Gerente de RH com 10 anos de empresa conta ter sido demitida logo após voltar de licença-maternidade


Desabafo da gerente de RH Flavia Rocha no LinkedIn viraliza e já tem mais de 21,5 mil curtidas

Por Clayton Freitas
Atualização:

“Eu entrei para a estatística.” Assim começa um post da gerente de recursos humanos Flávia Rocha no LinkedIn, que viralizou após ela contar que voltou da licença-maternidade e foi demitida em 5 minutos após 10 anos de trabalho.

“Após 10 anos, em 5 minutos fui recebida com uma demissão!”, escreveu em uma parte do seu desabafo.

continua após a publicidade
A gerente de RH Flávia Rocha diz ter sido demitida logo após voltar da licença-maternidade Foto: Flavia Rocha/via LinkedIn

Flávia Rocha conta que começou a organizar a volta ao trabalho dois meses antes da data prevista para recomeçar. Em seu desabafo, ela diz que a demissão logo após uma licença-maternidade demonstra “falta de empatia, sensibilidade e incoerência”. “É mais fácil conectar as pessoas com lembranças em dias festivos do que de fato apoiar nos momentos em que o colaborador mais precisa”, escreveu.

No mesmo post, editado há seis dias, ela diz ter conseguido um novo emprego.

continua após a publicidade

Repercussão

O desabafo conta, na manhã desta sexta-feira, 21, com mais de 21,5 mil curtidas e 700 comentários. Muitas se solidarizando, e algumas contando as suas próprias experiências.

continua após a publicidade

Uma delas, a profissional de TI Ariele Silva, que também foi demitida no dia da volta, e não pode sequer voltar ao seu posto de trabalho, já que foi orientada a ir direto para o RH. “Para me falarem que a minha nova realidade não batia com os valores da empresa”, escreveu.

Outra, Lorena Moradillo, que atuava no setor de suprimentos de uma empresa, diz ser mãe de uma criança PCD. Ela diz ter sido demitida ao perguntar se poderia fazer o seu trabalho de forma presencial para cuidar da filha.

O economista Roger Souza Martins, diz ter visto, somente no dia da sua postagem, quatro relatos idênticos. O que lhe chamou a atenção é que as quatro mães demitidas também atuavam com recursos humanos. “Logo a área que mais deveria defender e ter políticas internas para esses casos”, escreveu.

continua após a publicidade

Confira abaixo o post de Flávia Rocha na íntegra.

EU ENTREI PARA A ESTATÍSTICA

Comecei a me organizar para a volta ao trabalho com 2 meses de antecedência.

continua após a publicidade

Sem rede de apoio, minha única saída seria deixar meu bebê (tão esperado, planejado e sonhado) em um berçário.

Noites em claro, choro e dias de muito sofrimento para tomar essa decisão.

A SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria) recomenda o aleitamento exclusivo até os 6 meses, e a licença maternidade para empresas não incluídas no Programa Empresa Cidadã é de apenas 4 meses, e essa conta não fecha.

continua após a publicidade

Sempre fui de ação, de protagonismo diante dos fatos e, rapidamente, enxuguei as lágrimas e entendi que era necessário partir para a ordenha.

Eu fazia questão de continuar alimentando meu filho exclusivamente com o leite materno.

Berçário escolhido, estoque de leite, logística planejada com meu marido.

Pronto! Tudo organizado para o meu retorno.

Fui com o coração na mão, mas fui.

Após 10 anos, em 5 minutos fui recebida com uma demissão!

Falar que me desesperei ou fui pega de surpresa estaria mentindo. No fundo, duas coisas me trouxeram à realidade: a primeira diante de uma cultura empresarial onde resultados são mais importantes que pessoas, eu tinha consciência dessa possibilidade. Segundo, eu já não me conectava mais com essa cultura, e uma demissão era algo interessante para o momento.

Uma pesquisa da Empregos.com.br de 2023 mostra que 56% das mulheres já foram demitidas ou conhecem alguma mulher que passou por isso na volta da licença-maternidade. Triste e dura realidade para a mulher trabalhadora em nosso país.

A falta de políticas de apoio e flexibilidade no trabalho mostra a necessidade de um ambiente mais inclusivo e compreensivo por parte dos empregadores.

A demissão após a licença-maternidade demonstra falta de empatia, sensibilidade e incoerência dos empregadores. Afinal, é mais fácil conectar as pessoas com lembranças em dias festivos do que de fato apoiar nos momentos em que o colaborador mais precisa.

O lado positivo disso tudo (sempre tem!) é que além de ter recebido os direitos da rescisão, consegui me recolocar dentro da área onde o meu foco de transição de carreira me levava, o RH, e dentro de uma empresa onde eu possa verdadeiramente praticar com coerência tudo aquilo que acredito e que gostaria de viver.

As mulheres, quando se tornam mães, renascem mais fortes e determinadas, impulsionadas pelos sonhos e por uma responsabilidade ampliada ao cuidar de seu filho. Apesar de não ter tido a oportunidade de colocar isso em prática na empresa em que estava antes de ter meu bebê, me sinto encorajada, madura e bem mais preparada para viver o meu melhor momento profissional.

Sou muito melhor, muito mais forte: SOU MÃE!!!

“Eu entrei para a estatística.” Assim começa um post da gerente de recursos humanos Flávia Rocha no LinkedIn, que viralizou após ela contar que voltou da licença-maternidade e foi demitida em 5 minutos após 10 anos de trabalho.

“Após 10 anos, em 5 minutos fui recebida com uma demissão!”, escreveu em uma parte do seu desabafo.

A gerente de RH Flávia Rocha diz ter sido demitida logo após voltar da licença-maternidade Foto: Flavia Rocha/via LinkedIn

Flávia Rocha conta que começou a organizar a volta ao trabalho dois meses antes da data prevista para recomeçar. Em seu desabafo, ela diz que a demissão logo após uma licença-maternidade demonstra “falta de empatia, sensibilidade e incoerência”. “É mais fácil conectar as pessoas com lembranças em dias festivos do que de fato apoiar nos momentos em que o colaborador mais precisa”, escreveu.

No mesmo post, editado há seis dias, ela diz ter conseguido um novo emprego.

Repercussão

O desabafo conta, na manhã desta sexta-feira, 21, com mais de 21,5 mil curtidas e 700 comentários. Muitas se solidarizando, e algumas contando as suas próprias experiências.

Uma delas, a profissional de TI Ariele Silva, que também foi demitida no dia da volta, e não pode sequer voltar ao seu posto de trabalho, já que foi orientada a ir direto para o RH. “Para me falarem que a minha nova realidade não batia com os valores da empresa”, escreveu.

Outra, Lorena Moradillo, que atuava no setor de suprimentos de uma empresa, diz ser mãe de uma criança PCD. Ela diz ter sido demitida ao perguntar se poderia fazer o seu trabalho de forma presencial para cuidar da filha.

O economista Roger Souza Martins, diz ter visto, somente no dia da sua postagem, quatro relatos idênticos. O que lhe chamou a atenção é que as quatro mães demitidas também atuavam com recursos humanos. “Logo a área que mais deveria defender e ter políticas internas para esses casos”, escreveu.

Confira abaixo o post de Flávia Rocha na íntegra.

EU ENTREI PARA A ESTATÍSTICA

Comecei a me organizar para a volta ao trabalho com 2 meses de antecedência.

Sem rede de apoio, minha única saída seria deixar meu bebê (tão esperado, planejado e sonhado) em um berçário.

Noites em claro, choro e dias de muito sofrimento para tomar essa decisão.

A SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria) recomenda o aleitamento exclusivo até os 6 meses, e a licença maternidade para empresas não incluídas no Programa Empresa Cidadã é de apenas 4 meses, e essa conta não fecha.

Sempre fui de ação, de protagonismo diante dos fatos e, rapidamente, enxuguei as lágrimas e entendi que era necessário partir para a ordenha.

Eu fazia questão de continuar alimentando meu filho exclusivamente com o leite materno.

Berçário escolhido, estoque de leite, logística planejada com meu marido.

Pronto! Tudo organizado para o meu retorno.

Fui com o coração na mão, mas fui.

Após 10 anos, em 5 minutos fui recebida com uma demissão!

Falar que me desesperei ou fui pega de surpresa estaria mentindo. No fundo, duas coisas me trouxeram à realidade: a primeira diante de uma cultura empresarial onde resultados são mais importantes que pessoas, eu tinha consciência dessa possibilidade. Segundo, eu já não me conectava mais com essa cultura, e uma demissão era algo interessante para o momento.

Uma pesquisa da Empregos.com.br de 2023 mostra que 56% das mulheres já foram demitidas ou conhecem alguma mulher que passou por isso na volta da licença-maternidade. Triste e dura realidade para a mulher trabalhadora em nosso país.

A falta de políticas de apoio e flexibilidade no trabalho mostra a necessidade de um ambiente mais inclusivo e compreensivo por parte dos empregadores.

A demissão após a licença-maternidade demonstra falta de empatia, sensibilidade e incoerência dos empregadores. Afinal, é mais fácil conectar as pessoas com lembranças em dias festivos do que de fato apoiar nos momentos em que o colaborador mais precisa.

O lado positivo disso tudo (sempre tem!) é que além de ter recebido os direitos da rescisão, consegui me recolocar dentro da área onde o meu foco de transição de carreira me levava, o RH, e dentro de uma empresa onde eu possa verdadeiramente praticar com coerência tudo aquilo que acredito e que gostaria de viver.

As mulheres, quando se tornam mães, renascem mais fortes e determinadas, impulsionadas pelos sonhos e por uma responsabilidade ampliada ao cuidar de seu filho. Apesar de não ter tido a oportunidade de colocar isso em prática na empresa em que estava antes de ter meu bebê, me sinto encorajada, madura e bem mais preparada para viver o meu melhor momento profissional.

Sou muito melhor, muito mais forte: SOU MÃE!!!

“Eu entrei para a estatística.” Assim começa um post da gerente de recursos humanos Flávia Rocha no LinkedIn, que viralizou após ela contar que voltou da licença-maternidade e foi demitida em 5 minutos após 10 anos de trabalho.

“Após 10 anos, em 5 minutos fui recebida com uma demissão!”, escreveu em uma parte do seu desabafo.

A gerente de RH Flávia Rocha diz ter sido demitida logo após voltar da licença-maternidade Foto: Flavia Rocha/via LinkedIn

Flávia Rocha conta que começou a organizar a volta ao trabalho dois meses antes da data prevista para recomeçar. Em seu desabafo, ela diz que a demissão logo após uma licença-maternidade demonstra “falta de empatia, sensibilidade e incoerência”. “É mais fácil conectar as pessoas com lembranças em dias festivos do que de fato apoiar nos momentos em que o colaborador mais precisa”, escreveu.

No mesmo post, editado há seis dias, ela diz ter conseguido um novo emprego.

Repercussão

O desabafo conta, na manhã desta sexta-feira, 21, com mais de 21,5 mil curtidas e 700 comentários. Muitas se solidarizando, e algumas contando as suas próprias experiências.

Uma delas, a profissional de TI Ariele Silva, que também foi demitida no dia da volta, e não pode sequer voltar ao seu posto de trabalho, já que foi orientada a ir direto para o RH. “Para me falarem que a minha nova realidade não batia com os valores da empresa”, escreveu.

Outra, Lorena Moradillo, que atuava no setor de suprimentos de uma empresa, diz ser mãe de uma criança PCD. Ela diz ter sido demitida ao perguntar se poderia fazer o seu trabalho de forma presencial para cuidar da filha.

O economista Roger Souza Martins, diz ter visto, somente no dia da sua postagem, quatro relatos idênticos. O que lhe chamou a atenção é que as quatro mães demitidas também atuavam com recursos humanos. “Logo a área que mais deveria defender e ter políticas internas para esses casos”, escreveu.

Confira abaixo o post de Flávia Rocha na íntegra.

EU ENTREI PARA A ESTATÍSTICA

Comecei a me organizar para a volta ao trabalho com 2 meses de antecedência.

Sem rede de apoio, minha única saída seria deixar meu bebê (tão esperado, planejado e sonhado) em um berçário.

Noites em claro, choro e dias de muito sofrimento para tomar essa decisão.

A SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria) recomenda o aleitamento exclusivo até os 6 meses, e a licença maternidade para empresas não incluídas no Programa Empresa Cidadã é de apenas 4 meses, e essa conta não fecha.

Sempre fui de ação, de protagonismo diante dos fatos e, rapidamente, enxuguei as lágrimas e entendi que era necessário partir para a ordenha.

Eu fazia questão de continuar alimentando meu filho exclusivamente com o leite materno.

Berçário escolhido, estoque de leite, logística planejada com meu marido.

Pronto! Tudo organizado para o meu retorno.

Fui com o coração na mão, mas fui.

Após 10 anos, em 5 minutos fui recebida com uma demissão!

Falar que me desesperei ou fui pega de surpresa estaria mentindo. No fundo, duas coisas me trouxeram à realidade: a primeira diante de uma cultura empresarial onde resultados são mais importantes que pessoas, eu tinha consciência dessa possibilidade. Segundo, eu já não me conectava mais com essa cultura, e uma demissão era algo interessante para o momento.

Uma pesquisa da Empregos.com.br de 2023 mostra que 56% das mulheres já foram demitidas ou conhecem alguma mulher que passou por isso na volta da licença-maternidade. Triste e dura realidade para a mulher trabalhadora em nosso país.

A falta de políticas de apoio e flexibilidade no trabalho mostra a necessidade de um ambiente mais inclusivo e compreensivo por parte dos empregadores.

A demissão após a licença-maternidade demonstra falta de empatia, sensibilidade e incoerência dos empregadores. Afinal, é mais fácil conectar as pessoas com lembranças em dias festivos do que de fato apoiar nos momentos em que o colaborador mais precisa.

O lado positivo disso tudo (sempre tem!) é que além de ter recebido os direitos da rescisão, consegui me recolocar dentro da área onde o meu foco de transição de carreira me levava, o RH, e dentro de uma empresa onde eu possa verdadeiramente praticar com coerência tudo aquilo que acredito e que gostaria de viver.

As mulheres, quando se tornam mães, renascem mais fortes e determinadas, impulsionadas pelos sonhos e por uma responsabilidade ampliada ao cuidar de seu filho. Apesar de não ter tido a oportunidade de colocar isso em prática na empresa em que estava antes de ter meu bebê, me sinto encorajada, madura e bem mais preparada para viver o meu melhor momento profissional.

Sou muito melhor, muito mais forte: SOU MÃE!!!

“Eu entrei para a estatística.” Assim começa um post da gerente de recursos humanos Flávia Rocha no LinkedIn, que viralizou após ela contar que voltou da licença-maternidade e foi demitida em 5 minutos após 10 anos de trabalho.

“Após 10 anos, em 5 minutos fui recebida com uma demissão!”, escreveu em uma parte do seu desabafo.

A gerente de RH Flávia Rocha diz ter sido demitida logo após voltar da licença-maternidade Foto: Flavia Rocha/via LinkedIn

Flávia Rocha conta que começou a organizar a volta ao trabalho dois meses antes da data prevista para recomeçar. Em seu desabafo, ela diz que a demissão logo após uma licença-maternidade demonstra “falta de empatia, sensibilidade e incoerência”. “É mais fácil conectar as pessoas com lembranças em dias festivos do que de fato apoiar nos momentos em que o colaborador mais precisa”, escreveu.

No mesmo post, editado há seis dias, ela diz ter conseguido um novo emprego.

Repercussão

O desabafo conta, na manhã desta sexta-feira, 21, com mais de 21,5 mil curtidas e 700 comentários. Muitas se solidarizando, e algumas contando as suas próprias experiências.

Uma delas, a profissional de TI Ariele Silva, que também foi demitida no dia da volta, e não pode sequer voltar ao seu posto de trabalho, já que foi orientada a ir direto para o RH. “Para me falarem que a minha nova realidade não batia com os valores da empresa”, escreveu.

Outra, Lorena Moradillo, que atuava no setor de suprimentos de uma empresa, diz ser mãe de uma criança PCD. Ela diz ter sido demitida ao perguntar se poderia fazer o seu trabalho de forma presencial para cuidar da filha.

O economista Roger Souza Martins, diz ter visto, somente no dia da sua postagem, quatro relatos idênticos. O que lhe chamou a atenção é que as quatro mães demitidas também atuavam com recursos humanos. “Logo a área que mais deveria defender e ter políticas internas para esses casos”, escreveu.

Confira abaixo o post de Flávia Rocha na íntegra.

EU ENTREI PARA A ESTATÍSTICA

Comecei a me organizar para a volta ao trabalho com 2 meses de antecedência.

Sem rede de apoio, minha única saída seria deixar meu bebê (tão esperado, planejado e sonhado) em um berçário.

Noites em claro, choro e dias de muito sofrimento para tomar essa decisão.

A SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria) recomenda o aleitamento exclusivo até os 6 meses, e a licença maternidade para empresas não incluídas no Programa Empresa Cidadã é de apenas 4 meses, e essa conta não fecha.

Sempre fui de ação, de protagonismo diante dos fatos e, rapidamente, enxuguei as lágrimas e entendi que era necessário partir para a ordenha.

Eu fazia questão de continuar alimentando meu filho exclusivamente com o leite materno.

Berçário escolhido, estoque de leite, logística planejada com meu marido.

Pronto! Tudo organizado para o meu retorno.

Fui com o coração na mão, mas fui.

Após 10 anos, em 5 minutos fui recebida com uma demissão!

Falar que me desesperei ou fui pega de surpresa estaria mentindo. No fundo, duas coisas me trouxeram à realidade: a primeira diante de uma cultura empresarial onde resultados são mais importantes que pessoas, eu tinha consciência dessa possibilidade. Segundo, eu já não me conectava mais com essa cultura, e uma demissão era algo interessante para o momento.

Uma pesquisa da Empregos.com.br de 2023 mostra que 56% das mulheres já foram demitidas ou conhecem alguma mulher que passou por isso na volta da licença-maternidade. Triste e dura realidade para a mulher trabalhadora em nosso país.

A falta de políticas de apoio e flexibilidade no trabalho mostra a necessidade de um ambiente mais inclusivo e compreensivo por parte dos empregadores.

A demissão após a licença-maternidade demonstra falta de empatia, sensibilidade e incoerência dos empregadores. Afinal, é mais fácil conectar as pessoas com lembranças em dias festivos do que de fato apoiar nos momentos em que o colaborador mais precisa.

O lado positivo disso tudo (sempre tem!) é que além de ter recebido os direitos da rescisão, consegui me recolocar dentro da área onde o meu foco de transição de carreira me levava, o RH, e dentro de uma empresa onde eu possa verdadeiramente praticar com coerência tudo aquilo que acredito e que gostaria de viver.

As mulheres, quando se tornam mães, renascem mais fortes e determinadas, impulsionadas pelos sonhos e por uma responsabilidade ampliada ao cuidar de seu filho. Apesar de não ter tido a oportunidade de colocar isso em prática na empresa em que estava antes de ter meu bebê, me sinto encorajada, madura e bem mais preparada para viver o meu melhor momento profissional.

Sou muito melhor, muito mais forte: SOU MÃE!!!

“Eu entrei para a estatística.” Assim começa um post da gerente de recursos humanos Flávia Rocha no LinkedIn, que viralizou após ela contar que voltou da licença-maternidade e foi demitida em 5 minutos após 10 anos de trabalho.

“Após 10 anos, em 5 minutos fui recebida com uma demissão!”, escreveu em uma parte do seu desabafo.

A gerente de RH Flávia Rocha diz ter sido demitida logo após voltar da licença-maternidade Foto: Flavia Rocha/via LinkedIn

Flávia Rocha conta que começou a organizar a volta ao trabalho dois meses antes da data prevista para recomeçar. Em seu desabafo, ela diz que a demissão logo após uma licença-maternidade demonstra “falta de empatia, sensibilidade e incoerência”. “É mais fácil conectar as pessoas com lembranças em dias festivos do que de fato apoiar nos momentos em que o colaborador mais precisa”, escreveu.

No mesmo post, editado há seis dias, ela diz ter conseguido um novo emprego.

Repercussão

O desabafo conta, na manhã desta sexta-feira, 21, com mais de 21,5 mil curtidas e 700 comentários. Muitas se solidarizando, e algumas contando as suas próprias experiências.

Uma delas, a profissional de TI Ariele Silva, que também foi demitida no dia da volta, e não pode sequer voltar ao seu posto de trabalho, já que foi orientada a ir direto para o RH. “Para me falarem que a minha nova realidade não batia com os valores da empresa”, escreveu.

Outra, Lorena Moradillo, que atuava no setor de suprimentos de uma empresa, diz ser mãe de uma criança PCD. Ela diz ter sido demitida ao perguntar se poderia fazer o seu trabalho de forma presencial para cuidar da filha.

O economista Roger Souza Martins, diz ter visto, somente no dia da sua postagem, quatro relatos idênticos. O que lhe chamou a atenção é que as quatro mães demitidas também atuavam com recursos humanos. “Logo a área que mais deveria defender e ter políticas internas para esses casos”, escreveu.

Confira abaixo o post de Flávia Rocha na íntegra.

EU ENTREI PARA A ESTATÍSTICA

Comecei a me organizar para a volta ao trabalho com 2 meses de antecedência.

Sem rede de apoio, minha única saída seria deixar meu bebê (tão esperado, planejado e sonhado) em um berçário.

Noites em claro, choro e dias de muito sofrimento para tomar essa decisão.

A SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria) recomenda o aleitamento exclusivo até os 6 meses, e a licença maternidade para empresas não incluídas no Programa Empresa Cidadã é de apenas 4 meses, e essa conta não fecha.

Sempre fui de ação, de protagonismo diante dos fatos e, rapidamente, enxuguei as lágrimas e entendi que era necessário partir para a ordenha.

Eu fazia questão de continuar alimentando meu filho exclusivamente com o leite materno.

Berçário escolhido, estoque de leite, logística planejada com meu marido.

Pronto! Tudo organizado para o meu retorno.

Fui com o coração na mão, mas fui.

Após 10 anos, em 5 minutos fui recebida com uma demissão!

Falar que me desesperei ou fui pega de surpresa estaria mentindo. No fundo, duas coisas me trouxeram à realidade: a primeira diante de uma cultura empresarial onde resultados são mais importantes que pessoas, eu tinha consciência dessa possibilidade. Segundo, eu já não me conectava mais com essa cultura, e uma demissão era algo interessante para o momento.

Uma pesquisa da Empregos.com.br de 2023 mostra que 56% das mulheres já foram demitidas ou conhecem alguma mulher que passou por isso na volta da licença-maternidade. Triste e dura realidade para a mulher trabalhadora em nosso país.

A falta de políticas de apoio e flexibilidade no trabalho mostra a necessidade de um ambiente mais inclusivo e compreensivo por parte dos empregadores.

A demissão após a licença-maternidade demonstra falta de empatia, sensibilidade e incoerência dos empregadores. Afinal, é mais fácil conectar as pessoas com lembranças em dias festivos do que de fato apoiar nos momentos em que o colaborador mais precisa.

O lado positivo disso tudo (sempre tem!) é que além de ter recebido os direitos da rescisão, consegui me recolocar dentro da área onde o meu foco de transição de carreira me levava, o RH, e dentro de uma empresa onde eu possa verdadeiramente praticar com coerência tudo aquilo que acredito e que gostaria de viver.

As mulheres, quando se tornam mães, renascem mais fortes e determinadas, impulsionadas pelos sonhos e por uma responsabilidade ampliada ao cuidar de seu filho. Apesar de não ter tido a oportunidade de colocar isso em prática na empresa em que estava antes de ter meu bebê, me sinto encorajada, madura e bem mais preparada para viver o meu melhor momento profissional.

Sou muito melhor, muito mais forte: SOU MÃE!!!

Atualizamos nossa política de cookies

Ao utilizar nossos serviços, você aceita a política de monitoramento de cookies.