Reflexões sobre desenvolvimento econômico e meio ambiente na Amazônia

Opinião|Brasil deixou de ser país pobre; para avançar mais, precisa manter Amazônia em pé


Estratégia mais óbvia para País é tirar proveito de recursos naturais e oferecer ao mundo serviços que combatem as mudanças climáticas

Por Salo Coslovsky
Atualização:

Nos anos 1960, o Brasil era um país pobre. A maior parte da população vivia no campo e as pessoas trabalhavam na base do ancinho e enxada, sem ajuda expressiva de tratores ou equipamentos sofisticados. Na média nacional, cada mulher tinha seis filhos, porém um recém-nascido a cada oito morria antes de completar seu primeiro aniversário. A expectativa de vida do brasileiro era de apenas 52 anos. O atraso era tanto que o caminho para a prosperidade ficava claro. Naquela época, a ambição nacional era mecanizar o campo, fortalecer as cidades e ganhar indústrias. Essa estratégia fazia sentido. Afinal, cidades são polos de inovação e troca de conhecimento. Estabelecidas em seu entorno, as indústrias demandam técnicos qualificados, elevam a produtividade dos trabalhadores e facilitam sua sindicalização. Fechando o pacote, a agricultura moderna produz uma variedade de matérias-primas, incluindo alimentos para toda essa gente. Essa estratégia tríplice ajudou muitos países a enriquecer e o Brasil queria fazer igual.

A estratégia deu meio certo. Hoje, somos um país de renda média, a maioria dos brasileiros vive nos centros urbanos e aqueles que trabalham no campo têm acesso a um bom número de tratores que aumentam sua produção. Na média nacional, cada mulher tem apenas 1,6 filho e a mortalidade infantil caiu para um recém-nascido a cada 80. A expectativa de vida subiu para 73 anos. Avançamos bastante, mas precisamos avançar muito mais.

O problema é que a estratégia que nos trouxe até aqui não funciona mais. Desde 1984, a participação da indústria no PIB do Brasil tem caído, abrindo espaço para o setor de serviços. Em épocas passadas, esse tipo de transição era sinal de maturidade econômica. No caso brasileiro, ela parece ser prematura, pois estamos perdendo indústrias antes de enriquecer.

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Vista aérea da Amazônia em Parauapebas (PA); País pode avançar com desenvolvimento de base florestal sustentável na região Foto: DANIEL TEIXEIRA

Toda sociedade precisa decidir qual futuro quer buscar para si e as mais sensatas escolhem estratégias que se aproveitam de suas competências atuais para criar melhores opções futuras. Nos EUA, há grande entusiasmo pela inteligência artificial, fruto da supremacia americana nas tecnologias digitais. Na China, empresas e governos locais têm tomado vantagem de sua robusta base industrial para produzir carros elétricos, verdadeiros robôs sobre rodas que estão começando a conquistar o mercado mundial.

No Brasil, a estratégia mais óbvia é tirar proveito de nossos recursos naturais para oferecer ao mundo produtos e serviços que combatem as mudanças climáticas. Na Amazônia, por exemplo, temos uma população ainda jovem, com alta informalidade e muita desocupação, bem como extensas áreas que foram desmatadas e posteriormente abandonadas ou pouco utilizadas. Em paralelo, a demanda global por produtos e serviços que beneficiam o planeta é grande e tende a crescer muito mais. Além da captura e armazenagem do carbono, esse setor inclui a oferta de serviços ambientais como a manutenção do ciclo da água e dos nutrientes, a polinização, a prevenção de desastres naturais e a proteção à biodiversidade.

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De forma mais imediata, este setor inclui a produção de alimentos e insumos com baixo impacto ambiental, resiliência às mudanças climáticas e, quando possível, com efeitos regenerativos. Por fim, ele inclui todos os produtos e serviços que apoiam essas atividades, começando pela oferta de sementes, passando por máquinas, apps, satélites e empresas especializadas, e sem término à vista. Para nossa sorte, a maior parte desse portfólio ainda precisa ser inventado.

Um desafio complementar é desenvolver os instrumentos de políticas públicas que fomentem essa produção. Na sua maioria, os instrumentos que o Brasil e seus pares usaram no passado, como empresas estatais, tarifas de importação, controles de preço, subsídios generosos e proteção de mercado, ficaram obsoletos ou mostraram ser dispendiosos e ineficazes. Isso significa que os nossos governos também precisam criar novas formas de apoiar as empresas que competem no mercado. Ao longo do ano, examinarei esses temas em colunas mensais, com ênfase no desenvolvimento de base florestal sustentável na Amazônia brasileira.

Nos anos 1960, o Brasil era um país pobre. A maior parte da população vivia no campo e as pessoas trabalhavam na base do ancinho e enxada, sem ajuda expressiva de tratores ou equipamentos sofisticados. Na média nacional, cada mulher tinha seis filhos, porém um recém-nascido a cada oito morria antes de completar seu primeiro aniversário. A expectativa de vida do brasileiro era de apenas 52 anos. O atraso era tanto que o caminho para a prosperidade ficava claro. Naquela época, a ambição nacional era mecanizar o campo, fortalecer as cidades e ganhar indústrias. Essa estratégia fazia sentido. Afinal, cidades são polos de inovação e troca de conhecimento. Estabelecidas em seu entorno, as indústrias demandam técnicos qualificados, elevam a produtividade dos trabalhadores e facilitam sua sindicalização. Fechando o pacote, a agricultura moderna produz uma variedade de matérias-primas, incluindo alimentos para toda essa gente. Essa estratégia tríplice ajudou muitos países a enriquecer e o Brasil queria fazer igual.

A estratégia deu meio certo. Hoje, somos um país de renda média, a maioria dos brasileiros vive nos centros urbanos e aqueles que trabalham no campo têm acesso a um bom número de tratores que aumentam sua produção. Na média nacional, cada mulher tem apenas 1,6 filho e a mortalidade infantil caiu para um recém-nascido a cada 80. A expectativa de vida subiu para 73 anos. Avançamos bastante, mas precisamos avançar muito mais.

O problema é que a estratégia que nos trouxe até aqui não funciona mais. Desde 1984, a participação da indústria no PIB do Brasil tem caído, abrindo espaço para o setor de serviços. Em épocas passadas, esse tipo de transição era sinal de maturidade econômica. No caso brasileiro, ela parece ser prematura, pois estamos perdendo indústrias antes de enriquecer.

Vista aérea da Amazônia em Parauapebas (PA); País pode avançar com desenvolvimento de base florestal sustentável na região Foto: DANIEL TEIXEIRA

Toda sociedade precisa decidir qual futuro quer buscar para si e as mais sensatas escolhem estratégias que se aproveitam de suas competências atuais para criar melhores opções futuras. Nos EUA, há grande entusiasmo pela inteligência artificial, fruto da supremacia americana nas tecnologias digitais. Na China, empresas e governos locais têm tomado vantagem de sua robusta base industrial para produzir carros elétricos, verdadeiros robôs sobre rodas que estão começando a conquistar o mercado mundial.

No Brasil, a estratégia mais óbvia é tirar proveito de nossos recursos naturais para oferecer ao mundo produtos e serviços que combatem as mudanças climáticas. Na Amazônia, por exemplo, temos uma população ainda jovem, com alta informalidade e muita desocupação, bem como extensas áreas que foram desmatadas e posteriormente abandonadas ou pouco utilizadas. Em paralelo, a demanda global por produtos e serviços que beneficiam o planeta é grande e tende a crescer muito mais. Além da captura e armazenagem do carbono, esse setor inclui a oferta de serviços ambientais como a manutenção do ciclo da água e dos nutrientes, a polinização, a prevenção de desastres naturais e a proteção à biodiversidade.

De forma mais imediata, este setor inclui a produção de alimentos e insumos com baixo impacto ambiental, resiliência às mudanças climáticas e, quando possível, com efeitos regenerativos. Por fim, ele inclui todos os produtos e serviços que apoiam essas atividades, começando pela oferta de sementes, passando por máquinas, apps, satélites e empresas especializadas, e sem término à vista. Para nossa sorte, a maior parte desse portfólio ainda precisa ser inventado.

Um desafio complementar é desenvolver os instrumentos de políticas públicas que fomentem essa produção. Na sua maioria, os instrumentos que o Brasil e seus pares usaram no passado, como empresas estatais, tarifas de importação, controles de preço, subsídios generosos e proteção de mercado, ficaram obsoletos ou mostraram ser dispendiosos e ineficazes. Isso significa que os nossos governos também precisam criar novas formas de apoiar as empresas que competem no mercado. Ao longo do ano, examinarei esses temas em colunas mensais, com ênfase no desenvolvimento de base florestal sustentável na Amazônia brasileira.

Nos anos 1960, o Brasil era um país pobre. A maior parte da população vivia no campo e as pessoas trabalhavam na base do ancinho e enxada, sem ajuda expressiva de tratores ou equipamentos sofisticados. Na média nacional, cada mulher tinha seis filhos, porém um recém-nascido a cada oito morria antes de completar seu primeiro aniversário. A expectativa de vida do brasileiro era de apenas 52 anos. O atraso era tanto que o caminho para a prosperidade ficava claro. Naquela época, a ambição nacional era mecanizar o campo, fortalecer as cidades e ganhar indústrias. Essa estratégia fazia sentido. Afinal, cidades são polos de inovação e troca de conhecimento. Estabelecidas em seu entorno, as indústrias demandam técnicos qualificados, elevam a produtividade dos trabalhadores e facilitam sua sindicalização. Fechando o pacote, a agricultura moderna produz uma variedade de matérias-primas, incluindo alimentos para toda essa gente. Essa estratégia tríplice ajudou muitos países a enriquecer e o Brasil queria fazer igual.

A estratégia deu meio certo. Hoje, somos um país de renda média, a maioria dos brasileiros vive nos centros urbanos e aqueles que trabalham no campo têm acesso a um bom número de tratores que aumentam sua produção. Na média nacional, cada mulher tem apenas 1,6 filho e a mortalidade infantil caiu para um recém-nascido a cada 80. A expectativa de vida subiu para 73 anos. Avançamos bastante, mas precisamos avançar muito mais.

O problema é que a estratégia que nos trouxe até aqui não funciona mais. Desde 1984, a participação da indústria no PIB do Brasil tem caído, abrindo espaço para o setor de serviços. Em épocas passadas, esse tipo de transição era sinal de maturidade econômica. No caso brasileiro, ela parece ser prematura, pois estamos perdendo indústrias antes de enriquecer.

Vista aérea da Amazônia em Parauapebas (PA); País pode avançar com desenvolvimento de base florestal sustentável na região Foto: DANIEL TEIXEIRA

Toda sociedade precisa decidir qual futuro quer buscar para si e as mais sensatas escolhem estratégias que se aproveitam de suas competências atuais para criar melhores opções futuras. Nos EUA, há grande entusiasmo pela inteligência artificial, fruto da supremacia americana nas tecnologias digitais. Na China, empresas e governos locais têm tomado vantagem de sua robusta base industrial para produzir carros elétricos, verdadeiros robôs sobre rodas que estão começando a conquistar o mercado mundial.

No Brasil, a estratégia mais óbvia é tirar proveito de nossos recursos naturais para oferecer ao mundo produtos e serviços que combatem as mudanças climáticas. Na Amazônia, por exemplo, temos uma população ainda jovem, com alta informalidade e muita desocupação, bem como extensas áreas que foram desmatadas e posteriormente abandonadas ou pouco utilizadas. Em paralelo, a demanda global por produtos e serviços que beneficiam o planeta é grande e tende a crescer muito mais. Além da captura e armazenagem do carbono, esse setor inclui a oferta de serviços ambientais como a manutenção do ciclo da água e dos nutrientes, a polinização, a prevenção de desastres naturais e a proteção à biodiversidade.

De forma mais imediata, este setor inclui a produção de alimentos e insumos com baixo impacto ambiental, resiliência às mudanças climáticas e, quando possível, com efeitos regenerativos. Por fim, ele inclui todos os produtos e serviços que apoiam essas atividades, começando pela oferta de sementes, passando por máquinas, apps, satélites e empresas especializadas, e sem término à vista. Para nossa sorte, a maior parte desse portfólio ainda precisa ser inventado.

Um desafio complementar é desenvolver os instrumentos de políticas públicas que fomentem essa produção. Na sua maioria, os instrumentos que o Brasil e seus pares usaram no passado, como empresas estatais, tarifas de importação, controles de preço, subsídios generosos e proteção de mercado, ficaram obsoletos ou mostraram ser dispendiosos e ineficazes. Isso significa que os nossos governos também precisam criar novas formas de apoiar as empresas que competem no mercado. Ao longo do ano, examinarei esses temas em colunas mensais, com ênfase no desenvolvimento de base florestal sustentável na Amazônia brasileira.

Nos anos 1960, o Brasil era um país pobre. A maior parte da população vivia no campo e as pessoas trabalhavam na base do ancinho e enxada, sem ajuda expressiva de tratores ou equipamentos sofisticados. Na média nacional, cada mulher tinha seis filhos, porém um recém-nascido a cada oito morria antes de completar seu primeiro aniversário. A expectativa de vida do brasileiro era de apenas 52 anos. O atraso era tanto que o caminho para a prosperidade ficava claro. Naquela época, a ambição nacional era mecanizar o campo, fortalecer as cidades e ganhar indústrias. Essa estratégia fazia sentido. Afinal, cidades são polos de inovação e troca de conhecimento. Estabelecidas em seu entorno, as indústrias demandam técnicos qualificados, elevam a produtividade dos trabalhadores e facilitam sua sindicalização. Fechando o pacote, a agricultura moderna produz uma variedade de matérias-primas, incluindo alimentos para toda essa gente. Essa estratégia tríplice ajudou muitos países a enriquecer e o Brasil queria fazer igual.

A estratégia deu meio certo. Hoje, somos um país de renda média, a maioria dos brasileiros vive nos centros urbanos e aqueles que trabalham no campo têm acesso a um bom número de tratores que aumentam sua produção. Na média nacional, cada mulher tem apenas 1,6 filho e a mortalidade infantil caiu para um recém-nascido a cada 80. A expectativa de vida subiu para 73 anos. Avançamos bastante, mas precisamos avançar muito mais.

O problema é que a estratégia que nos trouxe até aqui não funciona mais. Desde 1984, a participação da indústria no PIB do Brasil tem caído, abrindo espaço para o setor de serviços. Em épocas passadas, esse tipo de transição era sinal de maturidade econômica. No caso brasileiro, ela parece ser prematura, pois estamos perdendo indústrias antes de enriquecer.

Vista aérea da Amazônia em Parauapebas (PA); País pode avançar com desenvolvimento de base florestal sustentável na região Foto: DANIEL TEIXEIRA

Toda sociedade precisa decidir qual futuro quer buscar para si e as mais sensatas escolhem estratégias que se aproveitam de suas competências atuais para criar melhores opções futuras. Nos EUA, há grande entusiasmo pela inteligência artificial, fruto da supremacia americana nas tecnologias digitais. Na China, empresas e governos locais têm tomado vantagem de sua robusta base industrial para produzir carros elétricos, verdadeiros robôs sobre rodas que estão começando a conquistar o mercado mundial.

No Brasil, a estratégia mais óbvia é tirar proveito de nossos recursos naturais para oferecer ao mundo produtos e serviços que combatem as mudanças climáticas. Na Amazônia, por exemplo, temos uma população ainda jovem, com alta informalidade e muita desocupação, bem como extensas áreas que foram desmatadas e posteriormente abandonadas ou pouco utilizadas. Em paralelo, a demanda global por produtos e serviços que beneficiam o planeta é grande e tende a crescer muito mais. Além da captura e armazenagem do carbono, esse setor inclui a oferta de serviços ambientais como a manutenção do ciclo da água e dos nutrientes, a polinização, a prevenção de desastres naturais e a proteção à biodiversidade.

De forma mais imediata, este setor inclui a produção de alimentos e insumos com baixo impacto ambiental, resiliência às mudanças climáticas e, quando possível, com efeitos regenerativos. Por fim, ele inclui todos os produtos e serviços que apoiam essas atividades, começando pela oferta de sementes, passando por máquinas, apps, satélites e empresas especializadas, e sem término à vista. Para nossa sorte, a maior parte desse portfólio ainda precisa ser inventado.

Um desafio complementar é desenvolver os instrumentos de políticas públicas que fomentem essa produção. Na sua maioria, os instrumentos que o Brasil e seus pares usaram no passado, como empresas estatais, tarifas de importação, controles de preço, subsídios generosos e proteção de mercado, ficaram obsoletos ou mostraram ser dispendiosos e ineficazes. Isso significa que os nossos governos também precisam criar novas formas de apoiar as empresas que competem no mercado. Ao longo do ano, examinarei esses temas em colunas mensais, com ênfase no desenvolvimento de base florestal sustentável na Amazônia brasileira.

Nos anos 1960, o Brasil era um país pobre. A maior parte da população vivia no campo e as pessoas trabalhavam na base do ancinho e enxada, sem ajuda expressiva de tratores ou equipamentos sofisticados. Na média nacional, cada mulher tinha seis filhos, porém um recém-nascido a cada oito morria antes de completar seu primeiro aniversário. A expectativa de vida do brasileiro era de apenas 52 anos. O atraso era tanto que o caminho para a prosperidade ficava claro. Naquela época, a ambição nacional era mecanizar o campo, fortalecer as cidades e ganhar indústrias. Essa estratégia fazia sentido. Afinal, cidades são polos de inovação e troca de conhecimento. Estabelecidas em seu entorno, as indústrias demandam técnicos qualificados, elevam a produtividade dos trabalhadores e facilitam sua sindicalização. Fechando o pacote, a agricultura moderna produz uma variedade de matérias-primas, incluindo alimentos para toda essa gente. Essa estratégia tríplice ajudou muitos países a enriquecer e o Brasil queria fazer igual.

A estratégia deu meio certo. Hoje, somos um país de renda média, a maioria dos brasileiros vive nos centros urbanos e aqueles que trabalham no campo têm acesso a um bom número de tratores que aumentam sua produção. Na média nacional, cada mulher tem apenas 1,6 filho e a mortalidade infantil caiu para um recém-nascido a cada 80. A expectativa de vida subiu para 73 anos. Avançamos bastante, mas precisamos avançar muito mais.

O problema é que a estratégia que nos trouxe até aqui não funciona mais. Desde 1984, a participação da indústria no PIB do Brasil tem caído, abrindo espaço para o setor de serviços. Em épocas passadas, esse tipo de transição era sinal de maturidade econômica. No caso brasileiro, ela parece ser prematura, pois estamos perdendo indústrias antes de enriquecer.

Vista aérea da Amazônia em Parauapebas (PA); País pode avançar com desenvolvimento de base florestal sustentável na região Foto: DANIEL TEIXEIRA

Toda sociedade precisa decidir qual futuro quer buscar para si e as mais sensatas escolhem estratégias que se aproveitam de suas competências atuais para criar melhores opções futuras. Nos EUA, há grande entusiasmo pela inteligência artificial, fruto da supremacia americana nas tecnologias digitais. Na China, empresas e governos locais têm tomado vantagem de sua robusta base industrial para produzir carros elétricos, verdadeiros robôs sobre rodas que estão começando a conquistar o mercado mundial.

No Brasil, a estratégia mais óbvia é tirar proveito de nossos recursos naturais para oferecer ao mundo produtos e serviços que combatem as mudanças climáticas. Na Amazônia, por exemplo, temos uma população ainda jovem, com alta informalidade e muita desocupação, bem como extensas áreas que foram desmatadas e posteriormente abandonadas ou pouco utilizadas. Em paralelo, a demanda global por produtos e serviços que beneficiam o planeta é grande e tende a crescer muito mais. Além da captura e armazenagem do carbono, esse setor inclui a oferta de serviços ambientais como a manutenção do ciclo da água e dos nutrientes, a polinização, a prevenção de desastres naturais e a proteção à biodiversidade.

De forma mais imediata, este setor inclui a produção de alimentos e insumos com baixo impacto ambiental, resiliência às mudanças climáticas e, quando possível, com efeitos regenerativos. Por fim, ele inclui todos os produtos e serviços que apoiam essas atividades, começando pela oferta de sementes, passando por máquinas, apps, satélites e empresas especializadas, e sem término à vista. Para nossa sorte, a maior parte desse portfólio ainda precisa ser inventado.

Um desafio complementar é desenvolver os instrumentos de políticas públicas que fomentem essa produção. Na sua maioria, os instrumentos que o Brasil e seus pares usaram no passado, como empresas estatais, tarifas de importação, controles de preço, subsídios generosos e proteção de mercado, ficaram obsoletos ou mostraram ser dispendiosos e ineficazes. Isso significa que os nossos governos também precisam criar novas formas de apoiar as empresas que competem no mercado. Ao longo do ano, examinarei esses temas em colunas mensais, com ênfase no desenvolvimento de base florestal sustentável na Amazônia brasileira.

Opinião por Salo Coslovsky

Professor da Universidade de Nova York e pesquisador do Amazônia 2030

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