Geração Z leva pais a entrevistas de emprego, diz estudo; recrutadores reclamam e dão dicas


Levantamento mostra que 20% das empresas consultadas tiveram casos em que jovens recém-formados levaram os pais para entrevistas de emprego, o que depõe contra maturidade profissional, dizem especialistas

Por Amanda Fuzita
Atualização: Correção:

Jovens recém-formados da geração Z estão levando seus pais para participarem de suas entrevistas de emprego. Isso aconteceu em 20% das empresas consultadas em um levantamento nos Estados Unidos. A pesquisa foi feita em dezembro do ano passado pela Intelligent, revista on-line universitári. Foram ouvidos 800 gestores, diretores e executivos responsáveis por contratações nos Estados Unidos.

Segundo o estudo, os jovens da geração Z têm sido alvo de críticas pelo comportamento no ambiente de trabalho. Além dos episódios de levarem os pais na entrevista, o levantamento abrange questões como o uso de roupas inadequadas para a situação (47%) e falta de habilidades de comunicação (52%).

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As reclamações incluem dificuldades em cumprir horários, lidar com a rotina estabelecida, habilidades de comunicação - tanto na redação de e-mails quanto na participação em reuniões -, desafios em gerenciar a carga de trabalho e uma tendência a se ofenderem facilmente.

O cenário traz questionamentos às empresas sobre a preparação e a maturidade desses novos profissionais.

Esse problema também é observado com os jovens no Brasil, com diversos profissionais de RH apontando situações atípicas nos processos seletivos.

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Jovens devem se preparar para mostrar segurança em uma entrevista de emprego, dizem especialistas. Foto: yurolaitsalbert - stock.adobe.com

Jovem de 20 anos levou mãe e tia na entrevista

Andre Minucci, mentor de empresários e especialista em desenvolvimento profissional, relatou uma experiência surpreendente de uma jovem de 20 anos que levou sua mãe e sua tia na entrevista presencial, alegando que a tia possuía experiência no mercado de trabalho.

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“Nos surpreendeu porque, chegamos para receber a participante, e ela apresentou a mãe e a tia perguntando se poderiam participar com ela”, contou.

“Com respeito e delicadeza, explicamos que não era permitido e que era uma vaga para pessoas sem experiência. A mãe ainda insistiu: ‘Eu não posso ir mesmo?’. A garota ficou um pouco relutante, mas acabou fazendo a entrevista.”

Recrutadora percebeu presença do pai em entrevista on-line

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Patrícia Santos, fundadora da Empregue Afro, especialista em recursos humanos focada em equidade racial, relatou um caso marcante durante uma entrevista por videochamada:

“Lembro de ver a manga da camisa do pai da candidata aparecendo e a jovem olhando com frequência para que ele avaliasse as respostas. Dava para ouvir o pai falando do lado. Até a hora em que eu questionei: ‘Quem está aí do seu lado é seu pai?’”, conta.

“A menina disse ser o pai e ficou bastante constrangida. Ele apareceu na câmera e se apresentou, e eu falei que ficava feliz de que ele estivesse ali apoiando, mas que era importante que a filha conversasse comigo sozinha.”

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Segundo a especialista, é um fenômeno recente de uma geração muito ligada à tecnologia que sofre dificuldade na interação com as pessoas. São mais tímidos, travam mais na hora de falar. E os pais, querendo ajudar, acabam participando das entrevistas.

Ela afirmou que também existem episódios de o jovem ser aprovado, receber a notícia e dizer que precisa conversar com os pais para saber se aprovam ou não.

Pais questionam reprovação e demissão dos filhos

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A gerente de projetos da Companhia de Estágios, Jéssica Gondim, diz que é comum os pais cobrarem um retorno em relação à vaga e se mostrarem mais engajados que o próprio candidato: “Falam: ‘Meu filho precisa trabalhar, por que ele foi reprovado?’”.

Fernando Campos, CEO do Portal de Estágios, afirma acontecer de os responsáveis entrarem em contato com a empresa para questionar desligamentos. “É bem chato, mas acontece. Já ocorreu de a responsável tentar mediar uma possível recolocação e pedir para eu dar uma segunda chance, dizendo estar indignada com o fato”, relatou.

Gondim também compartilhou ser comum que os telefones nos currículos e nos cadastros sejam os dos pais. ”Acontece por vezes de ligarmos ou enviarmos mensagem pelo WhatsApp para o candidato no número de cadastro e, quando vamos ver, é a mãe”, conta.

“Já aconteceu algumas vezes e aí, quando falamos ‘Esse número é do fulano?’, respondem: ‘É meu filho, pode falar comigo’. Isso acontece com uma certa recorrência”, afirma.

Mãe impediu recrutadora de falar com jovem

A gerente de relacionamento com instituições de ensino no Núcleo Brasileiro de Estágios (Nube), Camila Garcia, contou sobre uma experiência onde tentou marcar uma entrevista com um estudante, maior de idade, mas a mãe impediu.

“Eu liguei no telefone, e era o telefone da mãe que estava no currículo dele. Ela atendeu. Pedi para falar com o candidato, ela disse que eu poderia falar com ela, pois ele era envergonhado. Expliquei que era importante que eu falasse com ele. Ela continuou insistindo que eu passasse as informações para ela, porque ele não iria conseguir se comunicar comigo”, relatou.

“Ela se mostrou bastante resistente porque aparentemente achava que ele não seria capaz de responder, e eu precisei falar: ‘Como eu não consigo falar com seu filho, infelizmente não conseguirei seguir com o processo’”.

“Em outra ocasião, uma candidata maior de idade trouxe seu avô em uma entrevista presencial de estágio. Os dois se apresentaram na recepção e explicaram o motivo de estarem juntos e seus receios quanto à oportunidade”, apontou a gerente. “O avô disse que tinha medo de que ela trabalhasse na região central, porque era um pouco perigosa e não sabia se ela conseguiria”, completou.

Como se sentir seguro na entrevista?

Enfrentar uma entrevista de emprego pode ser um desafio assustador para muitos candidatos, mas a chave para se sentir seguro depende de uma boa preparação e confiança. Para isso:

  • Avalie a cultura, os valores e, se possível, a pessoa que conduzirá a entrevista. O conhecimento aprofundado do contexto ajudará a responder às perguntas de forma mais precisa;
  • Pratique antes. Realizar uma entrevista com um amigo ou familiar pode ser útil;
  • Prepare perguntas que sejam relevantes e as repita em voz alta. Além de aprimorar as suas respostas, isso também aumentará a sua confiança;
  • Foque nas suas conquistas anteriores, lembre-se de como elas o prepararam para esta oportunidade.

Campos afirma que mostrar segurança durante uma entrevista é crucial para o candidato, especialmente para integrantes da geração Z que estão ingressando no mercado de trabalho.

”Quando um jovem se mostra confiante, ele transmite uma imagem de competência e profissionalismo para o recrutador. Isso pode impactar diretamente nas chances de ser contratado, pois demonstra que o candidato possui autoconhecimento, capacidade de comunicação e habilidades interpessoais bem desenvolvidas”.

Jovens recém-formados da geração Z estão levando seus pais para participarem de suas entrevistas de emprego. Isso aconteceu em 20% das empresas consultadas em um levantamento nos Estados Unidos. A pesquisa foi feita em dezembro do ano passado pela Intelligent, revista on-line universitári. Foram ouvidos 800 gestores, diretores e executivos responsáveis por contratações nos Estados Unidos.

Segundo o estudo, os jovens da geração Z têm sido alvo de críticas pelo comportamento no ambiente de trabalho. Além dos episódios de levarem os pais na entrevista, o levantamento abrange questões como o uso de roupas inadequadas para a situação (47%) e falta de habilidades de comunicação (52%).

As reclamações incluem dificuldades em cumprir horários, lidar com a rotina estabelecida, habilidades de comunicação - tanto na redação de e-mails quanto na participação em reuniões -, desafios em gerenciar a carga de trabalho e uma tendência a se ofenderem facilmente.

O cenário traz questionamentos às empresas sobre a preparação e a maturidade desses novos profissionais.

Esse problema também é observado com os jovens no Brasil, com diversos profissionais de RH apontando situações atípicas nos processos seletivos.

Jovens devem se preparar para mostrar segurança em uma entrevista de emprego, dizem especialistas. Foto: yurolaitsalbert - stock.adobe.com

Jovem de 20 anos levou mãe e tia na entrevista

Andre Minucci, mentor de empresários e especialista em desenvolvimento profissional, relatou uma experiência surpreendente de uma jovem de 20 anos que levou sua mãe e sua tia na entrevista presencial, alegando que a tia possuía experiência no mercado de trabalho.

“Nos surpreendeu porque, chegamos para receber a participante, e ela apresentou a mãe e a tia perguntando se poderiam participar com ela”, contou.

“Com respeito e delicadeza, explicamos que não era permitido e que era uma vaga para pessoas sem experiência. A mãe ainda insistiu: ‘Eu não posso ir mesmo?’. A garota ficou um pouco relutante, mas acabou fazendo a entrevista.”

Recrutadora percebeu presença do pai em entrevista on-line

Patrícia Santos, fundadora da Empregue Afro, especialista em recursos humanos focada em equidade racial, relatou um caso marcante durante uma entrevista por videochamada:

“Lembro de ver a manga da camisa do pai da candidata aparecendo e a jovem olhando com frequência para que ele avaliasse as respostas. Dava para ouvir o pai falando do lado. Até a hora em que eu questionei: ‘Quem está aí do seu lado é seu pai?’”, conta.

“A menina disse ser o pai e ficou bastante constrangida. Ele apareceu na câmera e se apresentou, e eu falei que ficava feliz de que ele estivesse ali apoiando, mas que era importante que a filha conversasse comigo sozinha.”

Segundo a especialista, é um fenômeno recente de uma geração muito ligada à tecnologia que sofre dificuldade na interação com as pessoas. São mais tímidos, travam mais na hora de falar. E os pais, querendo ajudar, acabam participando das entrevistas.

Ela afirmou que também existem episódios de o jovem ser aprovado, receber a notícia e dizer que precisa conversar com os pais para saber se aprovam ou não.

Pais questionam reprovação e demissão dos filhos

A gerente de projetos da Companhia de Estágios, Jéssica Gondim, diz que é comum os pais cobrarem um retorno em relação à vaga e se mostrarem mais engajados que o próprio candidato: “Falam: ‘Meu filho precisa trabalhar, por que ele foi reprovado?’”.

Fernando Campos, CEO do Portal de Estágios, afirma acontecer de os responsáveis entrarem em contato com a empresa para questionar desligamentos. “É bem chato, mas acontece. Já ocorreu de a responsável tentar mediar uma possível recolocação e pedir para eu dar uma segunda chance, dizendo estar indignada com o fato”, relatou.

Gondim também compartilhou ser comum que os telefones nos currículos e nos cadastros sejam os dos pais. ”Acontece por vezes de ligarmos ou enviarmos mensagem pelo WhatsApp para o candidato no número de cadastro e, quando vamos ver, é a mãe”, conta.

“Já aconteceu algumas vezes e aí, quando falamos ‘Esse número é do fulano?’, respondem: ‘É meu filho, pode falar comigo’. Isso acontece com uma certa recorrência”, afirma.

Mãe impediu recrutadora de falar com jovem

A gerente de relacionamento com instituições de ensino no Núcleo Brasileiro de Estágios (Nube), Camila Garcia, contou sobre uma experiência onde tentou marcar uma entrevista com um estudante, maior de idade, mas a mãe impediu.

“Eu liguei no telefone, e era o telefone da mãe que estava no currículo dele. Ela atendeu. Pedi para falar com o candidato, ela disse que eu poderia falar com ela, pois ele era envergonhado. Expliquei que era importante que eu falasse com ele. Ela continuou insistindo que eu passasse as informações para ela, porque ele não iria conseguir se comunicar comigo”, relatou.

“Ela se mostrou bastante resistente porque aparentemente achava que ele não seria capaz de responder, e eu precisei falar: ‘Como eu não consigo falar com seu filho, infelizmente não conseguirei seguir com o processo’”.

“Em outra ocasião, uma candidata maior de idade trouxe seu avô em uma entrevista presencial de estágio. Os dois se apresentaram na recepção e explicaram o motivo de estarem juntos e seus receios quanto à oportunidade”, apontou a gerente. “O avô disse que tinha medo de que ela trabalhasse na região central, porque era um pouco perigosa e não sabia se ela conseguiria”, completou.

Como se sentir seguro na entrevista?

Enfrentar uma entrevista de emprego pode ser um desafio assustador para muitos candidatos, mas a chave para se sentir seguro depende de uma boa preparação e confiança. Para isso:

  • Avalie a cultura, os valores e, se possível, a pessoa que conduzirá a entrevista. O conhecimento aprofundado do contexto ajudará a responder às perguntas de forma mais precisa;
  • Pratique antes. Realizar uma entrevista com um amigo ou familiar pode ser útil;
  • Prepare perguntas que sejam relevantes e as repita em voz alta. Além de aprimorar as suas respostas, isso também aumentará a sua confiança;
  • Foque nas suas conquistas anteriores, lembre-se de como elas o prepararam para esta oportunidade.

Campos afirma que mostrar segurança durante uma entrevista é crucial para o candidato, especialmente para integrantes da geração Z que estão ingressando no mercado de trabalho.

”Quando um jovem se mostra confiante, ele transmite uma imagem de competência e profissionalismo para o recrutador. Isso pode impactar diretamente nas chances de ser contratado, pois demonstra que o candidato possui autoconhecimento, capacidade de comunicação e habilidades interpessoais bem desenvolvidas”.

Jovens recém-formados da geração Z estão levando seus pais para participarem de suas entrevistas de emprego. Isso aconteceu em 20% das empresas consultadas em um levantamento nos Estados Unidos. A pesquisa foi feita em dezembro do ano passado pela Intelligent, revista on-line universitári. Foram ouvidos 800 gestores, diretores e executivos responsáveis por contratações nos Estados Unidos.

Segundo o estudo, os jovens da geração Z têm sido alvo de críticas pelo comportamento no ambiente de trabalho. Além dos episódios de levarem os pais na entrevista, o levantamento abrange questões como o uso de roupas inadequadas para a situação (47%) e falta de habilidades de comunicação (52%).

As reclamações incluem dificuldades em cumprir horários, lidar com a rotina estabelecida, habilidades de comunicação - tanto na redação de e-mails quanto na participação em reuniões -, desafios em gerenciar a carga de trabalho e uma tendência a se ofenderem facilmente.

O cenário traz questionamentos às empresas sobre a preparação e a maturidade desses novos profissionais.

Esse problema também é observado com os jovens no Brasil, com diversos profissionais de RH apontando situações atípicas nos processos seletivos.

Jovens devem se preparar para mostrar segurança em uma entrevista de emprego, dizem especialistas. Foto: yurolaitsalbert - stock.adobe.com

Jovem de 20 anos levou mãe e tia na entrevista

Andre Minucci, mentor de empresários e especialista em desenvolvimento profissional, relatou uma experiência surpreendente de uma jovem de 20 anos que levou sua mãe e sua tia na entrevista presencial, alegando que a tia possuía experiência no mercado de trabalho.

“Nos surpreendeu porque, chegamos para receber a participante, e ela apresentou a mãe e a tia perguntando se poderiam participar com ela”, contou.

“Com respeito e delicadeza, explicamos que não era permitido e que era uma vaga para pessoas sem experiência. A mãe ainda insistiu: ‘Eu não posso ir mesmo?’. A garota ficou um pouco relutante, mas acabou fazendo a entrevista.”

Recrutadora percebeu presença do pai em entrevista on-line

Patrícia Santos, fundadora da Empregue Afro, especialista em recursos humanos focada em equidade racial, relatou um caso marcante durante uma entrevista por videochamada:

“Lembro de ver a manga da camisa do pai da candidata aparecendo e a jovem olhando com frequência para que ele avaliasse as respostas. Dava para ouvir o pai falando do lado. Até a hora em que eu questionei: ‘Quem está aí do seu lado é seu pai?’”, conta.

“A menina disse ser o pai e ficou bastante constrangida. Ele apareceu na câmera e se apresentou, e eu falei que ficava feliz de que ele estivesse ali apoiando, mas que era importante que a filha conversasse comigo sozinha.”

Segundo a especialista, é um fenômeno recente de uma geração muito ligada à tecnologia que sofre dificuldade na interação com as pessoas. São mais tímidos, travam mais na hora de falar. E os pais, querendo ajudar, acabam participando das entrevistas.

Ela afirmou que também existem episódios de o jovem ser aprovado, receber a notícia e dizer que precisa conversar com os pais para saber se aprovam ou não.

Pais questionam reprovação e demissão dos filhos

A gerente de projetos da Companhia de Estágios, Jéssica Gondim, diz que é comum os pais cobrarem um retorno em relação à vaga e se mostrarem mais engajados que o próprio candidato: “Falam: ‘Meu filho precisa trabalhar, por que ele foi reprovado?’”.

Fernando Campos, CEO do Portal de Estágios, afirma acontecer de os responsáveis entrarem em contato com a empresa para questionar desligamentos. “É bem chato, mas acontece. Já ocorreu de a responsável tentar mediar uma possível recolocação e pedir para eu dar uma segunda chance, dizendo estar indignada com o fato”, relatou.

Gondim também compartilhou ser comum que os telefones nos currículos e nos cadastros sejam os dos pais. ”Acontece por vezes de ligarmos ou enviarmos mensagem pelo WhatsApp para o candidato no número de cadastro e, quando vamos ver, é a mãe”, conta.

“Já aconteceu algumas vezes e aí, quando falamos ‘Esse número é do fulano?’, respondem: ‘É meu filho, pode falar comigo’. Isso acontece com uma certa recorrência”, afirma.

Mãe impediu recrutadora de falar com jovem

A gerente de relacionamento com instituições de ensino no Núcleo Brasileiro de Estágios (Nube), Camila Garcia, contou sobre uma experiência onde tentou marcar uma entrevista com um estudante, maior de idade, mas a mãe impediu.

“Eu liguei no telefone, e era o telefone da mãe que estava no currículo dele. Ela atendeu. Pedi para falar com o candidato, ela disse que eu poderia falar com ela, pois ele era envergonhado. Expliquei que era importante que eu falasse com ele. Ela continuou insistindo que eu passasse as informações para ela, porque ele não iria conseguir se comunicar comigo”, relatou.

“Ela se mostrou bastante resistente porque aparentemente achava que ele não seria capaz de responder, e eu precisei falar: ‘Como eu não consigo falar com seu filho, infelizmente não conseguirei seguir com o processo’”.

“Em outra ocasião, uma candidata maior de idade trouxe seu avô em uma entrevista presencial de estágio. Os dois se apresentaram na recepção e explicaram o motivo de estarem juntos e seus receios quanto à oportunidade”, apontou a gerente. “O avô disse que tinha medo de que ela trabalhasse na região central, porque era um pouco perigosa e não sabia se ela conseguiria”, completou.

Como se sentir seguro na entrevista?

Enfrentar uma entrevista de emprego pode ser um desafio assustador para muitos candidatos, mas a chave para se sentir seguro depende de uma boa preparação e confiança. Para isso:

  • Avalie a cultura, os valores e, se possível, a pessoa que conduzirá a entrevista. O conhecimento aprofundado do contexto ajudará a responder às perguntas de forma mais precisa;
  • Pratique antes. Realizar uma entrevista com um amigo ou familiar pode ser útil;
  • Prepare perguntas que sejam relevantes e as repita em voz alta. Além de aprimorar as suas respostas, isso também aumentará a sua confiança;
  • Foque nas suas conquistas anteriores, lembre-se de como elas o prepararam para esta oportunidade.

Campos afirma que mostrar segurança durante uma entrevista é crucial para o candidato, especialmente para integrantes da geração Z que estão ingressando no mercado de trabalho.

”Quando um jovem se mostra confiante, ele transmite uma imagem de competência e profissionalismo para o recrutador. Isso pode impactar diretamente nas chances de ser contratado, pois demonstra que o candidato possui autoconhecimento, capacidade de comunicação e habilidades interpessoais bem desenvolvidas”.

Jovens recém-formados da geração Z estão levando seus pais para participarem de suas entrevistas de emprego. Isso aconteceu em 20% das empresas consultadas em um levantamento nos Estados Unidos. A pesquisa foi feita em dezembro do ano passado pela Intelligent, revista on-line universitári. Foram ouvidos 800 gestores, diretores e executivos responsáveis por contratações nos Estados Unidos.

Segundo o estudo, os jovens da geração Z têm sido alvo de críticas pelo comportamento no ambiente de trabalho. Além dos episódios de levarem os pais na entrevista, o levantamento abrange questões como o uso de roupas inadequadas para a situação (47%) e falta de habilidades de comunicação (52%).

As reclamações incluem dificuldades em cumprir horários, lidar com a rotina estabelecida, habilidades de comunicação - tanto na redação de e-mails quanto na participação em reuniões -, desafios em gerenciar a carga de trabalho e uma tendência a se ofenderem facilmente.

O cenário traz questionamentos às empresas sobre a preparação e a maturidade desses novos profissionais.

Esse problema também é observado com os jovens no Brasil, com diversos profissionais de RH apontando situações atípicas nos processos seletivos.

Jovens devem se preparar para mostrar segurança em uma entrevista de emprego, dizem especialistas. Foto: yurolaitsalbert - stock.adobe.com

Jovem de 20 anos levou mãe e tia na entrevista

Andre Minucci, mentor de empresários e especialista em desenvolvimento profissional, relatou uma experiência surpreendente de uma jovem de 20 anos que levou sua mãe e sua tia na entrevista presencial, alegando que a tia possuía experiência no mercado de trabalho.

“Nos surpreendeu porque, chegamos para receber a participante, e ela apresentou a mãe e a tia perguntando se poderiam participar com ela”, contou.

“Com respeito e delicadeza, explicamos que não era permitido e que era uma vaga para pessoas sem experiência. A mãe ainda insistiu: ‘Eu não posso ir mesmo?’. A garota ficou um pouco relutante, mas acabou fazendo a entrevista.”

Recrutadora percebeu presença do pai em entrevista on-line

Patrícia Santos, fundadora da Empregue Afro, especialista em recursos humanos focada em equidade racial, relatou um caso marcante durante uma entrevista por videochamada:

“Lembro de ver a manga da camisa do pai da candidata aparecendo e a jovem olhando com frequência para que ele avaliasse as respostas. Dava para ouvir o pai falando do lado. Até a hora em que eu questionei: ‘Quem está aí do seu lado é seu pai?’”, conta.

“A menina disse ser o pai e ficou bastante constrangida. Ele apareceu na câmera e se apresentou, e eu falei que ficava feliz de que ele estivesse ali apoiando, mas que era importante que a filha conversasse comigo sozinha.”

Segundo a especialista, é um fenômeno recente de uma geração muito ligada à tecnologia que sofre dificuldade na interação com as pessoas. São mais tímidos, travam mais na hora de falar. E os pais, querendo ajudar, acabam participando das entrevistas.

Ela afirmou que também existem episódios de o jovem ser aprovado, receber a notícia e dizer que precisa conversar com os pais para saber se aprovam ou não.

Pais questionam reprovação e demissão dos filhos

A gerente de projetos da Companhia de Estágios, Jéssica Gondim, diz que é comum os pais cobrarem um retorno em relação à vaga e se mostrarem mais engajados que o próprio candidato: “Falam: ‘Meu filho precisa trabalhar, por que ele foi reprovado?’”.

Fernando Campos, CEO do Portal de Estágios, afirma acontecer de os responsáveis entrarem em contato com a empresa para questionar desligamentos. “É bem chato, mas acontece. Já ocorreu de a responsável tentar mediar uma possível recolocação e pedir para eu dar uma segunda chance, dizendo estar indignada com o fato”, relatou.

Gondim também compartilhou ser comum que os telefones nos currículos e nos cadastros sejam os dos pais. ”Acontece por vezes de ligarmos ou enviarmos mensagem pelo WhatsApp para o candidato no número de cadastro e, quando vamos ver, é a mãe”, conta.

“Já aconteceu algumas vezes e aí, quando falamos ‘Esse número é do fulano?’, respondem: ‘É meu filho, pode falar comigo’. Isso acontece com uma certa recorrência”, afirma.

Mãe impediu recrutadora de falar com jovem

A gerente de relacionamento com instituições de ensino no Núcleo Brasileiro de Estágios (Nube), Camila Garcia, contou sobre uma experiência onde tentou marcar uma entrevista com um estudante, maior de idade, mas a mãe impediu.

“Eu liguei no telefone, e era o telefone da mãe que estava no currículo dele. Ela atendeu. Pedi para falar com o candidato, ela disse que eu poderia falar com ela, pois ele era envergonhado. Expliquei que era importante que eu falasse com ele. Ela continuou insistindo que eu passasse as informações para ela, porque ele não iria conseguir se comunicar comigo”, relatou.

“Ela se mostrou bastante resistente porque aparentemente achava que ele não seria capaz de responder, e eu precisei falar: ‘Como eu não consigo falar com seu filho, infelizmente não conseguirei seguir com o processo’”.

“Em outra ocasião, uma candidata maior de idade trouxe seu avô em uma entrevista presencial de estágio. Os dois se apresentaram na recepção e explicaram o motivo de estarem juntos e seus receios quanto à oportunidade”, apontou a gerente. “O avô disse que tinha medo de que ela trabalhasse na região central, porque era um pouco perigosa e não sabia se ela conseguiria”, completou.

Como se sentir seguro na entrevista?

Enfrentar uma entrevista de emprego pode ser um desafio assustador para muitos candidatos, mas a chave para se sentir seguro depende de uma boa preparação e confiança. Para isso:

  • Avalie a cultura, os valores e, se possível, a pessoa que conduzirá a entrevista. O conhecimento aprofundado do contexto ajudará a responder às perguntas de forma mais precisa;
  • Pratique antes. Realizar uma entrevista com um amigo ou familiar pode ser útil;
  • Prepare perguntas que sejam relevantes e as repita em voz alta. Além de aprimorar as suas respostas, isso também aumentará a sua confiança;
  • Foque nas suas conquistas anteriores, lembre-se de como elas o prepararam para esta oportunidade.

Campos afirma que mostrar segurança durante uma entrevista é crucial para o candidato, especialmente para integrantes da geração Z que estão ingressando no mercado de trabalho.

”Quando um jovem se mostra confiante, ele transmite uma imagem de competência e profissionalismo para o recrutador. Isso pode impactar diretamente nas chances de ser contratado, pois demonstra que o candidato possui autoconhecimento, capacidade de comunicação e habilidades interpessoais bem desenvolvidas”.

Jovens recém-formados da geração Z estão levando seus pais para participarem de suas entrevistas de emprego. Isso aconteceu em 20% das empresas consultadas em um levantamento nos Estados Unidos. A pesquisa foi feita em dezembro do ano passado pela Intelligent, revista on-line universitári. Foram ouvidos 800 gestores, diretores e executivos responsáveis por contratações nos Estados Unidos.

Segundo o estudo, os jovens da geração Z têm sido alvo de críticas pelo comportamento no ambiente de trabalho. Além dos episódios de levarem os pais na entrevista, o levantamento abrange questões como o uso de roupas inadequadas para a situação (47%) e falta de habilidades de comunicação (52%).

As reclamações incluem dificuldades em cumprir horários, lidar com a rotina estabelecida, habilidades de comunicação - tanto na redação de e-mails quanto na participação em reuniões -, desafios em gerenciar a carga de trabalho e uma tendência a se ofenderem facilmente.

O cenário traz questionamentos às empresas sobre a preparação e a maturidade desses novos profissionais.

Esse problema também é observado com os jovens no Brasil, com diversos profissionais de RH apontando situações atípicas nos processos seletivos.

Jovens devem se preparar para mostrar segurança em uma entrevista de emprego, dizem especialistas. Foto: yurolaitsalbert - stock.adobe.com

Jovem de 20 anos levou mãe e tia na entrevista

Andre Minucci, mentor de empresários e especialista em desenvolvimento profissional, relatou uma experiência surpreendente de uma jovem de 20 anos que levou sua mãe e sua tia na entrevista presencial, alegando que a tia possuía experiência no mercado de trabalho.

“Nos surpreendeu porque, chegamos para receber a participante, e ela apresentou a mãe e a tia perguntando se poderiam participar com ela”, contou.

“Com respeito e delicadeza, explicamos que não era permitido e que era uma vaga para pessoas sem experiência. A mãe ainda insistiu: ‘Eu não posso ir mesmo?’. A garota ficou um pouco relutante, mas acabou fazendo a entrevista.”

Recrutadora percebeu presença do pai em entrevista on-line

Patrícia Santos, fundadora da Empregue Afro, especialista em recursos humanos focada em equidade racial, relatou um caso marcante durante uma entrevista por videochamada:

“Lembro de ver a manga da camisa do pai da candidata aparecendo e a jovem olhando com frequência para que ele avaliasse as respostas. Dava para ouvir o pai falando do lado. Até a hora em que eu questionei: ‘Quem está aí do seu lado é seu pai?’”, conta.

“A menina disse ser o pai e ficou bastante constrangida. Ele apareceu na câmera e se apresentou, e eu falei que ficava feliz de que ele estivesse ali apoiando, mas que era importante que a filha conversasse comigo sozinha.”

Segundo a especialista, é um fenômeno recente de uma geração muito ligada à tecnologia que sofre dificuldade na interação com as pessoas. São mais tímidos, travam mais na hora de falar. E os pais, querendo ajudar, acabam participando das entrevistas.

Ela afirmou que também existem episódios de o jovem ser aprovado, receber a notícia e dizer que precisa conversar com os pais para saber se aprovam ou não.

Pais questionam reprovação e demissão dos filhos

A gerente de projetos da Companhia de Estágios, Jéssica Gondim, diz que é comum os pais cobrarem um retorno em relação à vaga e se mostrarem mais engajados que o próprio candidato: “Falam: ‘Meu filho precisa trabalhar, por que ele foi reprovado?’”.

Fernando Campos, CEO do Portal de Estágios, afirma acontecer de os responsáveis entrarem em contato com a empresa para questionar desligamentos. “É bem chato, mas acontece. Já ocorreu de a responsável tentar mediar uma possível recolocação e pedir para eu dar uma segunda chance, dizendo estar indignada com o fato”, relatou.

Gondim também compartilhou ser comum que os telefones nos currículos e nos cadastros sejam os dos pais. ”Acontece por vezes de ligarmos ou enviarmos mensagem pelo WhatsApp para o candidato no número de cadastro e, quando vamos ver, é a mãe”, conta.

“Já aconteceu algumas vezes e aí, quando falamos ‘Esse número é do fulano?’, respondem: ‘É meu filho, pode falar comigo’. Isso acontece com uma certa recorrência”, afirma.

Mãe impediu recrutadora de falar com jovem

A gerente de relacionamento com instituições de ensino no Núcleo Brasileiro de Estágios (Nube), Camila Garcia, contou sobre uma experiência onde tentou marcar uma entrevista com um estudante, maior de idade, mas a mãe impediu.

“Eu liguei no telefone, e era o telefone da mãe que estava no currículo dele. Ela atendeu. Pedi para falar com o candidato, ela disse que eu poderia falar com ela, pois ele era envergonhado. Expliquei que era importante que eu falasse com ele. Ela continuou insistindo que eu passasse as informações para ela, porque ele não iria conseguir se comunicar comigo”, relatou.

“Ela se mostrou bastante resistente porque aparentemente achava que ele não seria capaz de responder, e eu precisei falar: ‘Como eu não consigo falar com seu filho, infelizmente não conseguirei seguir com o processo’”.

“Em outra ocasião, uma candidata maior de idade trouxe seu avô em uma entrevista presencial de estágio. Os dois se apresentaram na recepção e explicaram o motivo de estarem juntos e seus receios quanto à oportunidade”, apontou a gerente. “O avô disse que tinha medo de que ela trabalhasse na região central, porque era um pouco perigosa e não sabia se ela conseguiria”, completou.

Como se sentir seguro na entrevista?

Enfrentar uma entrevista de emprego pode ser um desafio assustador para muitos candidatos, mas a chave para se sentir seguro depende de uma boa preparação e confiança. Para isso:

  • Avalie a cultura, os valores e, se possível, a pessoa que conduzirá a entrevista. O conhecimento aprofundado do contexto ajudará a responder às perguntas de forma mais precisa;
  • Pratique antes. Realizar uma entrevista com um amigo ou familiar pode ser útil;
  • Prepare perguntas que sejam relevantes e as repita em voz alta. Além de aprimorar as suas respostas, isso também aumentará a sua confiança;
  • Foque nas suas conquistas anteriores, lembre-se de como elas o prepararam para esta oportunidade.

Campos afirma que mostrar segurança durante uma entrevista é crucial para o candidato, especialmente para integrantes da geração Z que estão ingressando no mercado de trabalho.

”Quando um jovem se mostra confiante, ele transmite uma imagem de competência e profissionalismo para o recrutador. Isso pode impactar diretamente nas chances de ser contratado, pois demonstra que o candidato possui autoconhecimento, capacidade de comunicação e habilidades interpessoais bem desenvolvidas”.

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