Uma das maiores corretoras do País, a XP Investimentos vai começar a rever o papel do escritório após a pandemia do coronavírus. “A XP tinha planos de ter 40 mil m² de escritórios em São Paulo. Hoje temos 24 mil m². Será que a gente precisa ter mais? Será que não é melhor ter mais áreas de convivência? São discussões que vieram para ficar”, diz Rafael Furlanetti, sócio e diretor institucional da XP.
Desde março, o executivo também comanda uma série de entrevistas ao vivo com empresários, políticos e juízes para discutir os rumos do País por conta da crise do coronavírus. “A XP já utilizava o Zoom para reuniões, mas parece que essas ferramentas vieram para ficar no mundo corporativo. A dinâmica com a nossa equipe e com os clientes vai mudar.”
A XP foi uma das empresas que anunciaram contratação em meio à coronavírus. Para quais funções?
Estamos contratando profissionais de TI. Algumas startups demitiram neste período e colocaram muita mão de obra boa no mercado. Temos 200 vagas e podemos chegar a 600 até o fim do ano.
Os fundos de Venture Capital (que investem em empresas iniciantes) vão reduzir o ritmo de aportes em startups?
Até há pouco tempo, o cenário era seeking growth (buscar crescimento). De lá pra cá, além do crescimento, a lucratividade começou a importar. Vai ter maior seletividade do capital.
A XP foi uma das primeiras empresas a reportar casos de coronavírus. Como o grupo tem passado pela pandemia?
A XP teve dois casos. Fizemos isolamento rápido. Quando o home office foi inevitável, agimos rapidamente e está dando muito certo. Será que vai precisar ter todo mundo em escritório depois disso? A gente tinha planos de ter 40 mil m² de escritórios em São Paulo. Hoje temos 24 mil m². Será que não é melhor ter mais áreas de convivência para as pessoas fazerem dinâmica? São discussões que vieram para ficar.
Você tem liderado pela XP entrevistas ao vivo com empresários, políticos e judiciário para discutir os feitos do coronavírus na economia. Como vamos passar por essa crise?
Existe uma liquidez empoçada no mundo que vai ter de ir para algum lugar. Quem vai sair primeiro da crise serão os Estados Unidos e Europa. Só depois, esse dinheiro virá para mercado emergente. A recuperação vai ser mais lenta, mas vai acontecer.