Resíduos eletrônicos preocupam o planeta


Passivo global desse tipo de material vem crescendo em ritmo cinco vezes superior ao da reciclagem

Por Estadão Blue Studio

Boa parte dos brasileiros tende a manter em casa equipamentos como notebooks desativados, teclados quebrados, celulares antigos, eletrodomésticos que deixaram de funcionar e eletroeletrônicos de todo tipo que não usam mais, a exemplo de filtros de água, brinquedos, videogames, cafeteiras, aspiradores de pó, máquinas fotográficas. Outros até se livram dessas quinquilharias, mas da forma errada: colocando-as na coleta comum de resíduos ou então simplesmente deixando-as na rua, à disposição de quem eventualmente se interesse.

Os resíduos eletrônicos exigem descarte apropriado e específico, pois, quando chegam a aterros sanitários ou são depositados em terrenos baldios, envolvem riscos altíssimos de poluição e de impactos prejudiciais à saúde. Os materiais perigosos que costumam estar presentes nesse tipo de equipamento incluem mercúrio, chumbo, cobre, níquel e fósforo, entre vários outros.

Divulgação Foto: Divulgação/Vivo

Diante da complexidade que inviabiliza a coleta regular por serviços públicos ou por catadores, o encaminhamento desse tipo de material à reciclagem depende fortemente da ação individual de levá-los a um ponto de coleta devidamente homologado. A Associação Brasileira de Reciclagem de Eletroeletrônicos e Eletrodomésticos (Abree) mantém 3,5 mil desses pontos, espalhados por mais de 1,2 mil municípios.

No site abree.org.br, é possível pesquisar o ponto de coleta mais próximo de um determinado CEP. Os equipamentos devem ser levados inteiros, incluindo baterias e pilhas, pois a divisão em partes pode ser perigosa quando executada sem o devido conhecimento técnico.

Logística reversa

A Abree foi criada em 2011 por um grupo de fabricantes e importadores de eletroeletrônicos, na esteira da Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei 12.305/2010). Apenas em 2020, no entanto, a gestão dos resíduos eletrônicos foi especificamente regulamentada por meio do Decreto 10.240, que estabeleceu um sistema obrigatório de logística reversa.

Integrada a esse processo, a Abree soma hoje 54 associadas, incluindo indústrias como Britania, Electrolux, LG, Nestlé, Philco, Panasonic, Philips, Roche, Samsung, Arno, Sony, Tramontina e WEG. “A missão da Associação é realizar a gestão da logística reversa de produtos eletroeletrônicos e eletrodomésticos pós-consumo no Brasil, assegurando a destinação final adequada”, explica a gerente de Relações Institucionais da entidade, Helen de Souza Brito. O volume reciclado pela Abree saltou de 15 mil toneladas em 2022 para 40 mil toneladas no ano passado, com a perspectiva de chegar a 80 mil toneladas em 2024.

O aproveitamento de resíduos eletrônicos é promovido também por Organizações Não Governamentais (ONGs). Uma das pioneiras é a Ecobraz Emigre, fundada há 15 anos em São Paulo com o objetivo duplo de viabilizar a reciclagem e impulsionar a inclusão digital. Os equipamentos coletados em empresas e residências passam por triagem e, dependendo da viabilidade, podem ser consertados para uso na função original. Nesse caso, são vendidos em leilões que geram renda para a manutenção das atividades da ONG, cuja equipe soma 27 pessoas.

Além da preocupação com o meio ambiente, outra vantagem de levar os resíduos eletrônicos a instituições especializadas é a segurança quanto aos dados pessoais que eventualmente ainda poderiam ser acessados em notebooks, celulares e outros equipamentos. “Com a LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais), organizações que recolhem esse tipo de material são obrigadas a fazer a destruição total dos dados, tanto física quanto digitalmente, senão estão incorrendo em crime”, lembra Marcelo Aragão, engenheiro ambiental da Ecobraz Emigre.

Passivo crescente

A geração de resíduos eletrônicos é um problema que vem se agravando em proporção geométrica ao redor do mundo, resultado direto do avanço da chamada transformação digital. De acordo com um serviço de monitoramento criado pela Organização das Nações Unidas, acessível pelo site globalewaste.org, o passivo decorrente do descarte desse tipo de material cresce em ritmo cinco vezes superior ao da taxa global de recolhimento e reciclagem.

Nos últimos 12 anos, o volume de resíduos eletrônicos gerados no planeta por ano quase dobrou, saltando de 34 milhões de toneladas para 62 milhões de toneladas – sendo 50% metais, 27% plásticos e 23% outros materiais, a exemplo de minerais, vidros e componentes diversos. A projeção é de incremento acima de 3 milhões de toneladas por ano até 2030, quando a produção global de resíduos eletrônicos deverá alcançar 82 milhões de toneladas.

Esse tema, assim como tantos outros, registra uma intensa desigualdade entre as regiões do planeta. Enquanto cada europeu produz 17,6 kg anuais de resíduos eletrônicos, na África esse índice é de apenas 2,5 kg. Em contrapartida, a taxa de reciclagem na Europa chega a 42,8%, ante 0,7% na África. Cada habitante do planeta produz, em média, 7,8 kg de resíduos eletrônicos por ano, mas esse índice pode ir de 26,8 kg na recordista Noruega a menos de um quilo em boa parte dos países africanos.

Boa parte dos brasileiros tende a manter em casa equipamentos como notebooks desativados, teclados quebrados, celulares antigos, eletrodomésticos que deixaram de funcionar e eletroeletrônicos de todo tipo que não usam mais, a exemplo de filtros de água, brinquedos, videogames, cafeteiras, aspiradores de pó, máquinas fotográficas. Outros até se livram dessas quinquilharias, mas da forma errada: colocando-as na coleta comum de resíduos ou então simplesmente deixando-as na rua, à disposição de quem eventualmente se interesse.

Os resíduos eletrônicos exigem descarte apropriado e específico, pois, quando chegam a aterros sanitários ou são depositados em terrenos baldios, envolvem riscos altíssimos de poluição e de impactos prejudiciais à saúde. Os materiais perigosos que costumam estar presentes nesse tipo de equipamento incluem mercúrio, chumbo, cobre, níquel e fósforo, entre vários outros.

Divulgação Foto: Divulgação/Vivo

Diante da complexidade que inviabiliza a coleta regular por serviços públicos ou por catadores, o encaminhamento desse tipo de material à reciclagem depende fortemente da ação individual de levá-los a um ponto de coleta devidamente homologado. A Associação Brasileira de Reciclagem de Eletroeletrônicos e Eletrodomésticos (Abree) mantém 3,5 mil desses pontos, espalhados por mais de 1,2 mil municípios.

No site abree.org.br, é possível pesquisar o ponto de coleta mais próximo de um determinado CEP. Os equipamentos devem ser levados inteiros, incluindo baterias e pilhas, pois a divisão em partes pode ser perigosa quando executada sem o devido conhecimento técnico.

Logística reversa

A Abree foi criada em 2011 por um grupo de fabricantes e importadores de eletroeletrônicos, na esteira da Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei 12.305/2010). Apenas em 2020, no entanto, a gestão dos resíduos eletrônicos foi especificamente regulamentada por meio do Decreto 10.240, que estabeleceu um sistema obrigatório de logística reversa.

Integrada a esse processo, a Abree soma hoje 54 associadas, incluindo indústrias como Britania, Electrolux, LG, Nestlé, Philco, Panasonic, Philips, Roche, Samsung, Arno, Sony, Tramontina e WEG. “A missão da Associação é realizar a gestão da logística reversa de produtos eletroeletrônicos e eletrodomésticos pós-consumo no Brasil, assegurando a destinação final adequada”, explica a gerente de Relações Institucionais da entidade, Helen de Souza Brito. O volume reciclado pela Abree saltou de 15 mil toneladas em 2022 para 40 mil toneladas no ano passado, com a perspectiva de chegar a 80 mil toneladas em 2024.

O aproveitamento de resíduos eletrônicos é promovido também por Organizações Não Governamentais (ONGs). Uma das pioneiras é a Ecobraz Emigre, fundada há 15 anos em São Paulo com o objetivo duplo de viabilizar a reciclagem e impulsionar a inclusão digital. Os equipamentos coletados em empresas e residências passam por triagem e, dependendo da viabilidade, podem ser consertados para uso na função original. Nesse caso, são vendidos em leilões que geram renda para a manutenção das atividades da ONG, cuja equipe soma 27 pessoas.

Além da preocupação com o meio ambiente, outra vantagem de levar os resíduos eletrônicos a instituições especializadas é a segurança quanto aos dados pessoais que eventualmente ainda poderiam ser acessados em notebooks, celulares e outros equipamentos. “Com a LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais), organizações que recolhem esse tipo de material são obrigadas a fazer a destruição total dos dados, tanto física quanto digitalmente, senão estão incorrendo em crime”, lembra Marcelo Aragão, engenheiro ambiental da Ecobraz Emigre.

Passivo crescente

A geração de resíduos eletrônicos é um problema que vem se agravando em proporção geométrica ao redor do mundo, resultado direto do avanço da chamada transformação digital. De acordo com um serviço de monitoramento criado pela Organização das Nações Unidas, acessível pelo site globalewaste.org, o passivo decorrente do descarte desse tipo de material cresce em ritmo cinco vezes superior ao da taxa global de recolhimento e reciclagem.

Nos últimos 12 anos, o volume de resíduos eletrônicos gerados no planeta por ano quase dobrou, saltando de 34 milhões de toneladas para 62 milhões de toneladas – sendo 50% metais, 27% plásticos e 23% outros materiais, a exemplo de minerais, vidros e componentes diversos. A projeção é de incremento acima de 3 milhões de toneladas por ano até 2030, quando a produção global de resíduos eletrônicos deverá alcançar 82 milhões de toneladas.

Esse tema, assim como tantos outros, registra uma intensa desigualdade entre as regiões do planeta. Enquanto cada europeu produz 17,6 kg anuais de resíduos eletrônicos, na África esse índice é de apenas 2,5 kg. Em contrapartida, a taxa de reciclagem na Europa chega a 42,8%, ante 0,7% na África. Cada habitante do planeta produz, em média, 7,8 kg de resíduos eletrônicos por ano, mas esse índice pode ir de 26,8 kg na recordista Noruega a menos de um quilo em boa parte dos países africanos.

Boa parte dos brasileiros tende a manter em casa equipamentos como notebooks desativados, teclados quebrados, celulares antigos, eletrodomésticos que deixaram de funcionar e eletroeletrônicos de todo tipo que não usam mais, a exemplo de filtros de água, brinquedos, videogames, cafeteiras, aspiradores de pó, máquinas fotográficas. Outros até se livram dessas quinquilharias, mas da forma errada: colocando-as na coleta comum de resíduos ou então simplesmente deixando-as na rua, à disposição de quem eventualmente se interesse.

Os resíduos eletrônicos exigem descarte apropriado e específico, pois, quando chegam a aterros sanitários ou são depositados em terrenos baldios, envolvem riscos altíssimos de poluição e de impactos prejudiciais à saúde. Os materiais perigosos que costumam estar presentes nesse tipo de equipamento incluem mercúrio, chumbo, cobre, níquel e fósforo, entre vários outros.

Divulgação Foto: Divulgação/Vivo

Diante da complexidade que inviabiliza a coleta regular por serviços públicos ou por catadores, o encaminhamento desse tipo de material à reciclagem depende fortemente da ação individual de levá-los a um ponto de coleta devidamente homologado. A Associação Brasileira de Reciclagem de Eletroeletrônicos e Eletrodomésticos (Abree) mantém 3,5 mil desses pontos, espalhados por mais de 1,2 mil municípios.

No site abree.org.br, é possível pesquisar o ponto de coleta mais próximo de um determinado CEP. Os equipamentos devem ser levados inteiros, incluindo baterias e pilhas, pois a divisão em partes pode ser perigosa quando executada sem o devido conhecimento técnico.

Logística reversa

A Abree foi criada em 2011 por um grupo de fabricantes e importadores de eletroeletrônicos, na esteira da Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei 12.305/2010). Apenas em 2020, no entanto, a gestão dos resíduos eletrônicos foi especificamente regulamentada por meio do Decreto 10.240, que estabeleceu um sistema obrigatório de logística reversa.

Integrada a esse processo, a Abree soma hoje 54 associadas, incluindo indústrias como Britania, Electrolux, LG, Nestlé, Philco, Panasonic, Philips, Roche, Samsung, Arno, Sony, Tramontina e WEG. “A missão da Associação é realizar a gestão da logística reversa de produtos eletroeletrônicos e eletrodomésticos pós-consumo no Brasil, assegurando a destinação final adequada”, explica a gerente de Relações Institucionais da entidade, Helen de Souza Brito. O volume reciclado pela Abree saltou de 15 mil toneladas em 2022 para 40 mil toneladas no ano passado, com a perspectiva de chegar a 80 mil toneladas em 2024.

O aproveitamento de resíduos eletrônicos é promovido também por Organizações Não Governamentais (ONGs). Uma das pioneiras é a Ecobraz Emigre, fundada há 15 anos em São Paulo com o objetivo duplo de viabilizar a reciclagem e impulsionar a inclusão digital. Os equipamentos coletados em empresas e residências passam por triagem e, dependendo da viabilidade, podem ser consertados para uso na função original. Nesse caso, são vendidos em leilões que geram renda para a manutenção das atividades da ONG, cuja equipe soma 27 pessoas.

Além da preocupação com o meio ambiente, outra vantagem de levar os resíduos eletrônicos a instituições especializadas é a segurança quanto aos dados pessoais que eventualmente ainda poderiam ser acessados em notebooks, celulares e outros equipamentos. “Com a LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais), organizações que recolhem esse tipo de material são obrigadas a fazer a destruição total dos dados, tanto física quanto digitalmente, senão estão incorrendo em crime”, lembra Marcelo Aragão, engenheiro ambiental da Ecobraz Emigre.

Passivo crescente

A geração de resíduos eletrônicos é um problema que vem se agravando em proporção geométrica ao redor do mundo, resultado direto do avanço da chamada transformação digital. De acordo com um serviço de monitoramento criado pela Organização das Nações Unidas, acessível pelo site globalewaste.org, o passivo decorrente do descarte desse tipo de material cresce em ritmo cinco vezes superior ao da taxa global de recolhimento e reciclagem.

Nos últimos 12 anos, o volume de resíduos eletrônicos gerados no planeta por ano quase dobrou, saltando de 34 milhões de toneladas para 62 milhões de toneladas – sendo 50% metais, 27% plásticos e 23% outros materiais, a exemplo de minerais, vidros e componentes diversos. A projeção é de incremento acima de 3 milhões de toneladas por ano até 2030, quando a produção global de resíduos eletrônicos deverá alcançar 82 milhões de toneladas.

Esse tema, assim como tantos outros, registra uma intensa desigualdade entre as regiões do planeta. Enquanto cada europeu produz 17,6 kg anuais de resíduos eletrônicos, na África esse índice é de apenas 2,5 kg. Em contrapartida, a taxa de reciclagem na Europa chega a 42,8%, ante 0,7% na África. Cada habitante do planeta produz, em média, 7,8 kg de resíduos eletrônicos por ano, mas esse índice pode ir de 26,8 kg na recordista Noruega a menos de um quilo em boa parte dos países africanos.

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