Jornalista

Opinião|Gastos eleitorais e a receita do desastre nas contas públicas


Brasil tem mais de um exemplo de momentos em que governos pisaram no acelerador dos gastos para eleger sucessores, se reeleger ou fazer bancada

Por Raquel Landim

As eleições municipais se aproximam e as pressões por gastos sobre o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, vão se tornar mais intensas.

O jogo é conhecido e ocorre em todo pleito. Neste ano, porém, ganhou viés de discussão macroeconômica – e não é.

A ala desenvolvimentista do governo reclama que o arcabouço fiscal é restritivo demais e representa uma contenção de gastos muito grande.

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Cabe a pergunta: falta dinheiro para o quê? Certamente o Brasil tem pobreza e gargalos, mas tributa muito e gasta mal. E o presidente Lula da Silva teve garantidos recursos para ressuscitar todos os seus programas – meritórios ou não.

Haddad terá que segurar pressões por mais gastos em ano eleitoral, inclusive alguns vindos do próprio Lula Foto: WILTON JUNIOR / ESTADÃO

O Bolsa Família foi reformulado, voltou o Farmácia Popular, o Minha Casa, Minha Vida, etc., etc. Não só a PEC da transição, mas contínuos puxadinhos garantiram o programa eleitoral de Lula.

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O que está em curso, portanto, não é uma briga por recursos para programas estruturais ou essenciais, mas por gastos eleitoreiros.

Já no fim do ano passado, na aprovação do Orçamento, deputados queriam mais emendas, enquanto ministros batalhavam por dinheiro para suas pastas que, muitas vezes, beneficiam seus próprios redutos.

Também há muitas reclamações para mais gastos em uma política industrial que já se provou fracassada, distribuindo benesses ao empresariado. É realmente aí que se quer investir o dinheiro do contribuinte?

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Ou então por obras a toque de caixa, com investimentos em setores que podem ser licitados para a iniciativa privada. É essa a prioridade do Estado?

Em artigo recente para a Folha de S.Paulo, o cientista político André Singer diz que “em anos eleitorais, os governos tem que pôr a balança para cima, no sentido de que as coisas estejam melhorando”.

Ele argumenta que o “feel good factor” é necessário para impedir o avanço da direita nas eleições municipais deste ano. E, diz ele, que é a burguesia cosmopolita que pressiona para conter gastos.

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A história recente do Brasil tem mais de um exemplo de momentos em que governos pisaram no acelerador dos gastos para eleger sucessores, se reeleger ou fazer bancada. Foi a receita para o desastre. A reeleição de Dilma Rousseff é só o mais traumático deles.

É desnecessário dizer que a boa gestão pública não deveria levar em conta esquerda, direita ou os interesses do partido A ou B.

E que os frutos da boa gestão pública são controle da inflação, juro baixo, desemprego em queda – variáveis hoje, para a surpresa de muitos, presentes na gestão de Haddad, que uma ala do próprio PT insiste em combater. Vai entender.

As eleições municipais se aproximam e as pressões por gastos sobre o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, vão se tornar mais intensas.

O jogo é conhecido e ocorre em todo pleito. Neste ano, porém, ganhou viés de discussão macroeconômica – e não é.

A ala desenvolvimentista do governo reclama que o arcabouço fiscal é restritivo demais e representa uma contenção de gastos muito grande.

Cabe a pergunta: falta dinheiro para o quê? Certamente o Brasil tem pobreza e gargalos, mas tributa muito e gasta mal. E o presidente Lula da Silva teve garantidos recursos para ressuscitar todos os seus programas – meritórios ou não.

Haddad terá que segurar pressões por mais gastos em ano eleitoral, inclusive alguns vindos do próprio Lula Foto: WILTON JUNIOR / ESTADÃO

O Bolsa Família foi reformulado, voltou o Farmácia Popular, o Minha Casa, Minha Vida, etc., etc. Não só a PEC da transição, mas contínuos puxadinhos garantiram o programa eleitoral de Lula.

O que está em curso, portanto, não é uma briga por recursos para programas estruturais ou essenciais, mas por gastos eleitoreiros.

Já no fim do ano passado, na aprovação do Orçamento, deputados queriam mais emendas, enquanto ministros batalhavam por dinheiro para suas pastas que, muitas vezes, beneficiam seus próprios redutos.

Também há muitas reclamações para mais gastos em uma política industrial que já se provou fracassada, distribuindo benesses ao empresariado. É realmente aí que se quer investir o dinheiro do contribuinte?

Ou então por obras a toque de caixa, com investimentos em setores que podem ser licitados para a iniciativa privada. É essa a prioridade do Estado?

Em artigo recente para a Folha de S.Paulo, o cientista político André Singer diz que “em anos eleitorais, os governos tem que pôr a balança para cima, no sentido de que as coisas estejam melhorando”.

Ele argumenta que o “feel good factor” é necessário para impedir o avanço da direita nas eleições municipais deste ano. E, diz ele, que é a burguesia cosmopolita que pressiona para conter gastos.

A história recente do Brasil tem mais de um exemplo de momentos em que governos pisaram no acelerador dos gastos para eleger sucessores, se reeleger ou fazer bancada. Foi a receita para o desastre. A reeleição de Dilma Rousseff é só o mais traumático deles.

É desnecessário dizer que a boa gestão pública não deveria levar em conta esquerda, direita ou os interesses do partido A ou B.

E que os frutos da boa gestão pública são controle da inflação, juro baixo, desemprego em queda – variáveis hoje, para a surpresa de muitos, presentes na gestão de Haddad, que uma ala do próprio PT insiste em combater. Vai entender.

As eleições municipais se aproximam e as pressões por gastos sobre o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, vão se tornar mais intensas.

O jogo é conhecido e ocorre em todo pleito. Neste ano, porém, ganhou viés de discussão macroeconômica – e não é.

A ala desenvolvimentista do governo reclama que o arcabouço fiscal é restritivo demais e representa uma contenção de gastos muito grande.

Cabe a pergunta: falta dinheiro para o quê? Certamente o Brasil tem pobreza e gargalos, mas tributa muito e gasta mal. E o presidente Lula da Silva teve garantidos recursos para ressuscitar todos os seus programas – meritórios ou não.

Haddad terá que segurar pressões por mais gastos em ano eleitoral, inclusive alguns vindos do próprio Lula Foto: WILTON JUNIOR / ESTADÃO

O Bolsa Família foi reformulado, voltou o Farmácia Popular, o Minha Casa, Minha Vida, etc., etc. Não só a PEC da transição, mas contínuos puxadinhos garantiram o programa eleitoral de Lula.

O que está em curso, portanto, não é uma briga por recursos para programas estruturais ou essenciais, mas por gastos eleitoreiros.

Já no fim do ano passado, na aprovação do Orçamento, deputados queriam mais emendas, enquanto ministros batalhavam por dinheiro para suas pastas que, muitas vezes, beneficiam seus próprios redutos.

Também há muitas reclamações para mais gastos em uma política industrial que já se provou fracassada, distribuindo benesses ao empresariado. É realmente aí que se quer investir o dinheiro do contribuinte?

Ou então por obras a toque de caixa, com investimentos em setores que podem ser licitados para a iniciativa privada. É essa a prioridade do Estado?

Em artigo recente para a Folha de S.Paulo, o cientista político André Singer diz que “em anos eleitorais, os governos tem que pôr a balança para cima, no sentido de que as coisas estejam melhorando”.

Ele argumenta que o “feel good factor” é necessário para impedir o avanço da direita nas eleições municipais deste ano. E, diz ele, que é a burguesia cosmopolita que pressiona para conter gastos.

A história recente do Brasil tem mais de um exemplo de momentos em que governos pisaram no acelerador dos gastos para eleger sucessores, se reeleger ou fazer bancada. Foi a receita para o desastre. A reeleição de Dilma Rousseff é só o mais traumático deles.

É desnecessário dizer que a boa gestão pública não deveria levar em conta esquerda, direita ou os interesses do partido A ou B.

E que os frutos da boa gestão pública são controle da inflação, juro baixo, desemprego em queda – variáveis hoje, para a surpresa de muitos, presentes na gestão de Haddad, que uma ala do próprio PT insiste em combater. Vai entender.

As eleições municipais se aproximam e as pressões por gastos sobre o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, vão se tornar mais intensas.

O jogo é conhecido e ocorre em todo pleito. Neste ano, porém, ganhou viés de discussão macroeconômica – e não é.

A ala desenvolvimentista do governo reclama que o arcabouço fiscal é restritivo demais e representa uma contenção de gastos muito grande.

Cabe a pergunta: falta dinheiro para o quê? Certamente o Brasil tem pobreza e gargalos, mas tributa muito e gasta mal. E o presidente Lula da Silva teve garantidos recursos para ressuscitar todos os seus programas – meritórios ou não.

Haddad terá que segurar pressões por mais gastos em ano eleitoral, inclusive alguns vindos do próprio Lula Foto: WILTON JUNIOR / ESTADÃO

O Bolsa Família foi reformulado, voltou o Farmácia Popular, o Minha Casa, Minha Vida, etc., etc. Não só a PEC da transição, mas contínuos puxadinhos garantiram o programa eleitoral de Lula.

O que está em curso, portanto, não é uma briga por recursos para programas estruturais ou essenciais, mas por gastos eleitoreiros.

Já no fim do ano passado, na aprovação do Orçamento, deputados queriam mais emendas, enquanto ministros batalhavam por dinheiro para suas pastas que, muitas vezes, beneficiam seus próprios redutos.

Também há muitas reclamações para mais gastos em uma política industrial que já se provou fracassada, distribuindo benesses ao empresariado. É realmente aí que se quer investir o dinheiro do contribuinte?

Ou então por obras a toque de caixa, com investimentos em setores que podem ser licitados para a iniciativa privada. É essa a prioridade do Estado?

Em artigo recente para a Folha de S.Paulo, o cientista político André Singer diz que “em anos eleitorais, os governos tem que pôr a balança para cima, no sentido de que as coisas estejam melhorando”.

Ele argumenta que o “feel good factor” é necessário para impedir o avanço da direita nas eleições municipais deste ano. E, diz ele, que é a burguesia cosmopolita que pressiona para conter gastos.

A história recente do Brasil tem mais de um exemplo de momentos em que governos pisaram no acelerador dos gastos para eleger sucessores, se reeleger ou fazer bancada. Foi a receita para o desastre. A reeleição de Dilma Rousseff é só o mais traumático deles.

É desnecessário dizer que a boa gestão pública não deveria levar em conta esquerda, direita ou os interesses do partido A ou B.

E que os frutos da boa gestão pública são controle da inflação, juro baixo, desemprego em queda – variáveis hoje, para a surpresa de muitos, presentes na gestão de Haddad, que uma ala do próprio PT insiste em combater. Vai entender.

Opinião por Raquel Landim

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