Jornalista

Opinião|Por que o Centrão quer tanto a Caixa e quais os riscos de seu loteamento político?


Banco comanda o Minha Casa, Minha Vida e tem convênios com prefeituras; é um colosso de influência

Por Raquel Landim

Está em curso uma guerra pelo comando da Caixa Econômica Federal. O banco público foi parte do xadrez para a entrada de PP e Republicanos no governo, mas exatamente pela sua relevância é a última peça a ser movida.

Lula da Silva demora a decidir-se, Arthur Lira trava ritos no Congresso, Fernando Haddad tenta liberar a pauta, o PP bate cabeça para indicar o novo presidente.

Essa é a crônica política diária, mas a pergunta relevante é: por que o Centrão quer tanto a Caixa e quais são os riscos do loteamento político, que não pode ser normalizado?

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“Ali as coisas têm que ser tratadas com muita transparência (...). E vão ter, claro, indicações políticas que não serão criminalizadas por isso. A turma terá responsabilidade. A exoneração é o primeiro convite para quem não andar corretamente”, disse Lira à Folha de S.Paulo.

É um eco do discurso da “criminalização da política” que se tornou mantra no governo Lula para justificar a volta dos políticos para dentro das estatais. Recomendam-se prudência e memória.

Rita Serrano, presidente da Caixa: Centrão deseja saída dela do cargo Foto: Caio Santana
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A Caixa comanda o programa habitacional Minha Casa, Minha Vida e tem convênios com prefeituras por todo o País. São milhões em verbas de marketing. Só por isso já é um colosso de influência política.

Vamos, porém, voltar no tempo. No governo Dilma Rousseff, o banco foi utilizado para bombar a economia com empréstimos arriscados e terminou quase quebrado. Vendeu R$ 13 bilhões em créditos podres. Acabou envolvido nas pedaladas fiscais, que custaram o impeachment da presidente.

Passava ainda pela Caixa o esquema de Eduardo Cunha e Lúcio Funaro para conceder empréstimos bilionários em troca de propina. O empresário Joesley Batista, da J&F, comprou a Alpargatas com R$ 2,6 bilhões emprestados da Caixa.

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A situação ficou tão ruim que o banco passou por uma pesada reestruturação comandada pelos economistas Ana Paula Vescovi e Eduardo Guardia. Só que nenhuma governança está à prova de políticos mal-intencionados e subordinados dispostos a agradar-lhes.

Em ano eleitoral, Jair Bolsonaro utilizou a Caixa para emprestar dinheiro a pessoas com o nome sujo na praça e para dar crédito consignado a beneficiários do Bolsa Família. O resultado foi alta inadimplência. Isso sem falar nos escândalos de assédio sexual de Pedro Guimarães.

A atual gestão de Rita Serrano também não deixa de ser politizada. Há relatos da tomada de postos de comando pelos sindicatos e de desconstrução dos processos de seleção por mérito dos vice-presidentes. A troca de bastão, no entanto, vai ser delicada. Todo cuidado é pouco neste Brasil desmemoriado.

Está em curso uma guerra pelo comando da Caixa Econômica Federal. O banco público foi parte do xadrez para a entrada de PP e Republicanos no governo, mas exatamente pela sua relevância é a última peça a ser movida.

Lula da Silva demora a decidir-se, Arthur Lira trava ritos no Congresso, Fernando Haddad tenta liberar a pauta, o PP bate cabeça para indicar o novo presidente.

Essa é a crônica política diária, mas a pergunta relevante é: por que o Centrão quer tanto a Caixa e quais são os riscos do loteamento político, que não pode ser normalizado?

“Ali as coisas têm que ser tratadas com muita transparência (...). E vão ter, claro, indicações políticas que não serão criminalizadas por isso. A turma terá responsabilidade. A exoneração é o primeiro convite para quem não andar corretamente”, disse Lira à Folha de S.Paulo.

É um eco do discurso da “criminalização da política” que se tornou mantra no governo Lula para justificar a volta dos políticos para dentro das estatais. Recomendam-se prudência e memória.

Rita Serrano, presidente da Caixa: Centrão deseja saída dela do cargo Foto: Caio Santana

A Caixa comanda o programa habitacional Minha Casa, Minha Vida e tem convênios com prefeituras por todo o País. São milhões em verbas de marketing. Só por isso já é um colosso de influência política.

Vamos, porém, voltar no tempo. No governo Dilma Rousseff, o banco foi utilizado para bombar a economia com empréstimos arriscados e terminou quase quebrado. Vendeu R$ 13 bilhões em créditos podres. Acabou envolvido nas pedaladas fiscais, que custaram o impeachment da presidente.

Passava ainda pela Caixa o esquema de Eduardo Cunha e Lúcio Funaro para conceder empréstimos bilionários em troca de propina. O empresário Joesley Batista, da J&F, comprou a Alpargatas com R$ 2,6 bilhões emprestados da Caixa.

A situação ficou tão ruim que o banco passou por uma pesada reestruturação comandada pelos economistas Ana Paula Vescovi e Eduardo Guardia. Só que nenhuma governança está à prova de políticos mal-intencionados e subordinados dispostos a agradar-lhes.

Em ano eleitoral, Jair Bolsonaro utilizou a Caixa para emprestar dinheiro a pessoas com o nome sujo na praça e para dar crédito consignado a beneficiários do Bolsa Família. O resultado foi alta inadimplência. Isso sem falar nos escândalos de assédio sexual de Pedro Guimarães.

A atual gestão de Rita Serrano também não deixa de ser politizada. Há relatos da tomada de postos de comando pelos sindicatos e de desconstrução dos processos de seleção por mérito dos vice-presidentes. A troca de bastão, no entanto, vai ser delicada. Todo cuidado é pouco neste Brasil desmemoriado.

Está em curso uma guerra pelo comando da Caixa Econômica Federal. O banco público foi parte do xadrez para a entrada de PP e Republicanos no governo, mas exatamente pela sua relevância é a última peça a ser movida.

Lula da Silva demora a decidir-se, Arthur Lira trava ritos no Congresso, Fernando Haddad tenta liberar a pauta, o PP bate cabeça para indicar o novo presidente.

Essa é a crônica política diária, mas a pergunta relevante é: por que o Centrão quer tanto a Caixa e quais são os riscos do loteamento político, que não pode ser normalizado?

“Ali as coisas têm que ser tratadas com muita transparência (...). E vão ter, claro, indicações políticas que não serão criminalizadas por isso. A turma terá responsabilidade. A exoneração é o primeiro convite para quem não andar corretamente”, disse Lira à Folha de S.Paulo.

É um eco do discurso da “criminalização da política” que se tornou mantra no governo Lula para justificar a volta dos políticos para dentro das estatais. Recomendam-se prudência e memória.

Rita Serrano, presidente da Caixa: Centrão deseja saída dela do cargo Foto: Caio Santana

A Caixa comanda o programa habitacional Minha Casa, Minha Vida e tem convênios com prefeituras por todo o País. São milhões em verbas de marketing. Só por isso já é um colosso de influência política.

Vamos, porém, voltar no tempo. No governo Dilma Rousseff, o banco foi utilizado para bombar a economia com empréstimos arriscados e terminou quase quebrado. Vendeu R$ 13 bilhões em créditos podres. Acabou envolvido nas pedaladas fiscais, que custaram o impeachment da presidente.

Passava ainda pela Caixa o esquema de Eduardo Cunha e Lúcio Funaro para conceder empréstimos bilionários em troca de propina. O empresário Joesley Batista, da J&F, comprou a Alpargatas com R$ 2,6 bilhões emprestados da Caixa.

A situação ficou tão ruim que o banco passou por uma pesada reestruturação comandada pelos economistas Ana Paula Vescovi e Eduardo Guardia. Só que nenhuma governança está à prova de políticos mal-intencionados e subordinados dispostos a agradar-lhes.

Em ano eleitoral, Jair Bolsonaro utilizou a Caixa para emprestar dinheiro a pessoas com o nome sujo na praça e para dar crédito consignado a beneficiários do Bolsa Família. O resultado foi alta inadimplência. Isso sem falar nos escândalos de assédio sexual de Pedro Guimarães.

A atual gestão de Rita Serrano também não deixa de ser politizada. Há relatos da tomada de postos de comando pelos sindicatos e de desconstrução dos processos de seleção por mérito dos vice-presidentes. A troca de bastão, no entanto, vai ser delicada. Todo cuidado é pouco neste Brasil desmemoriado.

Opinião por Raquel Landim

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