As crises climáticas observadas pelo mundo evidenciam a necessidade de soluções eficientes e viáveis para acelerar a transição energética no planeta. A emissão de gases de efeito estufa, responsável pelo aumento da temperatura que causa alterações no clima, é resultado da queima de combustíveis derivados do petróleo (gasolina e diesel) e carvão. Para descarbonizar o planeta, é essencial oferecer alternativas sustentáveis e renováveis para substituir o uso de fontes de energia poluentes.
Em 2024, os efeitos das alterações climáticas já se fizeram sentir de maneira profunda, especialmente no Brasil. No Rio Grande do Sul, desde abril, o excesso de chuvas fez centenas de vítimas e deixou milhares de desabrigados, além de comprometer a produção agropecuária e impactar a economia geral. A Confederação Nacional dos Municípios estima que o prejuízo do Estado ultrapasse os R$ 10 bilhões. Enquanto isso, no Centro-Oeste, o IBGE calcula que a safra de grãos será 5% menor do que a anterior, devido à falta de chuvas.
Assumindo o protagonismo na busca por um futuro sustentável, a Raízen aposta na versatilidade da cana-de-açúcar e na economia circular para impulsionar a transição energética no mundo. Uma pesquisa da Embrapa, Unicamp e Agroicone revelou que a própria lavoura da cana tem papel importante na captura de gás carbônico: nos últimos 20 anos, a cultura sequestrou cerca de 200 milhões de toneladas de CO2 da atmosfera. É, ainda, a maior fonte de energia renovável no Brasil, respondendo por cerca de 15,4% da energia nacional, segundo o Balanço Energético Nacional (BEN).
Graças à evolução tecnológica, a cultura da cana não é considerada um vetor de desmatamento no Brasil. Sua área de cultivo corresponde a cerca de 1,2% do território nacional, sendo suficiente para que a produção brasileira lidere a exportação de açúcar mundialmente. O reaproveitamento dos resíduos da fabricação do alimento e também do etanol permite obter outros combustíveis, renováveis e eficientes, para viabilizar a descarbonização de setores em que sua operação é mais complexa – como o marítimo e a aviação, uma das maiores responsáveis pela emissão de gás carbônico. É o caso do Etanol de Segunda Geração (E2G), do biogás, do biometano e da biomassa.
Produtora de etanol, açúcar e derivados da cana, a Raízen possui uma das maiores operações agrícolas do mundo, com 1,3 milhão de hectares de área cultivada. Com uma receita líquida de R$ 220,5 bilhões (23/24), a empresa tem como foco oferecer soluções de energia sustentáveis, combinando reaproveitamento e inovação. Sua estratégia, marcada pelo investimento em tecnologia proprietária, torna possível minimizar os impactos ambientais e maximizar o uso de sua matéria-prima. Foi assim com o desenvolvimento do Etanol de Segunda Geração (E2G), combustível com uma das menores pegadas de carbono: 30% a menos que a do etanol convencional, que por sua vez já é 80% menor que a da gasolina brasileira. Por ser um dos combustíveis com menor índice de emissão de gás carbônico na atmosfera, é considerado uma fonte de energia limpa.
Solução brasileira
Conhecido também como E2G ou etanol celulósico, o produto se destaca como solução brasileira para promover a redução dos níveis de emissão de gases de efeito estufa no País e no exterior, com potencial para gerar impacto positivo em todo o planeta. Pioneira, no mundo, no desenvolvimento da tecnologia, fabricação e comercialização de Etanol de Segunda Geração, a Raízen alavancou a produção do biocombustível globalmente. Trata-se de um produto sustentável desde a origem, por ter como matéria-prima os resíduos empregados para gerar açúcar e álcool nas próprias fábricas da corporação. Empregando o princípio de reaproveitamento da economia circular, sua geração não depende da ampliação da área de cultivo de cana.
“Nossos biocombustíveis têm um potencial gigantesco. Começando pelo etanol de primeira geração, que hoje está certificado para a produção de combustível sustentável de aviação e participando de estudos para produção de hidrogênio renovável. Já o nosso E2G abastece os carros das principais categorias de automobilismo do mundo e é exportado para grandes empresas de energia que precisam descarbonizar a sua matriz. Além disso, o etanol tem potencial também em setores diversos, como o farmacêutico e cosmético”, ressalta o CEO, Ricardo Mussa.
Somente no ano-safra 23/24, a Raízen estabeleceu um recorde ao produzir 36 milhões de litros de Etanol de Segunda Geração, tornando-se a única empresa a comercializar o produto em escala industrial. Por causa de suas características, o biocombustível despertou interesse do mercado internacional, tendo a demanda concentrada na Europa e nos Estados Unidos. Atualmente, 80% da produção futura de E2G da Raízen já está comercializada e a expectativa da empresa é de chegar a uma capacidade de produção de 1,6 bilhão de litros nos próximos anos.
Protagonismo
A empresa elegeu o Etanol de Segunda Geração como protagonista da transição energética não apenas pela capacidade de viabilizar a redução da dependência de combustíveis fósseis, mas também por seu potencial para aquecer as exportações e os investimentos no setor – conforme apontou um relatório do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). No Brasil, o PL 5.147/23, que visa financiar projetos de desenvolvimento sustentável (por meio de fundos lastreados por créditos tributários), é uma boa notícia para investidores.
Por ser resultado da combinação de reaproveitamento de resíduos com otimização do processo produtivo, o E2G da Raízen se coloca como alternativa em um mercado que passou a utilizar a medida como métrica para agregar valor, a partir de políticas de incentivo que estabelecem premiação monetária.
No último dia 24, foi inaugurada a mais nova planta de Etanol de Segunda Geração da Raízen – a maior do mundo –, na cidade de Guariba (SP). Fruto de um investimento de R$ 1,2 bilhão, o Parque de Bioenergia Bonfim tem capacidade de produção de 82 milhões de litros de E2G por ano e já está com a maior parte do seu volume contratada.
“É um orgulho imenso vermos a construção dessa nova planta que reforça o papel de protagonista do Brasil no tema da transição energética”, finaliza Mussa.