Qual o salário de um CEO (chief executive officer, ou diretor-executivo) em uma empresa no Brasil? O valor varia bastante, mas a pesquisa mais recente mostra que vai de R$ 24 milhões a R$ 59 milhões por ano, para os 10 mais bem pagos do mercado.
O levantamento considera só empresas com ações na bolsa e que compõem o índice Ibovespa. O ranking foi divulgado em 2022, com dados de 2021. Uma nova pesquisa deve ser publicada no segundo semestre deste ano, com salários pagos em 2022.
O levantamento disponível foi feito a partir da documentação pública sobre remuneração total que as empresas na bolsa têm de entregar à Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Os dados foram compilados por Renato Chaves, especialista em governança corporativa. Os dados não informam o nome do executivo que recebe o maior salário, mas, no geral, o CEO tem a maior remuneração.
Onde foram pagos os 5 maiores salários a executivos em 2021 (valores anuais)
- Santander: R$ 59 milhões
- Vale: R$ 55 milhões
- Itaú Unibanco: R$ 53 milhões
- Eneva (energia): R$ 52,7 milhões
- JBS: R$ 52,6 milhões
Salário de executivos tende a subir mais rápido
Um CEO pode ganhar até quase 5 mil vezes mais que a média dos funcionários de sua empresa.
Há razões objetivas para os salários altos de CEOs e a discrepância em relação aos demais colaboradores: a complexidade das tarefas exercidas, o acesso restrito ao cargo, o crescimento das empresas e o achatamento salarial dos trabalhadores médios.
Essa é a visão de Paul Ferreira, professor de Estratégica e Liderança e vice-diretor do Núcleo de Estudos em Organizações e Pessoas na Fundação Getúlio Vargas (FGV/EAESP).
O último ponto, que diz respeito à remuneração dos empregados, deve seguir inalterado na próxima pesquisa sobre salários.
“Há uma pressão muito grande para que o salário [do colaborador médio] diminua e não aumente tão rápido. Isso explica também por que o gap salarial têm aumentado [em absoluto e na proporção]”, comenta Ferreira.
Nesse movimento, CEOs tendem a ganhar aumento salarial com mais velocidade do que os demais funcionários.
Outra questão apontada por Paul Ferreira tem a ver com a estabilidade do pacote salarial dos CEOs que, na maioria das vezes se mantém inalterados, apesar de possíveis altos e baixos no desempenho das empresas no mercado.
“Se o CEO estiver se dando bem, ele deveria ser recompensado, mas se ele está indo mal, deveria ser afetado. Mas os mecanismos de proteção vão mais no sentido de proteger o CEO, é muito difícil que ele seja impactado”, afirma.