Qual é o caminho para o Brasil recuperar o grau de investimento


Para retomar o selo de bom pagador, o País precisa resolver a questão fiscal e acelerar o crescimento econômico, mostra estudo do banco Santander

Por Luiz Guilherme Gerbelli
Atualização:

Num ano em que as agências de classificação de risco melhoraram a percepção sobre a economia brasileira, o Brasil ainda tem importantes desafios se quiser recuperar o grau de investimento, perdido em 2015. Para retomar o selo de bom pagador, o País precisa resolver a questão fiscal, reduzir o seu endividamento, e acelerar o crescimento econômico.

As economias com grau de investimento são consideradas mais seguras para investidores e, portanto, com menos risco de dar calote. Na prática, o país se habilita a receber uma série de investimentos de peso.

Um estudo realizado pelo banco Santander, que compara a economia brasileira e países similares com grau de investimento, ajuda a dar a dimensão de qual é o atual estágio do País. Na área fiscal, por exemplo, o levantamento constatou que a dívida brasileira é 20 pontos maior na comparação com os países que têm grau de investimento.

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Fitch elevou o rating soberano do País neste ano  Foto: REUTERS/Reinhard Krause/File Photo

Em 2008, quando a economia brasileira alcançou o grau de investimento, a dívida equivalia a 62,8% do Produto Interno Bruto (PIB). Em 2023, deve encerrar em 76,5% do PIB, de acordo com a projeção do banco.

Hoje, o Brasil é considerado um país de elevado endividamento para uma economia emergente. Desde 2014, com exceção do ano passado, o País colheu déficits nas contas públicas - ou seja, gastou mais do que arrecadou -, o que levou ao aumento da dívida.

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A trajetória poderia ser pior, mas uma combinação pontual em 2022, com a subida dos preços das commodities no mercado internacional, ajudou a melhorar a arrecadação do País e contribuiu para uma redução do endividamento.

“A percepção de rating tem muito a ver com essa perspectiva de trajetória (da dívida). O nível, claro, importa, as agências olham bastante, mas o que importa também é a trajetória”, afirma Ítalo Franca, economista do banco Santander e um dos autores do estudo. “Houve uma conjuntura de fatores que ajudou bastante nos números de dívida para que eles fossem menores”, afirma Franca.

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Neste ano, duas agências de classificação de risco melhoraram a avaliação sobre a economia brasileira. Em junho, a S&P Global revisou a perspectiva da nota de crédito BB- do Brasil, de estável para positiva. No mês seguinte, a Fitch elevou o rating soberano do País, de BB- a BB, com perspectiva estável.

O cenário das contas públicas brasileiras segue desafiador, porque o arcabouço fiscal conseguiu dar uma previsibilidade para o rumo da dívida do País, mas não deve impedir o aumento do endividamento. Em 2025, de acordo com o Santander, deve subir para 83,2%. O governo promete zerar o resultado primário no ano que vem e alcançar um superávit de 1% do PIB.

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“As projeções de dívida ainda continuam desafiadoras, seguem altistas, mas houve uma redução (nas previsões)”, afirma Franca.

Crescimento

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Em relação ao crescimento econômico, embora os números dos últimos anos tenham surpreendido positivamente, a avaliação é a de que o País precisa melhorar o seu PIB potencial.

Em 2023, as previsões de crescimento para a economia brasileira estão em 3%, de acordo o relatório Focus, do Banco Central. Para 2024, no entanto, deve haver uma desaceleração. A previsão é de alta de 1,5%.

Há um debate entre os economistas brasileiros se as reformas realizadas nos últimos anos, como a trabalhista, contribuíram, de alguma forma, para o aumento do PIB potencial. Atualmente, a grande aposta é que a reforma tributária - já aprovada na Câmara dos Deputados - possa ajudar a melhorar o ambiente de negócios do País e, consequentemente, a capacidade de crescimento econômico.

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“No fundo, o País precisa ter uma melhora de produtividade, o que, no fim, aumenta o crescimento do PIB”, diz o economista do Santander.

Quanto tempo vai demorar?

Na média, os países que perderam o grau de investimento levaram de seis a sete anos para conseguir retomar o selo, de acordo com o mapeamento do Santander. A Indonésia, por exemplo, demorou 14 anos; o Uruguai esperou nove anos, enquanto a Coreia do Sul e a Malásia precisaram de menos de um ano para recuperar a nota.

“Há um caminho para retomar o grau de investimento, mas ele ainda tem dificuldades”, diz Franca.

Além das questões domésticas, o que pode ajudar ou não no processo de retomada de grau de investimento é o desempenho do setor externo. “Se for um ambiente positivo, a gente pode ter mais espaço para avançar nessa agenda. Se for mais desafiador, vamos ter de fazer escolhas importantes para ajudar nesse processo”, afirma Franca.

Num ano em que as agências de classificação de risco melhoraram a percepção sobre a economia brasileira, o Brasil ainda tem importantes desafios se quiser recuperar o grau de investimento, perdido em 2015. Para retomar o selo de bom pagador, o País precisa resolver a questão fiscal, reduzir o seu endividamento, e acelerar o crescimento econômico.

As economias com grau de investimento são consideradas mais seguras para investidores e, portanto, com menos risco de dar calote. Na prática, o país se habilita a receber uma série de investimentos de peso.

Um estudo realizado pelo banco Santander, que compara a economia brasileira e países similares com grau de investimento, ajuda a dar a dimensão de qual é o atual estágio do País. Na área fiscal, por exemplo, o levantamento constatou que a dívida brasileira é 20 pontos maior na comparação com os países que têm grau de investimento.

Fitch elevou o rating soberano do País neste ano  Foto: REUTERS/Reinhard Krause/File Photo

Em 2008, quando a economia brasileira alcançou o grau de investimento, a dívida equivalia a 62,8% do Produto Interno Bruto (PIB). Em 2023, deve encerrar em 76,5% do PIB, de acordo com a projeção do banco.

Hoje, o Brasil é considerado um país de elevado endividamento para uma economia emergente. Desde 2014, com exceção do ano passado, o País colheu déficits nas contas públicas - ou seja, gastou mais do que arrecadou -, o que levou ao aumento da dívida.

A trajetória poderia ser pior, mas uma combinação pontual em 2022, com a subida dos preços das commodities no mercado internacional, ajudou a melhorar a arrecadação do País e contribuiu para uma redução do endividamento.

“A percepção de rating tem muito a ver com essa perspectiva de trajetória (da dívida). O nível, claro, importa, as agências olham bastante, mas o que importa também é a trajetória”, afirma Ítalo Franca, economista do banco Santander e um dos autores do estudo. “Houve uma conjuntura de fatores que ajudou bastante nos números de dívida para que eles fossem menores”, afirma Franca.

Neste ano, duas agências de classificação de risco melhoraram a avaliação sobre a economia brasileira. Em junho, a S&P Global revisou a perspectiva da nota de crédito BB- do Brasil, de estável para positiva. No mês seguinte, a Fitch elevou o rating soberano do País, de BB- a BB, com perspectiva estável.

O cenário das contas públicas brasileiras segue desafiador, porque o arcabouço fiscal conseguiu dar uma previsibilidade para o rumo da dívida do País, mas não deve impedir o aumento do endividamento. Em 2025, de acordo com o Santander, deve subir para 83,2%. O governo promete zerar o resultado primário no ano que vem e alcançar um superávit de 1% do PIB.

“As projeções de dívida ainda continuam desafiadoras, seguem altistas, mas houve uma redução (nas previsões)”, afirma Franca.

Crescimento

Em relação ao crescimento econômico, embora os números dos últimos anos tenham surpreendido positivamente, a avaliação é a de que o País precisa melhorar o seu PIB potencial.

Em 2023, as previsões de crescimento para a economia brasileira estão em 3%, de acordo o relatório Focus, do Banco Central. Para 2024, no entanto, deve haver uma desaceleração. A previsão é de alta de 1,5%.

Há um debate entre os economistas brasileiros se as reformas realizadas nos últimos anos, como a trabalhista, contribuíram, de alguma forma, para o aumento do PIB potencial. Atualmente, a grande aposta é que a reforma tributária - já aprovada na Câmara dos Deputados - possa ajudar a melhorar o ambiente de negócios do País e, consequentemente, a capacidade de crescimento econômico.

“No fundo, o País precisa ter uma melhora de produtividade, o que, no fim, aumenta o crescimento do PIB”, diz o economista do Santander.

Quanto tempo vai demorar?

Na média, os países que perderam o grau de investimento levaram de seis a sete anos para conseguir retomar o selo, de acordo com o mapeamento do Santander. A Indonésia, por exemplo, demorou 14 anos; o Uruguai esperou nove anos, enquanto a Coreia do Sul e a Malásia precisaram de menos de um ano para recuperar a nota.

“Há um caminho para retomar o grau de investimento, mas ele ainda tem dificuldades”, diz Franca.

Além das questões domésticas, o que pode ajudar ou não no processo de retomada de grau de investimento é o desempenho do setor externo. “Se for um ambiente positivo, a gente pode ter mais espaço para avançar nessa agenda. Se for mais desafiador, vamos ter de fazer escolhas importantes para ajudar nesse processo”, afirma Franca.

Num ano em que as agências de classificação de risco melhoraram a percepção sobre a economia brasileira, o Brasil ainda tem importantes desafios se quiser recuperar o grau de investimento, perdido em 2015. Para retomar o selo de bom pagador, o País precisa resolver a questão fiscal, reduzir o seu endividamento, e acelerar o crescimento econômico.

As economias com grau de investimento são consideradas mais seguras para investidores e, portanto, com menos risco de dar calote. Na prática, o país se habilita a receber uma série de investimentos de peso.

Um estudo realizado pelo banco Santander, que compara a economia brasileira e países similares com grau de investimento, ajuda a dar a dimensão de qual é o atual estágio do País. Na área fiscal, por exemplo, o levantamento constatou que a dívida brasileira é 20 pontos maior na comparação com os países que têm grau de investimento.

Fitch elevou o rating soberano do País neste ano  Foto: REUTERS/Reinhard Krause/File Photo

Em 2008, quando a economia brasileira alcançou o grau de investimento, a dívida equivalia a 62,8% do Produto Interno Bruto (PIB). Em 2023, deve encerrar em 76,5% do PIB, de acordo com a projeção do banco.

Hoje, o Brasil é considerado um país de elevado endividamento para uma economia emergente. Desde 2014, com exceção do ano passado, o País colheu déficits nas contas públicas - ou seja, gastou mais do que arrecadou -, o que levou ao aumento da dívida.

A trajetória poderia ser pior, mas uma combinação pontual em 2022, com a subida dos preços das commodities no mercado internacional, ajudou a melhorar a arrecadação do País e contribuiu para uma redução do endividamento.

“A percepção de rating tem muito a ver com essa perspectiva de trajetória (da dívida). O nível, claro, importa, as agências olham bastante, mas o que importa também é a trajetória”, afirma Ítalo Franca, economista do banco Santander e um dos autores do estudo. “Houve uma conjuntura de fatores que ajudou bastante nos números de dívida para que eles fossem menores”, afirma Franca.

Neste ano, duas agências de classificação de risco melhoraram a avaliação sobre a economia brasileira. Em junho, a S&P Global revisou a perspectiva da nota de crédito BB- do Brasil, de estável para positiva. No mês seguinte, a Fitch elevou o rating soberano do País, de BB- a BB, com perspectiva estável.

O cenário das contas públicas brasileiras segue desafiador, porque o arcabouço fiscal conseguiu dar uma previsibilidade para o rumo da dívida do País, mas não deve impedir o aumento do endividamento. Em 2025, de acordo com o Santander, deve subir para 83,2%. O governo promete zerar o resultado primário no ano que vem e alcançar um superávit de 1% do PIB.

“As projeções de dívida ainda continuam desafiadoras, seguem altistas, mas houve uma redução (nas previsões)”, afirma Franca.

Crescimento

Em relação ao crescimento econômico, embora os números dos últimos anos tenham surpreendido positivamente, a avaliação é a de que o País precisa melhorar o seu PIB potencial.

Em 2023, as previsões de crescimento para a economia brasileira estão em 3%, de acordo o relatório Focus, do Banco Central. Para 2024, no entanto, deve haver uma desaceleração. A previsão é de alta de 1,5%.

Há um debate entre os economistas brasileiros se as reformas realizadas nos últimos anos, como a trabalhista, contribuíram, de alguma forma, para o aumento do PIB potencial. Atualmente, a grande aposta é que a reforma tributária - já aprovada na Câmara dos Deputados - possa ajudar a melhorar o ambiente de negócios do País e, consequentemente, a capacidade de crescimento econômico.

“No fundo, o País precisa ter uma melhora de produtividade, o que, no fim, aumenta o crescimento do PIB”, diz o economista do Santander.

Quanto tempo vai demorar?

Na média, os países que perderam o grau de investimento levaram de seis a sete anos para conseguir retomar o selo, de acordo com o mapeamento do Santander. A Indonésia, por exemplo, demorou 14 anos; o Uruguai esperou nove anos, enquanto a Coreia do Sul e a Malásia precisaram de menos de um ano para recuperar a nota.

“Há um caminho para retomar o grau de investimento, mas ele ainda tem dificuldades”, diz Franca.

Além das questões domésticas, o que pode ajudar ou não no processo de retomada de grau de investimento é o desempenho do setor externo. “Se for um ambiente positivo, a gente pode ter mais espaço para avançar nessa agenda. Se for mais desafiador, vamos ter de fazer escolhas importantes para ajudar nesse processo”, afirma Franca.

Num ano em que as agências de classificação de risco melhoraram a percepção sobre a economia brasileira, o Brasil ainda tem importantes desafios se quiser recuperar o grau de investimento, perdido em 2015. Para retomar o selo de bom pagador, o País precisa resolver a questão fiscal, reduzir o seu endividamento, e acelerar o crescimento econômico.

As economias com grau de investimento são consideradas mais seguras para investidores e, portanto, com menos risco de dar calote. Na prática, o país se habilita a receber uma série de investimentos de peso.

Um estudo realizado pelo banco Santander, que compara a economia brasileira e países similares com grau de investimento, ajuda a dar a dimensão de qual é o atual estágio do País. Na área fiscal, por exemplo, o levantamento constatou que a dívida brasileira é 20 pontos maior na comparação com os países que têm grau de investimento.

Fitch elevou o rating soberano do País neste ano  Foto: REUTERS/Reinhard Krause/File Photo

Em 2008, quando a economia brasileira alcançou o grau de investimento, a dívida equivalia a 62,8% do Produto Interno Bruto (PIB). Em 2023, deve encerrar em 76,5% do PIB, de acordo com a projeção do banco.

Hoje, o Brasil é considerado um país de elevado endividamento para uma economia emergente. Desde 2014, com exceção do ano passado, o País colheu déficits nas contas públicas - ou seja, gastou mais do que arrecadou -, o que levou ao aumento da dívida.

A trajetória poderia ser pior, mas uma combinação pontual em 2022, com a subida dos preços das commodities no mercado internacional, ajudou a melhorar a arrecadação do País e contribuiu para uma redução do endividamento.

“A percepção de rating tem muito a ver com essa perspectiva de trajetória (da dívida). O nível, claro, importa, as agências olham bastante, mas o que importa também é a trajetória”, afirma Ítalo Franca, economista do banco Santander e um dos autores do estudo. “Houve uma conjuntura de fatores que ajudou bastante nos números de dívida para que eles fossem menores”, afirma Franca.

Neste ano, duas agências de classificação de risco melhoraram a avaliação sobre a economia brasileira. Em junho, a S&P Global revisou a perspectiva da nota de crédito BB- do Brasil, de estável para positiva. No mês seguinte, a Fitch elevou o rating soberano do País, de BB- a BB, com perspectiva estável.

O cenário das contas públicas brasileiras segue desafiador, porque o arcabouço fiscal conseguiu dar uma previsibilidade para o rumo da dívida do País, mas não deve impedir o aumento do endividamento. Em 2025, de acordo com o Santander, deve subir para 83,2%. O governo promete zerar o resultado primário no ano que vem e alcançar um superávit de 1% do PIB.

“As projeções de dívida ainda continuam desafiadoras, seguem altistas, mas houve uma redução (nas previsões)”, afirma Franca.

Crescimento

Em relação ao crescimento econômico, embora os números dos últimos anos tenham surpreendido positivamente, a avaliação é a de que o País precisa melhorar o seu PIB potencial.

Em 2023, as previsões de crescimento para a economia brasileira estão em 3%, de acordo o relatório Focus, do Banco Central. Para 2024, no entanto, deve haver uma desaceleração. A previsão é de alta de 1,5%.

Há um debate entre os economistas brasileiros se as reformas realizadas nos últimos anos, como a trabalhista, contribuíram, de alguma forma, para o aumento do PIB potencial. Atualmente, a grande aposta é que a reforma tributária - já aprovada na Câmara dos Deputados - possa ajudar a melhorar o ambiente de negócios do País e, consequentemente, a capacidade de crescimento econômico.

“No fundo, o País precisa ter uma melhora de produtividade, o que, no fim, aumenta o crescimento do PIB”, diz o economista do Santander.

Quanto tempo vai demorar?

Na média, os países que perderam o grau de investimento levaram de seis a sete anos para conseguir retomar o selo, de acordo com o mapeamento do Santander. A Indonésia, por exemplo, demorou 14 anos; o Uruguai esperou nove anos, enquanto a Coreia do Sul e a Malásia precisaram de menos de um ano para recuperar a nota.

“Há um caminho para retomar o grau de investimento, mas ele ainda tem dificuldades”, diz Franca.

Além das questões domésticas, o que pode ajudar ou não no processo de retomada de grau de investimento é o desempenho do setor externo. “Se for um ambiente positivo, a gente pode ter mais espaço para avançar nessa agenda. Se for mais desafiador, vamos ter de fazer escolhas importantes para ajudar nesse processo”, afirma Franca.

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