A “Grande Renúncia”, movimento de aumento nos pedidos de demissão, já ficou completamente para trás e agora entramos na era do “Grande Ficar”. Os trabalhadores estão mantendo seus cargos atualmente — as taxas de desistência caíram para 1,9% em setembro, a primeira vez que o índice ficou abaixo de 2% desde 2020, segundo um relatório Secretaria de Estatísticas Trabalhistas dos Estados Unidos.
Mas isso não significa que os funcionários estejam felizes em seus empregos. Na verdade, eles frequentemente enfrentam sentimentos de estagnação. Cerca de 65% dos trabalhadores atualmente relatam sentir-se “presos” em seus cargos, de acordo com um estudo da Glassdoor realizado em outubro deste ano. Trabalhadores do setor de tecnologia lideram com esses sentimentos claustrofóbicos, com 73%, seguidos por funcionários de publicidade (70%) e consultores (69%).
“Não é por acaso que tendências como o ‘quiet quitting’ (demissão silenciosa) estão ganhando força agora”, escreveu Daniel Zhao, economista-chefe da Glassdoor, no relatório. “À medida que os trabalhadores se sentem presos, ressentimentos reprimidos fervem abaixo da superfície, e o desengajamento dos funcionários aumenta.”
O principal fator por trás de uma força de trabalho cada vez mais frustrada e insatisfeita é um mercado de trabalho mais difícil. Existem menos vagas disponíveis agora do que em anos anteriores. E, mesmo quando os trabalhadores conseguem garantir um novo cargo, fazer essa mudança é menos lucrativo do que antes. Entre as pessoas que trocaram de empregador no ano passado, 17% indicaram que sua remuneração na verdade diminuiu, segundo o estudo da Glassdoor. Isso se compara a 15% em 2023 que disseram o mesmo e 14% em 2019. Gestores que mudaram de empregador sofreram o maior impacto salarial em 2024, com 22% relatando uma redução.
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Junto com demissões em massa e redução nas contratações, isso significa que gestores estarão competindo com funcionários em início de carreira pelos mesmos empregos. Isso pode ter um impacto desproporcional nos trabalhadores de nível inicial, aponta o relatório da Glassdoor, e provavelmente levará a mais ressentimentos no próximo ano.
“Os trabalhadores estão cada vez mais se sentindo presos em suas carreiras, já que um mercado de trabalho fraco com contratações lentas significa que mais pessoas são forçadas a se manter em seus cargos em vez de migrarem para novos empregos que oferecem melhores oportunidades de crescimento e salários”, observa Zhao.
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