Brasília - Os reservatórios das usinas hidrelétricas fecharam o mês de março com 85,3% de sua capacidade de armazenamento, os melhores níveis do Sistema Interligado Nacional (SIN) registrados na última década. A situação é bem distante do que aconteceu em 2021, quando o Brasil enfrentou uma grave escassez e precisou adotar medidas emergenciais para garantir o suprimento de energia.
Foram verificados armazenamentos equivalentes de 83,1%, 82,9%, 91,4% e 97,7% nos subsistemas Sudeste/Centro-Oeste, Sul, Nordeste e Norte, respectivamente, no mês passado, informou o Ministério de Minas e Energia (MME).
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O levantamento foi apresentado pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) durante reunião do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) nesta quarta-feira. O colegiado, presidido pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, é responsável por acompanhar e avaliar permanentemente o fornecimento do serviço à população.
No dia 25 de março, a Usina Hidrelétrica Serra da Mesa, em Goiás, registrou o maior valor de armazenamento já observado desde 2012. Este cenário proporcionou um melhor aproveitamento dos excedentes hidrelétricos, permitindo, ainda, a exportação de energia elétrica de forma comercial para a Argentina, de 1.138 MWmédios, e Uruguai, de 482 MWmédios.
A pasta ressaltou que a exportação não prejudicou a segurança energética nacional, bem como os serviços oferecidos aos consumidores brasileiros. “Além desses montantes, a partir de 12 de março, a exportação também foi proveniente de usinas termelétricas que não estavam sendo utilizadas para atendimento ao SIN, agregando mais 269 MWmédios para a Argentina.”
“Sobre a redução das chuvas, o colegiado informou que já houve o encerramento da política de operação em condição de cheia nas bacias dos rios São Francisco e Grande, com redução das defluências. Além disso, foi destacado a verificação do encerramento de excedentes hidrelétricos nos subsistemas Sudeste/Centro-Oeste e Sul, permanecendo apenas no Norte”, informou o MME.
O ONS informou ainda que a Agência Norte-Americana dos Oceanos e Atmosfera (NOAA) decretou, em março, o fim do fenômeno La Niña. Há indicativo de que o fenômeno El Niño se estabeleça no segundo semestre de 2023, o que normalmente aumenta a precipitação na região Sul.
Também foram apresentados os dados da 1ª Revisão Quadrimestral das Previsões de Carga para o Planejamento Anual da Operação Energética 2023-2027, realizado em março. “Para 2023, o crescimento previsto é de 2,6% na carga, sem considerar a micro e minigeração distribuída (MMGD). No estudo, a expectativa de crescimento do PIB em 2023 foi revisada de 0,7% para 1,0%.”