Presidente do BC: Precisamos ter olho para social e também olho para equilíbrio fiscal


Roberto Campos Neto alerta que inflação pode aumentar em caso de descontrole e prejudicar os mais pobres

Por Cícero Cotrim e Thaís Barcellos
Atualização:

Sem citar diretamente o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, defendeu nesta sexta-feira, 11, que o o governo precisa ter “um olho para social e também um olho para o equilíbrio fiscal”, de forma a não elevar as expectativas de inflação. Ele lembrou que a disparada dos preços prejudica justamente a população que precisa de ajuda.

Ontem, Lula criticou a “tal da estabilidade fiscal”, ao defender que é preciso colocar a questão social à frente de temas que interessam, segundo ele, apenas o mercado financeiro. Como reação, a Bolsa caiu 3,35% e o dólar subiu 4,14%. Hoje, Campos Neto disse que a reação do mercado foi “demonstração clara de sensibilidade ao fiscal”.

continua após a publicidade

“Há sensibilidade porque as dívidas estão alta”, disse Campos Neto, em evento da CFA Society Brazil, citando os programas da pandemia de covid-19. “[O mercado] quer saber como vai ser planejamento para frente para que consiga atender o social e ao mesmo tempo ter equilíbrio fiscal”, continuou. “Sem equilíbrio fiscal, você vai achar que fazendo gasto muito maior adicional vai estar ajudando causa de gerar emprego e atender população carente, mas pode ter efeito oposto”.

“O problema foi que durante a campanha eleitoral foram feitas promessas, e o mercado começa a entender que parte do que se imaginava que seriam programas temporários vai se estendendo”, explicou.

continua após a publicidade

Como mostrou o Estadão, os investidores reagiram mal à alternativa que passou a ser a mais provável de de retirar de forma permanente as despesas do programa de transferência de renda do teto de gastos, a regra que limita o crescimento das despesas à inflação. A medida é uma das opções na mesa para viabilizar o Auxílio Brasil (que deve voltar a se chamar Bolsa Família) de R$ 600 no ano que vem.

Banco Central é a principal instituição responsável por buscar o controle da inflação no Brasil Foto: André Dusek / Estadão

A preocupação se dá porque a alternativa vem ganhando força na equipe de transição nos últimos dias – que, há poucos dias, priorizava apenas criar o chamado “waiver”, uma licença temporária para gastar, por meio da PEC da Transição. Para o mercado, a saída que vem sendo negociada pela equipe de transição, que também teria de ser feita via PEC, pode deteriorar a trajetória de sustentabilidade da dívida pública.

continua após a publicidade

Campos Neto afirmou que o BC vai trabalhar junto com o novo governo e ajudar o máximo possível para resolver a equação entre a necessidade social e o equilíbrio fiscal. “O BC está aberto a discutir com governo novo, sempre entendendo que não fazemos fiscal, que é apenas um input no nosso modelo”, completou, lembrando que a independência do BC é importante justamente para esses momentos. O mandato de Campos Neto vai até 2024, podendo ser reconduzido, mas ele já disse que não quer a prorrogação.

Segundo Campos Neto, ele ainda não teve contato com a equipe de transição, mas avaliou que há bons economistas e que tem conversado de “tempos em tempos” com Persio Arida, um dos formuladores do Plano Real e que está na equipe de transição na área econômica. “Há bons economistas na área de transição, precisamos esperar para ver”, reforçou, citando a reação da parte longa da curva de juros e do câmbio ontem às propostas que estão circulando de aumento de gastos no governo do PT.

Segundo o presidente do BC, o Brasil tem um resultado fiscal positivo e deverá ser o único País do mundo a entregar a dívida bruta próxima dos níveis pré-pandemia em 2022. Campos Neto disse que o crescimento mais forte do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2022 deve fazer com que a dívida bruta do País encerre o ano entre 75,5% e 76% do PIB.

continua após a publicidade

PIB depende de medidas do novo governo

Campos Neto afirmou que as projeções para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2023 são baixas, mas que a sua concretização vai depender da política econômica a ser adotada pelo governo do presidente eleito Lula. “Vai depender muito das expectativas, vai depender muito do que o governo vai apresentar”, disse.

Ele acrescentou que há uma melhora da inflação ao consumidor no País no curto prazo, embora a queda dos preços administrados - puxada pelas desonerações conduzidas pelo governo - não deva se repetir. Segundo Campos Neto, a continuidade da dinâmica positiva de inflação vai depender do plano fiscal.

continua após a publicidade

Campos Neto disse ainda que há sinais de que a taxa de desemprego começa a estabilizar no País, após uma queda forte nos últimos meses.

‘Luta contra inflação é longa e árdua’

Campos Neto disse que o BC continua com postura “cautelosa” frente à desaceleração da inflação no País. “A gente está bastante cauteloso com essa melhora da inflação, a gente tem olhado para os diversos elementos, achamos que a luta contra a inflação é uma luta longa e árdua e a gente precisa ainda perseverar”, afirmou.

continua após a publicidade

Campos Neto lembrou que boa parte da desinflação recente foi resultado das desonerações tributárias patrocinadas pelo governo. Ele ainda disse que o País gastou menos do que a média global para combater a pandemia de covid-19.Sobre o último IPCA, de outubro - que avançou 0,59%, 0,10 ponto porcentual acima da mediana da pesquisa Estadão/Broadcast -, o presidente do Banco Central destacou o alívio de algumas medidas de núcleos, como serviços.

Sem citar diretamente o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, defendeu nesta sexta-feira, 11, que o o governo precisa ter “um olho para social e também um olho para o equilíbrio fiscal”, de forma a não elevar as expectativas de inflação. Ele lembrou que a disparada dos preços prejudica justamente a população que precisa de ajuda.

Ontem, Lula criticou a “tal da estabilidade fiscal”, ao defender que é preciso colocar a questão social à frente de temas que interessam, segundo ele, apenas o mercado financeiro. Como reação, a Bolsa caiu 3,35% e o dólar subiu 4,14%. Hoje, Campos Neto disse que a reação do mercado foi “demonstração clara de sensibilidade ao fiscal”.

“Há sensibilidade porque as dívidas estão alta”, disse Campos Neto, em evento da CFA Society Brazil, citando os programas da pandemia de covid-19. “[O mercado] quer saber como vai ser planejamento para frente para que consiga atender o social e ao mesmo tempo ter equilíbrio fiscal”, continuou. “Sem equilíbrio fiscal, você vai achar que fazendo gasto muito maior adicional vai estar ajudando causa de gerar emprego e atender população carente, mas pode ter efeito oposto”.

“O problema foi que durante a campanha eleitoral foram feitas promessas, e o mercado começa a entender que parte do que se imaginava que seriam programas temporários vai se estendendo”, explicou.

Como mostrou o Estadão, os investidores reagiram mal à alternativa que passou a ser a mais provável de de retirar de forma permanente as despesas do programa de transferência de renda do teto de gastos, a regra que limita o crescimento das despesas à inflação. A medida é uma das opções na mesa para viabilizar o Auxílio Brasil (que deve voltar a se chamar Bolsa Família) de R$ 600 no ano que vem.

Banco Central é a principal instituição responsável por buscar o controle da inflação no Brasil Foto: André Dusek / Estadão

A preocupação se dá porque a alternativa vem ganhando força na equipe de transição nos últimos dias – que, há poucos dias, priorizava apenas criar o chamado “waiver”, uma licença temporária para gastar, por meio da PEC da Transição. Para o mercado, a saída que vem sendo negociada pela equipe de transição, que também teria de ser feita via PEC, pode deteriorar a trajetória de sustentabilidade da dívida pública.

Campos Neto afirmou que o BC vai trabalhar junto com o novo governo e ajudar o máximo possível para resolver a equação entre a necessidade social e o equilíbrio fiscal. “O BC está aberto a discutir com governo novo, sempre entendendo que não fazemos fiscal, que é apenas um input no nosso modelo”, completou, lembrando que a independência do BC é importante justamente para esses momentos. O mandato de Campos Neto vai até 2024, podendo ser reconduzido, mas ele já disse que não quer a prorrogação.

Segundo Campos Neto, ele ainda não teve contato com a equipe de transição, mas avaliou que há bons economistas e que tem conversado de “tempos em tempos” com Persio Arida, um dos formuladores do Plano Real e que está na equipe de transição na área econômica. “Há bons economistas na área de transição, precisamos esperar para ver”, reforçou, citando a reação da parte longa da curva de juros e do câmbio ontem às propostas que estão circulando de aumento de gastos no governo do PT.

Segundo o presidente do BC, o Brasil tem um resultado fiscal positivo e deverá ser o único País do mundo a entregar a dívida bruta próxima dos níveis pré-pandemia em 2022. Campos Neto disse que o crescimento mais forte do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2022 deve fazer com que a dívida bruta do País encerre o ano entre 75,5% e 76% do PIB.

PIB depende de medidas do novo governo

Campos Neto afirmou que as projeções para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2023 são baixas, mas que a sua concretização vai depender da política econômica a ser adotada pelo governo do presidente eleito Lula. “Vai depender muito das expectativas, vai depender muito do que o governo vai apresentar”, disse.

Ele acrescentou que há uma melhora da inflação ao consumidor no País no curto prazo, embora a queda dos preços administrados - puxada pelas desonerações conduzidas pelo governo - não deva se repetir. Segundo Campos Neto, a continuidade da dinâmica positiva de inflação vai depender do plano fiscal.

Campos Neto disse ainda que há sinais de que a taxa de desemprego começa a estabilizar no País, após uma queda forte nos últimos meses.

‘Luta contra inflação é longa e árdua’

Campos Neto disse que o BC continua com postura “cautelosa” frente à desaceleração da inflação no País. “A gente está bastante cauteloso com essa melhora da inflação, a gente tem olhado para os diversos elementos, achamos que a luta contra a inflação é uma luta longa e árdua e a gente precisa ainda perseverar”, afirmou.

Campos Neto lembrou que boa parte da desinflação recente foi resultado das desonerações tributárias patrocinadas pelo governo. Ele ainda disse que o País gastou menos do que a média global para combater a pandemia de covid-19.Sobre o último IPCA, de outubro - que avançou 0,59%, 0,10 ponto porcentual acima da mediana da pesquisa Estadão/Broadcast -, o presidente do Banco Central destacou o alívio de algumas medidas de núcleos, como serviços.

Sem citar diretamente o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, defendeu nesta sexta-feira, 11, que o o governo precisa ter “um olho para social e também um olho para o equilíbrio fiscal”, de forma a não elevar as expectativas de inflação. Ele lembrou que a disparada dos preços prejudica justamente a população que precisa de ajuda.

Ontem, Lula criticou a “tal da estabilidade fiscal”, ao defender que é preciso colocar a questão social à frente de temas que interessam, segundo ele, apenas o mercado financeiro. Como reação, a Bolsa caiu 3,35% e o dólar subiu 4,14%. Hoje, Campos Neto disse que a reação do mercado foi “demonstração clara de sensibilidade ao fiscal”.

“Há sensibilidade porque as dívidas estão alta”, disse Campos Neto, em evento da CFA Society Brazil, citando os programas da pandemia de covid-19. “[O mercado] quer saber como vai ser planejamento para frente para que consiga atender o social e ao mesmo tempo ter equilíbrio fiscal”, continuou. “Sem equilíbrio fiscal, você vai achar que fazendo gasto muito maior adicional vai estar ajudando causa de gerar emprego e atender população carente, mas pode ter efeito oposto”.

“O problema foi que durante a campanha eleitoral foram feitas promessas, e o mercado começa a entender que parte do que se imaginava que seriam programas temporários vai se estendendo”, explicou.

Como mostrou o Estadão, os investidores reagiram mal à alternativa que passou a ser a mais provável de de retirar de forma permanente as despesas do programa de transferência de renda do teto de gastos, a regra que limita o crescimento das despesas à inflação. A medida é uma das opções na mesa para viabilizar o Auxílio Brasil (que deve voltar a se chamar Bolsa Família) de R$ 600 no ano que vem.

Banco Central é a principal instituição responsável por buscar o controle da inflação no Brasil Foto: André Dusek / Estadão

A preocupação se dá porque a alternativa vem ganhando força na equipe de transição nos últimos dias – que, há poucos dias, priorizava apenas criar o chamado “waiver”, uma licença temporária para gastar, por meio da PEC da Transição. Para o mercado, a saída que vem sendo negociada pela equipe de transição, que também teria de ser feita via PEC, pode deteriorar a trajetória de sustentabilidade da dívida pública.

Campos Neto afirmou que o BC vai trabalhar junto com o novo governo e ajudar o máximo possível para resolver a equação entre a necessidade social e o equilíbrio fiscal. “O BC está aberto a discutir com governo novo, sempre entendendo que não fazemos fiscal, que é apenas um input no nosso modelo”, completou, lembrando que a independência do BC é importante justamente para esses momentos. O mandato de Campos Neto vai até 2024, podendo ser reconduzido, mas ele já disse que não quer a prorrogação.

Segundo Campos Neto, ele ainda não teve contato com a equipe de transição, mas avaliou que há bons economistas e que tem conversado de “tempos em tempos” com Persio Arida, um dos formuladores do Plano Real e que está na equipe de transição na área econômica. “Há bons economistas na área de transição, precisamos esperar para ver”, reforçou, citando a reação da parte longa da curva de juros e do câmbio ontem às propostas que estão circulando de aumento de gastos no governo do PT.

Segundo o presidente do BC, o Brasil tem um resultado fiscal positivo e deverá ser o único País do mundo a entregar a dívida bruta próxima dos níveis pré-pandemia em 2022. Campos Neto disse que o crescimento mais forte do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2022 deve fazer com que a dívida bruta do País encerre o ano entre 75,5% e 76% do PIB.

PIB depende de medidas do novo governo

Campos Neto afirmou que as projeções para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2023 são baixas, mas que a sua concretização vai depender da política econômica a ser adotada pelo governo do presidente eleito Lula. “Vai depender muito das expectativas, vai depender muito do que o governo vai apresentar”, disse.

Ele acrescentou que há uma melhora da inflação ao consumidor no País no curto prazo, embora a queda dos preços administrados - puxada pelas desonerações conduzidas pelo governo - não deva se repetir. Segundo Campos Neto, a continuidade da dinâmica positiva de inflação vai depender do plano fiscal.

Campos Neto disse ainda que há sinais de que a taxa de desemprego começa a estabilizar no País, após uma queda forte nos últimos meses.

‘Luta contra inflação é longa e árdua’

Campos Neto disse que o BC continua com postura “cautelosa” frente à desaceleração da inflação no País. “A gente está bastante cauteloso com essa melhora da inflação, a gente tem olhado para os diversos elementos, achamos que a luta contra a inflação é uma luta longa e árdua e a gente precisa ainda perseverar”, afirmou.

Campos Neto lembrou que boa parte da desinflação recente foi resultado das desonerações tributárias patrocinadas pelo governo. Ele ainda disse que o País gastou menos do que a média global para combater a pandemia de covid-19.Sobre o último IPCA, de outubro - que avançou 0,59%, 0,10 ponto porcentual acima da mediana da pesquisa Estadão/Broadcast -, o presidente do Banco Central destacou o alívio de algumas medidas de núcleos, como serviços.

Sem citar diretamente o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, defendeu nesta sexta-feira, 11, que o o governo precisa ter “um olho para social e também um olho para o equilíbrio fiscal”, de forma a não elevar as expectativas de inflação. Ele lembrou que a disparada dos preços prejudica justamente a população que precisa de ajuda.

Ontem, Lula criticou a “tal da estabilidade fiscal”, ao defender que é preciso colocar a questão social à frente de temas que interessam, segundo ele, apenas o mercado financeiro. Como reação, a Bolsa caiu 3,35% e o dólar subiu 4,14%. Hoje, Campos Neto disse que a reação do mercado foi “demonstração clara de sensibilidade ao fiscal”.

“Há sensibilidade porque as dívidas estão alta”, disse Campos Neto, em evento da CFA Society Brazil, citando os programas da pandemia de covid-19. “[O mercado] quer saber como vai ser planejamento para frente para que consiga atender o social e ao mesmo tempo ter equilíbrio fiscal”, continuou. “Sem equilíbrio fiscal, você vai achar que fazendo gasto muito maior adicional vai estar ajudando causa de gerar emprego e atender população carente, mas pode ter efeito oposto”.

“O problema foi que durante a campanha eleitoral foram feitas promessas, e o mercado começa a entender que parte do que se imaginava que seriam programas temporários vai se estendendo”, explicou.

Como mostrou o Estadão, os investidores reagiram mal à alternativa que passou a ser a mais provável de de retirar de forma permanente as despesas do programa de transferência de renda do teto de gastos, a regra que limita o crescimento das despesas à inflação. A medida é uma das opções na mesa para viabilizar o Auxílio Brasil (que deve voltar a se chamar Bolsa Família) de R$ 600 no ano que vem.

Banco Central é a principal instituição responsável por buscar o controle da inflação no Brasil Foto: André Dusek / Estadão

A preocupação se dá porque a alternativa vem ganhando força na equipe de transição nos últimos dias – que, há poucos dias, priorizava apenas criar o chamado “waiver”, uma licença temporária para gastar, por meio da PEC da Transição. Para o mercado, a saída que vem sendo negociada pela equipe de transição, que também teria de ser feita via PEC, pode deteriorar a trajetória de sustentabilidade da dívida pública.

Campos Neto afirmou que o BC vai trabalhar junto com o novo governo e ajudar o máximo possível para resolver a equação entre a necessidade social e o equilíbrio fiscal. “O BC está aberto a discutir com governo novo, sempre entendendo que não fazemos fiscal, que é apenas um input no nosso modelo”, completou, lembrando que a independência do BC é importante justamente para esses momentos. O mandato de Campos Neto vai até 2024, podendo ser reconduzido, mas ele já disse que não quer a prorrogação.

Segundo Campos Neto, ele ainda não teve contato com a equipe de transição, mas avaliou que há bons economistas e que tem conversado de “tempos em tempos” com Persio Arida, um dos formuladores do Plano Real e que está na equipe de transição na área econômica. “Há bons economistas na área de transição, precisamos esperar para ver”, reforçou, citando a reação da parte longa da curva de juros e do câmbio ontem às propostas que estão circulando de aumento de gastos no governo do PT.

Segundo o presidente do BC, o Brasil tem um resultado fiscal positivo e deverá ser o único País do mundo a entregar a dívida bruta próxima dos níveis pré-pandemia em 2022. Campos Neto disse que o crescimento mais forte do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2022 deve fazer com que a dívida bruta do País encerre o ano entre 75,5% e 76% do PIB.

PIB depende de medidas do novo governo

Campos Neto afirmou que as projeções para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2023 são baixas, mas que a sua concretização vai depender da política econômica a ser adotada pelo governo do presidente eleito Lula. “Vai depender muito das expectativas, vai depender muito do que o governo vai apresentar”, disse.

Ele acrescentou que há uma melhora da inflação ao consumidor no País no curto prazo, embora a queda dos preços administrados - puxada pelas desonerações conduzidas pelo governo - não deva se repetir. Segundo Campos Neto, a continuidade da dinâmica positiva de inflação vai depender do plano fiscal.

Campos Neto disse ainda que há sinais de que a taxa de desemprego começa a estabilizar no País, após uma queda forte nos últimos meses.

‘Luta contra inflação é longa e árdua’

Campos Neto disse que o BC continua com postura “cautelosa” frente à desaceleração da inflação no País. “A gente está bastante cauteloso com essa melhora da inflação, a gente tem olhado para os diversos elementos, achamos que a luta contra a inflação é uma luta longa e árdua e a gente precisa ainda perseverar”, afirmou.

Campos Neto lembrou que boa parte da desinflação recente foi resultado das desonerações tributárias patrocinadas pelo governo. Ele ainda disse que o País gastou menos do que a média global para combater a pandemia de covid-19.Sobre o último IPCA, de outubro - que avançou 0,59%, 0,10 ponto porcentual acima da mediana da pesquisa Estadão/Broadcast -, o presidente do Banco Central destacou o alívio de algumas medidas de núcleos, como serviços.

Sem citar diretamente o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, defendeu nesta sexta-feira, 11, que o o governo precisa ter “um olho para social e também um olho para o equilíbrio fiscal”, de forma a não elevar as expectativas de inflação. Ele lembrou que a disparada dos preços prejudica justamente a população que precisa de ajuda.

Ontem, Lula criticou a “tal da estabilidade fiscal”, ao defender que é preciso colocar a questão social à frente de temas que interessam, segundo ele, apenas o mercado financeiro. Como reação, a Bolsa caiu 3,35% e o dólar subiu 4,14%. Hoje, Campos Neto disse que a reação do mercado foi “demonstração clara de sensibilidade ao fiscal”.

“Há sensibilidade porque as dívidas estão alta”, disse Campos Neto, em evento da CFA Society Brazil, citando os programas da pandemia de covid-19. “[O mercado] quer saber como vai ser planejamento para frente para que consiga atender o social e ao mesmo tempo ter equilíbrio fiscal”, continuou. “Sem equilíbrio fiscal, você vai achar que fazendo gasto muito maior adicional vai estar ajudando causa de gerar emprego e atender população carente, mas pode ter efeito oposto”.

“O problema foi que durante a campanha eleitoral foram feitas promessas, e o mercado começa a entender que parte do que se imaginava que seriam programas temporários vai se estendendo”, explicou.

Como mostrou o Estadão, os investidores reagiram mal à alternativa que passou a ser a mais provável de de retirar de forma permanente as despesas do programa de transferência de renda do teto de gastos, a regra que limita o crescimento das despesas à inflação. A medida é uma das opções na mesa para viabilizar o Auxílio Brasil (que deve voltar a se chamar Bolsa Família) de R$ 600 no ano que vem.

Banco Central é a principal instituição responsável por buscar o controle da inflação no Brasil Foto: André Dusek / Estadão

A preocupação se dá porque a alternativa vem ganhando força na equipe de transição nos últimos dias – que, há poucos dias, priorizava apenas criar o chamado “waiver”, uma licença temporária para gastar, por meio da PEC da Transição. Para o mercado, a saída que vem sendo negociada pela equipe de transição, que também teria de ser feita via PEC, pode deteriorar a trajetória de sustentabilidade da dívida pública.

Campos Neto afirmou que o BC vai trabalhar junto com o novo governo e ajudar o máximo possível para resolver a equação entre a necessidade social e o equilíbrio fiscal. “O BC está aberto a discutir com governo novo, sempre entendendo que não fazemos fiscal, que é apenas um input no nosso modelo”, completou, lembrando que a independência do BC é importante justamente para esses momentos. O mandato de Campos Neto vai até 2024, podendo ser reconduzido, mas ele já disse que não quer a prorrogação.

Segundo Campos Neto, ele ainda não teve contato com a equipe de transição, mas avaliou que há bons economistas e que tem conversado de “tempos em tempos” com Persio Arida, um dos formuladores do Plano Real e que está na equipe de transição na área econômica. “Há bons economistas na área de transição, precisamos esperar para ver”, reforçou, citando a reação da parte longa da curva de juros e do câmbio ontem às propostas que estão circulando de aumento de gastos no governo do PT.

Segundo o presidente do BC, o Brasil tem um resultado fiscal positivo e deverá ser o único País do mundo a entregar a dívida bruta próxima dos níveis pré-pandemia em 2022. Campos Neto disse que o crescimento mais forte do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2022 deve fazer com que a dívida bruta do País encerre o ano entre 75,5% e 76% do PIB.

PIB depende de medidas do novo governo

Campos Neto afirmou que as projeções para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2023 são baixas, mas que a sua concretização vai depender da política econômica a ser adotada pelo governo do presidente eleito Lula. “Vai depender muito das expectativas, vai depender muito do que o governo vai apresentar”, disse.

Ele acrescentou que há uma melhora da inflação ao consumidor no País no curto prazo, embora a queda dos preços administrados - puxada pelas desonerações conduzidas pelo governo - não deva se repetir. Segundo Campos Neto, a continuidade da dinâmica positiva de inflação vai depender do plano fiscal.

Campos Neto disse ainda que há sinais de que a taxa de desemprego começa a estabilizar no País, após uma queda forte nos últimos meses.

‘Luta contra inflação é longa e árdua’

Campos Neto disse que o BC continua com postura “cautelosa” frente à desaceleração da inflação no País. “A gente está bastante cauteloso com essa melhora da inflação, a gente tem olhado para os diversos elementos, achamos que a luta contra a inflação é uma luta longa e árdua e a gente precisa ainda perseverar”, afirmou.

Campos Neto lembrou que boa parte da desinflação recente foi resultado das desonerações tributárias patrocinadas pelo governo. Ele ainda disse que o País gastou menos do que a média global para combater a pandemia de covid-19.Sobre o último IPCA, de outubro - que avançou 0,59%, 0,10 ponto porcentual acima da mediana da pesquisa Estadão/Broadcast -, o presidente do Banco Central destacou o alívio de algumas medidas de núcleos, como serviços.

Atualizamos nossa política de cookies

Ao utilizar nossos serviços, você aceita a política de monitoramento de cookies.