Receita mira pirataria em próxima etapa do Remessa Conforme, voltado a varejistas internacionais


Fisco quer integrar Inmetro, Anatel e Anvisa ao novo sistema e usar técnicas de gestão de risco para detectar mercadorias irregulares; vestuário, brinquedos, cosméticos e eletrônicos estão no radar

Por Bianca Lima
Atualização:

BRASÍLIA – A próxima fase do programa Remessa Conforme, de combate à sonegação de impostos nos e-commerces internacionais, terá como foco a pirataria. O Estadão apurou que a Receita Federal quer integrar órgãos reguladores, como Inmetro, Anatel e Anvisa, à nova plataforma para permitir a fiscalização das mercadorias que entram no País.

Estão no radar, principalmente, os vestuários e brinquedos, que são da alçada do Inmetro; os eletrônicos, que envolvem a Anatel; e os cosméticos, no âmbito da Anvisa. A ideia é que o instituto e as agências desenvolvam sistemas de gestão de risco para detectar produtos irregulares por amostragem, mas com alta taxa de acerto.

Algo similar do que é já é feito pelo Fisco na importação geral, via contêineres, em que apenas 2% dos itens são escolhidos para fiscalização com base em cruzamento de dados e inteligência artificial. A ideia, portanto, é repassar a expertise da Receita a esses órgãos reguladores.

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Popularização de sites asiáticos como Shein, Shopee e AliExpress incomoda varejo nacional, que reclama de concorrência desleal. Foto: Foto: Yuichi Yamazaki/AFP

O combate à pirataria é um pleito antigo dos empresários nacionais, que reclamam de competição injusta e falta de isonomia tributária no varejo online. Isso ocorre em meio à popularização de sites asiáticos como Shein, Shopee e AliExpress, que passaram a inundar o mercado brasileiro de mercadorias baratas, incomodando os comércio locais.

Em 2022, o então ministro da Economia, Paulo Guedes, já havia prometido pôr fim ao que chamou de “camelódromo virtual”. Para isso, defendeu a criação de um imposto digital – que não saiu do papel.

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Agora, a avaliação dentro do Fisco é de que o governo tem as condições técnicas ideais para realizar essa fiscalização, uma vez que 100% das mercadorias que entram no País passaram a ser acompanhadas por meio do Remessa Conforme.

O programa exige o recolhimento antecipado dos tributos por parte dos e-commerces internacionais, no momento em que o produto é adquirido pelos consumidores. Dessa forma, antes mesmo de o avião pousar no Brasil com as mercadorias, a Receita já sabe quem comprou, o quê e de quem.

Em contrapartida, as empresas que aderem ao novo sistema ganham isenção de Imposto de Importação nos itens de até US$ 50 (cerca de R$ 250) — benefício fortemente criticado pelas varejistas nacionais, que pressionam por tratamento igualitário. Esses produtos pagam apenas o ICMS, que é estadual e tem alíquota de 17%. Os Estados, porém, surpreendidos pela nova arrecadação, já têm planos de elevá-la para 25%, como mostrou o Estadão.

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“É um problema antigo, que precisa ser resolvido”, afirma o presidente da Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB), Alfredo Cotait, sobre o avanço da pirataria online. Ele avalia, porém, que o governo não está atacando o problema central: “O principal eles não fizeram até agora, que é a isonomia tributária (nos itens até US$ 50). Ou isenta todos ou taxa todos”, diz.

Procurado, o Inmetro informou que ainda está em tratativas com Receita Federal. “Mais informações serão divulgadas assim que possível”, diz a nota. A Anvisa afirmou que “não faz parte do Remessa Conforme”. A Anatel não se manifestou.

Gestão de risco

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O desenvolvimento de técnicas de gestão de risco é considerado ponto vital para que essa fiscalização seja viável e efetiva, dada a enxurrada de produtos que ingressam no País diariamente. Nos sete primeiros meses de 2023, por exemplo, o Brasil recebeu 3,3 bilhões de itens de até US$ 50, 40% deles vindos da China.

Nessa lista, aparecem 232 milhões de meias-calças e pares de meia, 82 milhões de mochilas, quase 50 milhões de brinquedos e mais de 10 milhões de blusas femininas, segundo levantamento da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), antecipado pelo Estadão.

Fontes da Receita Federal apontam que esse volume sofreu redução após a entrada em vigência do Remessa Conforme – mas, ainda assim, segue expressivo.

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BRASÍLIA – A próxima fase do programa Remessa Conforme, de combate à sonegação de impostos nos e-commerces internacionais, terá como foco a pirataria. O Estadão apurou que a Receita Federal quer integrar órgãos reguladores, como Inmetro, Anatel e Anvisa, à nova plataforma para permitir a fiscalização das mercadorias que entram no País.

Estão no radar, principalmente, os vestuários e brinquedos, que são da alçada do Inmetro; os eletrônicos, que envolvem a Anatel; e os cosméticos, no âmbito da Anvisa. A ideia é que o instituto e as agências desenvolvam sistemas de gestão de risco para detectar produtos irregulares por amostragem, mas com alta taxa de acerto.

Algo similar do que é já é feito pelo Fisco na importação geral, via contêineres, em que apenas 2% dos itens são escolhidos para fiscalização com base em cruzamento de dados e inteligência artificial. A ideia, portanto, é repassar a expertise da Receita a esses órgãos reguladores.

Popularização de sites asiáticos como Shein, Shopee e AliExpress incomoda varejo nacional, que reclama de concorrência desleal. Foto: Foto: Yuichi Yamazaki/AFP

O combate à pirataria é um pleito antigo dos empresários nacionais, que reclamam de competição injusta e falta de isonomia tributária no varejo online. Isso ocorre em meio à popularização de sites asiáticos como Shein, Shopee e AliExpress, que passaram a inundar o mercado brasileiro de mercadorias baratas, incomodando os comércio locais.

Em 2022, o então ministro da Economia, Paulo Guedes, já havia prometido pôr fim ao que chamou de “camelódromo virtual”. Para isso, defendeu a criação de um imposto digital – que não saiu do papel.

Agora, a avaliação dentro do Fisco é de que o governo tem as condições técnicas ideais para realizar essa fiscalização, uma vez que 100% das mercadorias que entram no País passaram a ser acompanhadas por meio do Remessa Conforme.

O programa exige o recolhimento antecipado dos tributos por parte dos e-commerces internacionais, no momento em que o produto é adquirido pelos consumidores. Dessa forma, antes mesmo de o avião pousar no Brasil com as mercadorias, a Receita já sabe quem comprou, o quê e de quem.

Em contrapartida, as empresas que aderem ao novo sistema ganham isenção de Imposto de Importação nos itens de até US$ 50 (cerca de R$ 250) — benefício fortemente criticado pelas varejistas nacionais, que pressionam por tratamento igualitário. Esses produtos pagam apenas o ICMS, que é estadual e tem alíquota de 17%. Os Estados, porém, surpreendidos pela nova arrecadação, já têm planos de elevá-la para 25%, como mostrou o Estadão.

“É um problema antigo, que precisa ser resolvido”, afirma o presidente da Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB), Alfredo Cotait, sobre o avanço da pirataria online. Ele avalia, porém, que o governo não está atacando o problema central: “O principal eles não fizeram até agora, que é a isonomia tributária (nos itens até US$ 50). Ou isenta todos ou taxa todos”, diz.

Procurado, o Inmetro informou que ainda está em tratativas com Receita Federal. “Mais informações serão divulgadas assim que possível”, diz a nota. A Anvisa afirmou que “não faz parte do Remessa Conforme”. A Anatel não se manifestou.

Gestão de risco

O desenvolvimento de técnicas de gestão de risco é considerado ponto vital para que essa fiscalização seja viável e efetiva, dada a enxurrada de produtos que ingressam no País diariamente. Nos sete primeiros meses de 2023, por exemplo, o Brasil recebeu 3,3 bilhões de itens de até US$ 50, 40% deles vindos da China.

Nessa lista, aparecem 232 milhões de meias-calças e pares de meia, 82 milhões de mochilas, quase 50 milhões de brinquedos e mais de 10 milhões de blusas femininas, segundo levantamento da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), antecipado pelo Estadão.

Fontes da Receita Federal apontam que esse volume sofreu redução após a entrada em vigência do Remessa Conforme – mas, ainda assim, segue expressivo.

BRASÍLIA – A próxima fase do programa Remessa Conforme, de combate à sonegação de impostos nos e-commerces internacionais, terá como foco a pirataria. O Estadão apurou que a Receita Federal quer integrar órgãos reguladores, como Inmetro, Anatel e Anvisa, à nova plataforma para permitir a fiscalização das mercadorias que entram no País.

Estão no radar, principalmente, os vestuários e brinquedos, que são da alçada do Inmetro; os eletrônicos, que envolvem a Anatel; e os cosméticos, no âmbito da Anvisa. A ideia é que o instituto e as agências desenvolvam sistemas de gestão de risco para detectar produtos irregulares por amostragem, mas com alta taxa de acerto.

Algo similar do que é já é feito pelo Fisco na importação geral, via contêineres, em que apenas 2% dos itens são escolhidos para fiscalização com base em cruzamento de dados e inteligência artificial. A ideia, portanto, é repassar a expertise da Receita a esses órgãos reguladores.

Popularização de sites asiáticos como Shein, Shopee e AliExpress incomoda varejo nacional, que reclama de concorrência desleal. Foto: Foto: Yuichi Yamazaki/AFP

O combate à pirataria é um pleito antigo dos empresários nacionais, que reclamam de competição injusta e falta de isonomia tributária no varejo online. Isso ocorre em meio à popularização de sites asiáticos como Shein, Shopee e AliExpress, que passaram a inundar o mercado brasileiro de mercadorias baratas, incomodando os comércio locais.

Em 2022, o então ministro da Economia, Paulo Guedes, já havia prometido pôr fim ao que chamou de “camelódromo virtual”. Para isso, defendeu a criação de um imposto digital – que não saiu do papel.

Agora, a avaliação dentro do Fisco é de que o governo tem as condições técnicas ideais para realizar essa fiscalização, uma vez que 100% das mercadorias que entram no País passaram a ser acompanhadas por meio do Remessa Conforme.

O programa exige o recolhimento antecipado dos tributos por parte dos e-commerces internacionais, no momento em que o produto é adquirido pelos consumidores. Dessa forma, antes mesmo de o avião pousar no Brasil com as mercadorias, a Receita já sabe quem comprou, o quê e de quem.

Em contrapartida, as empresas que aderem ao novo sistema ganham isenção de Imposto de Importação nos itens de até US$ 50 (cerca de R$ 250) — benefício fortemente criticado pelas varejistas nacionais, que pressionam por tratamento igualitário. Esses produtos pagam apenas o ICMS, que é estadual e tem alíquota de 17%. Os Estados, porém, surpreendidos pela nova arrecadação, já têm planos de elevá-la para 25%, como mostrou o Estadão.

“É um problema antigo, que precisa ser resolvido”, afirma o presidente da Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB), Alfredo Cotait, sobre o avanço da pirataria online. Ele avalia, porém, que o governo não está atacando o problema central: “O principal eles não fizeram até agora, que é a isonomia tributária (nos itens até US$ 50). Ou isenta todos ou taxa todos”, diz.

Procurado, o Inmetro informou que ainda está em tratativas com Receita Federal. “Mais informações serão divulgadas assim que possível”, diz a nota. A Anvisa afirmou que “não faz parte do Remessa Conforme”. A Anatel não se manifestou.

Gestão de risco

O desenvolvimento de técnicas de gestão de risco é considerado ponto vital para que essa fiscalização seja viável e efetiva, dada a enxurrada de produtos que ingressam no País diariamente. Nos sete primeiros meses de 2023, por exemplo, o Brasil recebeu 3,3 bilhões de itens de até US$ 50, 40% deles vindos da China.

Nessa lista, aparecem 232 milhões de meias-calças e pares de meia, 82 milhões de mochilas, quase 50 milhões de brinquedos e mais de 10 milhões de blusas femininas, segundo levantamento da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), antecipado pelo Estadão.

Fontes da Receita Federal apontam que esse volume sofreu redução após a entrada em vigência do Remessa Conforme – mas, ainda assim, segue expressivo.

BRASÍLIA – A próxima fase do programa Remessa Conforme, de combate à sonegação de impostos nos e-commerces internacionais, terá como foco a pirataria. O Estadão apurou que a Receita Federal quer integrar órgãos reguladores, como Inmetro, Anatel e Anvisa, à nova plataforma para permitir a fiscalização das mercadorias que entram no País.

Estão no radar, principalmente, os vestuários e brinquedos, que são da alçada do Inmetro; os eletrônicos, que envolvem a Anatel; e os cosméticos, no âmbito da Anvisa. A ideia é que o instituto e as agências desenvolvam sistemas de gestão de risco para detectar produtos irregulares por amostragem, mas com alta taxa de acerto.

Algo similar do que é já é feito pelo Fisco na importação geral, via contêineres, em que apenas 2% dos itens são escolhidos para fiscalização com base em cruzamento de dados e inteligência artificial. A ideia, portanto, é repassar a expertise da Receita a esses órgãos reguladores.

Popularização de sites asiáticos como Shein, Shopee e AliExpress incomoda varejo nacional, que reclama de concorrência desleal. Foto: Foto: Yuichi Yamazaki/AFP

O combate à pirataria é um pleito antigo dos empresários nacionais, que reclamam de competição injusta e falta de isonomia tributária no varejo online. Isso ocorre em meio à popularização de sites asiáticos como Shein, Shopee e AliExpress, que passaram a inundar o mercado brasileiro de mercadorias baratas, incomodando os comércio locais.

Em 2022, o então ministro da Economia, Paulo Guedes, já havia prometido pôr fim ao que chamou de “camelódromo virtual”. Para isso, defendeu a criação de um imposto digital – que não saiu do papel.

Agora, a avaliação dentro do Fisco é de que o governo tem as condições técnicas ideais para realizar essa fiscalização, uma vez que 100% das mercadorias que entram no País passaram a ser acompanhadas por meio do Remessa Conforme.

O programa exige o recolhimento antecipado dos tributos por parte dos e-commerces internacionais, no momento em que o produto é adquirido pelos consumidores. Dessa forma, antes mesmo de o avião pousar no Brasil com as mercadorias, a Receita já sabe quem comprou, o quê e de quem.

Em contrapartida, as empresas que aderem ao novo sistema ganham isenção de Imposto de Importação nos itens de até US$ 50 (cerca de R$ 250) — benefício fortemente criticado pelas varejistas nacionais, que pressionam por tratamento igualitário. Esses produtos pagam apenas o ICMS, que é estadual e tem alíquota de 17%. Os Estados, porém, surpreendidos pela nova arrecadação, já têm planos de elevá-la para 25%, como mostrou o Estadão.

“É um problema antigo, que precisa ser resolvido”, afirma o presidente da Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB), Alfredo Cotait, sobre o avanço da pirataria online. Ele avalia, porém, que o governo não está atacando o problema central: “O principal eles não fizeram até agora, que é a isonomia tributária (nos itens até US$ 50). Ou isenta todos ou taxa todos”, diz.

Procurado, o Inmetro informou que ainda está em tratativas com Receita Federal. “Mais informações serão divulgadas assim que possível”, diz a nota. A Anvisa afirmou que “não faz parte do Remessa Conforme”. A Anatel não se manifestou.

Gestão de risco

O desenvolvimento de técnicas de gestão de risco é considerado ponto vital para que essa fiscalização seja viável e efetiva, dada a enxurrada de produtos que ingressam no País diariamente. Nos sete primeiros meses de 2023, por exemplo, o Brasil recebeu 3,3 bilhões de itens de até US$ 50, 40% deles vindos da China.

Nessa lista, aparecem 232 milhões de meias-calças e pares de meia, 82 milhões de mochilas, quase 50 milhões de brinquedos e mais de 10 milhões de blusas femininas, segundo levantamento da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), antecipado pelo Estadão.

Fontes da Receita Federal apontam que esse volume sofreu redução após a entrada em vigência do Remessa Conforme – mas, ainda assim, segue expressivo.

BRASÍLIA – A próxima fase do programa Remessa Conforme, de combate à sonegação de impostos nos e-commerces internacionais, terá como foco a pirataria. O Estadão apurou que a Receita Federal quer integrar órgãos reguladores, como Inmetro, Anatel e Anvisa, à nova plataforma para permitir a fiscalização das mercadorias que entram no País.

Estão no radar, principalmente, os vestuários e brinquedos, que são da alçada do Inmetro; os eletrônicos, que envolvem a Anatel; e os cosméticos, no âmbito da Anvisa. A ideia é que o instituto e as agências desenvolvam sistemas de gestão de risco para detectar produtos irregulares por amostragem, mas com alta taxa de acerto.

Algo similar do que é já é feito pelo Fisco na importação geral, via contêineres, em que apenas 2% dos itens são escolhidos para fiscalização com base em cruzamento de dados e inteligência artificial. A ideia, portanto, é repassar a expertise da Receita a esses órgãos reguladores.

Popularização de sites asiáticos como Shein, Shopee e AliExpress incomoda varejo nacional, que reclama de concorrência desleal. Foto: Foto: Yuichi Yamazaki/AFP

O combate à pirataria é um pleito antigo dos empresários nacionais, que reclamam de competição injusta e falta de isonomia tributária no varejo online. Isso ocorre em meio à popularização de sites asiáticos como Shein, Shopee e AliExpress, que passaram a inundar o mercado brasileiro de mercadorias baratas, incomodando os comércio locais.

Em 2022, o então ministro da Economia, Paulo Guedes, já havia prometido pôr fim ao que chamou de “camelódromo virtual”. Para isso, defendeu a criação de um imposto digital – que não saiu do papel.

Agora, a avaliação dentro do Fisco é de que o governo tem as condições técnicas ideais para realizar essa fiscalização, uma vez que 100% das mercadorias que entram no País passaram a ser acompanhadas por meio do Remessa Conforme.

O programa exige o recolhimento antecipado dos tributos por parte dos e-commerces internacionais, no momento em que o produto é adquirido pelos consumidores. Dessa forma, antes mesmo de o avião pousar no Brasil com as mercadorias, a Receita já sabe quem comprou, o quê e de quem.

Em contrapartida, as empresas que aderem ao novo sistema ganham isenção de Imposto de Importação nos itens de até US$ 50 (cerca de R$ 250) — benefício fortemente criticado pelas varejistas nacionais, que pressionam por tratamento igualitário. Esses produtos pagam apenas o ICMS, que é estadual e tem alíquota de 17%. Os Estados, porém, surpreendidos pela nova arrecadação, já têm planos de elevá-la para 25%, como mostrou o Estadão.

“É um problema antigo, que precisa ser resolvido”, afirma o presidente da Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB), Alfredo Cotait, sobre o avanço da pirataria online. Ele avalia, porém, que o governo não está atacando o problema central: “O principal eles não fizeram até agora, que é a isonomia tributária (nos itens até US$ 50). Ou isenta todos ou taxa todos”, diz.

Procurado, o Inmetro informou que ainda está em tratativas com Receita Federal. “Mais informações serão divulgadas assim que possível”, diz a nota. A Anvisa afirmou que “não faz parte do Remessa Conforme”. A Anatel não se manifestou.

Gestão de risco

O desenvolvimento de técnicas de gestão de risco é considerado ponto vital para que essa fiscalização seja viável e efetiva, dada a enxurrada de produtos que ingressam no País diariamente. Nos sete primeiros meses de 2023, por exemplo, o Brasil recebeu 3,3 bilhões de itens de até US$ 50, 40% deles vindos da China.

Nessa lista, aparecem 232 milhões de meias-calças e pares de meia, 82 milhões de mochilas, quase 50 milhões de brinquedos e mais de 10 milhões de blusas femininas, segundo levantamento da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), antecipado pelo Estadão.

Fontes da Receita Federal apontam que esse volume sofreu redução após a entrada em vigência do Remessa Conforme – mas, ainda assim, segue expressivo.

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