Você sabe o que realmente é preciso para as empresas o enxergarem como uma liderança eficaz? Habilidades comunicacionais, escuta ativa, saber resolver problemas. A lista de competências não só é extensa, como também exige jogo de cintura.
Diante das mudanças voláteis que acontecem no mundo corporativo, perguntamos a CEOs de empresas brasileiras a qualidade primordial para ser um líder de sucesso.
Qual é o seu palpite? Confira abaixo:
Entender as pessoas
Mônica Hauck, CEO da Sólides, HRTech de tecnologia com foco no setor de recursos humanos
Na visão da CEO da Sólides, Mônica Hauck, um líder preparado é “capaz de formar pessoas melhores que ele”, diz. Além disso, é necessário dominar a arte de desenvolver os liderados e reconhecer as particularidades de cada colaborador, que necessitam de motivações diferentes.
A executiva considera que conhecer pessoas e diversos comportamentos é uma habilidade que chama atenção das empresas. Em algumas situações, segundo Hauck, a liderança pode vir a enfrentar adversidades, como “renunciar às próprias vontades, desejos e ao próprio ego.” Mas não é uma tarefa simples.
Um profissional que detém essa competência consegue compreender os diferentes perfis e as aspirações de seus liderados para incentivar o desenvolvimento do time e atingir os resultados esperados.
Inspiração
Clemente Faria Junior, CEO da Bamaq, empresa de equipamentos industriais, consórcio e automóveis de luxo
A capacidade da liderança de inspirar aqueles que estão ao seu redor no que diz respeito à vida profissional pode gerar clareza e motivação para trazer resultados e fomentar um ambiente de trabalho saudável, considera Clemente Faria Junior, CEO da Bamaq.
Ele acrescenta que o cotidiano no mundo corporativo demanda resiliência, comprometimento e alta mobilização de todo um time.
“Acredito que somente um líder que tem capacidade de inspirar pode construir uma equipe que verdadeiramente veste a camisa da empresa no longo prazo”, avalia.
Espírito empreendedor
Ignacio Sánchez, CEO da Leroy Merlin
“As pessoas precisam ter um desafio, um propósito, um sonho na vida profissional. Um líder inspirador é capaz de ajudá-las a realizar esse sonho e criar condições para que cada um consiga crescer, sem limites”, afirma Sánchez, CEO da Leroy.
Ele avalia que líderes empreendedores motivam os colaboradores. Isso fomenta o crescimento da empresa como um todo.
Coesão e empatia
Thiago Cristofani, diretor-geral da Fani, fábrica de metais
“A habilidade de lidar com problemas com coesão e empatia é a principal característica de liderança que estamos buscando atualmente, principalmente pela influência direta dessa capacidade na condução de uma equipe”, ressalta Thiago Cristofani, diretor-geral da Fani.
O executivo pondera que existem desafios corporativos que exigem uma perspicácia instantânea para solucionar problemas junto com a equipe que lidera. Segundo o diretor, é nessas situações que um gestor transforma os obstáculos em oportunidades para fazer com que o time cresça profissionalmente.
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“Nas entrevistas para cargos de liderança aqui na Fani, procuramos observar as experiências trazidas pelos candidatos, se possuem uma abordagem proativa ou alguma solução criativa, além de buscar referências sobre qual era o envolvimento com a equipe”, diz.
No caso de candidatos internos para postos de liderança, Cristofani sinaliza que a lista de priorização começa pelo trabalho feito na empresa, o perfil e as decisões tomadas em situações anteriores.
Protagonismo
Rafaela Stedile, diretora-executiva da Bontempo, fábrica de móveis planejados
“Queremos líderes que consigam entender o impacto que eles têm no negócio e que consigam instigar isso na equipe e que tragam para dentro da empresa uma postura empreendedora”, orienta a executiva.
A empresa está inserida fora dos centros urbanos, em São Marcos, cidade gaúcha com pouco mais de 20 mil habitantes e a 160 quilômetros de Porto Alegre.
Segundo Stedile, a companhia entende que a localização geográfica “nem sempre é atrativa quando se busca um profissional para cargos-chave nesse nível.”
Por isso, busca “potencializar as características por meio de treinamentos, capacitações e outras dinâmicas”, revela.
Visão de negócio
Marcio Muchão, VP de RH do Grupo Prysmian na América Latina, fabricante de fios e cabos elétricos/telecom
A qualidade primordial para ser um bom líder, conforme o executivo Marcio Muchão, é ter uma visão 360º do negócio, a curto, médio e longo prazo.
“Neste aspecto, é fundamental que essa posição conheça como a empresa opera, gera receita, administra e gera caixa, assim como os impactos em ESG”, reforça Muchão.
O VP sugere que a liderança deve estar alinhada com os valores e as metas da empresa, incluindo o entendimento de onde a companhia quer chegar e como (corporação e liderança) pretendem fazer isso junto às suas equipes.
“O Prysmian, por exemplo, tem uma visão clara do seu papel na transformação energética e digital do planeta, de modo que esperamos das nossas lideranças sinergia com a companhia e habilidade para transmitir e engajar os times a gerar valor por meio desse propósito”, diz.