Salários de até R$ 75 mil: saiba como encontrar empregos no Brasil pagos em dólar


Levantamento exclusivo obtido pelo Estadão revela cargos com altas remunerações em vagas remotas para o exterior; confira dicas e oportunidades

Por Jayanne Rodrigues
Atualização:

Como fazer para trabalhar para empresas estrangeiras, ganhando em dólar, mas morando no Brasil? Os valores de remuneração de profissionais brasileiros em vagas remotas no exterior são atraentes. O salário anual médio de um engenheiro pleno de software brasileiro contratado por uma empresa estrangeira de forma remota ultrapassa US$ 165 mil (R$ 914 mil). Isso dá cerca de US$ 13,8 mil mensais, o que equivale a R$ 75 mil por mês.

É o que aponta o Relatório Global de Contratações Internacionais da Deel, empresa global em gestão de pessoas e folha de pagamento, obtido com exclusividade pelo Estadão.

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Profissionais interessados em buscar oportunidades devem ter capacidade de autogerenciamento e responsabilidade em ambientes flexíveis, excelente comunicação em inglês e adaptabilidade.

Além de engenharia de software, as áreas de ensino, vendas e conteúdo tiveram os maiores aumentos salariais. Por outro lado, os setores de suporte ao cliente, seguido por recrutamento, contabilidade, assistência e marketing registraram as quedas salariais mais expressivas.

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A pesquisa apurou dados entre junho de 2023 a maio deste ano a partir de um levantamento interno da empresa que agrega 300 mil contratos e mais de 20 mil clientes em 160 países.

Segundo o levantamento, a contratação de talentos brasileiros por empresas internacionais cresceu 46% em 2023. O País tornou-se a quinta nação com maior número de profissionais que trabalham para companhias de fora, ficando atrás apenas de Filipinas, Estados Unidos, Colômbia e da vizinha Argentina.

Segundo o country manager da Deel no Brasil, Cristiano Soares, houve aumento de vagas remotas no exterior após a pandemia.

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Outras razões para busca desse tipo de trabalho são:

  1. Reconhecimento profissional: brasileiros são reconhecidos pela excelente formação acadêmica, especialmente em áreas de tecnologia;
  2. Remuneração em dólar: valorização da moeda estrangeira torna as ofertas salariais mais atraentes;
  3. Aumento da demanda: busca global por talentos em tecnologia e outras áreas com mão-de-obra escassa;
  4. Flexibilidade: empresas estrangeiras que contratam brasileiros remotamente costumam oferecer maior flexibilidade, como horários de trabalho menos rígidos e menos microgerenciamento.
Muitos buscam flexibilidade, não só de trabalhar remoto, como também de negociar férias ou folgas. A grande diferença é que para trabalhar nesse formato precisa ter maturidade profissional. É entender que não vai ter uma gerência pegando na sua mão. Pelo contrário, você vai ser dono dos seus próprios resultados.

Cristiano Soares, country manager da Deel no Brasil

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Segundo pesquisa da Deel, o salário anual médio de um engenheiro pleno de software contratado por uma empresa estrangeira ultrapassa US$ 165 mil (R$ 914 mil) anuais.  Foto: Coetzee/People Images/Adobe Stock

Estados Unidos, Reino Unido, Suécia e Canadá estão entre os países com maior interesse em talentos brasileiros, conforme aponta a pesquisa. Negócios sediados na Alemanha e no Chile também se destacaram na contratação de profissionais brasileiros no último ano.

Brasileiros contam como é trabalhar remotamente para o exterior

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Há pouco mais de um ano, o estudante de ciência da computação Cid Damasceno, 26, atua como Account Department Global Manager na Kommo/QSOFT, companhia russa de software para pequenas e médias empresas com sede em San Francisco, nos EUA. Responsável por gerenciar as contas dos clientes, ele participou do processo seletivo tradicional da companhia e recebeu a indicação de um amigo que já trabalhava na empresa russa durante a fase de entrevistas.

Cid Damasceno atua em uma empresa estrangeira de tecnologia há mais de um ano. Mesmo morando no Brasil, diz não ter planos de retornar ao mercado de trabalho do País. Foto: Arquivo pessoal

O estudante diz não ter planos de retornar ao mercado de trabalho brasileiro. Damasceno afirma que se sente mais à vontade na cultura organizacional da atual companhia, “com mais transparência e menos microgerenciamento”.

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O profissional não revela seu salário, mas afirmou que atualmente ganha quatro vezes mais do que recebia em seu último emprego em Fortaleza (CE), onde reside.

O desenvolvedor de jogos João Victor de Alencar, 26, trabalha há mais de um ano na Blue Gravity Studios, empresa de games sediada em Londres. Assim como Cid Damasceno, a adaptação do profissional foi rápida.

O desenvolvedor de jogos João Victor Alencar, 26, não teve dificuldade em se adaptar à cultura organizacional da empresa estrangeira, mas revela que muitos brasileiros em cargos juniores enfrentam dificuldade no quesito comunicação. Foto: Arquivo pessoal

No entanto, Alencar conta que já viu outros brasileiros com dificuldade para se adaptar à intensa cobrança da empresa. “No início, não há um reconhecimento imediato de que você é um bom profissional. Eles começam exigindo muito trabalho para avaliar sua capacidade antes de dar um voto de confiança,” revela o desenvolvedor de jogos.

Outro ponto é a comunicação. Como a empresa é remota, torna-se essencial sinalizar o andamento das atividades para outros membros, diz Alencar. O profissional avalia que muitos brasileiros em cargos juniores enfrentam dificuldades em informar para a chefia quando não estão indo bem em alguma demanda.

É preciso se comunicar de maneira recorrente.

João Victor de Alencar, desenvolvedor de jogos

Saiba como aumentar as suas chances de conseguir uma vaga

Uma das possibilidades de mapear oportunidades em companhias estrangeiras é se candidatar para seleções por meio do LinkedIn. O site permite aplicar filtros de busca.

Os profissionais podem, por exemplo, ajustar a localização das empresas para outros países e selecionar o formato de trabalho desejado, como trabalho remoto.

Milton Beck, Diretor Geral do LinkedIn para a América Latina e África (LTS)

Também é possível configurar o perfil no idioma de preferência. Segundo Beck, a mudança pode aumentar a visibilidade da pessoa candidata para recrutadores internacionais.

O desenvolvedor de jogos João Victor concorda que é mais fácil ser contatado por algum recrutador internacional por causa do perfil do que ser selecionado após enviar currículo. “Está muito concorrido e tem muita gente disposta a aceitar salários mais baixos”, alerta.

Na hora de preencher o perfil conforme a língua predominante do local onde deseja trabalhar, não esqueça de adicionar habilidades, histórico profissional e escolaridade em outros idiomas.

Aumente a rede de contatos

Outra dica de Milton Beck é conectar-se com profissionais que já trabalham remotamente para empresas estrangeiras. Vale entender o caminho que percorreram.

Verifique quais especializações possuem e quais são as áreas de atuação que dão possibilidade ao funcionário. Isso não só ajuda a ampliar a rede de contatos, mas também a obter insights para alcançar objetivos similares.

Milton Beck, Diretor Geral do LinkedIn para a América Latina e África (LTS)

Cristiano Soares, da Deel, reforça a orientação do diretor geral do LinkedIn. Ele comenta que muitas oportunidades surgem a partir de indicações.

Normalmente, as empresas dizem para os funcionários: ‘você conhece alguém do setor x? Indica para mim.’ É mais rápido do que buscar no mercado. Então, interaja com quem está nessas companhias e demonstre para as pessoas que você está em busca de vagas internacionais

Cristiano Soares, country manager da Deel no Brasil

Além do domínio em inglês, Soares elenca outras habilidades como indispensáveis.

Por exemplo, ter maturidade profissional para conseguir fazer autogerenciamento e ter responsabilidade em ambientes flexíveis.

O foco em entregas e o cumprimento de metas estabelecidas também são importantes. Cristiano Soares ainda sugere a adaptabilidade como habilidade primordial. Conseguir se adaptar em diferentes culturas corporativas faz diferença no dia a dia para quem está em vagas remotas no exterior.

Veja onde encontrar oportunidades

Para além do LinkedIn, existem inúmeras plataformas que ofertam vagas remotas de fora e podem ser alternativas para quem está em busca de oportunidades. Veja abaixo algumas empresas e sites:

  • Himalayas: o site dispõe somente de empresas que atuam no formato remoto na área de tecnologia. Na plataforma, o país com a maior média salarial é Porto Rico, com um salário anual médio de US$ 163 mil (R$ 903 mil). O candidato pode criar um perfil listando habilidades, experiências e área de interesse. Também é possível pesquisar as oportunidades por empresa;
  • Remote Ok: funciona como um mural de anúncios de empregos e não possui uma versão em português. Apesar de a maioria das vagas serem na área de tecnologia, profissionais de design, marketing e atendimento ao cliente conseguem encontrar oportunidades. No momento da publicação, havia vagas disponíveis para empresas como Tripadvisor, Stone e Nubank.
  • Up Work: a plataforma conecta profissionais freelancers com empresas que oferecem vagas remotas. Muitas vagas são voltadas para projetos/serviços de curto prazo. Para concorrer a vagas, é necessário fazer o cadastro no site. Nasdaq é uma das empresas cadastradas na plataforma em busca de talentos.
  • A tech Microsoft está com vagas 100% remotas nas áreas de vendas, atendimento ao cliente e especialista em nuvem. É possível candidatar-se no site Remotar Jobs.

A própria Deel está com 23 vagas abertas para trabalhar remotamente de qualquer lugar do mundo. Interessados podem acessar este link e filtrar por região para ver todas as oportunidades disponíveis. Engenharia, finanças, operações, design e vendas estão entre as profissões com seleções para candidatura.

Como fazer para trabalhar para empresas estrangeiras, ganhando em dólar, mas morando no Brasil? Os valores de remuneração de profissionais brasileiros em vagas remotas no exterior são atraentes. O salário anual médio de um engenheiro pleno de software brasileiro contratado por uma empresa estrangeira de forma remota ultrapassa US$ 165 mil (R$ 914 mil). Isso dá cerca de US$ 13,8 mil mensais, o que equivale a R$ 75 mil por mês.

É o que aponta o Relatório Global de Contratações Internacionais da Deel, empresa global em gestão de pessoas e folha de pagamento, obtido com exclusividade pelo Estadão.

Profissionais interessados em buscar oportunidades devem ter capacidade de autogerenciamento e responsabilidade em ambientes flexíveis, excelente comunicação em inglês e adaptabilidade.

Além de engenharia de software, as áreas de ensino, vendas e conteúdo tiveram os maiores aumentos salariais. Por outro lado, os setores de suporte ao cliente, seguido por recrutamento, contabilidade, assistência e marketing registraram as quedas salariais mais expressivas.

A pesquisa apurou dados entre junho de 2023 a maio deste ano a partir de um levantamento interno da empresa que agrega 300 mil contratos e mais de 20 mil clientes em 160 países.

Segundo o levantamento, a contratação de talentos brasileiros por empresas internacionais cresceu 46% em 2023. O País tornou-se a quinta nação com maior número de profissionais que trabalham para companhias de fora, ficando atrás apenas de Filipinas, Estados Unidos, Colômbia e da vizinha Argentina.

Segundo o country manager da Deel no Brasil, Cristiano Soares, houve aumento de vagas remotas no exterior após a pandemia.

Outras razões para busca desse tipo de trabalho são:

  1. Reconhecimento profissional: brasileiros são reconhecidos pela excelente formação acadêmica, especialmente em áreas de tecnologia;
  2. Remuneração em dólar: valorização da moeda estrangeira torna as ofertas salariais mais atraentes;
  3. Aumento da demanda: busca global por talentos em tecnologia e outras áreas com mão-de-obra escassa;
  4. Flexibilidade: empresas estrangeiras que contratam brasileiros remotamente costumam oferecer maior flexibilidade, como horários de trabalho menos rígidos e menos microgerenciamento.
Muitos buscam flexibilidade, não só de trabalhar remoto, como também de negociar férias ou folgas. A grande diferença é que para trabalhar nesse formato precisa ter maturidade profissional. É entender que não vai ter uma gerência pegando na sua mão. Pelo contrário, você vai ser dono dos seus próprios resultados.

Cristiano Soares, country manager da Deel no Brasil

Segundo pesquisa da Deel, o salário anual médio de um engenheiro pleno de software contratado por uma empresa estrangeira ultrapassa US$ 165 mil (R$ 914 mil) anuais.  Foto: Coetzee/People Images/Adobe Stock

Estados Unidos, Reino Unido, Suécia e Canadá estão entre os países com maior interesse em talentos brasileiros, conforme aponta a pesquisa. Negócios sediados na Alemanha e no Chile também se destacaram na contratação de profissionais brasileiros no último ano.

Brasileiros contam como é trabalhar remotamente para o exterior

Há pouco mais de um ano, o estudante de ciência da computação Cid Damasceno, 26, atua como Account Department Global Manager na Kommo/QSOFT, companhia russa de software para pequenas e médias empresas com sede em San Francisco, nos EUA. Responsável por gerenciar as contas dos clientes, ele participou do processo seletivo tradicional da companhia e recebeu a indicação de um amigo que já trabalhava na empresa russa durante a fase de entrevistas.

Cid Damasceno atua em uma empresa estrangeira de tecnologia há mais de um ano. Mesmo morando no Brasil, diz não ter planos de retornar ao mercado de trabalho do País. Foto: Arquivo pessoal

O estudante diz não ter planos de retornar ao mercado de trabalho brasileiro. Damasceno afirma que se sente mais à vontade na cultura organizacional da atual companhia, “com mais transparência e menos microgerenciamento”.

O profissional não revela seu salário, mas afirmou que atualmente ganha quatro vezes mais do que recebia em seu último emprego em Fortaleza (CE), onde reside.

O desenvolvedor de jogos João Victor de Alencar, 26, trabalha há mais de um ano na Blue Gravity Studios, empresa de games sediada em Londres. Assim como Cid Damasceno, a adaptação do profissional foi rápida.

O desenvolvedor de jogos João Victor Alencar, 26, não teve dificuldade em se adaptar à cultura organizacional da empresa estrangeira, mas revela que muitos brasileiros em cargos juniores enfrentam dificuldade no quesito comunicação. Foto: Arquivo pessoal

No entanto, Alencar conta que já viu outros brasileiros com dificuldade para se adaptar à intensa cobrança da empresa. “No início, não há um reconhecimento imediato de que você é um bom profissional. Eles começam exigindo muito trabalho para avaliar sua capacidade antes de dar um voto de confiança,” revela o desenvolvedor de jogos.

Outro ponto é a comunicação. Como a empresa é remota, torna-se essencial sinalizar o andamento das atividades para outros membros, diz Alencar. O profissional avalia que muitos brasileiros em cargos juniores enfrentam dificuldades em informar para a chefia quando não estão indo bem em alguma demanda.

É preciso se comunicar de maneira recorrente.

João Victor de Alencar, desenvolvedor de jogos

Saiba como aumentar as suas chances de conseguir uma vaga

Uma das possibilidades de mapear oportunidades em companhias estrangeiras é se candidatar para seleções por meio do LinkedIn. O site permite aplicar filtros de busca.

Os profissionais podem, por exemplo, ajustar a localização das empresas para outros países e selecionar o formato de trabalho desejado, como trabalho remoto.

Milton Beck, Diretor Geral do LinkedIn para a América Latina e África (LTS)

Também é possível configurar o perfil no idioma de preferência. Segundo Beck, a mudança pode aumentar a visibilidade da pessoa candidata para recrutadores internacionais.

O desenvolvedor de jogos João Victor concorda que é mais fácil ser contatado por algum recrutador internacional por causa do perfil do que ser selecionado após enviar currículo. “Está muito concorrido e tem muita gente disposta a aceitar salários mais baixos”, alerta.

Na hora de preencher o perfil conforme a língua predominante do local onde deseja trabalhar, não esqueça de adicionar habilidades, histórico profissional e escolaridade em outros idiomas.

Aumente a rede de contatos

Outra dica de Milton Beck é conectar-se com profissionais que já trabalham remotamente para empresas estrangeiras. Vale entender o caminho que percorreram.

Verifique quais especializações possuem e quais são as áreas de atuação que dão possibilidade ao funcionário. Isso não só ajuda a ampliar a rede de contatos, mas também a obter insights para alcançar objetivos similares.

Milton Beck, Diretor Geral do LinkedIn para a América Latina e África (LTS)

Cristiano Soares, da Deel, reforça a orientação do diretor geral do LinkedIn. Ele comenta que muitas oportunidades surgem a partir de indicações.

Normalmente, as empresas dizem para os funcionários: ‘você conhece alguém do setor x? Indica para mim.’ É mais rápido do que buscar no mercado. Então, interaja com quem está nessas companhias e demonstre para as pessoas que você está em busca de vagas internacionais

Cristiano Soares, country manager da Deel no Brasil

Além do domínio em inglês, Soares elenca outras habilidades como indispensáveis.

Por exemplo, ter maturidade profissional para conseguir fazer autogerenciamento e ter responsabilidade em ambientes flexíveis.

O foco em entregas e o cumprimento de metas estabelecidas também são importantes. Cristiano Soares ainda sugere a adaptabilidade como habilidade primordial. Conseguir se adaptar em diferentes culturas corporativas faz diferença no dia a dia para quem está em vagas remotas no exterior.

Veja onde encontrar oportunidades

Para além do LinkedIn, existem inúmeras plataformas que ofertam vagas remotas de fora e podem ser alternativas para quem está em busca de oportunidades. Veja abaixo algumas empresas e sites:

  • Himalayas: o site dispõe somente de empresas que atuam no formato remoto na área de tecnologia. Na plataforma, o país com a maior média salarial é Porto Rico, com um salário anual médio de US$ 163 mil (R$ 903 mil). O candidato pode criar um perfil listando habilidades, experiências e área de interesse. Também é possível pesquisar as oportunidades por empresa;
  • Remote Ok: funciona como um mural de anúncios de empregos e não possui uma versão em português. Apesar de a maioria das vagas serem na área de tecnologia, profissionais de design, marketing e atendimento ao cliente conseguem encontrar oportunidades. No momento da publicação, havia vagas disponíveis para empresas como Tripadvisor, Stone e Nubank.
  • Up Work: a plataforma conecta profissionais freelancers com empresas que oferecem vagas remotas. Muitas vagas são voltadas para projetos/serviços de curto prazo. Para concorrer a vagas, é necessário fazer o cadastro no site. Nasdaq é uma das empresas cadastradas na plataforma em busca de talentos.
  • A tech Microsoft está com vagas 100% remotas nas áreas de vendas, atendimento ao cliente e especialista em nuvem. É possível candidatar-se no site Remotar Jobs.

A própria Deel está com 23 vagas abertas para trabalhar remotamente de qualquer lugar do mundo. Interessados podem acessar este link e filtrar por região para ver todas as oportunidades disponíveis. Engenharia, finanças, operações, design e vendas estão entre as profissões com seleções para candidatura.

Como fazer para trabalhar para empresas estrangeiras, ganhando em dólar, mas morando no Brasil? Os valores de remuneração de profissionais brasileiros em vagas remotas no exterior são atraentes. O salário anual médio de um engenheiro pleno de software brasileiro contratado por uma empresa estrangeira de forma remota ultrapassa US$ 165 mil (R$ 914 mil). Isso dá cerca de US$ 13,8 mil mensais, o que equivale a R$ 75 mil por mês.

É o que aponta o Relatório Global de Contratações Internacionais da Deel, empresa global em gestão de pessoas e folha de pagamento, obtido com exclusividade pelo Estadão.

Profissionais interessados em buscar oportunidades devem ter capacidade de autogerenciamento e responsabilidade em ambientes flexíveis, excelente comunicação em inglês e adaptabilidade.

Além de engenharia de software, as áreas de ensino, vendas e conteúdo tiveram os maiores aumentos salariais. Por outro lado, os setores de suporte ao cliente, seguido por recrutamento, contabilidade, assistência e marketing registraram as quedas salariais mais expressivas.

A pesquisa apurou dados entre junho de 2023 a maio deste ano a partir de um levantamento interno da empresa que agrega 300 mil contratos e mais de 20 mil clientes em 160 países.

Segundo o levantamento, a contratação de talentos brasileiros por empresas internacionais cresceu 46% em 2023. O País tornou-se a quinta nação com maior número de profissionais que trabalham para companhias de fora, ficando atrás apenas de Filipinas, Estados Unidos, Colômbia e da vizinha Argentina.

Segundo o country manager da Deel no Brasil, Cristiano Soares, houve aumento de vagas remotas no exterior após a pandemia.

Outras razões para busca desse tipo de trabalho são:

  1. Reconhecimento profissional: brasileiros são reconhecidos pela excelente formação acadêmica, especialmente em áreas de tecnologia;
  2. Remuneração em dólar: valorização da moeda estrangeira torna as ofertas salariais mais atraentes;
  3. Aumento da demanda: busca global por talentos em tecnologia e outras áreas com mão-de-obra escassa;
  4. Flexibilidade: empresas estrangeiras que contratam brasileiros remotamente costumam oferecer maior flexibilidade, como horários de trabalho menos rígidos e menos microgerenciamento.
Muitos buscam flexibilidade, não só de trabalhar remoto, como também de negociar férias ou folgas. A grande diferença é que para trabalhar nesse formato precisa ter maturidade profissional. É entender que não vai ter uma gerência pegando na sua mão. Pelo contrário, você vai ser dono dos seus próprios resultados.

Cristiano Soares, country manager da Deel no Brasil

Segundo pesquisa da Deel, o salário anual médio de um engenheiro pleno de software contratado por uma empresa estrangeira ultrapassa US$ 165 mil (R$ 914 mil) anuais.  Foto: Coetzee/People Images/Adobe Stock

Estados Unidos, Reino Unido, Suécia e Canadá estão entre os países com maior interesse em talentos brasileiros, conforme aponta a pesquisa. Negócios sediados na Alemanha e no Chile também se destacaram na contratação de profissionais brasileiros no último ano.

Brasileiros contam como é trabalhar remotamente para o exterior

Há pouco mais de um ano, o estudante de ciência da computação Cid Damasceno, 26, atua como Account Department Global Manager na Kommo/QSOFT, companhia russa de software para pequenas e médias empresas com sede em San Francisco, nos EUA. Responsável por gerenciar as contas dos clientes, ele participou do processo seletivo tradicional da companhia e recebeu a indicação de um amigo que já trabalhava na empresa russa durante a fase de entrevistas.

Cid Damasceno atua em uma empresa estrangeira de tecnologia há mais de um ano. Mesmo morando no Brasil, diz não ter planos de retornar ao mercado de trabalho do País. Foto: Arquivo pessoal

O estudante diz não ter planos de retornar ao mercado de trabalho brasileiro. Damasceno afirma que se sente mais à vontade na cultura organizacional da atual companhia, “com mais transparência e menos microgerenciamento”.

O profissional não revela seu salário, mas afirmou que atualmente ganha quatro vezes mais do que recebia em seu último emprego em Fortaleza (CE), onde reside.

O desenvolvedor de jogos João Victor de Alencar, 26, trabalha há mais de um ano na Blue Gravity Studios, empresa de games sediada em Londres. Assim como Cid Damasceno, a adaptação do profissional foi rápida.

O desenvolvedor de jogos João Victor Alencar, 26, não teve dificuldade em se adaptar à cultura organizacional da empresa estrangeira, mas revela que muitos brasileiros em cargos juniores enfrentam dificuldade no quesito comunicação. Foto: Arquivo pessoal

No entanto, Alencar conta que já viu outros brasileiros com dificuldade para se adaptar à intensa cobrança da empresa. “No início, não há um reconhecimento imediato de que você é um bom profissional. Eles começam exigindo muito trabalho para avaliar sua capacidade antes de dar um voto de confiança,” revela o desenvolvedor de jogos.

Outro ponto é a comunicação. Como a empresa é remota, torna-se essencial sinalizar o andamento das atividades para outros membros, diz Alencar. O profissional avalia que muitos brasileiros em cargos juniores enfrentam dificuldades em informar para a chefia quando não estão indo bem em alguma demanda.

É preciso se comunicar de maneira recorrente.

João Victor de Alencar, desenvolvedor de jogos

Saiba como aumentar as suas chances de conseguir uma vaga

Uma das possibilidades de mapear oportunidades em companhias estrangeiras é se candidatar para seleções por meio do LinkedIn. O site permite aplicar filtros de busca.

Os profissionais podem, por exemplo, ajustar a localização das empresas para outros países e selecionar o formato de trabalho desejado, como trabalho remoto.

Milton Beck, Diretor Geral do LinkedIn para a América Latina e África (LTS)

Também é possível configurar o perfil no idioma de preferência. Segundo Beck, a mudança pode aumentar a visibilidade da pessoa candidata para recrutadores internacionais.

O desenvolvedor de jogos João Victor concorda que é mais fácil ser contatado por algum recrutador internacional por causa do perfil do que ser selecionado após enviar currículo. “Está muito concorrido e tem muita gente disposta a aceitar salários mais baixos”, alerta.

Na hora de preencher o perfil conforme a língua predominante do local onde deseja trabalhar, não esqueça de adicionar habilidades, histórico profissional e escolaridade em outros idiomas.

Aumente a rede de contatos

Outra dica de Milton Beck é conectar-se com profissionais que já trabalham remotamente para empresas estrangeiras. Vale entender o caminho que percorreram.

Verifique quais especializações possuem e quais são as áreas de atuação que dão possibilidade ao funcionário. Isso não só ajuda a ampliar a rede de contatos, mas também a obter insights para alcançar objetivos similares.

Milton Beck, Diretor Geral do LinkedIn para a América Latina e África (LTS)

Cristiano Soares, da Deel, reforça a orientação do diretor geral do LinkedIn. Ele comenta que muitas oportunidades surgem a partir de indicações.

Normalmente, as empresas dizem para os funcionários: ‘você conhece alguém do setor x? Indica para mim.’ É mais rápido do que buscar no mercado. Então, interaja com quem está nessas companhias e demonstre para as pessoas que você está em busca de vagas internacionais

Cristiano Soares, country manager da Deel no Brasil

Além do domínio em inglês, Soares elenca outras habilidades como indispensáveis.

Por exemplo, ter maturidade profissional para conseguir fazer autogerenciamento e ter responsabilidade em ambientes flexíveis.

O foco em entregas e o cumprimento de metas estabelecidas também são importantes. Cristiano Soares ainda sugere a adaptabilidade como habilidade primordial. Conseguir se adaptar em diferentes culturas corporativas faz diferença no dia a dia para quem está em vagas remotas no exterior.

Veja onde encontrar oportunidades

Para além do LinkedIn, existem inúmeras plataformas que ofertam vagas remotas de fora e podem ser alternativas para quem está em busca de oportunidades. Veja abaixo algumas empresas e sites:

  • Himalayas: o site dispõe somente de empresas que atuam no formato remoto na área de tecnologia. Na plataforma, o país com a maior média salarial é Porto Rico, com um salário anual médio de US$ 163 mil (R$ 903 mil). O candidato pode criar um perfil listando habilidades, experiências e área de interesse. Também é possível pesquisar as oportunidades por empresa;
  • Remote Ok: funciona como um mural de anúncios de empregos e não possui uma versão em português. Apesar de a maioria das vagas serem na área de tecnologia, profissionais de design, marketing e atendimento ao cliente conseguem encontrar oportunidades. No momento da publicação, havia vagas disponíveis para empresas como Tripadvisor, Stone e Nubank.
  • Up Work: a plataforma conecta profissionais freelancers com empresas que oferecem vagas remotas. Muitas vagas são voltadas para projetos/serviços de curto prazo. Para concorrer a vagas, é necessário fazer o cadastro no site. Nasdaq é uma das empresas cadastradas na plataforma em busca de talentos.
  • A tech Microsoft está com vagas 100% remotas nas áreas de vendas, atendimento ao cliente e especialista em nuvem. É possível candidatar-se no site Remotar Jobs.

A própria Deel está com 23 vagas abertas para trabalhar remotamente de qualquer lugar do mundo. Interessados podem acessar este link e filtrar por região para ver todas as oportunidades disponíveis. Engenharia, finanças, operações, design e vendas estão entre as profissões com seleções para candidatura.

Como fazer para trabalhar para empresas estrangeiras, ganhando em dólar, mas morando no Brasil? Os valores de remuneração de profissionais brasileiros em vagas remotas no exterior são atraentes. O salário anual médio de um engenheiro pleno de software brasileiro contratado por uma empresa estrangeira de forma remota ultrapassa US$ 165 mil (R$ 914 mil). Isso dá cerca de US$ 13,8 mil mensais, o que equivale a R$ 75 mil por mês.

É o que aponta o Relatório Global de Contratações Internacionais da Deel, empresa global em gestão de pessoas e folha de pagamento, obtido com exclusividade pelo Estadão.

Profissionais interessados em buscar oportunidades devem ter capacidade de autogerenciamento e responsabilidade em ambientes flexíveis, excelente comunicação em inglês e adaptabilidade.

Além de engenharia de software, as áreas de ensino, vendas e conteúdo tiveram os maiores aumentos salariais. Por outro lado, os setores de suporte ao cliente, seguido por recrutamento, contabilidade, assistência e marketing registraram as quedas salariais mais expressivas.

A pesquisa apurou dados entre junho de 2023 a maio deste ano a partir de um levantamento interno da empresa que agrega 300 mil contratos e mais de 20 mil clientes em 160 países.

Segundo o levantamento, a contratação de talentos brasileiros por empresas internacionais cresceu 46% em 2023. O País tornou-se a quinta nação com maior número de profissionais que trabalham para companhias de fora, ficando atrás apenas de Filipinas, Estados Unidos, Colômbia e da vizinha Argentina.

Segundo o country manager da Deel no Brasil, Cristiano Soares, houve aumento de vagas remotas no exterior após a pandemia.

Outras razões para busca desse tipo de trabalho são:

  1. Reconhecimento profissional: brasileiros são reconhecidos pela excelente formação acadêmica, especialmente em áreas de tecnologia;
  2. Remuneração em dólar: valorização da moeda estrangeira torna as ofertas salariais mais atraentes;
  3. Aumento da demanda: busca global por talentos em tecnologia e outras áreas com mão-de-obra escassa;
  4. Flexibilidade: empresas estrangeiras que contratam brasileiros remotamente costumam oferecer maior flexibilidade, como horários de trabalho menos rígidos e menos microgerenciamento.
Muitos buscam flexibilidade, não só de trabalhar remoto, como também de negociar férias ou folgas. A grande diferença é que para trabalhar nesse formato precisa ter maturidade profissional. É entender que não vai ter uma gerência pegando na sua mão. Pelo contrário, você vai ser dono dos seus próprios resultados.

Cristiano Soares, country manager da Deel no Brasil

Segundo pesquisa da Deel, o salário anual médio de um engenheiro pleno de software contratado por uma empresa estrangeira ultrapassa US$ 165 mil (R$ 914 mil) anuais.  Foto: Coetzee/People Images/Adobe Stock

Estados Unidos, Reino Unido, Suécia e Canadá estão entre os países com maior interesse em talentos brasileiros, conforme aponta a pesquisa. Negócios sediados na Alemanha e no Chile também se destacaram na contratação de profissionais brasileiros no último ano.

Brasileiros contam como é trabalhar remotamente para o exterior

Há pouco mais de um ano, o estudante de ciência da computação Cid Damasceno, 26, atua como Account Department Global Manager na Kommo/QSOFT, companhia russa de software para pequenas e médias empresas com sede em San Francisco, nos EUA. Responsável por gerenciar as contas dos clientes, ele participou do processo seletivo tradicional da companhia e recebeu a indicação de um amigo que já trabalhava na empresa russa durante a fase de entrevistas.

Cid Damasceno atua em uma empresa estrangeira de tecnologia há mais de um ano. Mesmo morando no Brasil, diz não ter planos de retornar ao mercado de trabalho do País. Foto: Arquivo pessoal

O estudante diz não ter planos de retornar ao mercado de trabalho brasileiro. Damasceno afirma que se sente mais à vontade na cultura organizacional da atual companhia, “com mais transparência e menos microgerenciamento”.

O profissional não revela seu salário, mas afirmou que atualmente ganha quatro vezes mais do que recebia em seu último emprego em Fortaleza (CE), onde reside.

O desenvolvedor de jogos João Victor de Alencar, 26, trabalha há mais de um ano na Blue Gravity Studios, empresa de games sediada em Londres. Assim como Cid Damasceno, a adaptação do profissional foi rápida.

O desenvolvedor de jogos João Victor Alencar, 26, não teve dificuldade em se adaptar à cultura organizacional da empresa estrangeira, mas revela que muitos brasileiros em cargos juniores enfrentam dificuldade no quesito comunicação. Foto: Arquivo pessoal

No entanto, Alencar conta que já viu outros brasileiros com dificuldade para se adaptar à intensa cobrança da empresa. “No início, não há um reconhecimento imediato de que você é um bom profissional. Eles começam exigindo muito trabalho para avaliar sua capacidade antes de dar um voto de confiança,” revela o desenvolvedor de jogos.

Outro ponto é a comunicação. Como a empresa é remota, torna-se essencial sinalizar o andamento das atividades para outros membros, diz Alencar. O profissional avalia que muitos brasileiros em cargos juniores enfrentam dificuldades em informar para a chefia quando não estão indo bem em alguma demanda.

É preciso se comunicar de maneira recorrente.

João Victor de Alencar, desenvolvedor de jogos

Saiba como aumentar as suas chances de conseguir uma vaga

Uma das possibilidades de mapear oportunidades em companhias estrangeiras é se candidatar para seleções por meio do LinkedIn. O site permite aplicar filtros de busca.

Os profissionais podem, por exemplo, ajustar a localização das empresas para outros países e selecionar o formato de trabalho desejado, como trabalho remoto.

Milton Beck, Diretor Geral do LinkedIn para a América Latina e África (LTS)

Também é possível configurar o perfil no idioma de preferência. Segundo Beck, a mudança pode aumentar a visibilidade da pessoa candidata para recrutadores internacionais.

O desenvolvedor de jogos João Victor concorda que é mais fácil ser contatado por algum recrutador internacional por causa do perfil do que ser selecionado após enviar currículo. “Está muito concorrido e tem muita gente disposta a aceitar salários mais baixos”, alerta.

Na hora de preencher o perfil conforme a língua predominante do local onde deseja trabalhar, não esqueça de adicionar habilidades, histórico profissional e escolaridade em outros idiomas.

Aumente a rede de contatos

Outra dica de Milton Beck é conectar-se com profissionais que já trabalham remotamente para empresas estrangeiras. Vale entender o caminho que percorreram.

Verifique quais especializações possuem e quais são as áreas de atuação que dão possibilidade ao funcionário. Isso não só ajuda a ampliar a rede de contatos, mas também a obter insights para alcançar objetivos similares.

Milton Beck, Diretor Geral do LinkedIn para a América Latina e África (LTS)

Cristiano Soares, da Deel, reforça a orientação do diretor geral do LinkedIn. Ele comenta que muitas oportunidades surgem a partir de indicações.

Normalmente, as empresas dizem para os funcionários: ‘você conhece alguém do setor x? Indica para mim.’ É mais rápido do que buscar no mercado. Então, interaja com quem está nessas companhias e demonstre para as pessoas que você está em busca de vagas internacionais

Cristiano Soares, country manager da Deel no Brasil

Além do domínio em inglês, Soares elenca outras habilidades como indispensáveis.

Por exemplo, ter maturidade profissional para conseguir fazer autogerenciamento e ter responsabilidade em ambientes flexíveis.

O foco em entregas e o cumprimento de metas estabelecidas também são importantes. Cristiano Soares ainda sugere a adaptabilidade como habilidade primordial. Conseguir se adaptar em diferentes culturas corporativas faz diferença no dia a dia para quem está em vagas remotas no exterior.

Veja onde encontrar oportunidades

Para além do LinkedIn, existem inúmeras plataformas que ofertam vagas remotas de fora e podem ser alternativas para quem está em busca de oportunidades. Veja abaixo algumas empresas e sites:

  • Himalayas: o site dispõe somente de empresas que atuam no formato remoto na área de tecnologia. Na plataforma, o país com a maior média salarial é Porto Rico, com um salário anual médio de US$ 163 mil (R$ 903 mil). O candidato pode criar um perfil listando habilidades, experiências e área de interesse. Também é possível pesquisar as oportunidades por empresa;
  • Remote Ok: funciona como um mural de anúncios de empregos e não possui uma versão em português. Apesar de a maioria das vagas serem na área de tecnologia, profissionais de design, marketing e atendimento ao cliente conseguem encontrar oportunidades. No momento da publicação, havia vagas disponíveis para empresas como Tripadvisor, Stone e Nubank.
  • Up Work: a plataforma conecta profissionais freelancers com empresas que oferecem vagas remotas. Muitas vagas são voltadas para projetos/serviços de curto prazo. Para concorrer a vagas, é necessário fazer o cadastro no site. Nasdaq é uma das empresas cadastradas na plataforma em busca de talentos.
  • A tech Microsoft está com vagas 100% remotas nas áreas de vendas, atendimento ao cliente e especialista em nuvem. É possível candidatar-se no site Remotar Jobs.

A própria Deel está com 23 vagas abertas para trabalhar remotamente de qualquer lugar do mundo. Interessados podem acessar este link e filtrar por região para ver todas as oportunidades disponíveis. Engenharia, finanças, operações, design e vendas estão entre as profissões com seleções para candidatura.

Como fazer para trabalhar para empresas estrangeiras, ganhando em dólar, mas morando no Brasil? Os valores de remuneração de profissionais brasileiros em vagas remotas no exterior são atraentes. O salário anual médio de um engenheiro pleno de software brasileiro contratado por uma empresa estrangeira de forma remota ultrapassa US$ 165 mil (R$ 914 mil). Isso dá cerca de US$ 13,8 mil mensais, o que equivale a R$ 75 mil por mês.

É o que aponta o Relatório Global de Contratações Internacionais da Deel, empresa global em gestão de pessoas e folha de pagamento, obtido com exclusividade pelo Estadão.

Profissionais interessados em buscar oportunidades devem ter capacidade de autogerenciamento e responsabilidade em ambientes flexíveis, excelente comunicação em inglês e adaptabilidade.

Além de engenharia de software, as áreas de ensino, vendas e conteúdo tiveram os maiores aumentos salariais. Por outro lado, os setores de suporte ao cliente, seguido por recrutamento, contabilidade, assistência e marketing registraram as quedas salariais mais expressivas.

A pesquisa apurou dados entre junho de 2023 a maio deste ano a partir de um levantamento interno da empresa que agrega 300 mil contratos e mais de 20 mil clientes em 160 países.

Segundo o levantamento, a contratação de talentos brasileiros por empresas internacionais cresceu 46% em 2023. O País tornou-se a quinta nação com maior número de profissionais que trabalham para companhias de fora, ficando atrás apenas de Filipinas, Estados Unidos, Colômbia e da vizinha Argentina.

Segundo o country manager da Deel no Brasil, Cristiano Soares, houve aumento de vagas remotas no exterior após a pandemia.

Outras razões para busca desse tipo de trabalho são:

  1. Reconhecimento profissional: brasileiros são reconhecidos pela excelente formação acadêmica, especialmente em áreas de tecnologia;
  2. Remuneração em dólar: valorização da moeda estrangeira torna as ofertas salariais mais atraentes;
  3. Aumento da demanda: busca global por talentos em tecnologia e outras áreas com mão-de-obra escassa;
  4. Flexibilidade: empresas estrangeiras que contratam brasileiros remotamente costumam oferecer maior flexibilidade, como horários de trabalho menos rígidos e menos microgerenciamento.
Muitos buscam flexibilidade, não só de trabalhar remoto, como também de negociar férias ou folgas. A grande diferença é que para trabalhar nesse formato precisa ter maturidade profissional. É entender que não vai ter uma gerência pegando na sua mão. Pelo contrário, você vai ser dono dos seus próprios resultados.

Cristiano Soares, country manager da Deel no Brasil

Segundo pesquisa da Deel, o salário anual médio de um engenheiro pleno de software contratado por uma empresa estrangeira ultrapassa US$ 165 mil (R$ 914 mil) anuais.  Foto: Coetzee/People Images/Adobe Stock

Estados Unidos, Reino Unido, Suécia e Canadá estão entre os países com maior interesse em talentos brasileiros, conforme aponta a pesquisa. Negócios sediados na Alemanha e no Chile também se destacaram na contratação de profissionais brasileiros no último ano.

Brasileiros contam como é trabalhar remotamente para o exterior

Há pouco mais de um ano, o estudante de ciência da computação Cid Damasceno, 26, atua como Account Department Global Manager na Kommo/QSOFT, companhia russa de software para pequenas e médias empresas com sede em San Francisco, nos EUA. Responsável por gerenciar as contas dos clientes, ele participou do processo seletivo tradicional da companhia e recebeu a indicação de um amigo que já trabalhava na empresa russa durante a fase de entrevistas.

Cid Damasceno atua em uma empresa estrangeira de tecnologia há mais de um ano. Mesmo morando no Brasil, diz não ter planos de retornar ao mercado de trabalho do País. Foto: Arquivo pessoal

O estudante diz não ter planos de retornar ao mercado de trabalho brasileiro. Damasceno afirma que se sente mais à vontade na cultura organizacional da atual companhia, “com mais transparência e menos microgerenciamento”.

O profissional não revela seu salário, mas afirmou que atualmente ganha quatro vezes mais do que recebia em seu último emprego em Fortaleza (CE), onde reside.

O desenvolvedor de jogos João Victor de Alencar, 26, trabalha há mais de um ano na Blue Gravity Studios, empresa de games sediada em Londres. Assim como Cid Damasceno, a adaptação do profissional foi rápida.

O desenvolvedor de jogos João Victor Alencar, 26, não teve dificuldade em se adaptar à cultura organizacional da empresa estrangeira, mas revela que muitos brasileiros em cargos juniores enfrentam dificuldade no quesito comunicação. Foto: Arquivo pessoal

No entanto, Alencar conta que já viu outros brasileiros com dificuldade para se adaptar à intensa cobrança da empresa. “No início, não há um reconhecimento imediato de que você é um bom profissional. Eles começam exigindo muito trabalho para avaliar sua capacidade antes de dar um voto de confiança,” revela o desenvolvedor de jogos.

Outro ponto é a comunicação. Como a empresa é remota, torna-se essencial sinalizar o andamento das atividades para outros membros, diz Alencar. O profissional avalia que muitos brasileiros em cargos juniores enfrentam dificuldades em informar para a chefia quando não estão indo bem em alguma demanda.

É preciso se comunicar de maneira recorrente.

João Victor de Alencar, desenvolvedor de jogos

Saiba como aumentar as suas chances de conseguir uma vaga

Uma das possibilidades de mapear oportunidades em companhias estrangeiras é se candidatar para seleções por meio do LinkedIn. O site permite aplicar filtros de busca.

Os profissionais podem, por exemplo, ajustar a localização das empresas para outros países e selecionar o formato de trabalho desejado, como trabalho remoto.

Milton Beck, Diretor Geral do LinkedIn para a América Latina e África (LTS)

Também é possível configurar o perfil no idioma de preferência. Segundo Beck, a mudança pode aumentar a visibilidade da pessoa candidata para recrutadores internacionais.

O desenvolvedor de jogos João Victor concorda que é mais fácil ser contatado por algum recrutador internacional por causa do perfil do que ser selecionado após enviar currículo. “Está muito concorrido e tem muita gente disposta a aceitar salários mais baixos”, alerta.

Na hora de preencher o perfil conforme a língua predominante do local onde deseja trabalhar, não esqueça de adicionar habilidades, histórico profissional e escolaridade em outros idiomas.

Aumente a rede de contatos

Outra dica de Milton Beck é conectar-se com profissionais que já trabalham remotamente para empresas estrangeiras. Vale entender o caminho que percorreram.

Verifique quais especializações possuem e quais são as áreas de atuação que dão possibilidade ao funcionário. Isso não só ajuda a ampliar a rede de contatos, mas também a obter insights para alcançar objetivos similares.

Milton Beck, Diretor Geral do LinkedIn para a América Latina e África (LTS)

Cristiano Soares, da Deel, reforça a orientação do diretor geral do LinkedIn. Ele comenta que muitas oportunidades surgem a partir de indicações.

Normalmente, as empresas dizem para os funcionários: ‘você conhece alguém do setor x? Indica para mim.’ É mais rápido do que buscar no mercado. Então, interaja com quem está nessas companhias e demonstre para as pessoas que você está em busca de vagas internacionais

Cristiano Soares, country manager da Deel no Brasil

Além do domínio em inglês, Soares elenca outras habilidades como indispensáveis.

Por exemplo, ter maturidade profissional para conseguir fazer autogerenciamento e ter responsabilidade em ambientes flexíveis.

O foco em entregas e o cumprimento de metas estabelecidas também são importantes. Cristiano Soares ainda sugere a adaptabilidade como habilidade primordial. Conseguir se adaptar em diferentes culturas corporativas faz diferença no dia a dia para quem está em vagas remotas no exterior.

Veja onde encontrar oportunidades

Para além do LinkedIn, existem inúmeras plataformas que ofertam vagas remotas de fora e podem ser alternativas para quem está em busca de oportunidades. Veja abaixo algumas empresas e sites:

  • Himalayas: o site dispõe somente de empresas que atuam no formato remoto na área de tecnologia. Na plataforma, o país com a maior média salarial é Porto Rico, com um salário anual médio de US$ 163 mil (R$ 903 mil). O candidato pode criar um perfil listando habilidades, experiências e área de interesse. Também é possível pesquisar as oportunidades por empresa;
  • Remote Ok: funciona como um mural de anúncios de empregos e não possui uma versão em português. Apesar de a maioria das vagas serem na área de tecnologia, profissionais de design, marketing e atendimento ao cliente conseguem encontrar oportunidades. No momento da publicação, havia vagas disponíveis para empresas como Tripadvisor, Stone e Nubank.
  • Up Work: a plataforma conecta profissionais freelancers com empresas que oferecem vagas remotas. Muitas vagas são voltadas para projetos/serviços de curto prazo. Para concorrer a vagas, é necessário fazer o cadastro no site. Nasdaq é uma das empresas cadastradas na plataforma em busca de talentos.
  • A tech Microsoft está com vagas 100% remotas nas áreas de vendas, atendimento ao cliente e especialista em nuvem. É possível candidatar-se no site Remotar Jobs.

A própria Deel está com 23 vagas abertas para trabalhar remotamente de qualquer lugar do mundo. Interessados podem acessar este link e filtrar por região para ver todas as oportunidades disponíveis. Engenharia, finanças, operações, design e vendas estão entre as profissões com seleções para candidatura.

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