Ex-ministro da Agricultura e coordenador do Centro de Agronegócios da FGV

Opinião|Brasil é o terceiro maior produtor mundial de frutas, mas é apenas o 24º exportador


É fundamental que os produtores, especialmente os pequenos, se organizem em cooperativas que desenvolvam habilidades para acessar o mercado internacional

Por Roberto Rodrigues

No ano passado as exportações e o saldo comercial do agronegócio brasileiro atingiram novos recordes, respectivamente de US$ 166,3 bilhões e US$ 150 bilhões, com a liderança do complexo soja, seguido pelas carnes, produtos florestais e o sucroalcooleiro.

Mas um outro segmento também teve seu maior valor exportado: a fruticultura, com US$ 1,23 bilhão e o volume de 1,08 milhão de toneladas.

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Apesar do número expressivo, há por trás dele uma instigante questão: o Brasil é o 3º maior produtor mundial de frutas, com um valor bruto próximo a US$ 12 bilhões, mas é o 24º exportador.

Explicação para isso é que temos um grande mercado interno para frutas, consumindo quase 90% da nossa produção, que vale US$ 11,8 bilhões.

Mas não é suficiente. Temos uma ampla diversidade de biomas, com climas e solos muito díspares, o que nos permite produzir frutas as mais variadas durante quase todos os meses do ano em 2,5 milhões de hectares, gerando 5 milhões de empregos, e com uma característica, a de viabilizar pequenos produtores pelo alto valor dos produtos.

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Produzimos e exportamos mangas, melões, uvas, melancias, abacates, maçãs, bananas, figos, pêssegos, abacaxis, goiabas, laranjas, limões, limas, tangerinas, caquis, cocos, peras, açaís, kiwis, cerejas, damascos e muitas outras. Vendemos para a Holanda, a Inglaterra, a Espanha, Estados Unidos, Canadá, Portugal, Alemanha, França, Índia, Emirados Árabes, e até Argentina e Uruguai. Podemos vender mais e para outros mercados. O que falta?

Na fruticultura, o exportador é o próprio produtor, e as tradings são bem menores que as que operam outros mercados. Por isso, é fundamental que os produtores, especialmente os pequenos, se organizem em cooperativas que desenvolvam habilidades para acessar o mercado internacional.

Outro gargalo é a logística interna: sem uma rede de frio bem articulada, só quem está perto de portos e aeroportos tem competitividade para exportar.

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só quem está perto de portos e aeroportos tem competitividade para exportar Foto: ANDERSON COELHO / ESTADÃO

Precisamos de muita pesquisa e inovação. Os consumidores são ávidos por novos sabores e cores… Agregação de valor é fundamental. Exceto sucos, especialmente de laranja, ainda é pequena a industrialização no segmento.

A questão sanitária também é relevante, chegando a ser considerada segurança nacional em alguns mercados.

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Pelo exposto, fica claro que são necessárias políticas públicas que atendam a várias demandas, como logística e sanidade. Uma estratégia público/privada bem-feita pode gerar uma melhor competitividade num setor tão importante.

No ano passado as exportações e o saldo comercial do agronegócio brasileiro atingiram novos recordes, respectivamente de US$ 166,3 bilhões e US$ 150 bilhões, com a liderança do complexo soja, seguido pelas carnes, produtos florestais e o sucroalcooleiro.

Mas um outro segmento também teve seu maior valor exportado: a fruticultura, com US$ 1,23 bilhão e o volume de 1,08 milhão de toneladas.

Apesar do número expressivo, há por trás dele uma instigante questão: o Brasil é o 3º maior produtor mundial de frutas, com um valor bruto próximo a US$ 12 bilhões, mas é o 24º exportador.

Explicação para isso é que temos um grande mercado interno para frutas, consumindo quase 90% da nossa produção, que vale US$ 11,8 bilhões.

Mas não é suficiente. Temos uma ampla diversidade de biomas, com climas e solos muito díspares, o que nos permite produzir frutas as mais variadas durante quase todos os meses do ano em 2,5 milhões de hectares, gerando 5 milhões de empregos, e com uma característica, a de viabilizar pequenos produtores pelo alto valor dos produtos.

Produzimos e exportamos mangas, melões, uvas, melancias, abacates, maçãs, bananas, figos, pêssegos, abacaxis, goiabas, laranjas, limões, limas, tangerinas, caquis, cocos, peras, açaís, kiwis, cerejas, damascos e muitas outras. Vendemos para a Holanda, a Inglaterra, a Espanha, Estados Unidos, Canadá, Portugal, Alemanha, França, Índia, Emirados Árabes, e até Argentina e Uruguai. Podemos vender mais e para outros mercados. O que falta?

Na fruticultura, o exportador é o próprio produtor, e as tradings são bem menores que as que operam outros mercados. Por isso, é fundamental que os produtores, especialmente os pequenos, se organizem em cooperativas que desenvolvam habilidades para acessar o mercado internacional.

Outro gargalo é a logística interna: sem uma rede de frio bem articulada, só quem está perto de portos e aeroportos tem competitividade para exportar.

só quem está perto de portos e aeroportos tem competitividade para exportar Foto: ANDERSON COELHO / ESTADÃO

Precisamos de muita pesquisa e inovação. Os consumidores são ávidos por novos sabores e cores… Agregação de valor é fundamental. Exceto sucos, especialmente de laranja, ainda é pequena a industrialização no segmento.

A questão sanitária também é relevante, chegando a ser considerada segurança nacional em alguns mercados.

Pelo exposto, fica claro que são necessárias políticas públicas que atendam a várias demandas, como logística e sanidade. Uma estratégia público/privada bem-feita pode gerar uma melhor competitividade num setor tão importante.

No ano passado as exportações e o saldo comercial do agronegócio brasileiro atingiram novos recordes, respectivamente de US$ 166,3 bilhões e US$ 150 bilhões, com a liderança do complexo soja, seguido pelas carnes, produtos florestais e o sucroalcooleiro.

Mas um outro segmento também teve seu maior valor exportado: a fruticultura, com US$ 1,23 bilhão e o volume de 1,08 milhão de toneladas.

Apesar do número expressivo, há por trás dele uma instigante questão: o Brasil é o 3º maior produtor mundial de frutas, com um valor bruto próximo a US$ 12 bilhões, mas é o 24º exportador.

Explicação para isso é que temos um grande mercado interno para frutas, consumindo quase 90% da nossa produção, que vale US$ 11,8 bilhões.

Mas não é suficiente. Temos uma ampla diversidade de biomas, com climas e solos muito díspares, o que nos permite produzir frutas as mais variadas durante quase todos os meses do ano em 2,5 milhões de hectares, gerando 5 milhões de empregos, e com uma característica, a de viabilizar pequenos produtores pelo alto valor dos produtos.

Produzimos e exportamos mangas, melões, uvas, melancias, abacates, maçãs, bananas, figos, pêssegos, abacaxis, goiabas, laranjas, limões, limas, tangerinas, caquis, cocos, peras, açaís, kiwis, cerejas, damascos e muitas outras. Vendemos para a Holanda, a Inglaterra, a Espanha, Estados Unidos, Canadá, Portugal, Alemanha, França, Índia, Emirados Árabes, e até Argentina e Uruguai. Podemos vender mais e para outros mercados. O que falta?

Na fruticultura, o exportador é o próprio produtor, e as tradings são bem menores que as que operam outros mercados. Por isso, é fundamental que os produtores, especialmente os pequenos, se organizem em cooperativas que desenvolvam habilidades para acessar o mercado internacional.

Outro gargalo é a logística interna: sem uma rede de frio bem articulada, só quem está perto de portos e aeroportos tem competitividade para exportar.

só quem está perto de portos e aeroportos tem competitividade para exportar Foto: ANDERSON COELHO / ESTADÃO

Precisamos de muita pesquisa e inovação. Os consumidores são ávidos por novos sabores e cores… Agregação de valor é fundamental. Exceto sucos, especialmente de laranja, ainda é pequena a industrialização no segmento.

A questão sanitária também é relevante, chegando a ser considerada segurança nacional em alguns mercados.

Pelo exposto, fica claro que são necessárias políticas públicas que atendam a várias demandas, como logística e sanidade. Uma estratégia público/privada bem-feita pode gerar uma melhor competitividade num setor tão importante.

Opinião por Roberto Rodrigues

Ex-ministro da Agricultura e professor emérito da Fundação Getúlio Vargas

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