma redução menor das taxas, porém, ainda segue como o cenário mais provável em Wall Street.

Levantamento da plataforma CME Group indicava 36,5% de probabilidade de a taxa básica americana recuar da faixa atual, de 5,25% a 5,50%, para o intervalo entre 4,75% e 5% em setembro. Antes das falas de Powell, essa hipótese estava em 26,8%. Já a ainda majoritária possibilidade de uma baixa de 0,25 p.p. cedeu de 73,2% para 63,5%.

“Havia todos os motivos para pensar que um corte viria no mês que vem, e o presidente Powell basicamente o fixou agora”, disse o economista-chefe do Santander para os EUA, Stephen Stanley. Ele espera que o Fed corte os juros em 0,25 p.p. em setembro.

Para o diretor de Investimentos de Renda Fixa Global da BlackRock, Rick Rieder, Powell disse exatamente as palavras-chave que o mercado estava procurando. Segundo ele, ao afirmar que a “direção da viagem é clara”, ele não só sugeriu cortes múltiplos de 0,25 p.p., como deixou a porta aberta para uma redução mais agressiva, de 0,50 p.p. “Agora, a questão é quão rápido e quão longe eles irão”, diz.

Na visão do Bank of America, Powell não deixou a porta mais aberta para um corte de 0,50 p.p. em setembro, a menos que o mercado de trabalho americano enfraqueça mais à frente. E esse não é o cenário base do banco americano, que cita recentes dados de pedidos de auxílio-desemprego nos EUA abaixo do esperado.

“Cortes de 50 pontos-base ocorrerão apenas se os riscos de recessão (nos EUA) aumentarem significativamente ainda mais”, avalia o Bank of America, que manteve a expectativa de um corte de 0,25 p.p. por trimestre, começando em setembro. O banco pondera, contudo, que os comentários de Powell nesta sexta, bem como a revisão anual do payroll, que diminuiu o total de vagas criadas nos EUA em mais de 800 mil, aumentam o risco de cortes dessa magnitude em cada reunião.

Antes do próximo encontro do Fed, estão previstos novos dados da inflação e também mais um relatório payroll, principal termômetro do mercado de trabalho nos EUA. Os dados de julho vieram muito aquém das projeções, apontando a criação de 114 mil vagas no período, o que reacendeu o alerta do risco de recessão no país e quanto à possibilidade de o Fed ser mais agressivo em sua primeira tesourada nos juros.

“A partir de hoje (sexta, 23), acho que teríamos que dizer que o FOMC (Comitê Federal de Mercado Aberto) está praticamente amarrado com um corte das taxas em setembro, independentemente dos dados nas próximas semanas”, acrescenta Stanley, do Santander.

O presidente do Fed destacou nesta sexta que a inflação nos EUA caiu “significativamente” e que está mais confiante de que os preços estão em um “caminho sustentável” para voltar à meta do BC, de 2% ao ano. E, segundo ele, a reversão das distorções causadas pela pandemia de covid-19 teve papel fundamental no processo de desinflação.

Mas a análise mais esperada por investidores e economistas ao redor do globo foi sobre a situação laboral nos EUA. Powell disse que o mercado de trabalho não está mais superaquecido e que esfriou “consideravelmente”. Afirmou, porém, que o aumento do desemprego não foi resultado de demissões elevadas, como normalmente é o caso em uma crise econômica. “Em vez disso, o aumento reflete principalmente um aumento substancial na oferta de trabalhadores e uma desaceleração do ritmo frenético de contratações anteriormente”, avaliou.

Estudo do Bradesco confirma exatamente o cenário detalhado por Powell ao mostrar um aumento de vagas na maior economia do mundo e também mais demanda por parte dos trabalhadores americanos. Ainda assim, Powell destacou que a taxa de desemprego nos EUA segue baixa frente a padrões históricos. Em julho, subiu a 4,3% ante 4,1% em junho.

”Parece improvável que o mercado de trabalho seja uma fonte de pressões inflacionárias elevadas em breve. Não buscamos nem acolhemos mais resfriamento nas condições do mercado de trabalho”, disse.

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