A Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) ofereceu um belo presente de fim de ano para o movimento que lidera e representa: foi o Prêmio Somoscoop de Excelência em gestão. Este galardão acontece de dois em dois anos e reconhece as associadas que aplicam o PDGC (Programa de Desenvolvimento da Gestão das Cooperativas). São premiadas aquelas cooperativas que recebem as melhores notas em um concurso rigoroso que passa por 5 etapas para avaliação.
A primeira consiste no recebimento dos documentos das cooperativas que se inscreveram preenchendo amplos formulários (autoavaliação) e sua análise, para avaliação dos indicadores informados. A segunda fase é caracterizada por visitas virtuais para validação das informações oferecidas. As fases 3 e 4 são uma profunda análise qualitativa dos dados apurados nas visitas e a decisão de uma rigorosa banca examinadora que dá notas a cada candidata, sem saber qual é. E por fim vem a cerimônia de premiação, a quinta fase.
Todo esse aparato tem um objetivo explícito: melhorar a gestão e governança das cooperativas para que a autogestão do sistema seja efetiva.
E isso começou quando foi promulgada a Constituição de 1988. Nela, o inciso XVIII do artigo 5 estabeleceu que o governo não pode interferir na formação e funcionamento das cooperativas. Foi a Carta de Alforria delas, porque, antes disso, só era possível montar uma cooperativa a partir de uma AF - Autorização de Funcionamento “concedida” pelo governo federal. A partir daí, o sistema OCB passou a trabalhar a autogestão das cooperativas, para verificar se estavam agindo de acordo com a doutrina e princípios cooperativistas, e também de acordo com as normas legais e jurídicas brasileiras.
E o resultado desta trabalheira é espetacular. Desde a criação do Somoscoop Excelência em Gestão, em 2013, já foram realizados mais de 9 mil diagnósticos de candidatas ao prêmio em cerca de 2.600 cooperativas. Em média, seu desempenho aumentou 14%. As reservas financeiras ficaram 38% maiores, o total médio dos ativos cresceu 69% e o retorno líquido aos cooperados subiu 23%. Ou seja, a melhor governança deu às cooperativas que se candidataram ao longo do processo um amplo crescimento, atendendo aos valores da cooperação.
Comparativamente às que não participaram dos concursos, o desempenho das que o fizeram foi até 25% superior. E a educação em cooperativismo, um dos princípios basilares da doutrina, aumentou mais de 60%.
Em resumo, a OCB deu um belo presente de Natal a suas filiadas.