Ranking mostra que Roraima é Estado onde situação socioeconômica mais piorou em 10 anos


Índice dos Desafios da Gestão Estadual (IDGE), da consultoria Macroplan, mostra que Estados do Sul e Sudeste se mantêm com as melhores condições socioeconômicas; melhora mais acentuada, porém, é de Alagoas

Por Daniela Amorim

RIO - A última década trouxe uma deterioração da situação socioeconômica do Estado de Roraima, a única entre as 27 Unidades da Federação (UFs) do País a registrar piora entre 2012 e 2021. Na direção oposta, Alagoas foi o Estado que registrou a melhora mais acentuada no período, segundo o Índice dos Desafios da Gestão Estadual (IDGE), da consultoria Macroplan.

A despeito da evolução média disseminada, os líderes do ranking do desempenho socioeconômico permanecem concentrados no Sul e Sudeste. Mas o melhor desempenho é do Distrito Federal. Os números evidenciam que a qualidade de vida da população brasileira permanece bastante desigual entre as diferentes regiões do País.

Brasília tem a melhor situação socioeconômica do País, segundo pesquisa Foto: Roque de Sá/Agência Senado
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O IDGE, cujos dados foram antecipados com exclusividade pelo Estadão/Broadcast, abrange resultados de 31 indicadores oficiais sobre as áreas da educação, saúde, segurança, juventude, capital humano, infraestrutura, desenvolvimento econômico, desenvolvimento social, condições de vida e situação institucional.

“Um ano acaba sendo uma foto muito curta. A gente gosta de trazer a conjuntura, mas sempre é mais interessante ver o filme”, apontou Gustavo Morelli, sócio-diretor da Macroplan, explicando que o resultado de mais longo prazo reflete um tempo hábil para governantes agirem. “A gente está falando de Estado, não de governo. Mesmo que alguém seja reeleito, ele vai ter oito anos, não vai ter dez. Um Estado que se desenvolve é um Estado que consegue sucesso nessas diferentes passagens de bastão”, acrescentou.

O Distrito Federal teve o melhor desempenho em 2021 no IDGE, com 0,669 ponto, dentro de uma escala de 0 a 1 ponto. Quanto mais próximo de 1, melhor a situação socioeconômica do Estado. O resultado da capital brasileira foi quase o dobro do Estado lanterna do ranking, o Maranhão, com apenas 0,348 ponto.

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“O IDGE reflete os contrastes brasileiros. O Distrito Federal, o Sul e o Sudeste, seguidos do Centro-Oeste, ocupam as 11 primeiras posições, em contraposição às carências das regiões Norte e Nordeste. Houve avanços nos últimos dez anos (2012-2021) em quase todos os estados, mas com velocidades distintas”, apontou o estudo.

Avanços

Alagoas teve o maior ganho de posições na década, subindo seis degraus no ranking, para a 19ª colocação, aos 0,406 ponto, 0,100 a mais no período. Roraima foi o Estado que mais perdeu posições, caiu 11 degraus, para a 24ª colocação, aos 0,370 ponto, 0,001 ponto a menos.

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São Paulo subiu 0,036 ponto em uma década, mas caiu duas posições, ficando na terceira posição do ranking, aos 0,646 ponto. A liderança do ranking foi perdida para o Distrito Federal, que subiu 0,070 ponto de 2012 a 2021. O segundo lugar foi de Santa Catarina, aos 0,650 ponto, após um ganho de 0,062 ponto.

“Um dos principais objetivos do estudo é mostrar que existem boas experiências espalhadas pelo País. Não tem um Estado modelo, que fosse o melhor em tudo. Mas se você pegar uma coisa de cada um, você consegue construir um Estado bem legal. As práticas e as políticas estão espalhadas pelo Brasil”, defendeu Morelli. “Não precisa reinventar a roda. O desafio que a gente tem é uma capacidade de implementação do que já existe.”

Roraíma foi a única unidade da Federaçãoi cuja situação socioeconômica piorou no período pesquisado  Foto: Fernando Oliveira/Estadao
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Recessão e pandemia

O estudo mostra que, embora tenha havido avanço do indicador de gestão na última década em quase todos os Estados, essa melhora não ocorreu em todas as áreas pesquisadas. O levantamento lembra que o período investigado foi marcado pela recessão econômica de 2014 a 2016 e pelo choque provocado pela pandemia de covid-19, a partir de 2020.

Como consequência, todas as 27 Unidades da Federação registraram piora nos quesitos que avaliam o desenvolvimento econômico. Outros 16 Estados tiveram retrocessos na avaliação do desenvolvimento social, e 11 viram deterioração da esfera institucional. Nove Estados registraram perdas na avaliação sobre as condições de vida.

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“A gente tem avançado pouco, o Brasil pode avançar mais”, disse Morelli. “Às vezes um Estado vai muito bem numa área e vai muito mal na outra. A população tem um bom serviço de educação e um péssimo de saúde, por exemplo. A população precisa ser coberta pelo conjunto de políticas públicas”, completou.

Pandemia foi um dos fatores que afetaram negativamente o desenvolvimento socioeconômico Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Na passagem de 2020 para 2021, ainda sob efeito do choque provocado pela pandemia, apenas cinco Estados avançaram no índice geral de gestão estadual, enquanto 22 tiveram piora. Todos os campos pesquisados tiveram algum Estado com retrocesso, sendo a perda mais recorrente no desenvolvimento social, que reúne indicadores de renda, pobreza e desigualdade de renda.

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“A gente tem um processo de recuperação econômica das perdas verificadas nesse período que demanda uma articulação, tanto dos agentes do setor público, diferentes tipos de governo, como também da sociedade civil e setor privado. A questão da cooperação é importante nesse momento”, frisou Adriana Fontes, sênior líder de Economia da Macroplan.

“Um Estado para avançar mais rapidamente precisa ser também capaz de fazer seu conjunto de municípios avançarem mais rapidamente. O Estado não pode virar de costas para os municípios”, complementou Morelli.

Planejamento

Para os responsáveis pelo estudo, os dados mostram a necessidade de retomar a capacidade de planejamento dos Estados para identificação de prioridades e desafios, mas também de aproveitar experiências que já se mostraram bem sucedidas e de superar o desafio de colocar em prática os modelos e metas necessários.

O IDGE de 2021 engloba os últimos resultados publicados para indicadores como Produto Interno Bruto (PIB) per capita, taxa de desemprego, contingente de trabalhadores informais, inadequação de moradia, acesso a saneamento, coeficiente de Gini, renda domiciliar per capita, qualidade das rodovias, acesso a internet e telefone, fornecimento de energia elétrica, expectativa de vida, mortalidade infantil, taxa de homicídios, acesso a diferentes etapas de ensino e analfabetismo, entre outros.

As fontes de informações oficiais incluem o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), DataSUS, Controladoria-Geral da União (CGU), Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee), Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Confederação Nacional do Transporte (CNT) e Sistema de Estimativas de Emissões e Remoções de Gases de Efeito Estufa (SEEG Brasil).

O estudo e as diferentes desagregações de indicadores socioeconômicos podem ser acessados aqui.

RIO - A última década trouxe uma deterioração da situação socioeconômica do Estado de Roraima, a única entre as 27 Unidades da Federação (UFs) do País a registrar piora entre 2012 e 2021. Na direção oposta, Alagoas foi o Estado que registrou a melhora mais acentuada no período, segundo o Índice dos Desafios da Gestão Estadual (IDGE), da consultoria Macroplan.

A despeito da evolução média disseminada, os líderes do ranking do desempenho socioeconômico permanecem concentrados no Sul e Sudeste. Mas o melhor desempenho é do Distrito Federal. Os números evidenciam que a qualidade de vida da população brasileira permanece bastante desigual entre as diferentes regiões do País.

Brasília tem a melhor situação socioeconômica do País, segundo pesquisa Foto: Roque de Sá/Agência Senado

O IDGE, cujos dados foram antecipados com exclusividade pelo Estadão/Broadcast, abrange resultados de 31 indicadores oficiais sobre as áreas da educação, saúde, segurança, juventude, capital humano, infraestrutura, desenvolvimento econômico, desenvolvimento social, condições de vida e situação institucional.

“Um ano acaba sendo uma foto muito curta. A gente gosta de trazer a conjuntura, mas sempre é mais interessante ver o filme”, apontou Gustavo Morelli, sócio-diretor da Macroplan, explicando que o resultado de mais longo prazo reflete um tempo hábil para governantes agirem. “A gente está falando de Estado, não de governo. Mesmo que alguém seja reeleito, ele vai ter oito anos, não vai ter dez. Um Estado que se desenvolve é um Estado que consegue sucesso nessas diferentes passagens de bastão”, acrescentou.

O Distrito Federal teve o melhor desempenho em 2021 no IDGE, com 0,669 ponto, dentro de uma escala de 0 a 1 ponto. Quanto mais próximo de 1, melhor a situação socioeconômica do Estado. O resultado da capital brasileira foi quase o dobro do Estado lanterna do ranking, o Maranhão, com apenas 0,348 ponto.

“O IDGE reflete os contrastes brasileiros. O Distrito Federal, o Sul e o Sudeste, seguidos do Centro-Oeste, ocupam as 11 primeiras posições, em contraposição às carências das regiões Norte e Nordeste. Houve avanços nos últimos dez anos (2012-2021) em quase todos os estados, mas com velocidades distintas”, apontou o estudo.

Avanços

Alagoas teve o maior ganho de posições na década, subindo seis degraus no ranking, para a 19ª colocação, aos 0,406 ponto, 0,100 a mais no período. Roraima foi o Estado que mais perdeu posições, caiu 11 degraus, para a 24ª colocação, aos 0,370 ponto, 0,001 ponto a menos.

São Paulo subiu 0,036 ponto em uma década, mas caiu duas posições, ficando na terceira posição do ranking, aos 0,646 ponto. A liderança do ranking foi perdida para o Distrito Federal, que subiu 0,070 ponto de 2012 a 2021. O segundo lugar foi de Santa Catarina, aos 0,650 ponto, após um ganho de 0,062 ponto.

“Um dos principais objetivos do estudo é mostrar que existem boas experiências espalhadas pelo País. Não tem um Estado modelo, que fosse o melhor em tudo. Mas se você pegar uma coisa de cada um, você consegue construir um Estado bem legal. As práticas e as políticas estão espalhadas pelo Brasil”, defendeu Morelli. “Não precisa reinventar a roda. O desafio que a gente tem é uma capacidade de implementação do que já existe.”

Roraíma foi a única unidade da Federaçãoi cuja situação socioeconômica piorou no período pesquisado  Foto: Fernando Oliveira/Estadao

Recessão e pandemia

O estudo mostra que, embora tenha havido avanço do indicador de gestão na última década em quase todos os Estados, essa melhora não ocorreu em todas as áreas pesquisadas. O levantamento lembra que o período investigado foi marcado pela recessão econômica de 2014 a 2016 e pelo choque provocado pela pandemia de covid-19, a partir de 2020.

Como consequência, todas as 27 Unidades da Federação registraram piora nos quesitos que avaliam o desenvolvimento econômico. Outros 16 Estados tiveram retrocessos na avaliação do desenvolvimento social, e 11 viram deterioração da esfera institucional. Nove Estados registraram perdas na avaliação sobre as condições de vida.

“A gente tem avançado pouco, o Brasil pode avançar mais”, disse Morelli. “Às vezes um Estado vai muito bem numa área e vai muito mal na outra. A população tem um bom serviço de educação e um péssimo de saúde, por exemplo. A população precisa ser coberta pelo conjunto de políticas públicas”, completou.

Pandemia foi um dos fatores que afetaram negativamente o desenvolvimento socioeconômico Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Na passagem de 2020 para 2021, ainda sob efeito do choque provocado pela pandemia, apenas cinco Estados avançaram no índice geral de gestão estadual, enquanto 22 tiveram piora. Todos os campos pesquisados tiveram algum Estado com retrocesso, sendo a perda mais recorrente no desenvolvimento social, que reúne indicadores de renda, pobreza e desigualdade de renda.

“A gente tem um processo de recuperação econômica das perdas verificadas nesse período que demanda uma articulação, tanto dos agentes do setor público, diferentes tipos de governo, como também da sociedade civil e setor privado. A questão da cooperação é importante nesse momento”, frisou Adriana Fontes, sênior líder de Economia da Macroplan.

“Um Estado para avançar mais rapidamente precisa ser também capaz de fazer seu conjunto de municípios avançarem mais rapidamente. O Estado não pode virar de costas para os municípios”, complementou Morelli.

Planejamento

Para os responsáveis pelo estudo, os dados mostram a necessidade de retomar a capacidade de planejamento dos Estados para identificação de prioridades e desafios, mas também de aproveitar experiências que já se mostraram bem sucedidas e de superar o desafio de colocar em prática os modelos e metas necessários.

O IDGE de 2021 engloba os últimos resultados publicados para indicadores como Produto Interno Bruto (PIB) per capita, taxa de desemprego, contingente de trabalhadores informais, inadequação de moradia, acesso a saneamento, coeficiente de Gini, renda domiciliar per capita, qualidade das rodovias, acesso a internet e telefone, fornecimento de energia elétrica, expectativa de vida, mortalidade infantil, taxa de homicídios, acesso a diferentes etapas de ensino e analfabetismo, entre outros.

As fontes de informações oficiais incluem o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), DataSUS, Controladoria-Geral da União (CGU), Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee), Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Confederação Nacional do Transporte (CNT) e Sistema de Estimativas de Emissões e Remoções de Gases de Efeito Estufa (SEEG Brasil).

O estudo e as diferentes desagregações de indicadores socioeconômicos podem ser acessados aqui.

RIO - A última década trouxe uma deterioração da situação socioeconômica do Estado de Roraima, a única entre as 27 Unidades da Federação (UFs) do País a registrar piora entre 2012 e 2021. Na direção oposta, Alagoas foi o Estado que registrou a melhora mais acentuada no período, segundo o Índice dos Desafios da Gestão Estadual (IDGE), da consultoria Macroplan.

A despeito da evolução média disseminada, os líderes do ranking do desempenho socioeconômico permanecem concentrados no Sul e Sudeste. Mas o melhor desempenho é do Distrito Federal. Os números evidenciam que a qualidade de vida da população brasileira permanece bastante desigual entre as diferentes regiões do País.

Brasília tem a melhor situação socioeconômica do País, segundo pesquisa Foto: Roque de Sá/Agência Senado

O IDGE, cujos dados foram antecipados com exclusividade pelo Estadão/Broadcast, abrange resultados de 31 indicadores oficiais sobre as áreas da educação, saúde, segurança, juventude, capital humano, infraestrutura, desenvolvimento econômico, desenvolvimento social, condições de vida e situação institucional.

“Um ano acaba sendo uma foto muito curta. A gente gosta de trazer a conjuntura, mas sempre é mais interessante ver o filme”, apontou Gustavo Morelli, sócio-diretor da Macroplan, explicando que o resultado de mais longo prazo reflete um tempo hábil para governantes agirem. “A gente está falando de Estado, não de governo. Mesmo que alguém seja reeleito, ele vai ter oito anos, não vai ter dez. Um Estado que se desenvolve é um Estado que consegue sucesso nessas diferentes passagens de bastão”, acrescentou.

O Distrito Federal teve o melhor desempenho em 2021 no IDGE, com 0,669 ponto, dentro de uma escala de 0 a 1 ponto. Quanto mais próximo de 1, melhor a situação socioeconômica do Estado. O resultado da capital brasileira foi quase o dobro do Estado lanterna do ranking, o Maranhão, com apenas 0,348 ponto.

“O IDGE reflete os contrastes brasileiros. O Distrito Federal, o Sul e o Sudeste, seguidos do Centro-Oeste, ocupam as 11 primeiras posições, em contraposição às carências das regiões Norte e Nordeste. Houve avanços nos últimos dez anos (2012-2021) em quase todos os estados, mas com velocidades distintas”, apontou o estudo.

Avanços

Alagoas teve o maior ganho de posições na década, subindo seis degraus no ranking, para a 19ª colocação, aos 0,406 ponto, 0,100 a mais no período. Roraima foi o Estado que mais perdeu posições, caiu 11 degraus, para a 24ª colocação, aos 0,370 ponto, 0,001 ponto a menos.

São Paulo subiu 0,036 ponto em uma década, mas caiu duas posições, ficando na terceira posição do ranking, aos 0,646 ponto. A liderança do ranking foi perdida para o Distrito Federal, que subiu 0,070 ponto de 2012 a 2021. O segundo lugar foi de Santa Catarina, aos 0,650 ponto, após um ganho de 0,062 ponto.

“Um dos principais objetivos do estudo é mostrar que existem boas experiências espalhadas pelo País. Não tem um Estado modelo, que fosse o melhor em tudo. Mas se você pegar uma coisa de cada um, você consegue construir um Estado bem legal. As práticas e as políticas estão espalhadas pelo Brasil”, defendeu Morelli. “Não precisa reinventar a roda. O desafio que a gente tem é uma capacidade de implementação do que já existe.”

Roraíma foi a única unidade da Federaçãoi cuja situação socioeconômica piorou no período pesquisado  Foto: Fernando Oliveira/Estadao

Recessão e pandemia

O estudo mostra que, embora tenha havido avanço do indicador de gestão na última década em quase todos os Estados, essa melhora não ocorreu em todas as áreas pesquisadas. O levantamento lembra que o período investigado foi marcado pela recessão econômica de 2014 a 2016 e pelo choque provocado pela pandemia de covid-19, a partir de 2020.

Como consequência, todas as 27 Unidades da Federação registraram piora nos quesitos que avaliam o desenvolvimento econômico. Outros 16 Estados tiveram retrocessos na avaliação do desenvolvimento social, e 11 viram deterioração da esfera institucional. Nove Estados registraram perdas na avaliação sobre as condições de vida.

“A gente tem avançado pouco, o Brasil pode avançar mais”, disse Morelli. “Às vezes um Estado vai muito bem numa área e vai muito mal na outra. A população tem um bom serviço de educação e um péssimo de saúde, por exemplo. A população precisa ser coberta pelo conjunto de políticas públicas”, completou.

Pandemia foi um dos fatores que afetaram negativamente o desenvolvimento socioeconômico Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Na passagem de 2020 para 2021, ainda sob efeito do choque provocado pela pandemia, apenas cinco Estados avançaram no índice geral de gestão estadual, enquanto 22 tiveram piora. Todos os campos pesquisados tiveram algum Estado com retrocesso, sendo a perda mais recorrente no desenvolvimento social, que reúne indicadores de renda, pobreza e desigualdade de renda.

“A gente tem um processo de recuperação econômica das perdas verificadas nesse período que demanda uma articulação, tanto dos agentes do setor público, diferentes tipos de governo, como também da sociedade civil e setor privado. A questão da cooperação é importante nesse momento”, frisou Adriana Fontes, sênior líder de Economia da Macroplan.

“Um Estado para avançar mais rapidamente precisa ser também capaz de fazer seu conjunto de municípios avançarem mais rapidamente. O Estado não pode virar de costas para os municípios”, complementou Morelli.

Planejamento

Para os responsáveis pelo estudo, os dados mostram a necessidade de retomar a capacidade de planejamento dos Estados para identificação de prioridades e desafios, mas também de aproveitar experiências que já se mostraram bem sucedidas e de superar o desafio de colocar em prática os modelos e metas necessários.

O IDGE de 2021 engloba os últimos resultados publicados para indicadores como Produto Interno Bruto (PIB) per capita, taxa de desemprego, contingente de trabalhadores informais, inadequação de moradia, acesso a saneamento, coeficiente de Gini, renda domiciliar per capita, qualidade das rodovias, acesso a internet e telefone, fornecimento de energia elétrica, expectativa de vida, mortalidade infantil, taxa de homicídios, acesso a diferentes etapas de ensino e analfabetismo, entre outros.

As fontes de informações oficiais incluem o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), DataSUS, Controladoria-Geral da União (CGU), Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee), Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Confederação Nacional do Transporte (CNT) e Sistema de Estimativas de Emissões e Remoções de Gases de Efeito Estufa (SEEG Brasil).

O estudo e as diferentes desagregações de indicadores socioeconômicos podem ser acessados aqui.

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