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Opinião|Dia da luta contra a LGBTfobia é janela para empresas saírem do armário e acelerarem inclusão


Algumas empresas avançam na agenda LGBT, vinculada aos princípios ESG, mas garantir ambiente de trabalho respeitoso e acolhedor a gays e transgêneros deve ser preocupação de toda a sociedade

Por Ricardo Sales

17 de maio é o Dia Internacional de Luta contra a LGBTfobia. A escolha da data não é aleatória e relembra a retirada da homossexualidade do catálogo de doenças da Organização Mundial da Saúde, o que aconteceu apenas em 1990. Há 31 anos o desejo afetivo ou sexual por pessoas do mesmo gênero ainda era visto como algo patológico pela OMS. Neste sentido, avançamos bastante de lá para cá. 

No Brasil, a década que se encerrou no ano passado foi a mais pródiga em vitórias. Graças a uma série de decisões do Supremo Tribunal Federal, houve aprovação da união civil entre homossexuais (2011), maior facilidade para retificação do nome de pessoas trans (2017), criminalização da LGBTfobia (2019) e o fim da proibição da doação de sangue por homens gays, bissexuais, mulheres trans e travestis (2020).

São conquistas civilizatórias, mas que guardam em si a fragilidade de terem vindo todas do STF. Decisões do tipo, como se sabe, podem ser revistas - o que é particularmente preocupante quando o presidente da República ameaça a indicação de alguém "terrivelmente evangélico" para a Suprema Corte. 

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Quando olhamos para o mundo do trabalho, avanços aconteceram, mas ainda distantes da velocidade que precisamos. Se, por um lado, hoje há muito mais espaço para gays e lésbicas falarem abertamente de suas vidas em empresas multinacionais, por outro, a realidade do preconceito ainda se faz presentes nas organizações menores, de estrutura familiar ou sediadas nos interiores do País. 

Estudo da OutNow aponta que no Brasil apenas um em cada três pessoas LGBTs fala abertamente sobre sua orientação sexual ou identidade de gênero no trabalho. O restante se esconde, levando-se pela metade e deixando para fora uma parte importante de sua existência. Isso traz consequências em termos de autoestima e saúde mental e também impacta a produtividade. 

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Parada Gay na Avenida Paulista, em São Paulo. Foto: Tiago Queiroz/Estadão-23/6/2019

Quem fica no armário quase sempre está acuado e tem mais dificuldades de se integrar ao time. Conviver com o preconceito também é motivo para querer mudar de emprego, o que aumenta os custos com a rotatividade de pessoal.

Em relação às pessoas trans, os desafios são ainda maiores. Poucas delas têm acesso ao mercado formal, mesmo quando contam com a escolaridade necessária. Costumo dizer que a inclusão trans é um teste ao ideal de meritocracia propagado no meio corporativo. Se, por exemplo, a pessoa mais capacitada num processo seletivo for uma travesti, ela será contratada? Ou preocupações com o uso do banheiro, a opinião dos clientes, entre outras, se sobressairão à competência?

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Garantir um ambiente de trabalho respeitoso e acolhedor à população LGBT precisa ser uma preocupação de toda a sociedade. Algumas empresas têm feito avanços nesta agenda, mas a discussão, que está alinhada aos princípios de ESG, precisa crescer e contar com o apoio e incentivo do Estado e das políticas públicas. 

Que o Dia de Luta contra a LGBTfobia sirva de alerta para a necessidade de acelerarmos em direção a um País mais justo e inclusivo para todas as pessoas. 

* Ricardo Sales é sócio da consultoria Mais Diversidade, professor na Fundação Dom Cabral e pesquisador na Universidade de São Paulo (ricardo@maisdiversidade.com.br).

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17 de maio é o Dia Internacional de Luta contra a LGBTfobia. A escolha da data não é aleatória e relembra a retirada da homossexualidade do catálogo de doenças da Organização Mundial da Saúde, o que aconteceu apenas em 1990. Há 31 anos o desejo afetivo ou sexual por pessoas do mesmo gênero ainda era visto como algo patológico pela OMS. Neste sentido, avançamos bastante de lá para cá. 

No Brasil, a década que se encerrou no ano passado foi a mais pródiga em vitórias. Graças a uma série de decisões do Supremo Tribunal Federal, houve aprovação da união civil entre homossexuais (2011), maior facilidade para retificação do nome de pessoas trans (2017), criminalização da LGBTfobia (2019) e o fim da proibição da doação de sangue por homens gays, bissexuais, mulheres trans e travestis (2020).

São conquistas civilizatórias, mas que guardam em si a fragilidade de terem vindo todas do STF. Decisões do tipo, como se sabe, podem ser revistas - o que é particularmente preocupante quando o presidente da República ameaça a indicação de alguém "terrivelmente evangélico" para a Suprema Corte. 

Quando olhamos para o mundo do trabalho, avanços aconteceram, mas ainda distantes da velocidade que precisamos. Se, por um lado, hoje há muito mais espaço para gays e lésbicas falarem abertamente de suas vidas em empresas multinacionais, por outro, a realidade do preconceito ainda se faz presentes nas organizações menores, de estrutura familiar ou sediadas nos interiores do País. 

Estudo da OutNow aponta que no Brasil apenas um em cada três pessoas LGBTs fala abertamente sobre sua orientação sexual ou identidade de gênero no trabalho. O restante se esconde, levando-se pela metade e deixando para fora uma parte importante de sua existência. Isso traz consequências em termos de autoestima e saúde mental e também impacta a produtividade. 

Parada Gay na Avenida Paulista, em São Paulo. Foto: Tiago Queiroz/Estadão-23/6/2019

Quem fica no armário quase sempre está acuado e tem mais dificuldades de se integrar ao time. Conviver com o preconceito também é motivo para querer mudar de emprego, o que aumenta os custos com a rotatividade de pessoal.

Em relação às pessoas trans, os desafios são ainda maiores. Poucas delas têm acesso ao mercado formal, mesmo quando contam com a escolaridade necessária. Costumo dizer que a inclusão trans é um teste ao ideal de meritocracia propagado no meio corporativo. Se, por exemplo, a pessoa mais capacitada num processo seletivo for uma travesti, ela será contratada? Ou preocupações com o uso do banheiro, a opinião dos clientes, entre outras, se sobressairão à competência?

Garantir um ambiente de trabalho respeitoso e acolhedor à população LGBT precisa ser uma preocupação de toda a sociedade. Algumas empresas têm feito avanços nesta agenda, mas a discussão, que está alinhada aos princípios de ESG, precisa crescer e contar com o apoio e incentivo do Estado e das políticas públicas. 

Que o Dia de Luta contra a LGBTfobia sirva de alerta para a necessidade de acelerarmos em direção a um País mais justo e inclusivo para todas as pessoas. 

* Ricardo Sales é sócio da consultoria Mais Diversidade, professor na Fundação Dom Cabral e pesquisador na Universidade de São Paulo (ricardo@maisdiversidade.com.br).

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No Brasil, a década que se encerrou no ano passado foi a mais pródiga em vitórias. Graças a uma série de decisões do Supremo Tribunal Federal, houve aprovação da união civil entre homossexuais (2011), maior facilidade para retificação do nome de pessoas trans (2017), criminalização da LGBTfobia (2019) e o fim da proibição da doação de sangue por homens gays, bissexuais, mulheres trans e travestis (2020).

São conquistas civilizatórias, mas que guardam em si a fragilidade de terem vindo todas do STF. Decisões do tipo, como se sabe, podem ser revistas - o que é particularmente preocupante quando o presidente da República ameaça a indicação de alguém "terrivelmente evangélico" para a Suprema Corte. 

Quando olhamos para o mundo do trabalho, avanços aconteceram, mas ainda distantes da velocidade que precisamos. Se, por um lado, hoje há muito mais espaço para gays e lésbicas falarem abertamente de suas vidas em empresas multinacionais, por outro, a realidade do preconceito ainda se faz presentes nas organizações menores, de estrutura familiar ou sediadas nos interiores do País. 

Estudo da OutNow aponta que no Brasil apenas um em cada três pessoas LGBTs fala abertamente sobre sua orientação sexual ou identidade de gênero no trabalho. O restante se esconde, levando-se pela metade e deixando para fora uma parte importante de sua existência. Isso traz consequências em termos de autoestima e saúde mental e também impacta a produtividade. 

Parada Gay na Avenida Paulista, em São Paulo. Foto: Tiago Queiroz/Estadão-23/6/2019

Quem fica no armário quase sempre está acuado e tem mais dificuldades de se integrar ao time. Conviver com o preconceito também é motivo para querer mudar de emprego, o que aumenta os custos com a rotatividade de pessoal.

Em relação às pessoas trans, os desafios são ainda maiores. Poucas delas têm acesso ao mercado formal, mesmo quando contam com a escolaridade necessária. Costumo dizer que a inclusão trans é um teste ao ideal de meritocracia propagado no meio corporativo. Se, por exemplo, a pessoa mais capacitada num processo seletivo for uma travesti, ela será contratada? Ou preocupações com o uso do banheiro, a opinião dos clientes, entre outras, se sobressairão à competência?

Garantir um ambiente de trabalho respeitoso e acolhedor à população LGBT precisa ser uma preocupação de toda a sociedade. Algumas empresas têm feito avanços nesta agenda, mas a discussão, que está alinhada aos princípios de ESG, precisa crescer e contar com o apoio e incentivo do Estado e das políticas públicas. 

Que o Dia de Luta contra a LGBTfobia sirva de alerta para a necessidade de acelerarmos em direção a um País mais justo e inclusivo para todas as pessoas. 

* Ricardo Sales é sócio da consultoria Mais Diversidade, professor na Fundação Dom Cabral e pesquisador na Universidade de São Paulo (ricardo@maisdiversidade.com.br).

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No Brasil, a década que se encerrou no ano passado foi a mais pródiga em vitórias. Graças a uma série de decisões do Supremo Tribunal Federal, houve aprovação da união civil entre homossexuais (2011), maior facilidade para retificação do nome de pessoas trans (2017), criminalização da LGBTfobia (2019) e o fim da proibição da doação de sangue por homens gays, bissexuais, mulheres trans e travestis (2020).

São conquistas civilizatórias, mas que guardam em si a fragilidade de terem vindo todas do STF. Decisões do tipo, como se sabe, podem ser revistas - o que é particularmente preocupante quando o presidente da República ameaça a indicação de alguém "terrivelmente evangélico" para a Suprema Corte. 

Quando olhamos para o mundo do trabalho, avanços aconteceram, mas ainda distantes da velocidade que precisamos. Se, por um lado, hoje há muito mais espaço para gays e lésbicas falarem abertamente de suas vidas em empresas multinacionais, por outro, a realidade do preconceito ainda se faz presentes nas organizações menores, de estrutura familiar ou sediadas nos interiores do País. 

Estudo da OutNow aponta que no Brasil apenas um em cada três pessoas LGBTs fala abertamente sobre sua orientação sexual ou identidade de gênero no trabalho. O restante se esconde, levando-se pela metade e deixando para fora uma parte importante de sua existência. Isso traz consequências em termos de autoestima e saúde mental e também impacta a produtividade. 

Parada Gay na Avenida Paulista, em São Paulo. Foto: Tiago Queiroz/Estadão-23/6/2019

Quem fica no armário quase sempre está acuado e tem mais dificuldades de se integrar ao time. Conviver com o preconceito também é motivo para querer mudar de emprego, o que aumenta os custos com a rotatividade de pessoal.

Em relação às pessoas trans, os desafios são ainda maiores. Poucas delas têm acesso ao mercado formal, mesmo quando contam com a escolaridade necessária. Costumo dizer que a inclusão trans é um teste ao ideal de meritocracia propagado no meio corporativo. Se, por exemplo, a pessoa mais capacitada num processo seletivo for uma travesti, ela será contratada? Ou preocupações com o uso do banheiro, a opinião dos clientes, entre outras, se sobressairão à competência?

Garantir um ambiente de trabalho respeitoso e acolhedor à população LGBT precisa ser uma preocupação de toda a sociedade. Algumas empresas têm feito avanços nesta agenda, mas a discussão, que está alinhada aos princípios de ESG, precisa crescer e contar com o apoio e incentivo do Estado e das políticas públicas. 

Que o Dia de Luta contra a LGBTfobia sirva de alerta para a necessidade de acelerarmos em direção a um País mais justo e inclusivo para todas as pessoas. 

* Ricardo Sales é sócio da consultoria Mais Diversidade, professor na Fundação Dom Cabral e pesquisador na Universidade de São Paulo (ricardo@maisdiversidade.com.br).

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