Cuide das finanças pessoais

Juro deve cair nesta semana e caderneta pode render 0,39% ao mês


Por Regina Pitoscia

(*) Com Tom Morooka

Quarta sai a nova taxa Selic, a que vai valer até o dia 21 de março. A expectativa de analistas do mercado financeiro é a de que ela pode recuar mais um degrau, com o corte de 0,25 ponto porcentual, caindo de 7% para 6,75% ao ano.

A menos que sinais de inflação pouco mais pressionada nesta virada de ano levem o Banco Central (BC) a rever a indicação dada de que a redução de juros poderia ter continuidade nesta virada de ano, ainda que em uma toada mais gradual.

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Desde o início do ciclo de cortes, em outubro de 2016, até agora a taxa básica recuou 7,25 pontos porcentuais, de 14,25% ao ano para 7%. Os efeitos dessa redução, contudo, chegaram ao bolso dos brasileiros de forma distinta, dependendo da condição de cada um, se de detentor de capital para aplicação ou de devedor de compromissos financeiros.

A Selic é calibrada pelo BC a cada reunião do Copom - em intervalo aproximado de 45 dias - de acordo com as expectativas de inflação - quando a tendência é de alta de preços o BC sobe o juro básico e em situação inversa, de queda de preços, reduz os juros.

Uma Selic em torno de 7% ao ano ou pouco menos é considerada ajustada a um cenário de inflação bem-comportada para este e os próximos anos - estimada pelo mercado financeiro abaixo da meta de 4,50%, em 2018, e de 4,25%, em 2019.

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Além de desempenhar esse papel, de instrumento de política monetária para o BC, a taxa Selic é referência para a formação das demais taxas de juro da economia, das que remuneram as aplicações de renda fixa às cobradas nas linhas de financiamento.

Pela disparidade dos juros correntes nesses dois segmentos, fica claro que no mercado de crédito a taxa básica é indutora da tendência dos juros e no das aplicações financeiras, determinante do nível de rentabilidade.

Aplicações de renda fixa como os fundos de renda fixa e DI que rendiam, na média, em torno de 1,10% a 1,20% bruto ao mês, quando o juro básico estava em 14,25% ao ano, passaram a remunerar apenas com a metade, entre 0,55% e 0,65%, acompanhando a queda da Selic para 7% ao ano. Um rendimento que, descontado o imposto de renda e a taxa de administração, pode ser insuficiente para garantir, dependendo da inflação, margem de ganho real ao aplicador.

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Com a caderneta não foi diferente. Ainda que seja isenta de imposto, com a Selic de 7%, a aplicação está rendendo 4,90% ao ano ou 0,40% ao mês. Se a queda da taxa básica se confirmar e em 0,25% nesta semana, o rendimento da caderneta passará a ser de 4,73% ao ano ou 0,39% ao mês (0,3855% com a precisão de quatro casas).

Enquanto os juros que remuneram as aplicações recuam no mesmo compasso da queda da Selic, as taxas cobradas nas linhas de crédito, embora em baixa, permanecem nas alturas - em algumas linhas, o juro mensal equivale praticamente ao dobro da Selic definida para o ano ou até mais.

É o que acontece com os juros do rotativo não regular do cartão. Nessa linha, no período de 15 a 19 de janeiro, o Bradesco cobrava uma taxa de 20,03% ao mês ou 703,86% ao ano, o Santander, de 18,51% ao mês, ou 667,67% ao ano, conforme levantamento do Banco Central.

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No rotativo regular, quando o consumidor não paga toda a fatura, mas, pelo menos, a parcela mínima exigida de 15%, nos cinco maiores bancos do País (Banco do Brasil, Bradesco, Caixa, Itaú e Santander), as taxas ficaram entre 8,73% a 10,92% ao mês.

No cheque especial, nesses bancos, as taxas teimam em permanecer em torno de 12% ao ano, mas chegam a 14,74% ao mês ou 420,80% ao ano, no Santander.

Por isso, tanto o rotativo do cartão como o cheque especial devem ser vistos com muitas reservas pelo consumidor.

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Em níveis mais camaradas, estão as taxas do crédito pessoal, entre 4,1% e 5,4% ao mês, e os juros do consignado, um dos mais baixos do mercado. Ele é oferecido a quem recebe salário ou aposentadoria com crédito em conta corrente. Em meados de janeiro, essas taxas estavam em 1,65% ao mês ao funcionário público, e 1,91% ao mês ao aposentado, no Santander e chegavam a 3,19% ao mês ao empregado do setor privado, no Itaú.

Nessa toada dos juros, com trajetórias tão distintas nos dois mercados, investidor e consumidor precisam repensar planos e decisões.

Algumas dicas

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Quem tem dinheiro para aplicar visando à ampliação do patrimônio - e não preocupado basicamente em proteger o capital - deve procurar opções de investimento de maior risco que acenem também com rentabilidade mais atraente, como a bolsa de valores.

A dica de especialistas é destinar uma parcela dos recursos, no máximo até 30%, à aplicação em ações, por meio de compra direta, para quem tem certa familiaridade com a bolsa, ou por meio dos fundos de ações ou de fundos multimercados - que têm carteira mais diversificada, mesclando títulos de renda fixa e variável, como ações.

Já para o consumidor que precisa entrar em crediário para a compra de algum bem que pode ser adquirido mais à frente, a atitude deve ser de espera - seja até juntar o dinheiro necessário para a compra à vista ou para dar uma boa entrada, seja à espera de juros mais baixos.

 

(*) Com Tom Morooka

Quarta sai a nova taxa Selic, a que vai valer até o dia 21 de março. A expectativa de analistas do mercado financeiro é a de que ela pode recuar mais um degrau, com o corte de 0,25 ponto porcentual, caindo de 7% para 6,75% ao ano.

A menos que sinais de inflação pouco mais pressionada nesta virada de ano levem o Banco Central (BC) a rever a indicação dada de que a redução de juros poderia ter continuidade nesta virada de ano, ainda que em uma toada mais gradual.

Desde o início do ciclo de cortes, em outubro de 2016, até agora a taxa básica recuou 7,25 pontos porcentuais, de 14,25% ao ano para 7%. Os efeitos dessa redução, contudo, chegaram ao bolso dos brasileiros de forma distinta, dependendo da condição de cada um, se de detentor de capital para aplicação ou de devedor de compromissos financeiros.

A Selic é calibrada pelo BC a cada reunião do Copom - em intervalo aproximado de 45 dias - de acordo com as expectativas de inflação - quando a tendência é de alta de preços o BC sobe o juro básico e em situação inversa, de queda de preços, reduz os juros.

Uma Selic em torno de 7% ao ano ou pouco menos é considerada ajustada a um cenário de inflação bem-comportada para este e os próximos anos - estimada pelo mercado financeiro abaixo da meta de 4,50%, em 2018, e de 4,25%, em 2019.

Além de desempenhar esse papel, de instrumento de política monetária para o BC, a taxa Selic é referência para a formação das demais taxas de juro da economia, das que remuneram as aplicações de renda fixa às cobradas nas linhas de financiamento.

Pela disparidade dos juros correntes nesses dois segmentos, fica claro que no mercado de crédito a taxa básica é indutora da tendência dos juros e no das aplicações financeiras, determinante do nível de rentabilidade.

Aplicações de renda fixa como os fundos de renda fixa e DI que rendiam, na média, em torno de 1,10% a 1,20% bruto ao mês, quando o juro básico estava em 14,25% ao ano, passaram a remunerar apenas com a metade, entre 0,55% e 0,65%, acompanhando a queda da Selic para 7% ao ano. Um rendimento que, descontado o imposto de renda e a taxa de administração, pode ser insuficiente para garantir, dependendo da inflação, margem de ganho real ao aplicador.

Com a caderneta não foi diferente. Ainda que seja isenta de imposto, com a Selic de 7%, a aplicação está rendendo 4,90% ao ano ou 0,40% ao mês. Se a queda da taxa básica se confirmar e em 0,25% nesta semana, o rendimento da caderneta passará a ser de 4,73% ao ano ou 0,39% ao mês (0,3855% com a precisão de quatro casas).

Enquanto os juros que remuneram as aplicações recuam no mesmo compasso da queda da Selic, as taxas cobradas nas linhas de crédito, embora em baixa, permanecem nas alturas - em algumas linhas, o juro mensal equivale praticamente ao dobro da Selic definida para o ano ou até mais.

É o que acontece com os juros do rotativo não regular do cartão. Nessa linha, no período de 15 a 19 de janeiro, o Bradesco cobrava uma taxa de 20,03% ao mês ou 703,86% ao ano, o Santander, de 18,51% ao mês, ou 667,67% ao ano, conforme levantamento do Banco Central.

No rotativo regular, quando o consumidor não paga toda a fatura, mas, pelo menos, a parcela mínima exigida de 15%, nos cinco maiores bancos do País (Banco do Brasil, Bradesco, Caixa, Itaú e Santander), as taxas ficaram entre 8,73% a 10,92% ao mês.

No cheque especial, nesses bancos, as taxas teimam em permanecer em torno de 12% ao ano, mas chegam a 14,74% ao mês ou 420,80% ao ano, no Santander.

Por isso, tanto o rotativo do cartão como o cheque especial devem ser vistos com muitas reservas pelo consumidor.

Em níveis mais camaradas, estão as taxas do crédito pessoal, entre 4,1% e 5,4% ao mês, e os juros do consignado, um dos mais baixos do mercado. Ele é oferecido a quem recebe salário ou aposentadoria com crédito em conta corrente. Em meados de janeiro, essas taxas estavam em 1,65% ao mês ao funcionário público, e 1,91% ao mês ao aposentado, no Santander e chegavam a 3,19% ao mês ao empregado do setor privado, no Itaú.

Nessa toada dos juros, com trajetórias tão distintas nos dois mercados, investidor e consumidor precisam repensar planos e decisões.

Algumas dicas

Quem tem dinheiro para aplicar visando à ampliação do patrimônio - e não preocupado basicamente em proteger o capital - deve procurar opções de investimento de maior risco que acenem também com rentabilidade mais atraente, como a bolsa de valores.

A dica de especialistas é destinar uma parcela dos recursos, no máximo até 30%, à aplicação em ações, por meio de compra direta, para quem tem certa familiaridade com a bolsa, ou por meio dos fundos de ações ou de fundos multimercados - que têm carteira mais diversificada, mesclando títulos de renda fixa e variável, como ações.

Já para o consumidor que precisa entrar em crediário para a compra de algum bem que pode ser adquirido mais à frente, a atitude deve ser de espera - seja até juntar o dinheiro necessário para a compra à vista ou para dar uma boa entrada, seja à espera de juros mais baixos.

 

(*) Com Tom Morooka

Quarta sai a nova taxa Selic, a que vai valer até o dia 21 de março. A expectativa de analistas do mercado financeiro é a de que ela pode recuar mais um degrau, com o corte de 0,25 ponto porcentual, caindo de 7% para 6,75% ao ano.

A menos que sinais de inflação pouco mais pressionada nesta virada de ano levem o Banco Central (BC) a rever a indicação dada de que a redução de juros poderia ter continuidade nesta virada de ano, ainda que em uma toada mais gradual.

Desde o início do ciclo de cortes, em outubro de 2016, até agora a taxa básica recuou 7,25 pontos porcentuais, de 14,25% ao ano para 7%. Os efeitos dessa redução, contudo, chegaram ao bolso dos brasileiros de forma distinta, dependendo da condição de cada um, se de detentor de capital para aplicação ou de devedor de compromissos financeiros.

A Selic é calibrada pelo BC a cada reunião do Copom - em intervalo aproximado de 45 dias - de acordo com as expectativas de inflação - quando a tendência é de alta de preços o BC sobe o juro básico e em situação inversa, de queda de preços, reduz os juros.

Uma Selic em torno de 7% ao ano ou pouco menos é considerada ajustada a um cenário de inflação bem-comportada para este e os próximos anos - estimada pelo mercado financeiro abaixo da meta de 4,50%, em 2018, e de 4,25%, em 2019.

Além de desempenhar esse papel, de instrumento de política monetária para o BC, a taxa Selic é referência para a formação das demais taxas de juro da economia, das que remuneram as aplicações de renda fixa às cobradas nas linhas de financiamento.

Pela disparidade dos juros correntes nesses dois segmentos, fica claro que no mercado de crédito a taxa básica é indutora da tendência dos juros e no das aplicações financeiras, determinante do nível de rentabilidade.

Aplicações de renda fixa como os fundos de renda fixa e DI que rendiam, na média, em torno de 1,10% a 1,20% bruto ao mês, quando o juro básico estava em 14,25% ao ano, passaram a remunerar apenas com a metade, entre 0,55% e 0,65%, acompanhando a queda da Selic para 7% ao ano. Um rendimento que, descontado o imposto de renda e a taxa de administração, pode ser insuficiente para garantir, dependendo da inflação, margem de ganho real ao aplicador.

Com a caderneta não foi diferente. Ainda que seja isenta de imposto, com a Selic de 7%, a aplicação está rendendo 4,90% ao ano ou 0,40% ao mês. Se a queda da taxa básica se confirmar e em 0,25% nesta semana, o rendimento da caderneta passará a ser de 4,73% ao ano ou 0,39% ao mês (0,3855% com a precisão de quatro casas).

Enquanto os juros que remuneram as aplicações recuam no mesmo compasso da queda da Selic, as taxas cobradas nas linhas de crédito, embora em baixa, permanecem nas alturas - em algumas linhas, o juro mensal equivale praticamente ao dobro da Selic definida para o ano ou até mais.

É o que acontece com os juros do rotativo não regular do cartão. Nessa linha, no período de 15 a 19 de janeiro, o Bradesco cobrava uma taxa de 20,03% ao mês ou 703,86% ao ano, o Santander, de 18,51% ao mês, ou 667,67% ao ano, conforme levantamento do Banco Central.

No rotativo regular, quando o consumidor não paga toda a fatura, mas, pelo menos, a parcela mínima exigida de 15%, nos cinco maiores bancos do País (Banco do Brasil, Bradesco, Caixa, Itaú e Santander), as taxas ficaram entre 8,73% a 10,92% ao mês.

No cheque especial, nesses bancos, as taxas teimam em permanecer em torno de 12% ao ano, mas chegam a 14,74% ao mês ou 420,80% ao ano, no Santander.

Por isso, tanto o rotativo do cartão como o cheque especial devem ser vistos com muitas reservas pelo consumidor.

Em níveis mais camaradas, estão as taxas do crédito pessoal, entre 4,1% e 5,4% ao mês, e os juros do consignado, um dos mais baixos do mercado. Ele é oferecido a quem recebe salário ou aposentadoria com crédito em conta corrente. Em meados de janeiro, essas taxas estavam em 1,65% ao mês ao funcionário público, e 1,91% ao mês ao aposentado, no Santander e chegavam a 3,19% ao mês ao empregado do setor privado, no Itaú.

Nessa toada dos juros, com trajetórias tão distintas nos dois mercados, investidor e consumidor precisam repensar planos e decisões.

Algumas dicas

Quem tem dinheiro para aplicar visando à ampliação do patrimônio - e não preocupado basicamente em proteger o capital - deve procurar opções de investimento de maior risco que acenem também com rentabilidade mais atraente, como a bolsa de valores.

A dica de especialistas é destinar uma parcela dos recursos, no máximo até 30%, à aplicação em ações, por meio de compra direta, para quem tem certa familiaridade com a bolsa, ou por meio dos fundos de ações ou de fundos multimercados - que têm carteira mais diversificada, mesclando títulos de renda fixa e variável, como ações.

Já para o consumidor que precisa entrar em crediário para a compra de algum bem que pode ser adquirido mais à frente, a atitude deve ser de espera - seja até juntar o dinheiro necessário para a compra à vista ou para dar uma boa entrada, seja à espera de juros mais baixos.

 

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