Corrida, ciclismo, natação: veja como esportes ajudam executivos a render mais no trabalho


Esportes desenvolvem habilidades necessárias à carreira, como disciplina para alcançar metas e trabalho em equipe

Por Ludimila Honorato
Atualização:

A prática de exercícios físicos está comprovadamente associada a melhores condições de saúde mental, física e social. Com essas três áreas equilibradas, o desempenho no trabalho tende a ser mais positivo também. Mas, além do cuidado pessoal, fazer esportes desenvolve habilidades necessárias para a carreira e ajudam na gestão de negócios e pessoas.

Daniela Redondo, diretora executiva do Instituto Coca-Cola Brasil (ICCB), pratica corrida e mergulho. Enquanto a primeira atividade desperta a mente para novas ideias, a segunda limpa os pensamentos para dar espaço ao novo, diz.

Ivan Pereira, vice-presidente da Mind Lab e eduK, é triatleta, ou seja, se dedica à corrida, natação e ao ciclismo. Em competições, precisa transitar entre as modalidades, o que reflete a habilidade de adaptação requerida num mercado cheio de mudanças.

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Já Denise Mello, líder de branding da Medley, é esportista desde os 4 anos de idade e a participação em competições a fez desenvolver uma visão estratégica para traçar e executar metas. Além disso, usa o esporte como referência para se comunicar com o time. Segundo especialistas, essa associação torna mais fácil e leve a assimilação de mensagens duras.

No livro O Poder dos Times AAA, os consultores Caroline Marcon e Paul O’Doherty usam equipes esportivas como exemplo para o mundo corporativo. Eles citam o clássico cenário de quando a estrela de um time precisa sair. Em vez de desmotivar, a oportunidade é fortalecer o grupo com os jogadores individualmente bons.

No livro 'O Poder dos Times AAA', Caroline Marcon e Paul O'Doherty trazem as características de bons líderes à frente de times de alta performance Foto: Joel Rocha
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“A complementaridade e dar espaço para o colega brilhar, acertar, é mais importante do que fazer a cesta e o gol olhando para um resultado individual”, compara Caroline. “Quando se tem jogadores individualmente muito bons, é difícil criar time coeso, em que as pessoas se apoiem”, diz O’Doherty. Nas empresas, a ideia é que todas as pessoas e áreas se complementem para um objetivo comum.

O’Doherty destaca competências do esporte para executivos, como visão estratégica para simplificar, priorizar e mobilizar a equipe. Para Caroline, é a visão apurada dos próprios talentos, ou seja, entender no que a pessoa é boa e saber a hora que precisa agir ou se retirar para dar espaço a outros. “É ter autoconhecimento e ego maduro.”

Ela aponta que praticantes de esportes individuais têm características marcantes. “São pessoas muito disciplinadas, que buscam alcançar os próprios objetivos e têm boa capacidade de execução”, diz.

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Imprevisibilidade

Daniela pratica corrida e mergulho há mais de dez anos. Como toda nova atividade, ela precisou de tempo para se adaptar ao ritmo da respiração, ao uso de equipamentos e a ficar tranquila no fundo do mar. É um paralelo evidente com o mundo do trabalho, quando se começa um novo emprego ou está com novo desafio. “Tem resistência para depois começar a transformar”, comenta.

O ICCB lançou o compromisso de gerar emprego para 5 milhões de jovens até 2030, número que, para ela, é como a linha de chegada de uma maratona. “Não sei como vai ser, mas vamos trabalhar em equipe para ultrapassar barreiras.” Nesse ponto entra a corrida, atividade em que ela diz mais resolver problemas de forma criativa e pensar em soluções. “É um momento de reflexão muito precioso.”

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Mergulhar ajuda a esvaziar a mente e serve como meditação para Daniela Foto: Pedro Kirilos/Estadão

Quando precisa esvaziar a mente, é o mergulho que resolve, pois tem de ficar concentrada na respiração em meio à escuridão do fundo do mar, atenta ao que pode surgir inesperadamente. “Gera um espaço em branco para outras coisas na minha vida.”

Mas é nesse ambiente de risco, com variáveis que não se pode controlar, tal qual o cenário das empresas, que ela se vê evoluindo. “É nessa hora que você treina, melhora sua capacidade, sua concentração e, na emergência, age com tranquilidade.”

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Adaptação

Ivan Pereira diz que sempre foi fisicamente ativo, tendo praticado esportes radicais e vôlei. No primeiro ano de pandemia, sem poder ir à academia, decidiu incorporar a corrida na rotina. Porém, em novembro de 2020, teve síndrome de burnout e descobriu uma complicação cardíaca.

Com cuidado, após a alta hospitalar, decidiu continuar correndo “para não surtar”, mas logo foi impedido pelo diagnóstico de covid: isolamento. As questões de saúde despertaram nele um senso de urgência para focar em si e, num estalo, imaginou que poderia competir no Ironman, prova referência do triatlo mundial.

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Natação, corrida, ciclismo: esportes combinados no triatlo desenvolvem adaptabilidade para Ivan lidar com dinâmica de trabalho Foto: Werther Santana/Estadão

Praticar três esportes e necessitar de treinos diários para encarar competições fez Pereira desenvolver disciplina. “Sempre tive dificuldade para acordar e hoje acordo 4h45 todos os dias. Isso se tornou normal”, diz. A competência foi necessária quando a Mind Lab adquiriu o eduk. “Foi o que me deu equilíbrio, energia, foco e resiliência para enfrentar e organizar tudo, fazendo a fusão das empresas.”

O executivo cita que a natação lhe deu lições de humildade para evitar julgar algo ou alguém rapidamente. “Principalmente pessoas em gestão de empresa, que têm um milhão de coisas te atacando ao mesmo tempo, muitas vezes não se abrem para aprender com coisas simples.”

Nadar em mar aberto, com visibilidade baixa, também traz ensinamentos. “Para os negócios, é você ir para a incerteza, mas ter confiança de que você controla, fez o melhor e tudo que jogarem em cima de você faz parte”, diz. Com o ciclismo, ele aprendeu a ter calma para atravessar o processo com constância, enquanto a corrida, afirma, é 100% adaptabilidade e superação de limites.

Alta performance

Denise Mello, da Medley, carrega consigo o espírito esportivo de alto rendimento, o que a ajuda na liderança. Hoje, pratica beach tennis, futvolei e faz musculação a fim de manter o corpo forte para as demais atividades. Além dos benefícios para a saúde, ela ressalta os valores do esporte. “Eles me ajudam na obtenção de metas pessoais e profissionais”, afirma.

Vivendo esse universo desde criança, ela diz que é inevitável falar desses princípios no trabalho. “Procuro inspirar e liderar meu time por meio desses valores. É meu estilo concentrar a energia que vem do esporte, a disciplina, para o mundo corporativo.”

Denise Mello, líder de branding na Medley, leva os valores do esporte para o trabalho, como visão estratégica para traçar e executar metas Foto: Werther Santana/Estadão

Denise costuma dizer que faz “esporte-terapia” e, por isso, pratica diariamente, intercalando as modalidades ao longo da semana. Para a executiva, é uma forma de equilibrar as saúdes física, mental e social.

“No momento que estou com essas três equilibradas, consigo ser uma líder mais completa”, afirma. Ela destaca habilidades advindas do esporte para o meio profissional, como trabalho em equipe, confiança no parceiro, respeito e coragem.

A prática de exercícios físicos está comprovadamente associada a melhores condições de saúde mental, física e social. Com essas três áreas equilibradas, o desempenho no trabalho tende a ser mais positivo também. Mas, além do cuidado pessoal, fazer esportes desenvolve habilidades necessárias para a carreira e ajudam na gestão de negócios e pessoas.

Daniela Redondo, diretora executiva do Instituto Coca-Cola Brasil (ICCB), pratica corrida e mergulho. Enquanto a primeira atividade desperta a mente para novas ideias, a segunda limpa os pensamentos para dar espaço ao novo, diz.

Ivan Pereira, vice-presidente da Mind Lab e eduK, é triatleta, ou seja, se dedica à corrida, natação e ao ciclismo. Em competições, precisa transitar entre as modalidades, o que reflete a habilidade de adaptação requerida num mercado cheio de mudanças.

Já Denise Mello, líder de branding da Medley, é esportista desde os 4 anos de idade e a participação em competições a fez desenvolver uma visão estratégica para traçar e executar metas. Além disso, usa o esporte como referência para se comunicar com o time. Segundo especialistas, essa associação torna mais fácil e leve a assimilação de mensagens duras.

No livro O Poder dos Times AAA, os consultores Caroline Marcon e Paul O’Doherty usam equipes esportivas como exemplo para o mundo corporativo. Eles citam o clássico cenário de quando a estrela de um time precisa sair. Em vez de desmotivar, a oportunidade é fortalecer o grupo com os jogadores individualmente bons.

No livro 'O Poder dos Times AAA', Caroline Marcon e Paul O'Doherty trazem as características de bons líderes à frente de times de alta performance Foto: Joel Rocha

“A complementaridade e dar espaço para o colega brilhar, acertar, é mais importante do que fazer a cesta e o gol olhando para um resultado individual”, compara Caroline. “Quando se tem jogadores individualmente muito bons, é difícil criar time coeso, em que as pessoas se apoiem”, diz O’Doherty. Nas empresas, a ideia é que todas as pessoas e áreas se complementem para um objetivo comum.

O’Doherty destaca competências do esporte para executivos, como visão estratégica para simplificar, priorizar e mobilizar a equipe. Para Caroline, é a visão apurada dos próprios talentos, ou seja, entender no que a pessoa é boa e saber a hora que precisa agir ou se retirar para dar espaço a outros. “É ter autoconhecimento e ego maduro.”

Ela aponta que praticantes de esportes individuais têm características marcantes. “São pessoas muito disciplinadas, que buscam alcançar os próprios objetivos e têm boa capacidade de execução”, diz.

Imprevisibilidade

Daniela pratica corrida e mergulho há mais de dez anos. Como toda nova atividade, ela precisou de tempo para se adaptar ao ritmo da respiração, ao uso de equipamentos e a ficar tranquila no fundo do mar. É um paralelo evidente com o mundo do trabalho, quando se começa um novo emprego ou está com novo desafio. “Tem resistência para depois começar a transformar”, comenta.

O ICCB lançou o compromisso de gerar emprego para 5 milhões de jovens até 2030, número que, para ela, é como a linha de chegada de uma maratona. “Não sei como vai ser, mas vamos trabalhar em equipe para ultrapassar barreiras.” Nesse ponto entra a corrida, atividade em que ela diz mais resolver problemas de forma criativa e pensar em soluções. “É um momento de reflexão muito precioso.”

Mergulhar ajuda a esvaziar a mente e serve como meditação para Daniela Foto: Pedro Kirilos/Estadão

Quando precisa esvaziar a mente, é o mergulho que resolve, pois tem de ficar concentrada na respiração em meio à escuridão do fundo do mar, atenta ao que pode surgir inesperadamente. “Gera um espaço em branco para outras coisas na minha vida.”

Mas é nesse ambiente de risco, com variáveis que não se pode controlar, tal qual o cenário das empresas, que ela se vê evoluindo. “É nessa hora que você treina, melhora sua capacidade, sua concentração e, na emergência, age com tranquilidade.”

Adaptação

Ivan Pereira diz que sempre foi fisicamente ativo, tendo praticado esportes radicais e vôlei. No primeiro ano de pandemia, sem poder ir à academia, decidiu incorporar a corrida na rotina. Porém, em novembro de 2020, teve síndrome de burnout e descobriu uma complicação cardíaca.

Com cuidado, após a alta hospitalar, decidiu continuar correndo “para não surtar”, mas logo foi impedido pelo diagnóstico de covid: isolamento. As questões de saúde despertaram nele um senso de urgência para focar em si e, num estalo, imaginou que poderia competir no Ironman, prova referência do triatlo mundial.

Natação, corrida, ciclismo: esportes combinados no triatlo desenvolvem adaptabilidade para Ivan lidar com dinâmica de trabalho Foto: Werther Santana/Estadão

Praticar três esportes e necessitar de treinos diários para encarar competições fez Pereira desenvolver disciplina. “Sempre tive dificuldade para acordar e hoje acordo 4h45 todos os dias. Isso se tornou normal”, diz. A competência foi necessária quando a Mind Lab adquiriu o eduk. “Foi o que me deu equilíbrio, energia, foco e resiliência para enfrentar e organizar tudo, fazendo a fusão das empresas.”

O executivo cita que a natação lhe deu lições de humildade para evitar julgar algo ou alguém rapidamente. “Principalmente pessoas em gestão de empresa, que têm um milhão de coisas te atacando ao mesmo tempo, muitas vezes não se abrem para aprender com coisas simples.”

Nadar em mar aberto, com visibilidade baixa, também traz ensinamentos. “Para os negócios, é você ir para a incerteza, mas ter confiança de que você controla, fez o melhor e tudo que jogarem em cima de você faz parte”, diz. Com o ciclismo, ele aprendeu a ter calma para atravessar o processo com constância, enquanto a corrida, afirma, é 100% adaptabilidade e superação de limites.

Alta performance

Denise Mello, da Medley, carrega consigo o espírito esportivo de alto rendimento, o que a ajuda na liderança. Hoje, pratica beach tennis, futvolei e faz musculação a fim de manter o corpo forte para as demais atividades. Além dos benefícios para a saúde, ela ressalta os valores do esporte. “Eles me ajudam na obtenção de metas pessoais e profissionais”, afirma.

Vivendo esse universo desde criança, ela diz que é inevitável falar desses princípios no trabalho. “Procuro inspirar e liderar meu time por meio desses valores. É meu estilo concentrar a energia que vem do esporte, a disciplina, para o mundo corporativo.”

Denise Mello, líder de branding na Medley, leva os valores do esporte para o trabalho, como visão estratégica para traçar e executar metas Foto: Werther Santana/Estadão

Denise costuma dizer que faz “esporte-terapia” e, por isso, pratica diariamente, intercalando as modalidades ao longo da semana. Para a executiva, é uma forma de equilibrar as saúdes física, mental e social.

“No momento que estou com essas três equilibradas, consigo ser uma líder mais completa”, afirma. Ela destaca habilidades advindas do esporte para o meio profissional, como trabalho em equipe, confiança no parceiro, respeito e coragem.

A prática de exercícios físicos está comprovadamente associada a melhores condições de saúde mental, física e social. Com essas três áreas equilibradas, o desempenho no trabalho tende a ser mais positivo também. Mas, além do cuidado pessoal, fazer esportes desenvolve habilidades necessárias para a carreira e ajudam na gestão de negócios e pessoas.

Daniela Redondo, diretora executiva do Instituto Coca-Cola Brasil (ICCB), pratica corrida e mergulho. Enquanto a primeira atividade desperta a mente para novas ideias, a segunda limpa os pensamentos para dar espaço ao novo, diz.

Ivan Pereira, vice-presidente da Mind Lab e eduK, é triatleta, ou seja, se dedica à corrida, natação e ao ciclismo. Em competições, precisa transitar entre as modalidades, o que reflete a habilidade de adaptação requerida num mercado cheio de mudanças.

Já Denise Mello, líder de branding da Medley, é esportista desde os 4 anos de idade e a participação em competições a fez desenvolver uma visão estratégica para traçar e executar metas. Além disso, usa o esporte como referência para se comunicar com o time. Segundo especialistas, essa associação torna mais fácil e leve a assimilação de mensagens duras.

No livro O Poder dos Times AAA, os consultores Caroline Marcon e Paul O’Doherty usam equipes esportivas como exemplo para o mundo corporativo. Eles citam o clássico cenário de quando a estrela de um time precisa sair. Em vez de desmotivar, a oportunidade é fortalecer o grupo com os jogadores individualmente bons.

No livro 'O Poder dos Times AAA', Caroline Marcon e Paul O'Doherty trazem as características de bons líderes à frente de times de alta performance Foto: Joel Rocha

“A complementaridade e dar espaço para o colega brilhar, acertar, é mais importante do que fazer a cesta e o gol olhando para um resultado individual”, compara Caroline. “Quando se tem jogadores individualmente muito bons, é difícil criar time coeso, em que as pessoas se apoiem”, diz O’Doherty. Nas empresas, a ideia é que todas as pessoas e áreas se complementem para um objetivo comum.

O’Doherty destaca competências do esporte para executivos, como visão estratégica para simplificar, priorizar e mobilizar a equipe. Para Caroline, é a visão apurada dos próprios talentos, ou seja, entender no que a pessoa é boa e saber a hora que precisa agir ou se retirar para dar espaço a outros. “É ter autoconhecimento e ego maduro.”

Ela aponta que praticantes de esportes individuais têm características marcantes. “São pessoas muito disciplinadas, que buscam alcançar os próprios objetivos e têm boa capacidade de execução”, diz.

Imprevisibilidade

Daniela pratica corrida e mergulho há mais de dez anos. Como toda nova atividade, ela precisou de tempo para se adaptar ao ritmo da respiração, ao uso de equipamentos e a ficar tranquila no fundo do mar. É um paralelo evidente com o mundo do trabalho, quando se começa um novo emprego ou está com novo desafio. “Tem resistência para depois começar a transformar”, comenta.

O ICCB lançou o compromisso de gerar emprego para 5 milhões de jovens até 2030, número que, para ela, é como a linha de chegada de uma maratona. “Não sei como vai ser, mas vamos trabalhar em equipe para ultrapassar barreiras.” Nesse ponto entra a corrida, atividade em que ela diz mais resolver problemas de forma criativa e pensar em soluções. “É um momento de reflexão muito precioso.”

Mergulhar ajuda a esvaziar a mente e serve como meditação para Daniela Foto: Pedro Kirilos/Estadão

Quando precisa esvaziar a mente, é o mergulho que resolve, pois tem de ficar concentrada na respiração em meio à escuridão do fundo do mar, atenta ao que pode surgir inesperadamente. “Gera um espaço em branco para outras coisas na minha vida.”

Mas é nesse ambiente de risco, com variáveis que não se pode controlar, tal qual o cenário das empresas, que ela se vê evoluindo. “É nessa hora que você treina, melhora sua capacidade, sua concentração e, na emergência, age com tranquilidade.”

Adaptação

Ivan Pereira diz que sempre foi fisicamente ativo, tendo praticado esportes radicais e vôlei. No primeiro ano de pandemia, sem poder ir à academia, decidiu incorporar a corrida na rotina. Porém, em novembro de 2020, teve síndrome de burnout e descobriu uma complicação cardíaca.

Com cuidado, após a alta hospitalar, decidiu continuar correndo “para não surtar”, mas logo foi impedido pelo diagnóstico de covid: isolamento. As questões de saúde despertaram nele um senso de urgência para focar em si e, num estalo, imaginou que poderia competir no Ironman, prova referência do triatlo mundial.

Natação, corrida, ciclismo: esportes combinados no triatlo desenvolvem adaptabilidade para Ivan lidar com dinâmica de trabalho Foto: Werther Santana/Estadão

Praticar três esportes e necessitar de treinos diários para encarar competições fez Pereira desenvolver disciplina. “Sempre tive dificuldade para acordar e hoje acordo 4h45 todos os dias. Isso se tornou normal”, diz. A competência foi necessária quando a Mind Lab adquiriu o eduk. “Foi o que me deu equilíbrio, energia, foco e resiliência para enfrentar e organizar tudo, fazendo a fusão das empresas.”

O executivo cita que a natação lhe deu lições de humildade para evitar julgar algo ou alguém rapidamente. “Principalmente pessoas em gestão de empresa, que têm um milhão de coisas te atacando ao mesmo tempo, muitas vezes não se abrem para aprender com coisas simples.”

Nadar em mar aberto, com visibilidade baixa, também traz ensinamentos. “Para os negócios, é você ir para a incerteza, mas ter confiança de que você controla, fez o melhor e tudo que jogarem em cima de você faz parte”, diz. Com o ciclismo, ele aprendeu a ter calma para atravessar o processo com constância, enquanto a corrida, afirma, é 100% adaptabilidade e superação de limites.

Alta performance

Denise Mello, da Medley, carrega consigo o espírito esportivo de alto rendimento, o que a ajuda na liderança. Hoje, pratica beach tennis, futvolei e faz musculação a fim de manter o corpo forte para as demais atividades. Além dos benefícios para a saúde, ela ressalta os valores do esporte. “Eles me ajudam na obtenção de metas pessoais e profissionais”, afirma.

Vivendo esse universo desde criança, ela diz que é inevitável falar desses princípios no trabalho. “Procuro inspirar e liderar meu time por meio desses valores. É meu estilo concentrar a energia que vem do esporte, a disciplina, para o mundo corporativo.”

Denise Mello, líder de branding na Medley, leva os valores do esporte para o trabalho, como visão estratégica para traçar e executar metas Foto: Werther Santana/Estadão

Denise costuma dizer que faz “esporte-terapia” e, por isso, pratica diariamente, intercalando as modalidades ao longo da semana. Para a executiva, é uma forma de equilibrar as saúdes física, mental e social.

“No momento que estou com essas três equilibradas, consigo ser uma líder mais completa”, afirma. Ela destaca habilidades advindas do esporte para o meio profissional, como trabalho em equipe, confiança no parceiro, respeito e coragem.

A prática de exercícios físicos está comprovadamente associada a melhores condições de saúde mental, física e social. Com essas três áreas equilibradas, o desempenho no trabalho tende a ser mais positivo também. Mas, além do cuidado pessoal, fazer esportes desenvolve habilidades necessárias para a carreira e ajudam na gestão de negócios e pessoas.

Daniela Redondo, diretora executiva do Instituto Coca-Cola Brasil (ICCB), pratica corrida e mergulho. Enquanto a primeira atividade desperta a mente para novas ideias, a segunda limpa os pensamentos para dar espaço ao novo, diz.

Ivan Pereira, vice-presidente da Mind Lab e eduK, é triatleta, ou seja, se dedica à corrida, natação e ao ciclismo. Em competições, precisa transitar entre as modalidades, o que reflete a habilidade de adaptação requerida num mercado cheio de mudanças.

Já Denise Mello, líder de branding da Medley, é esportista desde os 4 anos de idade e a participação em competições a fez desenvolver uma visão estratégica para traçar e executar metas. Além disso, usa o esporte como referência para se comunicar com o time. Segundo especialistas, essa associação torna mais fácil e leve a assimilação de mensagens duras.

No livro O Poder dos Times AAA, os consultores Caroline Marcon e Paul O’Doherty usam equipes esportivas como exemplo para o mundo corporativo. Eles citam o clássico cenário de quando a estrela de um time precisa sair. Em vez de desmotivar, a oportunidade é fortalecer o grupo com os jogadores individualmente bons.

No livro 'O Poder dos Times AAA', Caroline Marcon e Paul O'Doherty trazem as características de bons líderes à frente de times de alta performance Foto: Joel Rocha

“A complementaridade e dar espaço para o colega brilhar, acertar, é mais importante do que fazer a cesta e o gol olhando para um resultado individual”, compara Caroline. “Quando se tem jogadores individualmente muito bons, é difícil criar time coeso, em que as pessoas se apoiem”, diz O’Doherty. Nas empresas, a ideia é que todas as pessoas e áreas se complementem para um objetivo comum.

O’Doherty destaca competências do esporte para executivos, como visão estratégica para simplificar, priorizar e mobilizar a equipe. Para Caroline, é a visão apurada dos próprios talentos, ou seja, entender no que a pessoa é boa e saber a hora que precisa agir ou se retirar para dar espaço a outros. “É ter autoconhecimento e ego maduro.”

Ela aponta que praticantes de esportes individuais têm características marcantes. “São pessoas muito disciplinadas, que buscam alcançar os próprios objetivos e têm boa capacidade de execução”, diz.

Imprevisibilidade

Daniela pratica corrida e mergulho há mais de dez anos. Como toda nova atividade, ela precisou de tempo para se adaptar ao ritmo da respiração, ao uso de equipamentos e a ficar tranquila no fundo do mar. É um paralelo evidente com o mundo do trabalho, quando se começa um novo emprego ou está com novo desafio. “Tem resistência para depois começar a transformar”, comenta.

O ICCB lançou o compromisso de gerar emprego para 5 milhões de jovens até 2030, número que, para ela, é como a linha de chegada de uma maratona. “Não sei como vai ser, mas vamos trabalhar em equipe para ultrapassar barreiras.” Nesse ponto entra a corrida, atividade em que ela diz mais resolver problemas de forma criativa e pensar em soluções. “É um momento de reflexão muito precioso.”

Mergulhar ajuda a esvaziar a mente e serve como meditação para Daniela Foto: Pedro Kirilos/Estadão

Quando precisa esvaziar a mente, é o mergulho que resolve, pois tem de ficar concentrada na respiração em meio à escuridão do fundo do mar, atenta ao que pode surgir inesperadamente. “Gera um espaço em branco para outras coisas na minha vida.”

Mas é nesse ambiente de risco, com variáveis que não se pode controlar, tal qual o cenário das empresas, que ela se vê evoluindo. “É nessa hora que você treina, melhora sua capacidade, sua concentração e, na emergência, age com tranquilidade.”

Adaptação

Ivan Pereira diz que sempre foi fisicamente ativo, tendo praticado esportes radicais e vôlei. No primeiro ano de pandemia, sem poder ir à academia, decidiu incorporar a corrida na rotina. Porém, em novembro de 2020, teve síndrome de burnout e descobriu uma complicação cardíaca.

Com cuidado, após a alta hospitalar, decidiu continuar correndo “para não surtar”, mas logo foi impedido pelo diagnóstico de covid: isolamento. As questões de saúde despertaram nele um senso de urgência para focar em si e, num estalo, imaginou que poderia competir no Ironman, prova referência do triatlo mundial.

Natação, corrida, ciclismo: esportes combinados no triatlo desenvolvem adaptabilidade para Ivan lidar com dinâmica de trabalho Foto: Werther Santana/Estadão

Praticar três esportes e necessitar de treinos diários para encarar competições fez Pereira desenvolver disciplina. “Sempre tive dificuldade para acordar e hoje acordo 4h45 todos os dias. Isso se tornou normal”, diz. A competência foi necessária quando a Mind Lab adquiriu o eduk. “Foi o que me deu equilíbrio, energia, foco e resiliência para enfrentar e organizar tudo, fazendo a fusão das empresas.”

O executivo cita que a natação lhe deu lições de humildade para evitar julgar algo ou alguém rapidamente. “Principalmente pessoas em gestão de empresa, que têm um milhão de coisas te atacando ao mesmo tempo, muitas vezes não se abrem para aprender com coisas simples.”

Nadar em mar aberto, com visibilidade baixa, também traz ensinamentos. “Para os negócios, é você ir para a incerteza, mas ter confiança de que você controla, fez o melhor e tudo que jogarem em cima de você faz parte”, diz. Com o ciclismo, ele aprendeu a ter calma para atravessar o processo com constância, enquanto a corrida, afirma, é 100% adaptabilidade e superação de limites.

Alta performance

Denise Mello, da Medley, carrega consigo o espírito esportivo de alto rendimento, o que a ajuda na liderança. Hoje, pratica beach tennis, futvolei e faz musculação a fim de manter o corpo forte para as demais atividades. Além dos benefícios para a saúde, ela ressalta os valores do esporte. “Eles me ajudam na obtenção de metas pessoais e profissionais”, afirma.

Vivendo esse universo desde criança, ela diz que é inevitável falar desses princípios no trabalho. “Procuro inspirar e liderar meu time por meio desses valores. É meu estilo concentrar a energia que vem do esporte, a disciplina, para o mundo corporativo.”

Denise Mello, líder de branding na Medley, leva os valores do esporte para o trabalho, como visão estratégica para traçar e executar metas Foto: Werther Santana/Estadão

Denise costuma dizer que faz “esporte-terapia” e, por isso, pratica diariamente, intercalando as modalidades ao longo da semana. Para a executiva, é uma forma de equilibrar as saúdes física, mental e social.

“No momento que estou com essas três equilibradas, consigo ser uma líder mais completa”, afirma. Ela destaca habilidades advindas do esporte para o meio profissional, como trabalho em equipe, confiança no parceiro, respeito e coragem.

A prática de exercícios físicos está comprovadamente associada a melhores condições de saúde mental, física e social. Com essas três áreas equilibradas, o desempenho no trabalho tende a ser mais positivo também. Mas, além do cuidado pessoal, fazer esportes desenvolve habilidades necessárias para a carreira e ajudam na gestão de negócios e pessoas.

Daniela Redondo, diretora executiva do Instituto Coca-Cola Brasil (ICCB), pratica corrida e mergulho. Enquanto a primeira atividade desperta a mente para novas ideias, a segunda limpa os pensamentos para dar espaço ao novo, diz.

Ivan Pereira, vice-presidente da Mind Lab e eduK, é triatleta, ou seja, se dedica à corrida, natação e ao ciclismo. Em competições, precisa transitar entre as modalidades, o que reflete a habilidade de adaptação requerida num mercado cheio de mudanças.

Já Denise Mello, líder de branding da Medley, é esportista desde os 4 anos de idade e a participação em competições a fez desenvolver uma visão estratégica para traçar e executar metas. Além disso, usa o esporte como referência para se comunicar com o time. Segundo especialistas, essa associação torna mais fácil e leve a assimilação de mensagens duras.

No livro O Poder dos Times AAA, os consultores Caroline Marcon e Paul O’Doherty usam equipes esportivas como exemplo para o mundo corporativo. Eles citam o clássico cenário de quando a estrela de um time precisa sair. Em vez de desmotivar, a oportunidade é fortalecer o grupo com os jogadores individualmente bons.

No livro 'O Poder dos Times AAA', Caroline Marcon e Paul O'Doherty trazem as características de bons líderes à frente de times de alta performance Foto: Joel Rocha

“A complementaridade e dar espaço para o colega brilhar, acertar, é mais importante do que fazer a cesta e o gol olhando para um resultado individual”, compara Caroline. “Quando se tem jogadores individualmente muito bons, é difícil criar time coeso, em que as pessoas se apoiem”, diz O’Doherty. Nas empresas, a ideia é que todas as pessoas e áreas se complementem para um objetivo comum.

O’Doherty destaca competências do esporte para executivos, como visão estratégica para simplificar, priorizar e mobilizar a equipe. Para Caroline, é a visão apurada dos próprios talentos, ou seja, entender no que a pessoa é boa e saber a hora que precisa agir ou se retirar para dar espaço a outros. “É ter autoconhecimento e ego maduro.”

Ela aponta que praticantes de esportes individuais têm características marcantes. “São pessoas muito disciplinadas, que buscam alcançar os próprios objetivos e têm boa capacidade de execução”, diz.

Imprevisibilidade

Daniela pratica corrida e mergulho há mais de dez anos. Como toda nova atividade, ela precisou de tempo para se adaptar ao ritmo da respiração, ao uso de equipamentos e a ficar tranquila no fundo do mar. É um paralelo evidente com o mundo do trabalho, quando se começa um novo emprego ou está com novo desafio. “Tem resistência para depois começar a transformar”, comenta.

O ICCB lançou o compromisso de gerar emprego para 5 milhões de jovens até 2030, número que, para ela, é como a linha de chegada de uma maratona. “Não sei como vai ser, mas vamos trabalhar em equipe para ultrapassar barreiras.” Nesse ponto entra a corrida, atividade em que ela diz mais resolver problemas de forma criativa e pensar em soluções. “É um momento de reflexão muito precioso.”

Mergulhar ajuda a esvaziar a mente e serve como meditação para Daniela Foto: Pedro Kirilos/Estadão

Quando precisa esvaziar a mente, é o mergulho que resolve, pois tem de ficar concentrada na respiração em meio à escuridão do fundo do mar, atenta ao que pode surgir inesperadamente. “Gera um espaço em branco para outras coisas na minha vida.”

Mas é nesse ambiente de risco, com variáveis que não se pode controlar, tal qual o cenário das empresas, que ela se vê evoluindo. “É nessa hora que você treina, melhora sua capacidade, sua concentração e, na emergência, age com tranquilidade.”

Adaptação

Ivan Pereira diz que sempre foi fisicamente ativo, tendo praticado esportes radicais e vôlei. No primeiro ano de pandemia, sem poder ir à academia, decidiu incorporar a corrida na rotina. Porém, em novembro de 2020, teve síndrome de burnout e descobriu uma complicação cardíaca.

Com cuidado, após a alta hospitalar, decidiu continuar correndo “para não surtar”, mas logo foi impedido pelo diagnóstico de covid: isolamento. As questões de saúde despertaram nele um senso de urgência para focar em si e, num estalo, imaginou que poderia competir no Ironman, prova referência do triatlo mundial.

Natação, corrida, ciclismo: esportes combinados no triatlo desenvolvem adaptabilidade para Ivan lidar com dinâmica de trabalho Foto: Werther Santana/Estadão

Praticar três esportes e necessitar de treinos diários para encarar competições fez Pereira desenvolver disciplina. “Sempre tive dificuldade para acordar e hoje acordo 4h45 todos os dias. Isso se tornou normal”, diz. A competência foi necessária quando a Mind Lab adquiriu o eduk. “Foi o que me deu equilíbrio, energia, foco e resiliência para enfrentar e organizar tudo, fazendo a fusão das empresas.”

O executivo cita que a natação lhe deu lições de humildade para evitar julgar algo ou alguém rapidamente. “Principalmente pessoas em gestão de empresa, que têm um milhão de coisas te atacando ao mesmo tempo, muitas vezes não se abrem para aprender com coisas simples.”

Nadar em mar aberto, com visibilidade baixa, também traz ensinamentos. “Para os negócios, é você ir para a incerteza, mas ter confiança de que você controla, fez o melhor e tudo que jogarem em cima de você faz parte”, diz. Com o ciclismo, ele aprendeu a ter calma para atravessar o processo com constância, enquanto a corrida, afirma, é 100% adaptabilidade e superação de limites.

Alta performance

Denise Mello, da Medley, carrega consigo o espírito esportivo de alto rendimento, o que a ajuda na liderança. Hoje, pratica beach tennis, futvolei e faz musculação a fim de manter o corpo forte para as demais atividades. Além dos benefícios para a saúde, ela ressalta os valores do esporte. “Eles me ajudam na obtenção de metas pessoais e profissionais”, afirma.

Vivendo esse universo desde criança, ela diz que é inevitável falar desses princípios no trabalho. “Procuro inspirar e liderar meu time por meio desses valores. É meu estilo concentrar a energia que vem do esporte, a disciplina, para o mundo corporativo.”

Denise Mello, líder de branding na Medley, leva os valores do esporte para o trabalho, como visão estratégica para traçar e executar metas Foto: Werther Santana/Estadão

Denise costuma dizer que faz “esporte-terapia” e, por isso, pratica diariamente, intercalando as modalidades ao longo da semana. Para a executiva, é uma forma de equilibrar as saúdes física, mental e social.

“No momento que estou com essas três equilibradas, consigo ser uma líder mais completa”, afirma. Ela destaca habilidades advindas do esporte para o meio profissional, como trabalho em equipe, confiança no parceiro, respeito e coragem.

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