O início da retomada no mercado imobiliário de São Paulo, a partir do segundo semestre, fechou o ano com crescimento de 48% nos lançamentos de novos projetos e de 46% nas vendas de imóveis novos , de acordo com os dados do Sindicato da Habitação (Secovi-SP). Foram lançados 28,7 mil apartamentos e comercializados 23,7 mil, brecando as quedas consecutivas entre 2014 e 2016. No primeiro trimestre, as vendas registram aumento de 117%, subindo para 5,8 mil unidades. Fechando os dados de abril, o economista- chefe do Secovi, Celso Petrucci, diz que agora é hora de “consolidar a reação do ano passado”. Segundo ele, 2017 marcou o ano da retomada em São Paulo. Para o presidente do Secovi, Flavio Amary, os fundamentos da economia deram impulso para uma “recuperação consistente” do mercado em 2018. Segundo ele, a redução da taxa básica de juros fez compradores capitalizados voltarem a buscar no ativo imobiliário um melhor retorno para seus investimentos.Brasil. Em lançamentos, a performance de São Paulo puxou a subida do mercado nacional, que cresceu 5% em 2017, quando foram registrados 82,3 mil novos imóveis residenciais no País, uma diferença de 4 mil a mais que no ano anterior. São Paulo e região metropolitana somaram 36,6 mil apartamentos, ou seja, 45% de todos os lançamentos. Especificamente, a capital teve uma diferença de 9,3 mil unidades no mesmo período. “É uma das melhores participações da cidade de São Paulo e da região metropolitana”, diz Petrucci, acreditando que vai haver “diluição” no porcentual. A Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) também apurou um volume de vendas que chegou a 94,2 mil unidades. A cidade de São Paulo, neste caso, representou um quarto do total do Brasil. Petrucci declara que outros mercados estão reagindo. “Existe delay entre o que acontece aqui e em outras praças”, avalia. “Não sei se a cidade termina o ano com 25% de participação nas vendas.” Retomada. Flavio Amary explica que a recuperação do mercado imobiliário em São Paulo, como no restante do Brasil, está se consolidando, com crescimentos em vendas e lançamentos. Os resultados no primeiro trimestre, segundo ele, foram “consideravelmente superiores” aos de 2017. “Porém, as empresas não estão suficientemente estimuladas a lançarem dentro do limite de seu potencial”, analisa o presidente do Secovi. Na sua opinião, a recuperação do setor ainda “não foi suficiente” para estimular as empresas. “O que está havendo é o atendimento da demanda reprimida dos últimos anos”, afirma. Petrucci vai no mesmo tom. “Está faltando mais coragem do incorporador em acreditar na economia”, diz. “E colocar seu produto no mercado.”Tipologia. No primeiro trimestre, o volume de lançamentos apresentou queda de 8%. Foram 2,4 mil novas moradias. Petrucci crê que o resultado deste ano será bem próximo do registrado em 2017. “Havendo outra distribuição de tipologias”, ressalva, referindo-se à predominância dos lançamento de imóveis populares sobre os outros segmentos durante o ano passado. No caso das vendas, ele prevê que o setor, “talvez, feche o ano com 20% a mais”.
Apesar dos resultados positivos de 2017, os números ainda estão abaixo da média histórica anual, observada no período de 2004 a 2017, que é de 30 mil unidades lançadas e 27,4 mil comercializadas. Em 2017, o valor global de lançamentos (VGL) foi R$ 14,7 bilhões, também abaixo da média histórica, que é de R$ 19,8 bilhões, segundo Petrucci . No valor geral das vendas (VGV), a média é de R$ 17,6 bilhões. “Ano passado, vendemos R$ 11,5 bilhões, quase R$ 1 bilhão por mês”, diz, enfatizando que os valores são atualizado pelo Índice Nacional da Construção Civil (INCC). “Este ano, deve chegar ao que vendemos em 2014, com R$ 14 bilhões.”