Análise|Projeções para Selic devem ser revistas na falta de dados que revertam piora nas expectativas


Mercado tem pela frente agenda de indicadores, incluindo IPCA e PIB, até a próxima reunião do Copom; para economistas, BC deixou a impressão de que tem estratégia de alta de juros

Por Renata Pedini
Atualização:

Até o próximo Copom, em setembro, o mercado encara uma forte agenda de indicadores, incluindo IPCA e PIB. Sem essas informações, a maioria dos economistas resiste em puxar para cima as estimativas para a Selic. Mas o movimento de revisões de cenário deve aumentar nos próximos dias diante do profundo incômodo do Banco Central com as expectativas de inflação elevadas e da leitura de que dificilmente algo será capaz de reverter esse quadro.

Ao Estadão/Broadcast, economistas dizem que o BC deixou a impressão de que tem desenhada uma estratégia de alta de juros. Avançou muito na comunicação, afirmam profissionais que acompanharam eventos abertos e fechados com diretores nos últimos dias. Nem mesmo a mudança na composição do comitê, com fim de mandatos neste ano, influenciaria a política monetária, uma vez que a maioria que está lá hoje — e que seguirá em 2025 — garantiria certa inércia dessa estratégia, consideram.

A atividade está aquecida, com o volume de serviços prestados no País e o IBC-Br superfortes. Essa realidade, aliás, já se impõe diante de debates teóricos sobre variáveis não observáveis, como, por exemplo, juro neutro, nível de equilíbrio de desemprego, ociosidade da economia, que justificam a hesitação em ajustar projeções. Já o IPCA pode até vir próximo de zero. O último dado, no entanto, veio cravado no limite superior da meta (4,5%), o que mostra o quanto está distante do alvo. Além disso, a pressão nos preços de serviços gera desconforto.

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Na ata do Copom, o BC indicou que 'não hesitará em elevar a taxa de juros para assegurar a convergência da inflação à meta se julgar apropriado' Foto: André Dusek/Estadão

Não menos importante, há o dólar e o Federal Reserve. Mas o BC já disse que “é equivocado” buscar uma relação mecânica com um ou com o outro, o que sugere minimizar o Fed prestes a reduzir juros para uma ação do BC, se preciso. E o dólar se comporta melhor, cotado a R$ 5,4678 no fechamento da última sexta-feira, 16, quase 20 centavos abaixo dos R$ 5,6553 do dia do último Copom. Esse bom comportamento, contudo, tem a ver com a subida do tom de integrantes do BC.

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Na ata do Copom, o BC indicou que “não hesitará em elevar a taxa de juros para assegurar a convergência da inflação à meta se julgar apropriado” e que a disposição de eventualmente aumentar a Selic foi unânime. Na sequência, Gabriel Galípolo, diretor de Política Monetária cotado para assumir a presidência do BC, liderou a comunicação sobre uma alta de juro na mesa. Mais que isso, na última segunda-feira, 12, Galípolo afirmou que estava “satisfeito” com a aceitação “a contento” da sua fala. Na prática, referendou a precificação de uma alta da Selic em setembro.

Na terça-feira, em evento do Broadcast, Diogo Guillen, diretor de Política Econômica, sublinhou a “coesão” dos integrantes do Copom e o “compromisso com atingimento” da meta de inflação. Na sexta, o presidente Roberto Campos Neto repetiu que o BC está “muito incomodado” com a desancoragem das expectativas, citando especialmente as de mais longo prazo.

De um lado, há quem diga que o BC não deveria elevar a Selic para comprar credibilidade, mas se fosse exigência do cenário econômico. O problema, agora, é deixar de cumprir a comunicação, opina um profissional que ainda vê a manutenção dos juros. “Faltam dados, mas Galípolo me balançou”, reconhece.

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De outro, há quem reforce que é difícil vislumbrar algum fator que vá garantir uma convergência clara das expectativas de inflação à meta de 3%. “A partir da comunicação do BC, a impressão que dá é a de que 10,50% é insuficiente. Só com uma alta”, considera um economista, que admite subir sua projeção em breve.

Na sexta, o Banco ABC Brasil aumentou suas previsões para a Selic em 2024, de 10,50% para 11,25%, e para 2025, de 9,0% para 9,75%, atribuindo os ajustes às falas do BC. Também após os diretores do BC endurecerem o discurso de combate à inflação, numa tentativa conjunta de retomar a credibilidade da instituição, o ASA elevou a estimativa de 2024 de 10,50% para 11,75%, mas diminuiu a de 2025 de 10,5% para 10%.

A XP Investimentos alterou nesta segunda-feira, 19, seu cenário-base de manutenção da Selic em setembro para aumento de 0,25 ponto porcentual, seguido de mais duas elevações de meio ponto e uma final de 0,25 ponto em janeiro do ano que vem, citando a comunicação do Copom. Ao final de 2025, a projeção foi mantida em 12%.

Até o próximo Copom, em setembro, o mercado encara uma forte agenda de indicadores, incluindo IPCA e PIB. Sem essas informações, a maioria dos economistas resiste em puxar para cima as estimativas para a Selic. Mas o movimento de revisões de cenário deve aumentar nos próximos dias diante do profundo incômodo do Banco Central com as expectativas de inflação elevadas e da leitura de que dificilmente algo será capaz de reverter esse quadro.

Ao Estadão/Broadcast, economistas dizem que o BC deixou a impressão de que tem desenhada uma estratégia de alta de juros. Avançou muito na comunicação, afirmam profissionais que acompanharam eventos abertos e fechados com diretores nos últimos dias. Nem mesmo a mudança na composição do comitê, com fim de mandatos neste ano, influenciaria a política monetária, uma vez que a maioria que está lá hoje — e que seguirá em 2025 — garantiria certa inércia dessa estratégia, consideram.

A atividade está aquecida, com o volume de serviços prestados no País e o IBC-Br superfortes. Essa realidade, aliás, já se impõe diante de debates teóricos sobre variáveis não observáveis, como, por exemplo, juro neutro, nível de equilíbrio de desemprego, ociosidade da economia, que justificam a hesitação em ajustar projeções. Já o IPCA pode até vir próximo de zero. O último dado, no entanto, veio cravado no limite superior da meta (4,5%), o que mostra o quanto está distante do alvo. Além disso, a pressão nos preços de serviços gera desconforto.

Na ata do Copom, o BC indicou que 'não hesitará em elevar a taxa de juros para assegurar a convergência da inflação à meta se julgar apropriado' Foto: André Dusek/Estadão

Não menos importante, há o dólar e o Federal Reserve. Mas o BC já disse que “é equivocado” buscar uma relação mecânica com um ou com o outro, o que sugere minimizar o Fed prestes a reduzir juros para uma ação do BC, se preciso. E o dólar se comporta melhor, cotado a R$ 5,4678 no fechamento da última sexta-feira, 16, quase 20 centavos abaixo dos R$ 5,6553 do dia do último Copom. Esse bom comportamento, contudo, tem a ver com a subida do tom de integrantes do BC.

Na ata do Copom, o BC indicou que “não hesitará em elevar a taxa de juros para assegurar a convergência da inflação à meta se julgar apropriado” e que a disposição de eventualmente aumentar a Selic foi unânime. Na sequência, Gabriel Galípolo, diretor de Política Monetária cotado para assumir a presidência do BC, liderou a comunicação sobre uma alta de juro na mesa. Mais que isso, na última segunda-feira, 12, Galípolo afirmou que estava “satisfeito” com a aceitação “a contento” da sua fala. Na prática, referendou a precificação de uma alta da Selic em setembro.

Na terça-feira, em evento do Broadcast, Diogo Guillen, diretor de Política Econômica, sublinhou a “coesão” dos integrantes do Copom e o “compromisso com atingimento” da meta de inflação. Na sexta, o presidente Roberto Campos Neto repetiu que o BC está “muito incomodado” com a desancoragem das expectativas, citando especialmente as de mais longo prazo.

De um lado, há quem diga que o BC não deveria elevar a Selic para comprar credibilidade, mas se fosse exigência do cenário econômico. O problema, agora, é deixar de cumprir a comunicação, opina um profissional que ainda vê a manutenção dos juros. “Faltam dados, mas Galípolo me balançou”, reconhece.

De outro, há quem reforce que é difícil vislumbrar algum fator que vá garantir uma convergência clara das expectativas de inflação à meta de 3%. “A partir da comunicação do BC, a impressão que dá é a de que 10,50% é insuficiente. Só com uma alta”, considera um economista, que admite subir sua projeção em breve.

Na sexta, o Banco ABC Brasil aumentou suas previsões para a Selic em 2024, de 10,50% para 11,25%, e para 2025, de 9,0% para 9,75%, atribuindo os ajustes às falas do BC. Também após os diretores do BC endurecerem o discurso de combate à inflação, numa tentativa conjunta de retomar a credibilidade da instituição, o ASA elevou a estimativa de 2024 de 10,50% para 11,75%, mas diminuiu a de 2025 de 10,5% para 10%.

A XP Investimentos alterou nesta segunda-feira, 19, seu cenário-base de manutenção da Selic em setembro para aumento de 0,25 ponto porcentual, seguido de mais duas elevações de meio ponto e uma final de 0,25 ponto em janeiro do ano que vem, citando a comunicação do Copom. Ao final de 2025, a projeção foi mantida em 12%.

Até o próximo Copom, em setembro, o mercado encara uma forte agenda de indicadores, incluindo IPCA e PIB. Sem essas informações, a maioria dos economistas resiste em puxar para cima as estimativas para a Selic. Mas o movimento de revisões de cenário deve aumentar nos próximos dias diante do profundo incômodo do Banco Central com as expectativas de inflação elevadas e da leitura de que dificilmente algo será capaz de reverter esse quadro.

Ao Estadão/Broadcast, economistas dizem que o BC deixou a impressão de que tem desenhada uma estratégia de alta de juros. Avançou muito na comunicação, afirmam profissionais que acompanharam eventos abertos e fechados com diretores nos últimos dias. Nem mesmo a mudança na composição do comitê, com fim de mandatos neste ano, influenciaria a política monetária, uma vez que a maioria que está lá hoje — e que seguirá em 2025 — garantiria certa inércia dessa estratégia, consideram.

A atividade está aquecida, com o volume de serviços prestados no País e o IBC-Br superfortes. Essa realidade, aliás, já se impõe diante de debates teóricos sobre variáveis não observáveis, como, por exemplo, juro neutro, nível de equilíbrio de desemprego, ociosidade da economia, que justificam a hesitação em ajustar projeções. Já o IPCA pode até vir próximo de zero. O último dado, no entanto, veio cravado no limite superior da meta (4,5%), o que mostra o quanto está distante do alvo. Além disso, a pressão nos preços de serviços gera desconforto.

Na ata do Copom, o BC indicou que 'não hesitará em elevar a taxa de juros para assegurar a convergência da inflação à meta se julgar apropriado' Foto: André Dusek/Estadão

Não menos importante, há o dólar e o Federal Reserve. Mas o BC já disse que “é equivocado” buscar uma relação mecânica com um ou com o outro, o que sugere minimizar o Fed prestes a reduzir juros para uma ação do BC, se preciso. E o dólar se comporta melhor, cotado a R$ 5,4678 no fechamento da última sexta-feira, 16, quase 20 centavos abaixo dos R$ 5,6553 do dia do último Copom. Esse bom comportamento, contudo, tem a ver com a subida do tom de integrantes do BC.

Na ata do Copom, o BC indicou que “não hesitará em elevar a taxa de juros para assegurar a convergência da inflação à meta se julgar apropriado” e que a disposição de eventualmente aumentar a Selic foi unânime. Na sequência, Gabriel Galípolo, diretor de Política Monetária cotado para assumir a presidência do BC, liderou a comunicação sobre uma alta de juro na mesa. Mais que isso, na última segunda-feira, 12, Galípolo afirmou que estava “satisfeito” com a aceitação “a contento” da sua fala. Na prática, referendou a precificação de uma alta da Selic em setembro.

Na terça-feira, em evento do Broadcast, Diogo Guillen, diretor de Política Econômica, sublinhou a “coesão” dos integrantes do Copom e o “compromisso com atingimento” da meta de inflação. Na sexta, o presidente Roberto Campos Neto repetiu que o BC está “muito incomodado” com a desancoragem das expectativas, citando especialmente as de mais longo prazo.

De um lado, há quem diga que o BC não deveria elevar a Selic para comprar credibilidade, mas se fosse exigência do cenário econômico. O problema, agora, é deixar de cumprir a comunicação, opina um profissional que ainda vê a manutenção dos juros. “Faltam dados, mas Galípolo me balançou”, reconhece.

De outro, há quem reforce que é difícil vislumbrar algum fator que vá garantir uma convergência clara das expectativas de inflação à meta de 3%. “A partir da comunicação do BC, a impressão que dá é a de que 10,50% é insuficiente. Só com uma alta”, considera um economista, que admite subir sua projeção em breve.

Na sexta, o Banco ABC Brasil aumentou suas previsões para a Selic em 2024, de 10,50% para 11,25%, e para 2025, de 9,0% para 9,75%, atribuindo os ajustes às falas do BC. Também após os diretores do BC endurecerem o discurso de combate à inflação, numa tentativa conjunta de retomar a credibilidade da instituição, o ASA elevou a estimativa de 2024 de 10,50% para 11,75%, mas diminuiu a de 2025 de 10,5% para 10%.

A XP Investimentos alterou nesta segunda-feira, 19, seu cenário-base de manutenção da Selic em setembro para aumento de 0,25 ponto porcentual, seguido de mais duas elevações de meio ponto e uma final de 0,25 ponto em janeiro do ano que vem, citando a comunicação do Copom. Ao final de 2025, a projeção foi mantida em 12%.

Até o próximo Copom, em setembro, o mercado encara uma forte agenda de indicadores, incluindo IPCA e PIB. Sem essas informações, a maioria dos economistas resiste em puxar para cima as estimativas para a Selic. Mas o movimento de revisões de cenário deve aumentar nos próximos dias diante do profundo incômodo do Banco Central com as expectativas de inflação elevadas e da leitura de que dificilmente algo será capaz de reverter esse quadro.

Ao Estadão/Broadcast, economistas dizem que o BC deixou a impressão de que tem desenhada uma estratégia de alta de juros. Avançou muito na comunicação, afirmam profissionais que acompanharam eventos abertos e fechados com diretores nos últimos dias. Nem mesmo a mudança na composição do comitê, com fim de mandatos neste ano, influenciaria a política monetária, uma vez que a maioria que está lá hoje — e que seguirá em 2025 — garantiria certa inércia dessa estratégia, consideram.

A atividade está aquecida, com o volume de serviços prestados no País e o IBC-Br superfortes. Essa realidade, aliás, já se impõe diante de debates teóricos sobre variáveis não observáveis, como, por exemplo, juro neutro, nível de equilíbrio de desemprego, ociosidade da economia, que justificam a hesitação em ajustar projeções. Já o IPCA pode até vir próximo de zero. O último dado, no entanto, veio cravado no limite superior da meta (4,5%), o que mostra o quanto está distante do alvo. Além disso, a pressão nos preços de serviços gera desconforto.

Na ata do Copom, o BC indicou que 'não hesitará em elevar a taxa de juros para assegurar a convergência da inflação à meta se julgar apropriado' Foto: André Dusek/Estadão

Não menos importante, há o dólar e o Federal Reserve. Mas o BC já disse que “é equivocado” buscar uma relação mecânica com um ou com o outro, o que sugere minimizar o Fed prestes a reduzir juros para uma ação do BC, se preciso. E o dólar se comporta melhor, cotado a R$ 5,4678 no fechamento da última sexta-feira, 16, quase 20 centavos abaixo dos R$ 5,6553 do dia do último Copom. Esse bom comportamento, contudo, tem a ver com a subida do tom de integrantes do BC.

Na ata do Copom, o BC indicou que “não hesitará em elevar a taxa de juros para assegurar a convergência da inflação à meta se julgar apropriado” e que a disposição de eventualmente aumentar a Selic foi unânime. Na sequência, Gabriel Galípolo, diretor de Política Monetária cotado para assumir a presidência do BC, liderou a comunicação sobre uma alta de juro na mesa. Mais que isso, na última segunda-feira, 12, Galípolo afirmou que estava “satisfeito” com a aceitação “a contento” da sua fala. Na prática, referendou a precificação de uma alta da Selic em setembro.

Na terça-feira, em evento do Broadcast, Diogo Guillen, diretor de Política Econômica, sublinhou a “coesão” dos integrantes do Copom e o “compromisso com atingimento” da meta de inflação. Na sexta, o presidente Roberto Campos Neto repetiu que o BC está “muito incomodado” com a desancoragem das expectativas, citando especialmente as de mais longo prazo.

De um lado, há quem diga que o BC não deveria elevar a Selic para comprar credibilidade, mas se fosse exigência do cenário econômico. O problema, agora, é deixar de cumprir a comunicação, opina um profissional que ainda vê a manutenção dos juros. “Faltam dados, mas Galípolo me balançou”, reconhece.

De outro, há quem reforce que é difícil vislumbrar algum fator que vá garantir uma convergência clara das expectativas de inflação à meta de 3%. “A partir da comunicação do BC, a impressão que dá é a de que 10,50% é insuficiente. Só com uma alta”, considera um economista, que admite subir sua projeção em breve.

Na sexta, o Banco ABC Brasil aumentou suas previsões para a Selic em 2024, de 10,50% para 11,25%, e para 2025, de 9,0% para 9,75%, atribuindo os ajustes às falas do BC. Também após os diretores do BC endurecerem o discurso de combate à inflação, numa tentativa conjunta de retomar a credibilidade da instituição, o ASA elevou a estimativa de 2024 de 10,50% para 11,75%, mas diminuiu a de 2025 de 10,5% para 10%.

A XP Investimentos alterou nesta segunda-feira, 19, seu cenário-base de manutenção da Selic em setembro para aumento de 0,25 ponto porcentual, seguido de mais duas elevações de meio ponto e uma final de 0,25 ponto em janeiro do ano que vem, citando a comunicação do Copom. Ao final de 2025, a projeção foi mantida em 12%.

Análise por Renata Pedini

Jornalista

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