Riscos políticos ameaçam economia global, diz estudo


Relatório do Fórum Econômico Mundial cita tensões entre EUA e países emergentes.

Por Marina Wenzel

Um estudo divulgado nesta segunda-feira pelo Fórum Econômico Mundial (FEM) conclui que ameaças políticas, e não econômicas, põem em risco o crescimento da economia global. O estudo Global Growth @ Risk (Crescimento Global em Risco, em tradução livre) levantou a opinião de 30 especialistas entre empresários, acadêmicos e governo, para listar as incertezas que podem afetar o desempenho das economias internacionais nos próximos dez anos. Entre os riscos apontados, preocupações econômicas como as chances de uma recessão nos Estados Unidos perderam destaque para as incertezas de ordem política. O estudo do FEM enumerou como problemas políticos mais iminentes a distribuição de poder entre os Estados Unidos e emergentes, o desequilíbrio na relação comercial entre americanos e chineses, a necessidade de novas estratégias energéticas e o fortalecimento do nacionalismo. O relatório também avaliou aspectos sociológicos e econômicos que podem desacelerar a economia mundial. A divulgação do estudo ocorre às vésperas da abertura do "Encontro Inaugural dos Novos Campeões". A partir de quinta-feira desta semana até sábado, líderes mundiais e empresários vão se reunir na cidade de Dalian, no nordeste da China, para discutir estratégias de crescimento e oportunidades para o que apelidaram de "novos campeões": empresas e indivíduos que se destacaram nos últimos anos por terem uma ascensão rápida em meio às turbulências da globalização. Segundo o relatório, o mundo enfrenta o fim de uma ordem unipolar. E ainda que a liderança do Estados Unidos não tenha sido contestada por nenhuma outra potência, a "ascensão de China, Índia, Rússia e Brasil, numa escala menor, irá reformular a dinâmica de poder global". Mas o ponto negativo para o crescimento econômico mundial desta competição entre emergentes e os Estados Unidos é a disputa por poder em áreas como a militar, que pode consumir recursos que deveriam ser empregados na produção e no comércio, principalmente em países como Rússia e China. No caso da relação entre Washington e Pequim, há outro agravante, além da rivalidade geopolítica. O desequilíbrio na relação comercial entre os dois paises é notório e crônico, o que tem causado ações dentro e fora da Organização Mundial do Comércio (OMC) contra os chineses. O déficit na balança americana está estimado em quase US$ 200 bilhões para este ano. A falta de solução para este impasse entre Ocidente e Oriente pode atrasar o crescimento de ambos os lados do globo, indica o estudo. Alem da já conhecida futura escassez de recursos como o petróleo, as escolhas erradas dos governos na hora de articular políticas energéticas também representam uma ameaça ao crescimento econômico mundial. Entre os "pecados" cometidos nesta área, o relatório cita o que chama de decisões "não-econômicas", como a escolha por combustíveis "errados". Ou seja, energias que poluem ou não são eficientes na sua produção, como o "etanol feito de milho e carvão". O fortalecimento dos sentimentos nacionalistas, que resulta em protecionismo é outro perigo que ronda o desenvolvimento global. Fora a evidente ameaça do aumento de barreiras comerciais, as estatizações de setores estratégicos como energia são citadas como uma possível conseqüência do nacionalismo. O dossiê menciona os casos recentes em que governos da Venezuela, Bolívia e Rússia encamparam operações de empresas na área de energia. O relatório do FEM se limita a enumerar as impressões de especialistas, mas não sugere soluções. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

Um estudo divulgado nesta segunda-feira pelo Fórum Econômico Mundial (FEM) conclui que ameaças políticas, e não econômicas, põem em risco o crescimento da economia global. O estudo Global Growth @ Risk (Crescimento Global em Risco, em tradução livre) levantou a opinião de 30 especialistas entre empresários, acadêmicos e governo, para listar as incertezas que podem afetar o desempenho das economias internacionais nos próximos dez anos. Entre os riscos apontados, preocupações econômicas como as chances de uma recessão nos Estados Unidos perderam destaque para as incertezas de ordem política. O estudo do FEM enumerou como problemas políticos mais iminentes a distribuição de poder entre os Estados Unidos e emergentes, o desequilíbrio na relação comercial entre americanos e chineses, a necessidade de novas estratégias energéticas e o fortalecimento do nacionalismo. O relatório também avaliou aspectos sociológicos e econômicos que podem desacelerar a economia mundial. A divulgação do estudo ocorre às vésperas da abertura do "Encontro Inaugural dos Novos Campeões". A partir de quinta-feira desta semana até sábado, líderes mundiais e empresários vão se reunir na cidade de Dalian, no nordeste da China, para discutir estratégias de crescimento e oportunidades para o que apelidaram de "novos campeões": empresas e indivíduos que se destacaram nos últimos anos por terem uma ascensão rápida em meio às turbulências da globalização. Segundo o relatório, o mundo enfrenta o fim de uma ordem unipolar. E ainda que a liderança do Estados Unidos não tenha sido contestada por nenhuma outra potência, a "ascensão de China, Índia, Rússia e Brasil, numa escala menor, irá reformular a dinâmica de poder global". Mas o ponto negativo para o crescimento econômico mundial desta competição entre emergentes e os Estados Unidos é a disputa por poder em áreas como a militar, que pode consumir recursos que deveriam ser empregados na produção e no comércio, principalmente em países como Rússia e China. No caso da relação entre Washington e Pequim, há outro agravante, além da rivalidade geopolítica. O desequilíbrio na relação comercial entre os dois paises é notório e crônico, o que tem causado ações dentro e fora da Organização Mundial do Comércio (OMC) contra os chineses. O déficit na balança americana está estimado em quase US$ 200 bilhões para este ano. A falta de solução para este impasse entre Ocidente e Oriente pode atrasar o crescimento de ambos os lados do globo, indica o estudo. Alem da já conhecida futura escassez de recursos como o petróleo, as escolhas erradas dos governos na hora de articular políticas energéticas também representam uma ameaça ao crescimento econômico mundial. Entre os "pecados" cometidos nesta área, o relatório cita o que chama de decisões "não-econômicas", como a escolha por combustíveis "errados". Ou seja, energias que poluem ou não são eficientes na sua produção, como o "etanol feito de milho e carvão". O fortalecimento dos sentimentos nacionalistas, que resulta em protecionismo é outro perigo que ronda o desenvolvimento global. Fora a evidente ameaça do aumento de barreiras comerciais, as estatizações de setores estratégicos como energia são citadas como uma possível conseqüência do nacionalismo. O dossiê menciona os casos recentes em que governos da Venezuela, Bolívia e Rússia encamparam operações de empresas na área de energia. O relatório do FEM se limita a enumerar as impressões de especialistas, mas não sugere soluções. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

Um estudo divulgado nesta segunda-feira pelo Fórum Econômico Mundial (FEM) conclui que ameaças políticas, e não econômicas, põem em risco o crescimento da economia global. O estudo Global Growth @ Risk (Crescimento Global em Risco, em tradução livre) levantou a opinião de 30 especialistas entre empresários, acadêmicos e governo, para listar as incertezas que podem afetar o desempenho das economias internacionais nos próximos dez anos. Entre os riscos apontados, preocupações econômicas como as chances de uma recessão nos Estados Unidos perderam destaque para as incertezas de ordem política. O estudo do FEM enumerou como problemas políticos mais iminentes a distribuição de poder entre os Estados Unidos e emergentes, o desequilíbrio na relação comercial entre americanos e chineses, a necessidade de novas estratégias energéticas e o fortalecimento do nacionalismo. O relatório também avaliou aspectos sociológicos e econômicos que podem desacelerar a economia mundial. A divulgação do estudo ocorre às vésperas da abertura do "Encontro Inaugural dos Novos Campeões". A partir de quinta-feira desta semana até sábado, líderes mundiais e empresários vão se reunir na cidade de Dalian, no nordeste da China, para discutir estratégias de crescimento e oportunidades para o que apelidaram de "novos campeões": empresas e indivíduos que se destacaram nos últimos anos por terem uma ascensão rápida em meio às turbulências da globalização. Segundo o relatório, o mundo enfrenta o fim de uma ordem unipolar. E ainda que a liderança do Estados Unidos não tenha sido contestada por nenhuma outra potência, a "ascensão de China, Índia, Rússia e Brasil, numa escala menor, irá reformular a dinâmica de poder global". Mas o ponto negativo para o crescimento econômico mundial desta competição entre emergentes e os Estados Unidos é a disputa por poder em áreas como a militar, que pode consumir recursos que deveriam ser empregados na produção e no comércio, principalmente em países como Rússia e China. No caso da relação entre Washington e Pequim, há outro agravante, além da rivalidade geopolítica. O desequilíbrio na relação comercial entre os dois paises é notório e crônico, o que tem causado ações dentro e fora da Organização Mundial do Comércio (OMC) contra os chineses. O déficit na balança americana está estimado em quase US$ 200 bilhões para este ano. A falta de solução para este impasse entre Ocidente e Oriente pode atrasar o crescimento de ambos os lados do globo, indica o estudo. Alem da já conhecida futura escassez de recursos como o petróleo, as escolhas erradas dos governos na hora de articular políticas energéticas também representam uma ameaça ao crescimento econômico mundial. Entre os "pecados" cometidos nesta área, o relatório cita o que chama de decisões "não-econômicas", como a escolha por combustíveis "errados". Ou seja, energias que poluem ou não são eficientes na sua produção, como o "etanol feito de milho e carvão". O fortalecimento dos sentimentos nacionalistas, que resulta em protecionismo é outro perigo que ronda o desenvolvimento global. Fora a evidente ameaça do aumento de barreiras comerciais, as estatizações de setores estratégicos como energia são citadas como uma possível conseqüência do nacionalismo. O dossiê menciona os casos recentes em que governos da Venezuela, Bolívia e Rússia encamparam operações de empresas na área de energia. O relatório do FEM se limita a enumerar as impressões de especialistas, mas não sugere soluções. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

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