Geração Z rebate críticas e diz que jovens trabalham muito, mas não ganham para deixar casa dos pais


Mais velhos dizem que geração Z faz pouco esforço no trabalho, mas jovem defende esses trabalhadores em vídeo que viralizou

Por Orianna Rosa Royle

Não é segredo que a geração Z costuma ser criticada por ser “preguiçosa”. Do CEO da geração Z que defende trabalhar na cama às tendências do TikTok de demissão silenciosa e “empregos de garotas preguiçosas”, a geração Z desenvolveu uma reputação de aplicar o mínimo de esforço. E as gerações mais velhas estão percebendo, como quando a atriz Whoopi Goldberg, famosa pelo filme “Mudança de Hábito” (1992), repreendeu os jovens por não quererem “mexer seus traseiros” como sua geração teve que fazer.

Então, quando o comediante Rick Mercer, de 54 anos, se juntou aos críticos e começou a desaprovar abertamente os trabalhadores mais jovens, foi a gota d’água para um integrante da geração Z que apontou um padrão duplo no julgamento das gerações mais velhas.

Em resposta a Mercer tirando sarro dos jovens reclamando da semana de trabalho de 40 horas, Robbie Scott, de 27 anos, rebateu dizendo que os baby boomers não sabem o que é trabalhar duro apenas para “não receber nada em troca” — e isso repercutiu entre mais de 2 milhões de usuários do TikTok.

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“Precisamos parar de esperar que as mesmas pessoas que compraram uma casa de quatro quartos e um Cadillac conversível novinho com um salário de US$ 30 mil por ano entendam o que é trabalhar mais de 40 horas por semana com um mestrado e ainda não poder pagar um apartamento estúdio de 37 metros quadrados na porcaria (do Estado) de Iowa”, Scott zombou no vídeo que viralizou.

Geração Z tem apontado dois pesos e duas medidas no julgamento das gerações mais velhas Foto: Raushan_film/Adobe Stock

Ética de trabalho da geração Z vs. dos millennials

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Embora a geração Z e os millennials (geração Y) sejam frequentemente equiparados aos jovens no escritório, os millennials agora estão na faixa dos 30 e 40 anos e ganharam alguma credibilidade no local de trabalho. Uma pesquisa da Resume Genius descobriu que os millennials são os candidatos a emprego mais populares, com 45% dos gerentes de contratação esperando contratar membros dessa geração.

Até mesmo os gerentes da geração Z que subiram na hierarquia citaram sua própria geração como a mais difícil de se trabalhar. Mas a geração Z pode ter mais motivos para estar desiludida do que as gerações anteriores.

A geração Z está com raiva — aqui está o porquê

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A razão pela qual a geração Z está “ficando com raiva, arrogante e chorona”, diz Scott, não é porque eles estão menos dispostos a trabalhar do que as gerações anteriores, mas porque eles não estão ganhando nada com isso.

“O que é ruim é que estamos cumprindo nossa parte do acordo”, disse Scott. “Estamos continuando na escola. Estamos indo para a faculdade. Trabalhamos desde os 15, 16 anos... fazendo tudo o que vocês nos disseram para fazer para que nós pudéssemos o quê? Ainda estar morando na casa dos nossos pais no final dos nossos 20 anos?”

Ele tem razão. A geração millennial é a mais educada da história, com a geração Z logo atrás. No entanto, suas perspectivas financeiras e chances de serem contratados são significativamente menores do que as dos graduados da geração X.

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E o mercado de trabalho está particularmente brutal agora. Cerca de 20% dos candidatos estão procurando emprego por um período de 10 a 12 meses ou mais sem sorte, de acordo com um relatório recente.

Para piorar a situação, depois de acumular milhares em dívidas estudantis, agora os executivos dizem que o diploma tem pouco valor e que em 90% dos casos os candidatos poderiam ter conseguido um emprego sem ele.

Talvez não seja nenhuma surpresa, então, que 24% dos americanos com dívidas de empréstimos estudantis digam que esse é seu maior arrependimento financeiro, de acordo com uma pesquisa do site de finanças pessoais Bankrate.

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“Ganhamos muito menos do que qualquer outra geração”

Para piorar, quando os jovens conseguem manter um emprego, eles descobrem que seu salário não é tão grande quanto o de seus pais.

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Para pagar uma casa de preço médio de US$ 433.100, os americanos precisam de uma renda anual de aproximadamente US$ 166.600. No entanto, a família média ganha apenas US$ 78.538, de acordo com o Censo dos EUA, e cargos de nível de entrada pagam cerca de metade disso.

Para colocar isso em contexto, os preços das casas aumentaram mais que duas vezes mais rápido do que a renda desde a virada do milênio — e isso está forçando os jovens trabalhadores de hoje a manter não um, mas três ou mais empregos para acompanhar o aumento do custo de vida.

“Conheço pessoas na faixa dos 30 e poucos anos que trabalham há 20 anos”, disse Scott. “Isso é como se em 70% do tempo de vida acordada deles, eles estivessem trabalhando, e ainda assim eles não conseguem comprar sua primeira casa.”

“Millennials e a geração Z estão trabalhando mais do que qualquer outra geração”, acrescentou. “Também estamos ganhando consideravelmente e desproporcionalmente muito menos do que qualquer outra geração.”

“Eles nos venderam uma mentira”

Dada a clara disparidade entre as perspectivas dos graduados de hoje em relação às gerações anteriores, o vídeo viral de Scott tocou o coração dos jovens que se sentiram encorajados a perseguir um sonho inatingível. “Vou me arrepender para sempre de ter ido para a faculdade”, comentou um usuário. “Eles nos venderam uma mentira.”

“Meu primeiro emprego aos 16 anos pagava US$ 7,25 por hora. 10 anos depois, tenho um diploma de bacharel e estou ganhando US$ 14 por hora”, afirmou outro.

Até mesmo um espectador da geração X concordou que os trabalhadores de hoje têm mais dificuldades do que nunca: “Tenho 44 anos e (vou) te dizer — NÃO estamos trabalhando as mesmas 40 horas que fazíamos quando eu tinha 25. Estamos fazendo o trabalho de 2 a 3 pessoas agora.”

Enquanto isso, outra pessoa colocou a culpa nos jovens por irem para a faculdade, dizendo: “Vocês vão atrás desses diplomas idiotas que não dão bons empregos e depois choram dizendo que a culpa é de todos”.

c.2025 Fortune Media IP Limited

Distribuído por The New York Times Licensing Group

Não é segredo que a geração Z costuma ser criticada por ser “preguiçosa”. Do CEO da geração Z que defende trabalhar na cama às tendências do TikTok de demissão silenciosa e “empregos de garotas preguiçosas”, a geração Z desenvolveu uma reputação de aplicar o mínimo de esforço. E as gerações mais velhas estão percebendo, como quando a atriz Whoopi Goldberg, famosa pelo filme “Mudança de Hábito” (1992), repreendeu os jovens por não quererem “mexer seus traseiros” como sua geração teve que fazer.

Então, quando o comediante Rick Mercer, de 54 anos, se juntou aos críticos e começou a desaprovar abertamente os trabalhadores mais jovens, foi a gota d’água para um integrante da geração Z que apontou um padrão duplo no julgamento das gerações mais velhas.

Em resposta a Mercer tirando sarro dos jovens reclamando da semana de trabalho de 40 horas, Robbie Scott, de 27 anos, rebateu dizendo que os baby boomers não sabem o que é trabalhar duro apenas para “não receber nada em troca” — e isso repercutiu entre mais de 2 milhões de usuários do TikTok.

“Precisamos parar de esperar que as mesmas pessoas que compraram uma casa de quatro quartos e um Cadillac conversível novinho com um salário de US$ 30 mil por ano entendam o que é trabalhar mais de 40 horas por semana com um mestrado e ainda não poder pagar um apartamento estúdio de 37 metros quadrados na porcaria (do Estado) de Iowa”, Scott zombou no vídeo que viralizou.

Geração Z tem apontado dois pesos e duas medidas no julgamento das gerações mais velhas Foto: Raushan_film/Adobe Stock

Ética de trabalho da geração Z vs. dos millennials

Embora a geração Z e os millennials (geração Y) sejam frequentemente equiparados aos jovens no escritório, os millennials agora estão na faixa dos 30 e 40 anos e ganharam alguma credibilidade no local de trabalho. Uma pesquisa da Resume Genius descobriu que os millennials são os candidatos a emprego mais populares, com 45% dos gerentes de contratação esperando contratar membros dessa geração.

Até mesmo os gerentes da geração Z que subiram na hierarquia citaram sua própria geração como a mais difícil de se trabalhar. Mas a geração Z pode ter mais motivos para estar desiludida do que as gerações anteriores.

A geração Z está com raiva — aqui está o porquê

A razão pela qual a geração Z está “ficando com raiva, arrogante e chorona”, diz Scott, não é porque eles estão menos dispostos a trabalhar do que as gerações anteriores, mas porque eles não estão ganhando nada com isso.

“O que é ruim é que estamos cumprindo nossa parte do acordo”, disse Scott. “Estamos continuando na escola. Estamos indo para a faculdade. Trabalhamos desde os 15, 16 anos... fazendo tudo o que vocês nos disseram para fazer para que nós pudéssemos o quê? Ainda estar morando na casa dos nossos pais no final dos nossos 20 anos?”

Ele tem razão. A geração millennial é a mais educada da história, com a geração Z logo atrás. No entanto, suas perspectivas financeiras e chances de serem contratados são significativamente menores do que as dos graduados da geração X.

E o mercado de trabalho está particularmente brutal agora. Cerca de 20% dos candidatos estão procurando emprego por um período de 10 a 12 meses ou mais sem sorte, de acordo com um relatório recente.

Para piorar a situação, depois de acumular milhares em dívidas estudantis, agora os executivos dizem que o diploma tem pouco valor e que em 90% dos casos os candidatos poderiam ter conseguido um emprego sem ele.

Talvez não seja nenhuma surpresa, então, que 24% dos americanos com dívidas de empréstimos estudantis digam que esse é seu maior arrependimento financeiro, de acordo com uma pesquisa do site de finanças pessoais Bankrate.

“Ganhamos muito menos do que qualquer outra geração”

Para piorar, quando os jovens conseguem manter um emprego, eles descobrem que seu salário não é tão grande quanto o de seus pais.

Para pagar uma casa de preço médio de US$ 433.100, os americanos precisam de uma renda anual de aproximadamente US$ 166.600. No entanto, a família média ganha apenas US$ 78.538, de acordo com o Censo dos EUA, e cargos de nível de entrada pagam cerca de metade disso.

Para colocar isso em contexto, os preços das casas aumentaram mais que duas vezes mais rápido do que a renda desde a virada do milênio — e isso está forçando os jovens trabalhadores de hoje a manter não um, mas três ou mais empregos para acompanhar o aumento do custo de vida.

“Conheço pessoas na faixa dos 30 e poucos anos que trabalham há 20 anos”, disse Scott. “Isso é como se em 70% do tempo de vida acordada deles, eles estivessem trabalhando, e ainda assim eles não conseguem comprar sua primeira casa.”

“Millennials e a geração Z estão trabalhando mais do que qualquer outra geração”, acrescentou. “Também estamos ganhando consideravelmente e desproporcionalmente muito menos do que qualquer outra geração.”

“Eles nos venderam uma mentira”

Dada a clara disparidade entre as perspectivas dos graduados de hoje em relação às gerações anteriores, o vídeo viral de Scott tocou o coração dos jovens que se sentiram encorajados a perseguir um sonho inatingível. “Vou me arrepender para sempre de ter ido para a faculdade”, comentou um usuário. “Eles nos venderam uma mentira.”

“Meu primeiro emprego aos 16 anos pagava US$ 7,25 por hora. 10 anos depois, tenho um diploma de bacharel e estou ganhando US$ 14 por hora”, afirmou outro.

Até mesmo um espectador da geração X concordou que os trabalhadores de hoje têm mais dificuldades do que nunca: “Tenho 44 anos e (vou) te dizer — NÃO estamos trabalhando as mesmas 40 horas que fazíamos quando eu tinha 25. Estamos fazendo o trabalho de 2 a 3 pessoas agora.”

Enquanto isso, outra pessoa colocou a culpa nos jovens por irem para a faculdade, dizendo: “Vocês vão atrás desses diplomas idiotas que não dão bons empregos e depois choram dizendo que a culpa é de todos”.

c.2025 Fortune Media IP Limited

Distribuído por The New York Times Licensing Group

Não é segredo que a geração Z costuma ser criticada por ser “preguiçosa”. Do CEO da geração Z que defende trabalhar na cama às tendências do TikTok de demissão silenciosa e “empregos de garotas preguiçosas”, a geração Z desenvolveu uma reputação de aplicar o mínimo de esforço. E as gerações mais velhas estão percebendo, como quando a atriz Whoopi Goldberg, famosa pelo filme “Mudança de Hábito” (1992), repreendeu os jovens por não quererem “mexer seus traseiros” como sua geração teve que fazer.

Então, quando o comediante Rick Mercer, de 54 anos, se juntou aos críticos e começou a desaprovar abertamente os trabalhadores mais jovens, foi a gota d’água para um integrante da geração Z que apontou um padrão duplo no julgamento das gerações mais velhas.

Em resposta a Mercer tirando sarro dos jovens reclamando da semana de trabalho de 40 horas, Robbie Scott, de 27 anos, rebateu dizendo que os baby boomers não sabem o que é trabalhar duro apenas para “não receber nada em troca” — e isso repercutiu entre mais de 2 milhões de usuários do TikTok.

“Precisamos parar de esperar que as mesmas pessoas que compraram uma casa de quatro quartos e um Cadillac conversível novinho com um salário de US$ 30 mil por ano entendam o que é trabalhar mais de 40 horas por semana com um mestrado e ainda não poder pagar um apartamento estúdio de 37 metros quadrados na porcaria (do Estado) de Iowa”, Scott zombou no vídeo que viralizou.

Geração Z tem apontado dois pesos e duas medidas no julgamento das gerações mais velhas Foto: Raushan_film/Adobe Stock

Ética de trabalho da geração Z vs. dos millennials

Embora a geração Z e os millennials (geração Y) sejam frequentemente equiparados aos jovens no escritório, os millennials agora estão na faixa dos 30 e 40 anos e ganharam alguma credibilidade no local de trabalho. Uma pesquisa da Resume Genius descobriu que os millennials são os candidatos a emprego mais populares, com 45% dos gerentes de contratação esperando contratar membros dessa geração.

Até mesmo os gerentes da geração Z que subiram na hierarquia citaram sua própria geração como a mais difícil de se trabalhar. Mas a geração Z pode ter mais motivos para estar desiludida do que as gerações anteriores.

A geração Z está com raiva — aqui está o porquê

A razão pela qual a geração Z está “ficando com raiva, arrogante e chorona”, diz Scott, não é porque eles estão menos dispostos a trabalhar do que as gerações anteriores, mas porque eles não estão ganhando nada com isso.

“O que é ruim é que estamos cumprindo nossa parte do acordo”, disse Scott. “Estamos continuando na escola. Estamos indo para a faculdade. Trabalhamos desde os 15, 16 anos... fazendo tudo o que vocês nos disseram para fazer para que nós pudéssemos o quê? Ainda estar morando na casa dos nossos pais no final dos nossos 20 anos?”

Ele tem razão. A geração millennial é a mais educada da história, com a geração Z logo atrás. No entanto, suas perspectivas financeiras e chances de serem contratados são significativamente menores do que as dos graduados da geração X.

E o mercado de trabalho está particularmente brutal agora. Cerca de 20% dos candidatos estão procurando emprego por um período de 10 a 12 meses ou mais sem sorte, de acordo com um relatório recente.

Para piorar a situação, depois de acumular milhares em dívidas estudantis, agora os executivos dizem que o diploma tem pouco valor e que em 90% dos casos os candidatos poderiam ter conseguido um emprego sem ele.

Talvez não seja nenhuma surpresa, então, que 24% dos americanos com dívidas de empréstimos estudantis digam que esse é seu maior arrependimento financeiro, de acordo com uma pesquisa do site de finanças pessoais Bankrate.

“Ganhamos muito menos do que qualquer outra geração”

Para piorar, quando os jovens conseguem manter um emprego, eles descobrem que seu salário não é tão grande quanto o de seus pais.

Para pagar uma casa de preço médio de US$ 433.100, os americanos precisam de uma renda anual de aproximadamente US$ 166.600. No entanto, a família média ganha apenas US$ 78.538, de acordo com o Censo dos EUA, e cargos de nível de entrada pagam cerca de metade disso.

Para colocar isso em contexto, os preços das casas aumentaram mais que duas vezes mais rápido do que a renda desde a virada do milênio — e isso está forçando os jovens trabalhadores de hoje a manter não um, mas três ou mais empregos para acompanhar o aumento do custo de vida.

“Conheço pessoas na faixa dos 30 e poucos anos que trabalham há 20 anos”, disse Scott. “Isso é como se em 70% do tempo de vida acordada deles, eles estivessem trabalhando, e ainda assim eles não conseguem comprar sua primeira casa.”

“Millennials e a geração Z estão trabalhando mais do que qualquer outra geração”, acrescentou. “Também estamos ganhando consideravelmente e desproporcionalmente muito menos do que qualquer outra geração.”

“Eles nos venderam uma mentira”

Dada a clara disparidade entre as perspectivas dos graduados de hoje em relação às gerações anteriores, o vídeo viral de Scott tocou o coração dos jovens que se sentiram encorajados a perseguir um sonho inatingível. “Vou me arrepender para sempre de ter ido para a faculdade”, comentou um usuário. “Eles nos venderam uma mentira.”

“Meu primeiro emprego aos 16 anos pagava US$ 7,25 por hora. 10 anos depois, tenho um diploma de bacharel e estou ganhando US$ 14 por hora”, afirmou outro.

Até mesmo um espectador da geração X concordou que os trabalhadores de hoje têm mais dificuldades do que nunca: “Tenho 44 anos e (vou) te dizer — NÃO estamos trabalhando as mesmas 40 horas que fazíamos quando eu tinha 25. Estamos fazendo o trabalho de 2 a 3 pessoas agora.”

Enquanto isso, outra pessoa colocou a culpa nos jovens por irem para a faculdade, dizendo: “Vocês vão atrás desses diplomas idiotas que não dão bons empregos e depois choram dizendo que a culpa é de todos”.

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