Shein: abertura de capital nos EUA pode esbarrar em denúncias sobre abuso de mão de obra


Empresa é acusada de recorrer a trabalho forçado na região de Xinjiang, na China; nos EUA, políticos tentam fazer companhia pisar no freio de expansão rápida

Por Jordyn Holman
Atualização:

THE NEW YORK TIMES - A Shein, varejista de ultra fast-fashion bastante popular entre os consumidores das gerações Z e Y, encara o pedido de mais de uma dúzia de procuradores-gerais estaduais para responder a perguntas sobre suas práticas comerciais conforme a empresa se expande nos Estados Unidos.

Os procuradores-gerais republicanos de 16 Estados enviaram uma carta para Gary Gensler, presidente da Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC, na sigla me inglês), manifestando preocupações com os planos da empresa de entrar com um pedido de IPO no país, o que muitos investidores esperam que aconteça em breve.

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Eles encorajaram a agência a ordenar que a Shein, fundada na China em 2012 e agora com sede em Cingapura, seja submetida a um processo independente, como requisito para o pedido de IPO, para provar que não utiliza trabalho forçado.

O mercado de listagens na Bolsa nos EUA mostrou recentemente alguns sinais de vida, depois de mais de um ano de atividade baixa, no qual as empresas fugiram dos mercados voláteis e da desaceleração do crescimento econômico.

Empresas como a fabricante de chips Arm Holdings e a de entrega de alimentos Instacart entraram há pouco tempo com um pedido de abertura de capital, sinalizando que o mercado pode estar se tornando mais favorável para as listagens na Bolsa. A Shein não comentou sobre os possíveis planos de IPO.

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“É evidente que a Shein está tentando lançar um IPO antes do final deste ano”, dizia a carta dos procuradores-gerais. “Um IPO dessa magnitude — envolvendo uma empresa estrangeira que enfrenta preocupações plausíveis a respeito de suas principais práticas comerciais — não pode avançar apenas com o preenchimento de um formulário.”

Shein passou a se disponibilizar neste ano para uma maior fiscalização de suas operações Foto: Richard Drew/AP

Um porta-voz da Shein disse que a empresa “continuaria a colaborar com as autoridades federais e estaduais dos EUA para responder suas perguntas”.

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A carta foi enviada no mesmo dia em que Shein anunciou que estava assumindo uma participação financeira da empresa controladora da Forever 21 e que poderia vender suas peças de vestuário baratas, que incluem blusas de US$ 5 e vestidos de US$ 10, nas lojas da Forever 21 em shoppings americanos.

Há quase um ano, a Shein vem sendo persistentemente acusada de recorrer a trabalho forçado na região de Xinjiang, na China. O governo dos EUA proibiu as importações da região devido a violações de direitos humanos contra os uigures, um grupo predominantemente muçulmano. A Bloomberg publicou no ano passado que algumas roupas da Shein eram produzidas com algodão de Xinjiang. A Shein negou usar trabalho forçado.

A Shein, que historicamente tem se negado a comentar seu modelo de negócios, passou a se manifestar mais este ano, disponibilizando-se para uma maior fiscalização de suas operações.

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Em abril, a empresa realizou uma conferência para comemorar seu programa de designers independentes, que foi formado depois de profissionais acusarem a empresa de roubar o trabalho deles. (A Shein entrou em contato com os designers independentes no final de 2020 sobre o programa, mas ele só foi posto em prática em 2021.)

Na mesma época, surgiu um grupo chamado “Shut Down Shein” (Acabem com a Shein). Em junho, a empresa convidou influenciadores para visitar uma de suas fábricas na China, o que gerou uma reação negativa nas redes sociais por pessoas que consideraram a viagem um meio de ofuscar as sérias preocupações com as condições de trabalho na fábrica.

Além disso, também há as questões geopolíticas. A relação entre o governo dos EUA e algumas empresas chinesas, como a Shein e o TikTok, tem se tornado mais contenciosa. A secretária do Comércio, Gina Raimondo, que está na China esta semana, disse que os EUA não estão tentando cortar os laços econômicos com a China, mas enfatizou as preocupações com a segurança nacional, roubo de propriedade intelectual e outras questões.

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O grupo de procuradores-gerais estaduais que enviou a carta para a SEC foi liderado por Austin Knudsen, procurador-geral de Montana, que também liderou a cobrança pressionando o governo americano a analisar com mais cuidado a expansão do TikTok.

Esta não é a primeira vez que os políticos incentivam a SEC a tomar uma atitude em relação à Shein. Em maio, dois membros do Congresso escreveram para a agência reguladora de valores mobiliários solicitando que, como condição para uma oferta pública inicial, a empresa deveria primeiro dar provas, fornecidas por serviços de terceiros, de que não usa trabalho forçado uigur./Tradução de Romina Cácia

THE NEW YORK TIMES - A Shein, varejista de ultra fast-fashion bastante popular entre os consumidores das gerações Z e Y, encara o pedido de mais de uma dúzia de procuradores-gerais estaduais para responder a perguntas sobre suas práticas comerciais conforme a empresa se expande nos Estados Unidos.

Os procuradores-gerais republicanos de 16 Estados enviaram uma carta para Gary Gensler, presidente da Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC, na sigla me inglês), manifestando preocupações com os planos da empresa de entrar com um pedido de IPO no país, o que muitos investidores esperam que aconteça em breve.

Eles encorajaram a agência a ordenar que a Shein, fundada na China em 2012 e agora com sede em Cingapura, seja submetida a um processo independente, como requisito para o pedido de IPO, para provar que não utiliza trabalho forçado.

O mercado de listagens na Bolsa nos EUA mostrou recentemente alguns sinais de vida, depois de mais de um ano de atividade baixa, no qual as empresas fugiram dos mercados voláteis e da desaceleração do crescimento econômico.

Empresas como a fabricante de chips Arm Holdings e a de entrega de alimentos Instacart entraram há pouco tempo com um pedido de abertura de capital, sinalizando que o mercado pode estar se tornando mais favorável para as listagens na Bolsa. A Shein não comentou sobre os possíveis planos de IPO.

“É evidente que a Shein está tentando lançar um IPO antes do final deste ano”, dizia a carta dos procuradores-gerais. “Um IPO dessa magnitude — envolvendo uma empresa estrangeira que enfrenta preocupações plausíveis a respeito de suas principais práticas comerciais — não pode avançar apenas com o preenchimento de um formulário.”

Shein passou a se disponibilizar neste ano para uma maior fiscalização de suas operações Foto: Richard Drew/AP

Um porta-voz da Shein disse que a empresa “continuaria a colaborar com as autoridades federais e estaduais dos EUA para responder suas perguntas”.

A carta foi enviada no mesmo dia em que Shein anunciou que estava assumindo uma participação financeira da empresa controladora da Forever 21 e que poderia vender suas peças de vestuário baratas, que incluem blusas de US$ 5 e vestidos de US$ 10, nas lojas da Forever 21 em shoppings americanos.

Há quase um ano, a Shein vem sendo persistentemente acusada de recorrer a trabalho forçado na região de Xinjiang, na China. O governo dos EUA proibiu as importações da região devido a violações de direitos humanos contra os uigures, um grupo predominantemente muçulmano. A Bloomberg publicou no ano passado que algumas roupas da Shein eram produzidas com algodão de Xinjiang. A Shein negou usar trabalho forçado.

A Shein, que historicamente tem se negado a comentar seu modelo de negócios, passou a se manifestar mais este ano, disponibilizando-se para uma maior fiscalização de suas operações.

Em abril, a empresa realizou uma conferência para comemorar seu programa de designers independentes, que foi formado depois de profissionais acusarem a empresa de roubar o trabalho deles. (A Shein entrou em contato com os designers independentes no final de 2020 sobre o programa, mas ele só foi posto em prática em 2021.)

Na mesma época, surgiu um grupo chamado “Shut Down Shein” (Acabem com a Shein). Em junho, a empresa convidou influenciadores para visitar uma de suas fábricas na China, o que gerou uma reação negativa nas redes sociais por pessoas que consideraram a viagem um meio de ofuscar as sérias preocupações com as condições de trabalho na fábrica.

Além disso, também há as questões geopolíticas. A relação entre o governo dos EUA e algumas empresas chinesas, como a Shein e o TikTok, tem se tornado mais contenciosa. A secretária do Comércio, Gina Raimondo, que está na China esta semana, disse que os EUA não estão tentando cortar os laços econômicos com a China, mas enfatizou as preocupações com a segurança nacional, roubo de propriedade intelectual e outras questões.

O grupo de procuradores-gerais estaduais que enviou a carta para a SEC foi liderado por Austin Knudsen, procurador-geral de Montana, que também liderou a cobrança pressionando o governo americano a analisar com mais cuidado a expansão do TikTok.

Esta não é a primeira vez que os políticos incentivam a SEC a tomar uma atitude em relação à Shein. Em maio, dois membros do Congresso escreveram para a agência reguladora de valores mobiliários solicitando que, como condição para uma oferta pública inicial, a empresa deveria primeiro dar provas, fornecidas por serviços de terceiros, de que não usa trabalho forçado uigur./Tradução de Romina Cácia

THE NEW YORK TIMES - A Shein, varejista de ultra fast-fashion bastante popular entre os consumidores das gerações Z e Y, encara o pedido de mais de uma dúzia de procuradores-gerais estaduais para responder a perguntas sobre suas práticas comerciais conforme a empresa se expande nos Estados Unidos.

Os procuradores-gerais republicanos de 16 Estados enviaram uma carta para Gary Gensler, presidente da Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC, na sigla me inglês), manifestando preocupações com os planos da empresa de entrar com um pedido de IPO no país, o que muitos investidores esperam que aconteça em breve.

Eles encorajaram a agência a ordenar que a Shein, fundada na China em 2012 e agora com sede em Cingapura, seja submetida a um processo independente, como requisito para o pedido de IPO, para provar que não utiliza trabalho forçado.

O mercado de listagens na Bolsa nos EUA mostrou recentemente alguns sinais de vida, depois de mais de um ano de atividade baixa, no qual as empresas fugiram dos mercados voláteis e da desaceleração do crescimento econômico.

Empresas como a fabricante de chips Arm Holdings e a de entrega de alimentos Instacart entraram há pouco tempo com um pedido de abertura de capital, sinalizando que o mercado pode estar se tornando mais favorável para as listagens na Bolsa. A Shein não comentou sobre os possíveis planos de IPO.

“É evidente que a Shein está tentando lançar um IPO antes do final deste ano”, dizia a carta dos procuradores-gerais. “Um IPO dessa magnitude — envolvendo uma empresa estrangeira que enfrenta preocupações plausíveis a respeito de suas principais práticas comerciais — não pode avançar apenas com o preenchimento de um formulário.”

Shein passou a se disponibilizar neste ano para uma maior fiscalização de suas operações Foto: Richard Drew/AP

Um porta-voz da Shein disse que a empresa “continuaria a colaborar com as autoridades federais e estaduais dos EUA para responder suas perguntas”.

A carta foi enviada no mesmo dia em que Shein anunciou que estava assumindo uma participação financeira da empresa controladora da Forever 21 e que poderia vender suas peças de vestuário baratas, que incluem blusas de US$ 5 e vestidos de US$ 10, nas lojas da Forever 21 em shoppings americanos.

Há quase um ano, a Shein vem sendo persistentemente acusada de recorrer a trabalho forçado na região de Xinjiang, na China. O governo dos EUA proibiu as importações da região devido a violações de direitos humanos contra os uigures, um grupo predominantemente muçulmano. A Bloomberg publicou no ano passado que algumas roupas da Shein eram produzidas com algodão de Xinjiang. A Shein negou usar trabalho forçado.

A Shein, que historicamente tem se negado a comentar seu modelo de negócios, passou a se manifestar mais este ano, disponibilizando-se para uma maior fiscalização de suas operações.

Em abril, a empresa realizou uma conferência para comemorar seu programa de designers independentes, que foi formado depois de profissionais acusarem a empresa de roubar o trabalho deles. (A Shein entrou em contato com os designers independentes no final de 2020 sobre o programa, mas ele só foi posto em prática em 2021.)

Na mesma época, surgiu um grupo chamado “Shut Down Shein” (Acabem com a Shein). Em junho, a empresa convidou influenciadores para visitar uma de suas fábricas na China, o que gerou uma reação negativa nas redes sociais por pessoas que consideraram a viagem um meio de ofuscar as sérias preocupações com as condições de trabalho na fábrica.

Além disso, também há as questões geopolíticas. A relação entre o governo dos EUA e algumas empresas chinesas, como a Shein e o TikTok, tem se tornado mais contenciosa. A secretária do Comércio, Gina Raimondo, que está na China esta semana, disse que os EUA não estão tentando cortar os laços econômicos com a China, mas enfatizou as preocupações com a segurança nacional, roubo de propriedade intelectual e outras questões.

O grupo de procuradores-gerais estaduais que enviou a carta para a SEC foi liderado por Austin Knudsen, procurador-geral de Montana, que também liderou a cobrança pressionando o governo americano a analisar com mais cuidado a expansão do TikTok.

Esta não é a primeira vez que os políticos incentivam a SEC a tomar uma atitude em relação à Shein. Em maio, dois membros do Congresso escreveram para a agência reguladora de valores mobiliários solicitando que, como condição para uma oferta pública inicial, a empresa deveria primeiro dar provas, fornecidas por serviços de terceiros, de que não usa trabalho forçado uigur./Tradução de Romina Cácia

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