Sem ajuste, dinâmica da dívida é explosiva, diz Goldfajn


Economista-chefe do Itaú-Unibanco explica que País passa por cinco grandes reformas e aposta em queda da inflação a 5,5% em 2016

Por Aline Bronzati e Ricardo Leopoldo
Ilan Goldfajn, economista-chefe do Itaú-Unibanco Foto: Werther Santana/Estadão

O economista-chefe do Itaú Unibanco, Ilan Goldfajn, afirmou que o Brasil passa neste anos por "cinco mega ajustes" macroeconômicos necessários e que vão ajudar a melhorar o desempenho do nível de atividade no próximo ano. O economista participou de um debate promovido pela associação Americas Society/Council of the Americas, em parceria com a Câmara Americana de Comércio (Amcham) nesta quarta-feira, 27, em São Paulo.

Entre estes movimentos de correção estão a meta de superávit primário próxima a 1,2% do PIB para este ano, retificação da trajetória dos gastos do Tesouro com bancos públicos, como BNDES, fim da repressão de preços relativos, administrativos e câmbio, e a nova postura do Banco Central de centralizar seus esforços para levar a inflação à meta de 4,5% no final de 2016. 

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"Sem ajustes, com baixo crescimento e juros altos, a dinâmica da dívida pública é explosiva", comentou Goldfajn. "O câmbio de equilíbrio, que hoje está pouco acima de R$ 3,00, iria para R$ 4,00 numa crise."

Na avaliação de Goldfajn, um dos problemas econômicos que o País registrou recentemente foi represar preços administrados. "Isso foi impressionante", destacou, ressaltando que tal movimento acabou sendo corrigido, o que deve gerar uma alta de 14% desta categoria de preços neste ano e influenciará para o que o IPCA suba 8,5% em 2015. 

Para ele, o conjunto de ajustes macroeconômicos que estão em curso neste ano são fundamentais e indispensáveis, mas devem gerar uma retração de 1,5% do PIB em 2015. "Já acho essa previsão otimista", comentou. Para o ano que vem, ele espera uma expansão do PIB entre 0,5% e 0,7%, o que significará na prática que "o PIB parou de cair." "O crescimento em 2016 não virá de consumo, mas de aumento dos índices de confiança e alguma ajuda do setor externo", destacou. 

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De acordo com Ilan Goldfajn, além de ajustes da economia, o País precisa de reformas, como a tributária e da Previdência Social, para elevar o patamar de crescimento do País no médio prazo. "Sem reformas, uma expansão de 2% em 2018 estará na faixa", comentou. 

"Hoje, contudo, é preciso evitar a contra reforma da Previdência, que teria um impacto relevante às contas públicas. O importante nesse tema é não tomar gol." 

Câmbio e inflação. Goldfajn, afirmou ao Broadcast, serviço de informações da Agência Estado, que "é positivo" o Banco Central mirar a inflação de 4,5% para o fim de 2016, "É viável chegar lá. Mas é um desafio. Como o IPCA deve subir 8,5% neste ano, a inércia será grande para o ano que vem." Ele estima que este indicador de preços ao consumidor deve atingir 5,5% no próximo ano.

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Na avaliação de Goldfajn, foi boa a aprovação da MP 665 pelo Senado ontem, que impõe novas regras ao seguro-desemprego e abono salarial. "O ajuste fiscal aos poucos está avançando. O superávit primário deve atingir 0,8% do PIB em 2015, o que será um resultado favorável", disse.

O economista avalia que o Federal Reserve deverá iniciar o movimento de alta de juros em setembro. "Mas como é um evento muito esperado, se ocorrer volatilidade de moedas (de países emergentes) em relação ao dólar deverá ser moderada", ponderou.

Segundo ele, no contexto do Fed adotar tal decisão, o Banco Central no Brasil poderá eventualmente "modular" a gestão da rolagem de swaps cambiais, a fim de conter alguns excessos de oscilações da cotação da moeda americana ante a brasileira. Na sua avaliação, até o final do ano a relação do dólar com o real já estaria normalizada, tanto que espera que a cotação fechará dezembro em R$ 3,10. 

Ilan Goldfajn, economista-chefe do Itaú-Unibanco Foto: Werther Santana/Estadão

O economista-chefe do Itaú Unibanco, Ilan Goldfajn, afirmou que o Brasil passa neste anos por "cinco mega ajustes" macroeconômicos necessários e que vão ajudar a melhorar o desempenho do nível de atividade no próximo ano. O economista participou de um debate promovido pela associação Americas Society/Council of the Americas, em parceria com a Câmara Americana de Comércio (Amcham) nesta quarta-feira, 27, em São Paulo.

Entre estes movimentos de correção estão a meta de superávit primário próxima a 1,2% do PIB para este ano, retificação da trajetória dos gastos do Tesouro com bancos públicos, como BNDES, fim da repressão de preços relativos, administrativos e câmbio, e a nova postura do Banco Central de centralizar seus esforços para levar a inflação à meta de 4,5% no final de 2016. 

"Sem ajustes, com baixo crescimento e juros altos, a dinâmica da dívida pública é explosiva", comentou Goldfajn. "O câmbio de equilíbrio, que hoje está pouco acima de R$ 3,00, iria para R$ 4,00 numa crise."

Na avaliação de Goldfajn, um dos problemas econômicos que o País registrou recentemente foi represar preços administrados. "Isso foi impressionante", destacou, ressaltando que tal movimento acabou sendo corrigido, o que deve gerar uma alta de 14% desta categoria de preços neste ano e influenciará para o que o IPCA suba 8,5% em 2015. 

Para ele, o conjunto de ajustes macroeconômicos que estão em curso neste ano são fundamentais e indispensáveis, mas devem gerar uma retração de 1,5% do PIB em 2015. "Já acho essa previsão otimista", comentou. Para o ano que vem, ele espera uma expansão do PIB entre 0,5% e 0,7%, o que significará na prática que "o PIB parou de cair." "O crescimento em 2016 não virá de consumo, mas de aumento dos índices de confiança e alguma ajuda do setor externo", destacou. 

De acordo com Ilan Goldfajn, além de ajustes da economia, o País precisa de reformas, como a tributária e da Previdência Social, para elevar o patamar de crescimento do País no médio prazo. "Sem reformas, uma expansão de 2% em 2018 estará na faixa", comentou. 

"Hoje, contudo, é preciso evitar a contra reforma da Previdência, que teria um impacto relevante às contas públicas. O importante nesse tema é não tomar gol." 

Câmbio e inflação. Goldfajn, afirmou ao Broadcast, serviço de informações da Agência Estado, que "é positivo" o Banco Central mirar a inflação de 4,5% para o fim de 2016, "É viável chegar lá. Mas é um desafio. Como o IPCA deve subir 8,5% neste ano, a inércia será grande para o ano que vem." Ele estima que este indicador de preços ao consumidor deve atingir 5,5% no próximo ano.

Na avaliação de Goldfajn, foi boa a aprovação da MP 665 pelo Senado ontem, que impõe novas regras ao seguro-desemprego e abono salarial. "O ajuste fiscal aos poucos está avançando. O superávit primário deve atingir 0,8% do PIB em 2015, o que será um resultado favorável", disse.

O economista avalia que o Federal Reserve deverá iniciar o movimento de alta de juros em setembro. "Mas como é um evento muito esperado, se ocorrer volatilidade de moedas (de países emergentes) em relação ao dólar deverá ser moderada", ponderou.

Segundo ele, no contexto do Fed adotar tal decisão, o Banco Central no Brasil poderá eventualmente "modular" a gestão da rolagem de swaps cambiais, a fim de conter alguns excessos de oscilações da cotação da moeda americana ante a brasileira. Na sua avaliação, até o final do ano a relação do dólar com o real já estaria normalizada, tanto que espera que a cotação fechará dezembro em R$ 3,10. 

Ilan Goldfajn, economista-chefe do Itaú-Unibanco Foto: Werther Santana/Estadão

O economista-chefe do Itaú Unibanco, Ilan Goldfajn, afirmou que o Brasil passa neste anos por "cinco mega ajustes" macroeconômicos necessários e que vão ajudar a melhorar o desempenho do nível de atividade no próximo ano. O economista participou de um debate promovido pela associação Americas Society/Council of the Americas, em parceria com a Câmara Americana de Comércio (Amcham) nesta quarta-feira, 27, em São Paulo.

Entre estes movimentos de correção estão a meta de superávit primário próxima a 1,2% do PIB para este ano, retificação da trajetória dos gastos do Tesouro com bancos públicos, como BNDES, fim da repressão de preços relativos, administrativos e câmbio, e a nova postura do Banco Central de centralizar seus esforços para levar a inflação à meta de 4,5% no final de 2016. 

"Sem ajustes, com baixo crescimento e juros altos, a dinâmica da dívida pública é explosiva", comentou Goldfajn. "O câmbio de equilíbrio, que hoje está pouco acima de R$ 3,00, iria para R$ 4,00 numa crise."

Na avaliação de Goldfajn, um dos problemas econômicos que o País registrou recentemente foi represar preços administrados. "Isso foi impressionante", destacou, ressaltando que tal movimento acabou sendo corrigido, o que deve gerar uma alta de 14% desta categoria de preços neste ano e influenciará para o que o IPCA suba 8,5% em 2015. 

Para ele, o conjunto de ajustes macroeconômicos que estão em curso neste ano são fundamentais e indispensáveis, mas devem gerar uma retração de 1,5% do PIB em 2015. "Já acho essa previsão otimista", comentou. Para o ano que vem, ele espera uma expansão do PIB entre 0,5% e 0,7%, o que significará na prática que "o PIB parou de cair." "O crescimento em 2016 não virá de consumo, mas de aumento dos índices de confiança e alguma ajuda do setor externo", destacou. 

De acordo com Ilan Goldfajn, além de ajustes da economia, o País precisa de reformas, como a tributária e da Previdência Social, para elevar o patamar de crescimento do País no médio prazo. "Sem reformas, uma expansão de 2% em 2018 estará na faixa", comentou. 

"Hoje, contudo, é preciso evitar a contra reforma da Previdência, que teria um impacto relevante às contas públicas. O importante nesse tema é não tomar gol." 

Câmbio e inflação. Goldfajn, afirmou ao Broadcast, serviço de informações da Agência Estado, que "é positivo" o Banco Central mirar a inflação de 4,5% para o fim de 2016, "É viável chegar lá. Mas é um desafio. Como o IPCA deve subir 8,5% neste ano, a inércia será grande para o ano que vem." Ele estima que este indicador de preços ao consumidor deve atingir 5,5% no próximo ano.

Na avaliação de Goldfajn, foi boa a aprovação da MP 665 pelo Senado ontem, que impõe novas regras ao seguro-desemprego e abono salarial. "O ajuste fiscal aos poucos está avançando. O superávit primário deve atingir 0,8% do PIB em 2015, o que será um resultado favorável", disse.

O economista avalia que o Federal Reserve deverá iniciar o movimento de alta de juros em setembro. "Mas como é um evento muito esperado, se ocorrer volatilidade de moedas (de países emergentes) em relação ao dólar deverá ser moderada", ponderou.

Segundo ele, no contexto do Fed adotar tal decisão, o Banco Central no Brasil poderá eventualmente "modular" a gestão da rolagem de swaps cambiais, a fim de conter alguns excessos de oscilações da cotação da moeda americana ante a brasileira. Na sua avaliação, até o final do ano a relação do dólar com o real já estaria normalizada, tanto que espera que a cotação fechará dezembro em R$ 3,10. 

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