Por que não faz concurso público? Sete piores conselhos profissionais que os CEOs já receberam


“Escolha uma empresa e fique até se aposentar” ou ‘Cresça a qualquer custo” são algumas das sugestões que as lideranças já receberam de colegas e familiares

Por Bruna Klingspiegel

Seja qual for a sua área de atuação, todo mundo acha que sabe o melhor para sua vida profissional, e os conselhos furados são recorrentes entre familiares, amigos e ex-chefes.

Largar tudo e fazer um concurso público e os clichês profissionais de produtividade ou desenvolvimento são as sugestões mais comuns.

Por mais bem-intencionadas que as pessoas sejam, quando se trata de conselhos profissionais, ninguém tem a resposta universal. Afinal, como diz o ditado, se conselho fosse bom, ninguém daria de graça.

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O Estadão ouviu oito CEOs e lideranças que contaram os piores conselhos que já receberam e como isso os afetou profissionalmente. Confira abaixo:

“Não seja uma ameaça para os homens”

Um conselho recebido por Dani Junco, CEO da B2Mamy, plataforma de aprendizagem em comunidade para mães e mulheres, teve um impacto duradouro em sua postura durante reuniões onde havia muitos homens presentes.

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Ela recorda que foi aconselhada a “sentar-se rapidamente ao entrar na reunião” devido à sua altura (1,80 metro), voz imponente e grossa, sinais que poderiam ser percebidos como ameaçadores.

Dani Junco criou a B2Mamy com o objetivo de capacitar mulheres para a autonomia financeira Foto: Daniel Teixeira/Estadão

Embora tenha perguntado o motivo, a resposta a deixou insegura. Ela passou a se adaptar, tornando-se mais retraída, sentando-se rapidamente e evitando apertos de mão firmes.

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“Lembro de não olhar nos olhos deles, com medo de ferir o ego masculino”, conta. “Eu deixei de ser eu mesma, isso me machucou e prejudicou. É possível que eu tenha deixado de realizar coisas grandiosas naquela época, justamente por causa desse péssimo conselho que me deram.”

“Escolha uma empresa e fique até se aposentar”

Fabiana Ramos, CEO da PinePR, agência de relações públicas, recorda um dos piores conselhos que recebeu de um familiar: a ideia de que, ao entrar em uma grande empresa, deveria construir sua carreira e permanecer até a aposentadoria.

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Embora tenha passado por renomadas multinacionais, que contribuíram significativamente para seu crescimento profissional, Fabiana nunca compartilhou do desejo de permanecer indefinidamente nesses ambientes.

“Esse conselho foi bem limitador e hoje vejo como é um pensamento ultrapassado, acredito que só se deve permanecer em um lugar que te dê oportunidades, continue crescendo e aprendendo”, explica.

“O importante é só o trabalho”

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O pior conselho que Paulo David recebeu foi durante o 3º ano da faculdade de direito, quando um colega de sala aproximou-se e disse: “Concentre-se inteiramente no estágio e coloque a faculdade em segundo plano”.

Segundo o CEO da AmFi, startup de produtos financeiros para investidores, no direito, havia uma visão limitada de carreira, e tudo o que se discutia era a necessidade de dar prioridade ao estágio, e o mais importante era trabalhar.

No entanto, hoje ele percebe que aqueles que aproveitaram a oportunidade para vivenciar experiências adicionais, como viagens, intercâmbios, exploração de outras áreas e até mesmo a busca por cursos adicionais, conseguiram construir carreiras mais sólidas e bem-sucedidas.

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“Na média, vamos trabalhar uns 40-50 anos na nossa vida, e não há o menor motivo de sacrificar vida pessoal e os estudos por nenhum estágio no mundo.”

“Desista”

Marcelo Melo, especialista em educação internacional e sócio da IE Intercâmbio, aprendeu na prática a não ouvir qualquer conselho, mesmo que seja de pessoas próximas que querem seu bem.

Em meio à pandemia, com o mercado de educação internacional em declínio, um de seus amigos o aconselhou a desistir da empresa e a considerar a mudança de segmento, abraçando a transformação pela qual o mundo estava passando.

“As preocupações eram enormes e ouvir conselhos sobre aquela situação inédita era um caminho. Felizmente seguimos os conselhos para seguir criativamente e batemos todos os resultados da nossa história.”

“Por que não faz concurso público?”

No início de suas carreiras, Igor Vendas, sócio-fundador e COO da Magnólia Papelaria, e Júlia Hueb, sócia-fundadora, CMO e diretora criativa, receberam muitos conselhos da família.

Esses conselhos estavam relacionados à questão da estabilidade, com sugestões constantes para que ambos considerassem fazer concursos públicos.

“A preocupação deles é genuína”, afirma Igor. “A jornada é desafiadora e arriscada, mas para quem está empreendendo acaba não sendo um conselho tão válido.”

“Foque apenas em uma única área de estudo”

Pedro Elero, CEO da Folks Franquias, holding de entretenimento com essência sertaneja, lembra um conselho de carreira que recebeu do chefe durante seu primeiro estágio.

Naquela época, a orientação que lhe foi dada era concentrar-se exclusivamente em sua área de atuação, abandonando a organização estudantil à qual ele pertencia naquele momento.

No entanto, Elero diz que experiências extracurriculares são sempre enriquecedoras e contribuem significativamente para o desenvolvimento de suas competências e para a expansão de sua rede de contatos.

Ele afirma que a experiência se mostrou fundamental para sua trajetória profissional até hoje.

“Em um mundo volátil, incerto e com tanta concorrência no qual vivemos, não podemos nos dar ao luxo de sermos especialistas em algo e esquecer o restante. Um profissional que não se permite explorar, entender e estudar vários assuntos, vai aos poucos perdendo espaço e competitividade no mercado de trabalho”, declara.

Pedro Elero, CEO da Folks Franquias, que detém as marcas Agrobar, Folks Pub e Buteco Folks. Foto: SK Altemir

“Passe por cima de todos para crescer”

“Vá para cima, independente de qualquer coisa.” Esse foi um dos conselhos que Luiz Teixeira, CEO da rede de clínicas de implante dentário Oral Sin, recebeu.

Ele não nega a importância do foco em resultado, mas além das questões éticas, relacionamento, confiança e bom senso são indispensáveis para a construção de uma carreira consolidada.

“Não faz sentido passar por cima das pessoas para ter um resultado a curto prazo”, diz.

“Sempre que eu tinha a oportunidade de criar alianças, ser benevolente, o resultado no futuro vinha de forma muito mais consistente e sustentável do que tentando fazer acontecer em uma cultura tóxica que não dá retorno”.

Flávio Gagliardi, fundador e CEO do Mr. Cheff, maior rede de restaurantes do Paraná, recebeu um conselho parecido. Um empresário, dono de uma corporação que já não existe mais, recomendou que ele deveria focar no crescimento, custasse o que custasse.

Para Gagliardi, passar por cima de tudo e de todos, sem pensar em nada, foi a pior recomendação que já recebeu. “Penso que o ideal é crescer gradual, mas solidamente”, comenta.

Seja qual for a sua área de atuação, todo mundo acha que sabe o melhor para sua vida profissional, e os conselhos furados são recorrentes entre familiares, amigos e ex-chefes.

Largar tudo e fazer um concurso público e os clichês profissionais de produtividade ou desenvolvimento são as sugestões mais comuns.

Por mais bem-intencionadas que as pessoas sejam, quando se trata de conselhos profissionais, ninguém tem a resposta universal. Afinal, como diz o ditado, se conselho fosse bom, ninguém daria de graça.

O Estadão ouviu oito CEOs e lideranças que contaram os piores conselhos que já receberam e como isso os afetou profissionalmente. Confira abaixo:

“Não seja uma ameaça para os homens”

Um conselho recebido por Dani Junco, CEO da B2Mamy, plataforma de aprendizagem em comunidade para mães e mulheres, teve um impacto duradouro em sua postura durante reuniões onde havia muitos homens presentes.

Ela recorda que foi aconselhada a “sentar-se rapidamente ao entrar na reunião” devido à sua altura (1,80 metro), voz imponente e grossa, sinais que poderiam ser percebidos como ameaçadores.

Dani Junco criou a B2Mamy com o objetivo de capacitar mulheres para a autonomia financeira Foto: Daniel Teixeira/Estadão

Embora tenha perguntado o motivo, a resposta a deixou insegura. Ela passou a se adaptar, tornando-se mais retraída, sentando-se rapidamente e evitando apertos de mão firmes.

“Lembro de não olhar nos olhos deles, com medo de ferir o ego masculino”, conta. “Eu deixei de ser eu mesma, isso me machucou e prejudicou. É possível que eu tenha deixado de realizar coisas grandiosas naquela época, justamente por causa desse péssimo conselho que me deram.”

“Escolha uma empresa e fique até se aposentar”

Fabiana Ramos, CEO da PinePR, agência de relações públicas, recorda um dos piores conselhos que recebeu de um familiar: a ideia de que, ao entrar em uma grande empresa, deveria construir sua carreira e permanecer até a aposentadoria.

Embora tenha passado por renomadas multinacionais, que contribuíram significativamente para seu crescimento profissional, Fabiana nunca compartilhou do desejo de permanecer indefinidamente nesses ambientes.

“Esse conselho foi bem limitador e hoje vejo como é um pensamento ultrapassado, acredito que só se deve permanecer em um lugar que te dê oportunidades, continue crescendo e aprendendo”, explica.

“O importante é só o trabalho”

O pior conselho que Paulo David recebeu foi durante o 3º ano da faculdade de direito, quando um colega de sala aproximou-se e disse: “Concentre-se inteiramente no estágio e coloque a faculdade em segundo plano”.

Segundo o CEO da AmFi, startup de produtos financeiros para investidores, no direito, havia uma visão limitada de carreira, e tudo o que se discutia era a necessidade de dar prioridade ao estágio, e o mais importante era trabalhar.

No entanto, hoje ele percebe que aqueles que aproveitaram a oportunidade para vivenciar experiências adicionais, como viagens, intercâmbios, exploração de outras áreas e até mesmo a busca por cursos adicionais, conseguiram construir carreiras mais sólidas e bem-sucedidas.

“Na média, vamos trabalhar uns 40-50 anos na nossa vida, e não há o menor motivo de sacrificar vida pessoal e os estudos por nenhum estágio no mundo.”

“Desista”

Marcelo Melo, especialista em educação internacional e sócio da IE Intercâmbio, aprendeu na prática a não ouvir qualquer conselho, mesmo que seja de pessoas próximas que querem seu bem.

Em meio à pandemia, com o mercado de educação internacional em declínio, um de seus amigos o aconselhou a desistir da empresa e a considerar a mudança de segmento, abraçando a transformação pela qual o mundo estava passando.

“As preocupações eram enormes e ouvir conselhos sobre aquela situação inédita era um caminho. Felizmente seguimos os conselhos para seguir criativamente e batemos todos os resultados da nossa história.”

“Por que não faz concurso público?”

No início de suas carreiras, Igor Vendas, sócio-fundador e COO da Magnólia Papelaria, e Júlia Hueb, sócia-fundadora, CMO e diretora criativa, receberam muitos conselhos da família.

Esses conselhos estavam relacionados à questão da estabilidade, com sugestões constantes para que ambos considerassem fazer concursos públicos.

“A preocupação deles é genuína”, afirma Igor. “A jornada é desafiadora e arriscada, mas para quem está empreendendo acaba não sendo um conselho tão válido.”

“Foque apenas em uma única área de estudo”

Pedro Elero, CEO da Folks Franquias, holding de entretenimento com essência sertaneja, lembra um conselho de carreira que recebeu do chefe durante seu primeiro estágio.

Naquela época, a orientação que lhe foi dada era concentrar-se exclusivamente em sua área de atuação, abandonando a organização estudantil à qual ele pertencia naquele momento.

No entanto, Elero diz que experiências extracurriculares são sempre enriquecedoras e contribuem significativamente para o desenvolvimento de suas competências e para a expansão de sua rede de contatos.

Ele afirma que a experiência se mostrou fundamental para sua trajetória profissional até hoje.

“Em um mundo volátil, incerto e com tanta concorrência no qual vivemos, não podemos nos dar ao luxo de sermos especialistas em algo e esquecer o restante. Um profissional que não se permite explorar, entender e estudar vários assuntos, vai aos poucos perdendo espaço e competitividade no mercado de trabalho”, declara.

Pedro Elero, CEO da Folks Franquias, que detém as marcas Agrobar, Folks Pub e Buteco Folks. Foto: SK Altemir

“Passe por cima de todos para crescer”

“Vá para cima, independente de qualquer coisa.” Esse foi um dos conselhos que Luiz Teixeira, CEO da rede de clínicas de implante dentário Oral Sin, recebeu.

Ele não nega a importância do foco em resultado, mas além das questões éticas, relacionamento, confiança e bom senso são indispensáveis para a construção de uma carreira consolidada.

“Não faz sentido passar por cima das pessoas para ter um resultado a curto prazo”, diz.

“Sempre que eu tinha a oportunidade de criar alianças, ser benevolente, o resultado no futuro vinha de forma muito mais consistente e sustentável do que tentando fazer acontecer em uma cultura tóxica que não dá retorno”.

Flávio Gagliardi, fundador e CEO do Mr. Cheff, maior rede de restaurantes do Paraná, recebeu um conselho parecido. Um empresário, dono de uma corporação que já não existe mais, recomendou que ele deveria focar no crescimento, custasse o que custasse.

Para Gagliardi, passar por cima de tudo e de todos, sem pensar em nada, foi a pior recomendação que já recebeu. “Penso que o ideal é crescer gradual, mas solidamente”, comenta.

Seja qual for a sua área de atuação, todo mundo acha que sabe o melhor para sua vida profissional, e os conselhos furados são recorrentes entre familiares, amigos e ex-chefes.

Largar tudo e fazer um concurso público e os clichês profissionais de produtividade ou desenvolvimento são as sugestões mais comuns.

Por mais bem-intencionadas que as pessoas sejam, quando se trata de conselhos profissionais, ninguém tem a resposta universal. Afinal, como diz o ditado, se conselho fosse bom, ninguém daria de graça.

O Estadão ouviu oito CEOs e lideranças que contaram os piores conselhos que já receberam e como isso os afetou profissionalmente. Confira abaixo:

“Não seja uma ameaça para os homens”

Um conselho recebido por Dani Junco, CEO da B2Mamy, plataforma de aprendizagem em comunidade para mães e mulheres, teve um impacto duradouro em sua postura durante reuniões onde havia muitos homens presentes.

Ela recorda que foi aconselhada a “sentar-se rapidamente ao entrar na reunião” devido à sua altura (1,80 metro), voz imponente e grossa, sinais que poderiam ser percebidos como ameaçadores.

Dani Junco criou a B2Mamy com o objetivo de capacitar mulheres para a autonomia financeira Foto: Daniel Teixeira/Estadão

Embora tenha perguntado o motivo, a resposta a deixou insegura. Ela passou a se adaptar, tornando-se mais retraída, sentando-se rapidamente e evitando apertos de mão firmes.

“Lembro de não olhar nos olhos deles, com medo de ferir o ego masculino”, conta. “Eu deixei de ser eu mesma, isso me machucou e prejudicou. É possível que eu tenha deixado de realizar coisas grandiosas naquela época, justamente por causa desse péssimo conselho que me deram.”

“Escolha uma empresa e fique até se aposentar”

Fabiana Ramos, CEO da PinePR, agência de relações públicas, recorda um dos piores conselhos que recebeu de um familiar: a ideia de que, ao entrar em uma grande empresa, deveria construir sua carreira e permanecer até a aposentadoria.

Embora tenha passado por renomadas multinacionais, que contribuíram significativamente para seu crescimento profissional, Fabiana nunca compartilhou do desejo de permanecer indefinidamente nesses ambientes.

“Esse conselho foi bem limitador e hoje vejo como é um pensamento ultrapassado, acredito que só se deve permanecer em um lugar que te dê oportunidades, continue crescendo e aprendendo”, explica.

“O importante é só o trabalho”

O pior conselho que Paulo David recebeu foi durante o 3º ano da faculdade de direito, quando um colega de sala aproximou-se e disse: “Concentre-se inteiramente no estágio e coloque a faculdade em segundo plano”.

Segundo o CEO da AmFi, startup de produtos financeiros para investidores, no direito, havia uma visão limitada de carreira, e tudo o que se discutia era a necessidade de dar prioridade ao estágio, e o mais importante era trabalhar.

No entanto, hoje ele percebe que aqueles que aproveitaram a oportunidade para vivenciar experiências adicionais, como viagens, intercâmbios, exploração de outras áreas e até mesmo a busca por cursos adicionais, conseguiram construir carreiras mais sólidas e bem-sucedidas.

“Na média, vamos trabalhar uns 40-50 anos na nossa vida, e não há o menor motivo de sacrificar vida pessoal e os estudos por nenhum estágio no mundo.”

“Desista”

Marcelo Melo, especialista em educação internacional e sócio da IE Intercâmbio, aprendeu na prática a não ouvir qualquer conselho, mesmo que seja de pessoas próximas que querem seu bem.

Em meio à pandemia, com o mercado de educação internacional em declínio, um de seus amigos o aconselhou a desistir da empresa e a considerar a mudança de segmento, abraçando a transformação pela qual o mundo estava passando.

“As preocupações eram enormes e ouvir conselhos sobre aquela situação inédita era um caminho. Felizmente seguimos os conselhos para seguir criativamente e batemos todos os resultados da nossa história.”

“Por que não faz concurso público?”

No início de suas carreiras, Igor Vendas, sócio-fundador e COO da Magnólia Papelaria, e Júlia Hueb, sócia-fundadora, CMO e diretora criativa, receberam muitos conselhos da família.

Esses conselhos estavam relacionados à questão da estabilidade, com sugestões constantes para que ambos considerassem fazer concursos públicos.

“A preocupação deles é genuína”, afirma Igor. “A jornada é desafiadora e arriscada, mas para quem está empreendendo acaba não sendo um conselho tão válido.”

“Foque apenas em uma única área de estudo”

Pedro Elero, CEO da Folks Franquias, holding de entretenimento com essência sertaneja, lembra um conselho de carreira que recebeu do chefe durante seu primeiro estágio.

Naquela época, a orientação que lhe foi dada era concentrar-se exclusivamente em sua área de atuação, abandonando a organização estudantil à qual ele pertencia naquele momento.

No entanto, Elero diz que experiências extracurriculares são sempre enriquecedoras e contribuem significativamente para o desenvolvimento de suas competências e para a expansão de sua rede de contatos.

Ele afirma que a experiência se mostrou fundamental para sua trajetória profissional até hoje.

“Em um mundo volátil, incerto e com tanta concorrência no qual vivemos, não podemos nos dar ao luxo de sermos especialistas em algo e esquecer o restante. Um profissional que não se permite explorar, entender e estudar vários assuntos, vai aos poucos perdendo espaço e competitividade no mercado de trabalho”, declara.

Pedro Elero, CEO da Folks Franquias, que detém as marcas Agrobar, Folks Pub e Buteco Folks. Foto: SK Altemir

“Passe por cima de todos para crescer”

“Vá para cima, independente de qualquer coisa.” Esse foi um dos conselhos que Luiz Teixeira, CEO da rede de clínicas de implante dentário Oral Sin, recebeu.

Ele não nega a importância do foco em resultado, mas além das questões éticas, relacionamento, confiança e bom senso são indispensáveis para a construção de uma carreira consolidada.

“Não faz sentido passar por cima das pessoas para ter um resultado a curto prazo”, diz.

“Sempre que eu tinha a oportunidade de criar alianças, ser benevolente, o resultado no futuro vinha de forma muito mais consistente e sustentável do que tentando fazer acontecer em uma cultura tóxica que não dá retorno”.

Flávio Gagliardi, fundador e CEO do Mr. Cheff, maior rede de restaurantes do Paraná, recebeu um conselho parecido. Um empresário, dono de uma corporação que já não existe mais, recomendou que ele deveria focar no crescimento, custasse o que custasse.

Para Gagliardi, passar por cima de tudo e de todos, sem pensar em nada, foi a pior recomendação que já recebeu. “Penso que o ideal é crescer gradual, mas solidamente”, comenta.

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