Melhor lucro em 2 anos coloca Santander Brasil no caminho para ter maior resultado do grupo no mundo


Banco teve lucro de R$ 3,3 bi no segundo trimestre deste ano, crescimento de 44,3% em um ano, e aposta em carteira de crédito menos exposta a linhas sem garantias e depósitos mais baratos

Por Matheus Piovesana

O maior lucro trimestral em quase dois anos demonstra a direção que o Santander Brasil quer percorrer daqui em diante. Com uma carteira de crédito menos exposta a linhas sem garantias e depósitos mais baratos, o terceiro maior banco privado do País espera elevar a rentabilidade sem se expor a um patamar alto de riscos. É através desta combinação que a unidade brasileira espera retomar o primeiro lugar na geração de resultados do grupo no mundo.

No segundo trimestre deste ano, o Santander teve lucro líquido recorrente de R$ 3,332 bilhões, crescimento de 44,3% em um ano. Foi o melhor resultado do banco desde o terceiro trimestre de 2022, graças ao crescimento da carteira de crédito e de receitas direta ou indiretamente relacionadas à demanda dos clientes por empréstimos.

A carteira do banco subiu 7,8% em um ano, para R$ 665,592 bilhões, puxada pelo financiamento de veículos (+48,5%), do crédito rural para produtores (+23,7%) e do crédito consignado (+16,8%). Na contramão veio o crédito pessoal, com queda de 7,7% em um ano.

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A divergência reflete o perfil de risco que o banco espera mostrar daqui em diante. O presidente do Santander, Mario Leão, disse haver uma parte importante do crédito pessoal que é originada a partir das renegociações de dívidas dos clientes. Portanto, nem sempre o crescimento da carteira é um bom negócio: operações renegociadas exigem mais provisões, o que reduz seu resultado líquido.

Santander teve lucro alto no Brasil no segundo trimestre de 2024 Foto: ALEX SILVA / ESTADÃO

“Eu quero depender menos desse crédito pessoal para conquistar o cliente”, afirmou ele em entrevista à imprensa nesta quarta-feira, 24. Em um reflexo da concorrência com bancos digitais, o Santander vê no cartão o produto de crédito ideal para centralizar a relação com o cliente, diante da maior recorrência de uso.

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A nova estratégia é fruto de dois anos de depuração da carteira de empréstimos concedidos ao longo de 2021, ano em que os bancos aceleraram em linhas como os cartões diante do que pareciam efeitos leves da pandemia da covid-19 sobre a capacidade de pagamento das famílias. Houve uma ressaca a partir de 2022, quando a combinação entre juros e inflação altos e uma sobreoferta de crédito cobrou seu preço.

No Santander, a lição aprendida foi a de um apetite menos arriscado ao conceder limites. No segundo trimestre, as vendas de cartões de crédito equivaliam a 66% do pico, no final de 2021. “Nós estamos vendendo talvez dois terços dos cartões do que vendíamos no pico, em 2021, mas com mais conhecimento”, afirmou Leão a analistas de mercado.

Direção certa

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Analistas de mercado consideraram que o balanço consolidou as tendências de recuperação que o banco mostrou no resultado do primeiro trimestre, divulgado em abril. “Apesar da rentabilidade ainda baixa em relação tanto a seus melhores dias quanto a outros pares que manobraram de forma menos turbulenta o período pós-pandemia, vislumbramos no resultado do segundo trimestre do Santander uma expansão do conjunto de melhorias evidentes desde o final de 2023″, escreveu Rafael Reis, do BB Investimentos, em relatório.

Pedro Leduc, do Itaú BBA, afirmou que a rentabilidade do banco deve evoluir ainda mais, após ter chegado a 15,5% no segundo trimestre, alta de 4,3 pontos porcentuais em um ano. “Os resultados preenchem todos os requisitos na direção de um retorno sobre o patrimônio líquido (ROE, na sigla em inglês) entre 15% e 20% no ano que vem.”

Nesta quarta, as ações do banco subiam 0,2% na B3. O desempenho dos papéis é limitado pela volatilidade do Ibovespa, que opera de olho em dados mistos de atividade econômica nos Estados Unidos.

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No auge dos resultados, em 2021, o Santander apresentava retorno na casa dos 22%, acima de pares como Itaú, Bradesco e Banco do Brasil. Leão disse que voltar aos 20% é um objetivo para os próximos anos, mas ponderou que os números vistos há três anos refletiam operações que davam resultados apenas no curto prazo, o oposto do que o banco busca agora.

Maior do mundo

Nos últimos dois anos, o Santander Brasil perdeu o posto de maior lucro do grupo no mundo. No primeiro semestre, contribuiu com 1,141 bilhão de euros para o resultado do banco, alta de 38,7% em relação ao mesmo intervalo de 2023, mas ainda insuficiente para tirar da Espanha a liderança nesse quesito.

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Em seu país de origem, o Santander lucrou 1,756 bilhão de euros entre janeiro e junho. A receita do banco em solo espanhol tem sido impulsionada pela taxa básica de juros da Zona do Euro, atualmente em 3,75% ao ano. Em um ponto anterior do ciclo monetário em relação ao Brasil, a Europa tem lidado com juros bem acima do que costuma ter.

A situação deve se reverter à medida que os juros por lá caem e a operação brasileira do banco complete o ciclo de retomada. “Acreditamos que direcionalmente o Brasil voltará a ser o maior resultado”, afirmou Leão.

O maior lucro trimestral em quase dois anos demonstra a direção que o Santander Brasil quer percorrer daqui em diante. Com uma carteira de crédito menos exposta a linhas sem garantias e depósitos mais baratos, o terceiro maior banco privado do País espera elevar a rentabilidade sem se expor a um patamar alto de riscos. É através desta combinação que a unidade brasileira espera retomar o primeiro lugar na geração de resultados do grupo no mundo.

No segundo trimestre deste ano, o Santander teve lucro líquido recorrente de R$ 3,332 bilhões, crescimento de 44,3% em um ano. Foi o melhor resultado do banco desde o terceiro trimestre de 2022, graças ao crescimento da carteira de crédito e de receitas direta ou indiretamente relacionadas à demanda dos clientes por empréstimos.

A carteira do banco subiu 7,8% em um ano, para R$ 665,592 bilhões, puxada pelo financiamento de veículos (+48,5%), do crédito rural para produtores (+23,7%) e do crédito consignado (+16,8%). Na contramão veio o crédito pessoal, com queda de 7,7% em um ano.

A divergência reflete o perfil de risco que o banco espera mostrar daqui em diante. O presidente do Santander, Mario Leão, disse haver uma parte importante do crédito pessoal que é originada a partir das renegociações de dívidas dos clientes. Portanto, nem sempre o crescimento da carteira é um bom negócio: operações renegociadas exigem mais provisões, o que reduz seu resultado líquido.

Santander teve lucro alto no Brasil no segundo trimestre de 2024 Foto: ALEX SILVA / ESTADÃO

“Eu quero depender menos desse crédito pessoal para conquistar o cliente”, afirmou ele em entrevista à imprensa nesta quarta-feira, 24. Em um reflexo da concorrência com bancos digitais, o Santander vê no cartão o produto de crédito ideal para centralizar a relação com o cliente, diante da maior recorrência de uso.

A nova estratégia é fruto de dois anos de depuração da carteira de empréstimos concedidos ao longo de 2021, ano em que os bancos aceleraram em linhas como os cartões diante do que pareciam efeitos leves da pandemia da covid-19 sobre a capacidade de pagamento das famílias. Houve uma ressaca a partir de 2022, quando a combinação entre juros e inflação altos e uma sobreoferta de crédito cobrou seu preço.

No Santander, a lição aprendida foi a de um apetite menos arriscado ao conceder limites. No segundo trimestre, as vendas de cartões de crédito equivaliam a 66% do pico, no final de 2021. “Nós estamos vendendo talvez dois terços dos cartões do que vendíamos no pico, em 2021, mas com mais conhecimento”, afirmou Leão a analistas de mercado.

Direção certa

Analistas de mercado consideraram que o balanço consolidou as tendências de recuperação que o banco mostrou no resultado do primeiro trimestre, divulgado em abril. “Apesar da rentabilidade ainda baixa em relação tanto a seus melhores dias quanto a outros pares que manobraram de forma menos turbulenta o período pós-pandemia, vislumbramos no resultado do segundo trimestre do Santander uma expansão do conjunto de melhorias evidentes desde o final de 2023″, escreveu Rafael Reis, do BB Investimentos, em relatório.

Pedro Leduc, do Itaú BBA, afirmou que a rentabilidade do banco deve evoluir ainda mais, após ter chegado a 15,5% no segundo trimestre, alta de 4,3 pontos porcentuais em um ano. “Os resultados preenchem todos os requisitos na direção de um retorno sobre o patrimônio líquido (ROE, na sigla em inglês) entre 15% e 20% no ano que vem.”

Nesta quarta, as ações do banco subiam 0,2% na B3. O desempenho dos papéis é limitado pela volatilidade do Ibovespa, que opera de olho em dados mistos de atividade econômica nos Estados Unidos.

No auge dos resultados, em 2021, o Santander apresentava retorno na casa dos 22%, acima de pares como Itaú, Bradesco e Banco do Brasil. Leão disse que voltar aos 20% é um objetivo para os próximos anos, mas ponderou que os números vistos há três anos refletiam operações que davam resultados apenas no curto prazo, o oposto do que o banco busca agora.

Maior do mundo

Nos últimos dois anos, o Santander Brasil perdeu o posto de maior lucro do grupo no mundo. No primeiro semestre, contribuiu com 1,141 bilhão de euros para o resultado do banco, alta de 38,7% em relação ao mesmo intervalo de 2023, mas ainda insuficiente para tirar da Espanha a liderança nesse quesito.

Em seu país de origem, o Santander lucrou 1,756 bilhão de euros entre janeiro e junho. A receita do banco em solo espanhol tem sido impulsionada pela taxa básica de juros da Zona do Euro, atualmente em 3,75% ao ano. Em um ponto anterior do ciclo monetário em relação ao Brasil, a Europa tem lidado com juros bem acima do que costuma ter.

A situação deve se reverter à medida que os juros por lá caem e a operação brasileira do banco complete o ciclo de retomada. “Acreditamos que direcionalmente o Brasil voltará a ser o maior resultado”, afirmou Leão.

O maior lucro trimestral em quase dois anos demonstra a direção que o Santander Brasil quer percorrer daqui em diante. Com uma carteira de crédito menos exposta a linhas sem garantias e depósitos mais baratos, o terceiro maior banco privado do País espera elevar a rentabilidade sem se expor a um patamar alto de riscos. É através desta combinação que a unidade brasileira espera retomar o primeiro lugar na geração de resultados do grupo no mundo.

No segundo trimestre deste ano, o Santander teve lucro líquido recorrente de R$ 3,332 bilhões, crescimento de 44,3% em um ano. Foi o melhor resultado do banco desde o terceiro trimestre de 2022, graças ao crescimento da carteira de crédito e de receitas direta ou indiretamente relacionadas à demanda dos clientes por empréstimos.

A carteira do banco subiu 7,8% em um ano, para R$ 665,592 bilhões, puxada pelo financiamento de veículos (+48,5%), do crédito rural para produtores (+23,7%) e do crédito consignado (+16,8%). Na contramão veio o crédito pessoal, com queda de 7,7% em um ano.

A divergência reflete o perfil de risco que o banco espera mostrar daqui em diante. O presidente do Santander, Mario Leão, disse haver uma parte importante do crédito pessoal que é originada a partir das renegociações de dívidas dos clientes. Portanto, nem sempre o crescimento da carteira é um bom negócio: operações renegociadas exigem mais provisões, o que reduz seu resultado líquido.

Santander teve lucro alto no Brasil no segundo trimestre de 2024 Foto: ALEX SILVA / ESTADÃO

“Eu quero depender menos desse crédito pessoal para conquistar o cliente”, afirmou ele em entrevista à imprensa nesta quarta-feira, 24. Em um reflexo da concorrência com bancos digitais, o Santander vê no cartão o produto de crédito ideal para centralizar a relação com o cliente, diante da maior recorrência de uso.

A nova estratégia é fruto de dois anos de depuração da carteira de empréstimos concedidos ao longo de 2021, ano em que os bancos aceleraram em linhas como os cartões diante do que pareciam efeitos leves da pandemia da covid-19 sobre a capacidade de pagamento das famílias. Houve uma ressaca a partir de 2022, quando a combinação entre juros e inflação altos e uma sobreoferta de crédito cobrou seu preço.

No Santander, a lição aprendida foi a de um apetite menos arriscado ao conceder limites. No segundo trimestre, as vendas de cartões de crédito equivaliam a 66% do pico, no final de 2021. “Nós estamos vendendo talvez dois terços dos cartões do que vendíamos no pico, em 2021, mas com mais conhecimento”, afirmou Leão a analistas de mercado.

Direção certa

Analistas de mercado consideraram que o balanço consolidou as tendências de recuperação que o banco mostrou no resultado do primeiro trimestre, divulgado em abril. “Apesar da rentabilidade ainda baixa em relação tanto a seus melhores dias quanto a outros pares que manobraram de forma menos turbulenta o período pós-pandemia, vislumbramos no resultado do segundo trimestre do Santander uma expansão do conjunto de melhorias evidentes desde o final de 2023″, escreveu Rafael Reis, do BB Investimentos, em relatório.

Pedro Leduc, do Itaú BBA, afirmou que a rentabilidade do banco deve evoluir ainda mais, após ter chegado a 15,5% no segundo trimestre, alta de 4,3 pontos porcentuais em um ano. “Os resultados preenchem todos os requisitos na direção de um retorno sobre o patrimônio líquido (ROE, na sigla em inglês) entre 15% e 20% no ano que vem.”

Nesta quarta, as ações do banco subiam 0,2% na B3. O desempenho dos papéis é limitado pela volatilidade do Ibovespa, que opera de olho em dados mistos de atividade econômica nos Estados Unidos.

No auge dos resultados, em 2021, o Santander apresentava retorno na casa dos 22%, acima de pares como Itaú, Bradesco e Banco do Brasil. Leão disse que voltar aos 20% é um objetivo para os próximos anos, mas ponderou que os números vistos há três anos refletiam operações que davam resultados apenas no curto prazo, o oposto do que o banco busca agora.

Maior do mundo

Nos últimos dois anos, o Santander Brasil perdeu o posto de maior lucro do grupo no mundo. No primeiro semestre, contribuiu com 1,141 bilhão de euros para o resultado do banco, alta de 38,7% em relação ao mesmo intervalo de 2023, mas ainda insuficiente para tirar da Espanha a liderança nesse quesito.

Em seu país de origem, o Santander lucrou 1,756 bilhão de euros entre janeiro e junho. A receita do banco em solo espanhol tem sido impulsionada pela taxa básica de juros da Zona do Euro, atualmente em 3,75% ao ano. Em um ponto anterior do ciclo monetário em relação ao Brasil, a Europa tem lidado com juros bem acima do que costuma ter.

A situação deve se reverter à medida que os juros por lá caem e a operação brasileira do banco complete o ciclo de retomada. “Acreditamos que direcionalmente o Brasil voltará a ser o maior resultado”, afirmou Leão.

O maior lucro trimestral em quase dois anos demonstra a direção que o Santander Brasil quer percorrer daqui em diante. Com uma carteira de crédito menos exposta a linhas sem garantias e depósitos mais baratos, o terceiro maior banco privado do País espera elevar a rentabilidade sem se expor a um patamar alto de riscos. É através desta combinação que a unidade brasileira espera retomar o primeiro lugar na geração de resultados do grupo no mundo.

No segundo trimestre deste ano, o Santander teve lucro líquido recorrente de R$ 3,332 bilhões, crescimento de 44,3% em um ano. Foi o melhor resultado do banco desde o terceiro trimestre de 2022, graças ao crescimento da carteira de crédito e de receitas direta ou indiretamente relacionadas à demanda dos clientes por empréstimos.

A carteira do banco subiu 7,8% em um ano, para R$ 665,592 bilhões, puxada pelo financiamento de veículos (+48,5%), do crédito rural para produtores (+23,7%) e do crédito consignado (+16,8%). Na contramão veio o crédito pessoal, com queda de 7,7% em um ano.

A divergência reflete o perfil de risco que o banco espera mostrar daqui em diante. O presidente do Santander, Mario Leão, disse haver uma parte importante do crédito pessoal que é originada a partir das renegociações de dívidas dos clientes. Portanto, nem sempre o crescimento da carteira é um bom negócio: operações renegociadas exigem mais provisões, o que reduz seu resultado líquido.

Santander teve lucro alto no Brasil no segundo trimestre de 2024 Foto: ALEX SILVA / ESTADÃO

“Eu quero depender menos desse crédito pessoal para conquistar o cliente”, afirmou ele em entrevista à imprensa nesta quarta-feira, 24. Em um reflexo da concorrência com bancos digitais, o Santander vê no cartão o produto de crédito ideal para centralizar a relação com o cliente, diante da maior recorrência de uso.

A nova estratégia é fruto de dois anos de depuração da carteira de empréstimos concedidos ao longo de 2021, ano em que os bancos aceleraram em linhas como os cartões diante do que pareciam efeitos leves da pandemia da covid-19 sobre a capacidade de pagamento das famílias. Houve uma ressaca a partir de 2022, quando a combinação entre juros e inflação altos e uma sobreoferta de crédito cobrou seu preço.

No Santander, a lição aprendida foi a de um apetite menos arriscado ao conceder limites. No segundo trimestre, as vendas de cartões de crédito equivaliam a 66% do pico, no final de 2021. “Nós estamos vendendo talvez dois terços dos cartões do que vendíamos no pico, em 2021, mas com mais conhecimento”, afirmou Leão a analistas de mercado.

Direção certa

Analistas de mercado consideraram que o balanço consolidou as tendências de recuperação que o banco mostrou no resultado do primeiro trimestre, divulgado em abril. “Apesar da rentabilidade ainda baixa em relação tanto a seus melhores dias quanto a outros pares que manobraram de forma menos turbulenta o período pós-pandemia, vislumbramos no resultado do segundo trimestre do Santander uma expansão do conjunto de melhorias evidentes desde o final de 2023″, escreveu Rafael Reis, do BB Investimentos, em relatório.

Pedro Leduc, do Itaú BBA, afirmou que a rentabilidade do banco deve evoluir ainda mais, após ter chegado a 15,5% no segundo trimestre, alta de 4,3 pontos porcentuais em um ano. “Os resultados preenchem todos os requisitos na direção de um retorno sobre o patrimônio líquido (ROE, na sigla em inglês) entre 15% e 20% no ano que vem.”

Nesta quarta, as ações do banco subiam 0,2% na B3. O desempenho dos papéis é limitado pela volatilidade do Ibovespa, que opera de olho em dados mistos de atividade econômica nos Estados Unidos.

No auge dos resultados, em 2021, o Santander apresentava retorno na casa dos 22%, acima de pares como Itaú, Bradesco e Banco do Brasil. Leão disse que voltar aos 20% é um objetivo para os próximos anos, mas ponderou que os números vistos há três anos refletiam operações que davam resultados apenas no curto prazo, o oposto do que o banco busca agora.

Maior do mundo

Nos últimos dois anos, o Santander Brasil perdeu o posto de maior lucro do grupo no mundo. No primeiro semestre, contribuiu com 1,141 bilhão de euros para o resultado do banco, alta de 38,7% em relação ao mesmo intervalo de 2023, mas ainda insuficiente para tirar da Espanha a liderança nesse quesito.

Em seu país de origem, o Santander lucrou 1,756 bilhão de euros entre janeiro e junho. A receita do banco em solo espanhol tem sido impulsionada pela taxa básica de juros da Zona do Euro, atualmente em 3,75% ao ano. Em um ponto anterior do ciclo monetário em relação ao Brasil, a Europa tem lidado com juros bem acima do que costuma ter.

A situação deve se reverter à medida que os juros por lá caem e a operação brasileira do banco complete o ciclo de retomada. “Acreditamos que direcionalmente o Brasil voltará a ser o maior resultado”, afirmou Leão.

O maior lucro trimestral em quase dois anos demonstra a direção que o Santander Brasil quer percorrer daqui em diante. Com uma carteira de crédito menos exposta a linhas sem garantias e depósitos mais baratos, o terceiro maior banco privado do País espera elevar a rentabilidade sem se expor a um patamar alto de riscos. É através desta combinação que a unidade brasileira espera retomar o primeiro lugar na geração de resultados do grupo no mundo.

No segundo trimestre deste ano, o Santander teve lucro líquido recorrente de R$ 3,332 bilhões, crescimento de 44,3% em um ano. Foi o melhor resultado do banco desde o terceiro trimestre de 2022, graças ao crescimento da carteira de crédito e de receitas direta ou indiretamente relacionadas à demanda dos clientes por empréstimos.

A carteira do banco subiu 7,8% em um ano, para R$ 665,592 bilhões, puxada pelo financiamento de veículos (+48,5%), do crédito rural para produtores (+23,7%) e do crédito consignado (+16,8%). Na contramão veio o crédito pessoal, com queda de 7,7% em um ano.

A divergência reflete o perfil de risco que o banco espera mostrar daqui em diante. O presidente do Santander, Mario Leão, disse haver uma parte importante do crédito pessoal que é originada a partir das renegociações de dívidas dos clientes. Portanto, nem sempre o crescimento da carteira é um bom negócio: operações renegociadas exigem mais provisões, o que reduz seu resultado líquido.

Santander teve lucro alto no Brasil no segundo trimestre de 2024 Foto: ALEX SILVA / ESTADÃO

“Eu quero depender menos desse crédito pessoal para conquistar o cliente”, afirmou ele em entrevista à imprensa nesta quarta-feira, 24. Em um reflexo da concorrência com bancos digitais, o Santander vê no cartão o produto de crédito ideal para centralizar a relação com o cliente, diante da maior recorrência de uso.

A nova estratégia é fruto de dois anos de depuração da carteira de empréstimos concedidos ao longo de 2021, ano em que os bancos aceleraram em linhas como os cartões diante do que pareciam efeitos leves da pandemia da covid-19 sobre a capacidade de pagamento das famílias. Houve uma ressaca a partir de 2022, quando a combinação entre juros e inflação altos e uma sobreoferta de crédito cobrou seu preço.

No Santander, a lição aprendida foi a de um apetite menos arriscado ao conceder limites. No segundo trimestre, as vendas de cartões de crédito equivaliam a 66% do pico, no final de 2021. “Nós estamos vendendo talvez dois terços dos cartões do que vendíamos no pico, em 2021, mas com mais conhecimento”, afirmou Leão a analistas de mercado.

Direção certa

Analistas de mercado consideraram que o balanço consolidou as tendências de recuperação que o banco mostrou no resultado do primeiro trimestre, divulgado em abril. “Apesar da rentabilidade ainda baixa em relação tanto a seus melhores dias quanto a outros pares que manobraram de forma menos turbulenta o período pós-pandemia, vislumbramos no resultado do segundo trimestre do Santander uma expansão do conjunto de melhorias evidentes desde o final de 2023″, escreveu Rafael Reis, do BB Investimentos, em relatório.

Pedro Leduc, do Itaú BBA, afirmou que a rentabilidade do banco deve evoluir ainda mais, após ter chegado a 15,5% no segundo trimestre, alta de 4,3 pontos porcentuais em um ano. “Os resultados preenchem todos os requisitos na direção de um retorno sobre o patrimônio líquido (ROE, na sigla em inglês) entre 15% e 20% no ano que vem.”

Nesta quarta, as ações do banco subiam 0,2% na B3. O desempenho dos papéis é limitado pela volatilidade do Ibovespa, que opera de olho em dados mistos de atividade econômica nos Estados Unidos.

No auge dos resultados, em 2021, o Santander apresentava retorno na casa dos 22%, acima de pares como Itaú, Bradesco e Banco do Brasil. Leão disse que voltar aos 20% é um objetivo para os próximos anos, mas ponderou que os números vistos há três anos refletiam operações que davam resultados apenas no curto prazo, o oposto do que o banco busca agora.

Maior do mundo

Nos últimos dois anos, o Santander Brasil perdeu o posto de maior lucro do grupo no mundo. No primeiro semestre, contribuiu com 1,141 bilhão de euros para o resultado do banco, alta de 38,7% em relação ao mesmo intervalo de 2023, mas ainda insuficiente para tirar da Espanha a liderança nesse quesito.

Em seu país de origem, o Santander lucrou 1,756 bilhão de euros entre janeiro e junho. A receita do banco em solo espanhol tem sido impulsionada pela taxa básica de juros da Zona do Euro, atualmente em 3,75% ao ano. Em um ponto anterior do ciclo monetário em relação ao Brasil, a Europa tem lidado com juros bem acima do que costuma ter.

A situação deve se reverter à medida que os juros por lá caem e a operação brasileira do banco complete o ciclo de retomada. “Acreditamos que direcionalmente o Brasil voltará a ser o maior resultado”, afirmou Leão.

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