Tebet: reforma tributária que simplifique impostos é o que vai reativar a indústria no Brasil


Ministra disse também que o País tem hoje “todos os cenários” para um recuo robusto da Selic a partir de agosto

Por Daniel Tozzi Mendes e Gustavo Nicoletta
Atualização:

São Paulo - A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, defendeu nesta sexta-feira, 30, que uma reforma tributária que simplifique impostos é o que vai reativar a indústria no Brasil. “Se não aprovarmos uma boa reforma, que simplifique impostos, que tribute lá no consumo, para diminuir a carga tributária da indústria como um todo, nós vamos continuar perdendo indústrias, fechando postos de trabalho, mandando embora trabalhadores e trazendo produtos importados de fora”, disse, em entrevista à GloboNews.

A ministra ainda argumentou que as recentes notícias de interrupção de produção de automóveis por parte de montadoras no País não têm qualquer relação com um descumprimento de acordo entre as empresas e o governo, que adotou um programa de incentivo à compra de veículos no último mês de junho.

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“Não entendo que seja problema de cumprimento ou descumprimento do que foi acordado. Todos nós, governo, montadoras e empresários do setor temos consciência de que essa facilidade na compra de carros era muito mais um paliativo, de estender a permanência do trabalhador no emprego, nas montadoras, do que propriamente a solução para um problema”, explicou. “A base do problema está em um sistema tributário caótico, um dos piores do mundo, que é uma colcha de retalhos”, reforçou a ministra.

Para Simone Tebet, quedas nos juros de longo prazo e aprovação do novo arcabouço fiscal corroboram cenário para queda na Selic Foto: Edu Andrade/Ascom/MF
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Queda dos juros

Tebet disse também que o Brasil apresenta hoje “todos os cenários” para um recuo robusto na taxa de juros a partir de agosto. Segundo ela, além da desaceleração da inflação, as quedas nas taxas de juros de longo prazo e a aprovação do novo arcabouço fiscal corroboram esse cenário, que atualmente é muito diferente do observado em 2022.

“Quando a Selic chegou em 13,75%, tínhamos uma inflação de 10% e um juro real de 3,75%, no máximo 4%. Agora, a situação é a inversa: continuamos com 13,75%, mas com uma inflação muito baixa, os juros reais no Brasil estão entre os maiores do mundo”, disse a ministra. “Claro que isso sozinho não é o suficiente para baixar os juros, nós sabemos que o que faz essa taxa é a expectativa de podermos ter uma inflação maior nos próximos anos, mas hoje tudo está depondo a favor de uma queda acentuada (na Selic).”

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Na entrevista, Tebet ainda destacou que, além da definição do número e intensidade dos cortes nos juros, foi importante que ao menos parte do Banco Central reconheceu que a situação socioeconômica do País é muito distinta em relação ao ano passado.

Votação do Carf

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A ministra disse ainda que o Congresso Nacional está chegando a um consenso sobre a votação da Medida Provisória do Conselho de Administração de Recursos Fiscais (Carf). A medida em análise determina que, em caso de empate nas decisões do órgão, o voto de qualidade passe a ser do governo federal.

“O Carf hoje está nas mãos do Fernando Haddad (ministro da Fazenda), conversei com ele ontem, e estou muito otimista com a aprovação no Congresso, com alguns ajustes necessários, após ouvir as demandas do Congresso e saber o que eles estão pensando. O importante é que eles estão chegando a um consenso”, afirmou, na entrevista.

A ministra reforçou que é preciso deixar clara a necessidade de que, em caso de empate nas votações do órgão, a decisão favoreça o Ministério da Fazenda. “E quem se sentir prejudicado pode recorrer dessa decisão”, ressaltou.

São Paulo - A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, defendeu nesta sexta-feira, 30, que uma reforma tributária que simplifique impostos é o que vai reativar a indústria no Brasil. “Se não aprovarmos uma boa reforma, que simplifique impostos, que tribute lá no consumo, para diminuir a carga tributária da indústria como um todo, nós vamos continuar perdendo indústrias, fechando postos de trabalho, mandando embora trabalhadores e trazendo produtos importados de fora”, disse, em entrevista à GloboNews.

A ministra ainda argumentou que as recentes notícias de interrupção de produção de automóveis por parte de montadoras no País não têm qualquer relação com um descumprimento de acordo entre as empresas e o governo, que adotou um programa de incentivo à compra de veículos no último mês de junho.

“Não entendo que seja problema de cumprimento ou descumprimento do que foi acordado. Todos nós, governo, montadoras e empresários do setor temos consciência de que essa facilidade na compra de carros era muito mais um paliativo, de estender a permanência do trabalhador no emprego, nas montadoras, do que propriamente a solução para um problema”, explicou. “A base do problema está em um sistema tributário caótico, um dos piores do mundo, que é uma colcha de retalhos”, reforçou a ministra.

Para Simone Tebet, quedas nos juros de longo prazo e aprovação do novo arcabouço fiscal corroboram cenário para queda na Selic Foto: Edu Andrade/Ascom/MF

Queda dos juros

Tebet disse também que o Brasil apresenta hoje “todos os cenários” para um recuo robusto na taxa de juros a partir de agosto. Segundo ela, além da desaceleração da inflação, as quedas nas taxas de juros de longo prazo e a aprovação do novo arcabouço fiscal corroboram esse cenário, que atualmente é muito diferente do observado em 2022.

“Quando a Selic chegou em 13,75%, tínhamos uma inflação de 10% e um juro real de 3,75%, no máximo 4%. Agora, a situação é a inversa: continuamos com 13,75%, mas com uma inflação muito baixa, os juros reais no Brasil estão entre os maiores do mundo”, disse a ministra. “Claro que isso sozinho não é o suficiente para baixar os juros, nós sabemos que o que faz essa taxa é a expectativa de podermos ter uma inflação maior nos próximos anos, mas hoje tudo está depondo a favor de uma queda acentuada (na Selic).”

Na entrevista, Tebet ainda destacou que, além da definição do número e intensidade dos cortes nos juros, foi importante que ao menos parte do Banco Central reconheceu que a situação socioeconômica do País é muito distinta em relação ao ano passado.

Votação do Carf

A ministra disse ainda que o Congresso Nacional está chegando a um consenso sobre a votação da Medida Provisória do Conselho de Administração de Recursos Fiscais (Carf). A medida em análise determina que, em caso de empate nas decisões do órgão, o voto de qualidade passe a ser do governo federal.

“O Carf hoje está nas mãos do Fernando Haddad (ministro da Fazenda), conversei com ele ontem, e estou muito otimista com a aprovação no Congresso, com alguns ajustes necessários, após ouvir as demandas do Congresso e saber o que eles estão pensando. O importante é que eles estão chegando a um consenso”, afirmou, na entrevista.

A ministra reforçou que é preciso deixar clara a necessidade de que, em caso de empate nas votações do órgão, a decisão favoreça o Ministério da Fazenda. “E quem se sentir prejudicado pode recorrer dessa decisão”, ressaltou.

São Paulo - A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, defendeu nesta sexta-feira, 30, que uma reforma tributária que simplifique impostos é o que vai reativar a indústria no Brasil. “Se não aprovarmos uma boa reforma, que simplifique impostos, que tribute lá no consumo, para diminuir a carga tributária da indústria como um todo, nós vamos continuar perdendo indústrias, fechando postos de trabalho, mandando embora trabalhadores e trazendo produtos importados de fora”, disse, em entrevista à GloboNews.

A ministra ainda argumentou que as recentes notícias de interrupção de produção de automóveis por parte de montadoras no País não têm qualquer relação com um descumprimento de acordo entre as empresas e o governo, que adotou um programa de incentivo à compra de veículos no último mês de junho.

“Não entendo que seja problema de cumprimento ou descumprimento do que foi acordado. Todos nós, governo, montadoras e empresários do setor temos consciência de que essa facilidade na compra de carros era muito mais um paliativo, de estender a permanência do trabalhador no emprego, nas montadoras, do que propriamente a solução para um problema”, explicou. “A base do problema está em um sistema tributário caótico, um dos piores do mundo, que é uma colcha de retalhos”, reforçou a ministra.

Para Simone Tebet, quedas nos juros de longo prazo e aprovação do novo arcabouço fiscal corroboram cenário para queda na Selic Foto: Edu Andrade/Ascom/MF

Queda dos juros

Tebet disse também que o Brasil apresenta hoje “todos os cenários” para um recuo robusto na taxa de juros a partir de agosto. Segundo ela, além da desaceleração da inflação, as quedas nas taxas de juros de longo prazo e a aprovação do novo arcabouço fiscal corroboram esse cenário, que atualmente é muito diferente do observado em 2022.

“Quando a Selic chegou em 13,75%, tínhamos uma inflação de 10% e um juro real de 3,75%, no máximo 4%. Agora, a situação é a inversa: continuamos com 13,75%, mas com uma inflação muito baixa, os juros reais no Brasil estão entre os maiores do mundo”, disse a ministra. “Claro que isso sozinho não é o suficiente para baixar os juros, nós sabemos que o que faz essa taxa é a expectativa de podermos ter uma inflação maior nos próximos anos, mas hoje tudo está depondo a favor de uma queda acentuada (na Selic).”

Na entrevista, Tebet ainda destacou que, além da definição do número e intensidade dos cortes nos juros, foi importante que ao menos parte do Banco Central reconheceu que a situação socioeconômica do País é muito distinta em relação ao ano passado.

Votação do Carf

A ministra disse ainda que o Congresso Nacional está chegando a um consenso sobre a votação da Medida Provisória do Conselho de Administração de Recursos Fiscais (Carf). A medida em análise determina que, em caso de empate nas decisões do órgão, o voto de qualidade passe a ser do governo federal.

“O Carf hoje está nas mãos do Fernando Haddad (ministro da Fazenda), conversei com ele ontem, e estou muito otimista com a aprovação no Congresso, com alguns ajustes necessários, após ouvir as demandas do Congresso e saber o que eles estão pensando. O importante é que eles estão chegando a um consenso”, afirmou, na entrevista.

A ministra reforçou que é preciso deixar clara a necessidade de que, em caso de empate nas votações do órgão, a decisão favoreça o Ministério da Fazenda. “E quem se sentir prejudicado pode recorrer dessa decisão”, ressaltou.

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