Licença pet, congelamento de óvulos e salário sob demanda: os benefícios para reter talentos


Num cenário de fenômenos crescentes, como a grande renúncia e o quiet quitting, empresas apostam em pacotes para engajar e manter equipes

Por Zeca Ferreira
Atualização:

Em tempos de fenômenos crescentes, como a grande renúncia (demissão voluntária) e o quiet quitting (demissão silenciosa), as empresas estão tendo de se desdobrar para engajar e reter seus talentos. Nesse contexto, uma das saídas tem sido apostar em pacotes de benefícios amplos e inusitados, que incluem desde plano de saúde para cães e gatos e licença pet até a preservação de óvulos e descontos em lojas.

Segundo a diretora de conteúdo e relações institucionais da consultoria Great Place to Work (GPTW), Daniela Diniz, a qualidade do pacote de benefícios tem influência na permanência do colaborador. Ela ressalta, porém, que compreender as demandas de cada funcionário é o que realmente faz a diferença. “Quando a empresa conhece melhor o seu profissional, ela consegue proporcionar aquilo que realmente vai fazer ele feliz no trabalho”, diz.

Uma pesquisa realizada pela GPTW, com 1.053 profissionais de diferentes áreas, mostrou que o plano de saúde ainda é o principal benefício (82,5%) das empresas, seguido pelo plano odontológico (72,9%), participação nos lucros (50,5%) e convênios e parcerias com academias de ginástica (44,9%). Mas outros produtos, menos tradicionais, já ganham espaço dentro das companhias, como o day off (42,6%), programas de desconto em loja (26,5%) e benefícios estéticos de bem-estar (10,6%).

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Além disso, começam a surgir também benefícios como licença pet, stock options (direito de adquirir ações da empresa) e salário sob demanda, em que o funcionário recebe sua remuneração a qualquer momento, de forma proporcional. As empresas também estão de olho na saúde mental e financeira de seus empregados. De acordo com a pesquisa, 32,8% das companhias apoio na educação e gestão financeira, com palestras, webinars e conteúdos sobre o tema.

Empresas mais inovadoras tendem a inovar inclusive nos benefícios

Daniela Diniz

Segundo pesquisa citada pela Quansa, empresa parceira do GPTW, 96% dos profissionais de RH acreditam que colaboradores com mais dificuldades financeiras são menos produtivos. Por isso, a expectativa e que o assunto ganhe cada vez mais relevância na agenda das corporações.

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A importância de conhecer os funcionários

Para criar pacotes de acordo com as necessidades, uma saída é fazer pesquisas periódicas para conhecer melhor os funcionários. A Petlove, por exemplo, empresa com cerca de 1,5 mil funcionários, observou que a maioria dos seus colaboradores são tutores de animais de estimação. A partir dessa análise, a empresa incluiu em seu combo de benefícios itens voltados ao universo pet, como descontos em produtos, plano de saúde para cães e gatos e uma licença remunerada de dois dias para quem adotar ou comprar um animal de estimação.

Coordenador de CRM na Petlove, Felipe Intasqui conta que os benefícios oferecidos pela empresa fizeram a diferença no processo de adaptação e tratamento de seus dois cães, da raça golden retriever. Ao mudar para um apartamento maior, Instasqui diz que optou por ter um animal de estimação com sua companhia e que a licença pet permitiu que ele cuidasse do filhote.

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Para Felipe Intasqui, benefícios oferecidos pela empresa fizeram a diferença no processo de adaptação e tratamento de seus cães  Foto: Tiago Queiroz/Estadão

“[Primeiro], pegamos o Apolo e foi muito bom poder ficar com ele nos primeiros dias, já que ele chegou assustado, mas para a Chanel, que resgatamos de outra casa, foi fundamental. Ela chegou muito maltratada, com doença do carrapato, e todo tratamento foi pela Petlove, gastei muito menos do que esperava e hoje minha cachorra tá saudável e feliz”, conta Instasqui.

Para a gerente de benefícios do Mercado Livre, Monica Rosenburg, a pandemia de covid-19 reforçou a necessidade das empresas buscarem o equilíbrio entre aquilo que é bom para a companhia, mas também aquilo é bom para o colaborador. “Olhar o indivíduo e respeitar as necessidades de cada é o que gera a conexão entre a pessoa e a empresa”, afirma.

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No caso do Mercado Livre, que ocupa a sétima posição no ranking das melhores empresas para trabalhar da Great Place to Work, os benefícios oferecidos para os funcionários vão desde os mais tradicionais passando por ações específicas, como a preservação de óvulos para as mulheres que precisam ou decidem prolongar seu ciclo de fertilidade, sendo que a empresa cobre até 75% do custo do procedimento, com teto de até US$ 5 mil.

A diretora da Great Place to Work Daniela Diniz esclarece que não é necessariamente o segmento de atuação da empresa que vai definir o quão inusitado será o pacote de benefícios, mas, sim, a cultura da companhia. “Empresas mais inovadoras tendem a inovar inclusive nos benefícios”, diz.

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A sócia da 99Hunters, Gabriela Brasil, afirma que hoje no País os benefícios que destacam as empresas melhores avaliadas pelos colaboradores são a licença parental, modelos híbridos de trabalho, estratégias de ESG (sigla para melhores práticas ambientais, sociais e de governança), gestão honesta e ética ambiente fisicamente seguro e diverso. Na opinião dela, no entanto, o melhor jeito de reter talentos é fazendo contratações assertivas. “Pessoas que tenham aderência às necessidades da posição, porém que também tenham um match com a cultura da empresa.” (Colaborou Renée Pereira)

Em tempos de fenômenos crescentes, como a grande renúncia (demissão voluntária) e o quiet quitting (demissão silenciosa), as empresas estão tendo de se desdobrar para engajar e reter seus talentos. Nesse contexto, uma das saídas tem sido apostar em pacotes de benefícios amplos e inusitados, que incluem desde plano de saúde para cães e gatos e licença pet até a preservação de óvulos e descontos em lojas.

Segundo a diretora de conteúdo e relações institucionais da consultoria Great Place to Work (GPTW), Daniela Diniz, a qualidade do pacote de benefícios tem influência na permanência do colaborador. Ela ressalta, porém, que compreender as demandas de cada funcionário é o que realmente faz a diferença. “Quando a empresa conhece melhor o seu profissional, ela consegue proporcionar aquilo que realmente vai fazer ele feliz no trabalho”, diz.

Uma pesquisa realizada pela GPTW, com 1.053 profissionais de diferentes áreas, mostrou que o plano de saúde ainda é o principal benefício (82,5%) das empresas, seguido pelo plano odontológico (72,9%), participação nos lucros (50,5%) e convênios e parcerias com academias de ginástica (44,9%). Mas outros produtos, menos tradicionais, já ganham espaço dentro das companhias, como o day off (42,6%), programas de desconto em loja (26,5%) e benefícios estéticos de bem-estar (10,6%).

Além disso, começam a surgir também benefícios como licença pet, stock options (direito de adquirir ações da empresa) e salário sob demanda, em que o funcionário recebe sua remuneração a qualquer momento, de forma proporcional. As empresas também estão de olho na saúde mental e financeira de seus empregados. De acordo com a pesquisa, 32,8% das companhias apoio na educação e gestão financeira, com palestras, webinars e conteúdos sobre o tema.

Empresas mais inovadoras tendem a inovar inclusive nos benefícios

Daniela Diniz

Segundo pesquisa citada pela Quansa, empresa parceira do GPTW, 96% dos profissionais de RH acreditam que colaboradores com mais dificuldades financeiras são menos produtivos. Por isso, a expectativa e que o assunto ganhe cada vez mais relevância na agenda das corporações.

A importância de conhecer os funcionários

Para criar pacotes de acordo com as necessidades, uma saída é fazer pesquisas periódicas para conhecer melhor os funcionários. A Petlove, por exemplo, empresa com cerca de 1,5 mil funcionários, observou que a maioria dos seus colaboradores são tutores de animais de estimação. A partir dessa análise, a empresa incluiu em seu combo de benefícios itens voltados ao universo pet, como descontos em produtos, plano de saúde para cães e gatos e uma licença remunerada de dois dias para quem adotar ou comprar um animal de estimação.

Coordenador de CRM na Petlove, Felipe Intasqui conta que os benefícios oferecidos pela empresa fizeram a diferença no processo de adaptação e tratamento de seus dois cães, da raça golden retriever. Ao mudar para um apartamento maior, Instasqui diz que optou por ter um animal de estimação com sua companhia e que a licença pet permitiu que ele cuidasse do filhote.

Para Felipe Intasqui, benefícios oferecidos pela empresa fizeram a diferença no processo de adaptação e tratamento de seus cães  Foto: Tiago Queiroz/Estadão

“[Primeiro], pegamos o Apolo e foi muito bom poder ficar com ele nos primeiros dias, já que ele chegou assustado, mas para a Chanel, que resgatamos de outra casa, foi fundamental. Ela chegou muito maltratada, com doença do carrapato, e todo tratamento foi pela Petlove, gastei muito menos do que esperava e hoje minha cachorra tá saudável e feliz”, conta Instasqui.

Para a gerente de benefícios do Mercado Livre, Monica Rosenburg, a pandemia de covid-19 reforçou a necessidade das empresas buscarem o equilíbrio entre aquilo que é bom para a companhia, mas também aquilo é bom para o colaborador. “Olhar o indivíduo e respeitar as necessidades de cada é o que gera a conexão entre a pessoa e a empresa”, afirma.

No caso do Mercado Livre, que ocupa a sétima posição no ranking das melhores empresas para trabalhar da Great Place to Work, os benefícios oferecidos para os funcionários vão desde os mais tradicionais passando por ações específicas, como a preservação de óvulos para as mulheres que precisam ou decidem prolongar seu ciclo de fertilidade, sendo que a empresa cobre até 75% do custo do procedimento, com teto de até US$ 5 mil.

A diretora da Great Place to Work Daniela Diniz esclarece que não é necessariamente o segmento de atuação da empresa que vai definir o quão inusitado será o pacote de benefícios, mas, sim, a cultura da companhia. “Empresas mais inovadoras tendem a inovar inclusive nos benefícios”, diz.

A sócia da 99Hunters, Gabriela Brasil, afirma que hoje no País os benefícios que destacam as empresas melhores avaliadas pelos colaboradores são a licença parental, modelos híbridos de trabalho, estratégias de ESG (sigla para melhores práticas ambientais, sociais e de governança), gestão honesta e ética ambiente fisicamente seguro e diverso. Na opinião dela, no entanto, o melhor jeito de reter talentos é fazendo contratações assertivas. “Pessoas que tenham aderência às necessidades da posição, porém que também tenham um match com a cultura da empresa.” (Colaborou Renée Pereira)

Em tempos de fenômenos crescentes, como a grande renúncia (demissão voluntária) e o quiet quitting (demissão silenciosa), as empresas estão tendo de se desdobrar para engajar e reter seus talentos. Nesse contexto, uma das saídas tem sido apostar em pacotes de benefícios amplos e inusitados, que incluem desde plano de saúde para cães e gatos e licença pet até a preservação de óvulos e descontos em lojas.

Segundo a diretora de conteúdo e relações institucionais da consultoria Great Place to Work (GPTW), Daniela Diniz, a qualidade do pacote de benefícios tem influência na permanência do colaborador. Ela ressalta, porém, que compreender as demandas de cada funcionário é o que realmente faz a diferença. “Quando a empresa conhece melhor o seu profissional, ela consegue proporcionar aquilo que realmente vai fazer ele feliz no trabalho”, diz.

Uma pesquisa realizada pela GPTW, com 1.053 profissionais de diferentes áreas, mostrou que o plano de saúde ainda é o principal benefício (82,5%) das empresas, seguido pelo plano odontológico (72,9%), participação nos lucros (50,5%) e convênios e parcerias com academias de ginástica (44,9%). Mas outros produtos, menos tradicionais, já ganham espaço dentro das companhias, como o day off (42,6%), programas de desconto em loja (26,5%) e benefícios estéticos de bem-estar (10,6%).

Além disso, começam a surgir também benefícios como licença pet, stock options (direito de adquirir ações da empresa) e salário sob demanda, em que o funcionário recebe sua remuneração a qualquer momento, de forma proporcional. As empresas também estão de olho na saúde mental e financeira de seus empregados. De acordo com a pesquisa, 32,8% das companhias apoio na educação e gestão financeira, com palestras, webinars e conteúdos sobre o tema.

Empresas mais inovadoras tendem a inovar inclusive nos benefícios

Daniela Diniz

Segundo pesquisa citada pela Quansa, empresa parceira do GPTW, 96% dos profissionais de RH acreditam que colaboradores com mais dificuldades financeiras são menos produtivos. Por isso, a expectativa e que o assunto ganhe cada vez mais relevância na agenda das corporações.

A importância de conhecer os funcionários

Para criar pacotes de acordo com as necessidades, uma saída é fazer pesquisas periódicas para conhecer melhor os funcionários. A Petlove, por exemplo, empresa com cerca de 1,5 mil funcionários, observou que a maioria dos seus colaboradores são tutores de animais de estimação. A partir dessa análise, a empresa incluiu em seu combo de benefícios itens voltados ao universo pet, como descontos em produtos, plano de saúde para cães e gatos e uma licença remunerada de dois dias para quem adotar ou comprar um animal de estimação.

Coordenador de CRM na Petlove, Felipe Intasqui conta que os benefícios oferecidos pela empresa fizeram a diferença no processo de adaptação e tratamento de seus dois cães, da raça golden retriever. Ao mudar para um apartamento maior, Instasqui diz que optou por ter um animal de estimação com sua companhia e que a licença pet permitiu que ele cuidasse do filhote.

Para Felipe Intasqui, benefícios oferecidos pela empresa fizeram a diferença no processo de adaptação e tratamento de seus cães  Foto: Tiago Queiroz/Estadão

“[Primeiro], pegamos o Apolo e foi muito bom poder ficar com ele nos primeiros dias, já que ele chegou assustado, mas para a Chanel, que resgatamos de outra casa, foi fundamental. Ela chegou muito maltratada, com doença do carrapato, e todo tratamento foi pela Petlove, gastei muito menos do que esperava e hoje minha cachorra tá saudável e feliz”, conta Instasqui.

Para a gerente de benefícios do Mercado Livre, Monica Rosenburg, a pandemia de covid-19 reforçou a necessidade das empresas buscarem o equilíbrio entre aquilo que é bom para a companhia, mas também aquilo é bom para o colaborador. “Olhar o indivíduo e respeitar as necessidades de cada é o que gera a conexão entre a pessoa e a empresa”, afirma.

No caso do Mercado Livre, que ocupa a sétima posição no ranking das melhores empresas para trabalhar da Great Place to Work, os benefícios oferecidos para os funcionários vão desde os mais tradicionais passando por ações específicas, como a preservação de óvulos para as mulheres que precisam ou decidem prolongar seu ciclo de fertilidade, sendo que a empresa cobre até 75% do custo do procedimento, com teto de até US$ 5 mil.

A diretora da Great Place to Work Daniela Diniz esclarece que não é necessariamente o segmento de atuação da empresa que vai definir o quão inusitado será o pacote de benefícios, mas, sim, a cultura da companhia. “Empresas mais inovadoras tendem a inovar inclusive nos benefícios”, diz.

A sócia da 99Hunters, Gabriela Brasil, afirma que hoje no País os benefícios que destacam as empresas melhores avaliadas pelos colaboradores são a licença parental, modelos híbridos de trabalho, estratégias de ESG (sigla para melhores práticas ambientais, sociais e de governança), gestão honesta e ética ambiente fisicamente seguro e diverso. Na opinião dela, no entanto, o melhor jeito de reter talentos é fazendo contratações assertivas. “Pessoas que tenham aderência às necessidades da posição, porém que também tenham um match com a cultura da empresa.” (Colaborou Renée Pereira)

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