Jornalista

Opinião|Fatos políticos demonstram visão distorcida de Lula sobre o papel do Estado


Para o que e a quem serve o Estado na opinião do presidente? O discurso do governo pode ser um, mas a prática é outra

Por Raquel Landim

Três fatos políticos vêm dominando o noticiário econômico: a mudança no estatuto da Petrobras, a entrega da Caixa ao Centrão e as declarações do presidente Lula desautorizando seu ministro da Fazenda.

São acontecimentos distintos, que ocorreram quase ao mesmo tempo, porque derivam da mesma raiz, que é uma concepção equivocada de para que serve e a quem serve o Estado.

Em café da manhã com jornalistas, Lula da Silva disse que PP e Republicanos têm direito a reivindicar o comando da Caixa, um banco com uma carteira de mais de R$ 1 trilhão, que toca o principal programa habitacional do país.

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“Eu fiz um acordo com o PP, com Republicanos. Acho que é direito deles indicar uma pessoa que esteve na Caixa, já foi da Caixa, já teve no governo da Dilma (Rousseff), já foi do Ministério das Cidades, uma pessoa que tem currículo para isso. E eles juntos têm mais de 100 votos, eu precisava desses votos para continuar o governo”, afirmou.

Lula desautorizou Haddad ao falar sobre não perseguir a meta de zerar o déficit fiscal em 2024 Foto: REUTERS/Ueslei Marcelino

É a mesma lógica por trás da mudança no estatuto da Petrobras, a fim de permitir a entrada de políticos na administração da estatal e de suas subsidiárias — alteração, aliás, baseada numa decisão de um ministro do Supremo, já que o plenário da Corte e o Congresso recusam o ônus de destruir a Lei das Estatais.

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Esses movimentos selam a volta oficial do Brasil ao período em que partidos tinham o “direito” de solicitar o comando de estatais e suas diretorias corriqueiramente, sob a presunção de que suas intenções são republicanas e de que o Estado serve, portanto, aos seus interesses, que não são, necessariamente, os mesmos da população.

Junto com esses dois fatos, veio o terceiro. Lula disse que não iria começar o ano cortando investimentos para cumprir a meta de déficit zero, expondo seu principal auxiliar a um imenso constrangimento.

Aqui, a discussão também é a mesma: a concepção do papel do Estado. Tocar obras atende deputados e senadores, que solicitaram emendas, e até ministros, que favorecem seus redutos na hora de enviar recursos.

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Porém, se o investimento for realizado com base em critérios políticos, o impacto para a população é restrito. Já as contas públicas em ordem ajudam a controlar a inflação e a baixar juros, barateando o investimento privado e gerando emprego.

Logo, estatais e desperdício de dinheiro público favorecem os políticos e não a população, principalmente a mais pobre. O que nos leva à pergunta central deste artigo: afinal, na opinião de Lula, para o que e a quem serve o Estado? O discurso do governo pode ser um, mas a prática é outra.

Três fatos políticos vêm dominando o noticiário econômico: a mudança no estatuto da Petrobras, a entrega da Caixa ao Centrão e as declarações do presidente Lula desautorizando seu ministro da Fazenda.

São acontecimentos distintos, que ocorreram quase ao mesmo tempo, porque derivam da mesma raiz, que é uma concepção equivocada de para que serve e a quem serve o Estado.

Em café da manhã com jornalistas, Lula da Silva disse que PP e Republicanos têm direito a reivindicar o comando da Caixa, um banco com uma carteira de mais de R$ 1 trilhão, que toca o principal programa habitacional do país.

“Eu fiz um acordo com o PP, com Republicanos. Acho que é direito deles indicar uma pessoa que esteve na Caixa, já foi da Caixa, já teve no governo da Dilma (Rousseff), já foi do Ministério das Cidades, uma pessoa que tem currículo para isso. E eles juntos têm mais de 100 votos, eu precisava desses votos para continuar o governo”, afirmou.

Lula desautorizou Haddad ao falar sobre não perseguir a meta de zerar o déficit fiscal em 2024 Foto: REUTERS/Ueslei Marcelino

É a mesma lógica por trás da mudança no estatuto da Petrobras, a fim de permitir a entrada de políticos na administração da estatal e de suas subsidiárias — alteração, aliás, baseada numa decisão de um ministro do Supremo, já que o plenário da Corte e o Congresso recusam o ônus de destruir a Lei das Estatais.

Esses movimentos selam a volta oficial do Brasil ao período em que partidos tinham o “direito” de solicitar o comando de estatais e suas diretorias corriqueiramente, sob a presunção de que suas intenções são republicanas e de que o Estado serve, portanto, aos seus interesses, que não são, necessariamente, os mesmos da população.

Junto com esses dois fatos, veio o terceiro. Lula disse que não iria começar o ano cortando investimentos para cumprir a meta de déficit zero, expondo seu principal auxiliar a um imenso constrangimento.

Aqui, a discussão também é a mesma: a concepção do papel do Estado. Tocar obras atende deputados e senadores, que solicitaram emendas, e até ministros, que favorecem seus redutos na hora de enviar recursos.

Porém, se o investimento for realizado com base em critérios políticos, o impacto para a população é restrito. Já as contas públicas em ordem ajudam a controlar a inflação e a baixar juros, barateando o investimento privado e gerando emprego.

Logo, estatais e desperdício de dinheiro público favorecem os políticos e não a população, principalmente a mais pobre. O que nos leva à pergunta central deste artigo: afinal, na opinião de Lula, para o que e a quem serve o Estado? O discurso do governo pode ser um, mas a prática é outra.

Três fatos políticos vêm dominando o noticiário econômico: a mudança no estatuto da Petrobras, a entrega da Caixa ao Centrão e as declarações do presidente Lula desautorizando seu ministro da Fazenda.

São acontecimentos distintos, que ocorreram quase ao mesmo tempo, porque derivam da mesma raiz, que é uma concepção equivocada de para que serve e a quem serve o Estado.

Em café da manhã com jornalistas, Lula da Silva disse que PP e Republicanos têm direito a reivindicar o comando da Caixa, um banco com uma carteira de mais de R$ 1 trilhão, que toca o principal programa habitacional do país.

“Eu fiz um acordo com o PP, com Republicanos. Acho que é direito deles indicar uma pessoa que esteve na Caixa, já foi da Caixa, já teve no governo da Dilma (Rousseff), já foi do Ministério das Cidades, uma pessoa que tem currículo para isso. E eles juntos têm mais de 100 votos, eu precisava desses votos para continuar o governo”, afirmou.

Lula desautorizou Haddad ao falar sobre não perseguir a meta de zerar o déficit fiscal em 2024 Foto: REUTERS/Ueslei Marcelino

É a mesma lógica por trás da mudança no estatuto da Petrobras, a fim de permitir a entrada de políticos na administração da estatal e de suas subsidiárias — alteração, aliás, baseada numa decisão de um ministro do Supremo, já que o plenário da Corte e o Congresso recusam o ônus de destruir a Lei das Estatais.

Esses movimentos selam a volta oficial do Brasil ao período em que partidos tinham o “direito” de solicitar o comando de estatais e suas diretorias corriqueiramente, sob a presunção de que suas intenções são republicanas e de que o Estado serve, portanto, aos seus interesses, que não são, necessariamente, os mesmos da população.

Junto com esses dois fatos, veio o terceiro. Lula disse que não iria começar o ano cortando investimentos para cumprir a meta de déficit zero, expondo seu principal auxiliar a um imenso constrangimento.

Aqui, a discussão também é a mesma: a concepção do papel do Estado. Tocar obras atende deputados e senadores, que solicitaram emendas, e até ministros, que favorecem seus redutos na hora de enviar recursos.

Porém, se o investimento for realizado com base em critérios políticos, o impacto para a população é restrito. Já as contas públicas em ordem ajudam a controlar a inflação e a baixar juros, barateando o investimento privado e gerando emprego.

Logo, estatais e desperdício de dinheiro público favorecem os políticos e não a população, principalmente a mais pobre. O que nos leva à pergunta central deste artigo: afinal, na opinião de Lula, para o que e a quem serve o Estado? O discurso do governo pode ser um, mas a prática é outra.

Opinião por Raquel Landim

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