Recrutadora reclama de candidato a emprego que queria saber salário no processo seletivo; é justo?


Caso apareceu nas redes sociais; especialistas comentam transparência salarial e o que fazer quando empresa não divulga a remuneração

Por Jayanne Rodrigues

Uma recrutadora de uma empresa no Brasil virou foco de discussão nas redes sociais ao criticar um candidato a uma vaga que queria saber qual era o salário antes de continuar o processo seletivo. Ela passou a ele o nome do cargo, local de trabalho e outras informações, mas não revelou quanto era a remuneração. Ele perguntou o valor, e ela fez um post no LinkedIn dizendo que se sentia “desanimada” com esse questionamento.

“Poxa, fico desanimada quando leio isso”, escreveu a recrutadora, que pediu para não ter o nome divulgado. A discussão sobre o texto do LinkedIn se ampliou em outra rede, o X, antigo Twitter, e levantou discussões a respeito da transparência salarial em processos seletivos.

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Na mensagem que criou a polêmica, ela diz que “salário é um ponto importantíssimo... mas me permito questionar: não seria interessante primeiro saber mais sobre a vaga em si?”.

“Salário é informação fundamental de um posto de trabalho”, escreveu um internauta no post com mais de 2 mil comentários na rede vizinha. “No final do dia, é o salário que importa, porque é isso que nos proporciona sossego, pagar as contas e ter comida na mesa”, comentou outro internauta.

O Estadão entrou em contato com a autora da publicação, mas ela não quis dar entrevista para não se “expor mais”. A postagem foi excluída do perfil da recrutadora após a repercussão negativa. Confira na íntegra o texto que gerou discussões na imagem abaixo:

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Publicação de recrutadora feita no LinkedIn que viralizou nos últimos dias. Foto: LinkedIn/Reprodução

Enquanto isso, no antigo Twitter, internautas seguem lançando opiniões a respeito da transparência salarial em vagas. A maioria discorda dos argumentos apresentados pela recrutadora. Veja os prints:

Comentários de internautas no X, antigo Twitter, a respeito de uma publicação feita no LinkedIn. Foto: X/ @viderotulo/Reprodução
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Afinal, transparência salarial nos processos seletivos importa?

Na visão da consultora de RH e mentora de Carreiras Priscila Turini, o cargo não tem salário fixado em um processo seletivo somente quando é comissionado. Segundo a especialista, sinalizar a remuneração para a vaga ofertada é essencial para evitar frustações futuras.

“A pessoa deve identificar de cara se (o salário) está dentro do que está buscando”, diz. “Se a empresa está oferecendo um cargo de analista de Recursos Humanos pleno, às vezes o salário que a organização forneceu não se encaixa com o perfil de uma pessoa, talvez corresponda a uma remuneração junior para o candidato.”

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“A pessoa deve identificar de cara se (o salário) está dentro do que está buscando”, diz Priscila Turini Foto: Nuthawut - stock.adobe.com

Já para a especialista em liderança Daniela Bertoldo, o salário deve ser informado no momento em que a pessoa estiver sendo “seriamente” considerada para a função. “Essa prática assegura que o foco inicial esteja na missão e nos valores da empresa, bem como no potencial de desenvolvimento que a posição oferece”, avalia.

Em 2023, uma portaria do Ministério do Trabalho e Emprego determinou que empresas com 100 ou mais empregados devem publicar relatórios semestrais de transparência salarial e de critérios remuneratórios. A ordem integra a lei de igualdade salarial que incentiva organizações a combaterem a disparidade salarial entre homens e mulheres.

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Neste contexto, a oferta de um salário abaixo do mercado não é a única variável para as corporações não revelarem o valor, afirma Priscila Turini. Em algumas situações, companhias optam por essa decisão para que o candidato não saiba quanto as pessoas que estão em determinada função recebem.

“Por exemplo, se conheço alguém que trabalha na empresa x com o mesmo cargo que estou buscando já vou entrar sabendo quanto todo mundo recebe. Ou se entro e vejo que o salário é maior e a minha vaga foi com o salário menor, isso pode infringir algumas questões”, explica Turini.

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Em termos legais, funcionários podem ter salários diferentes ocupando o mesmo cargo/função desde que tenha o espaçamento de dois anos entre uma pessoa e outra.

“Então, podemos estar no mesmo cargo, mas se você está há dois anos na empresa e eu entrei agora posso receber um salário inferior”, contextualiza a consultora de RH e mentora de Carreiras.

Como ter acesso a remuneração em seleções às cegas?

“Perguntar não é ofensivo, não é errado. Se não tiver na descrição, pergunte”, sugere Priscila Turini. No entanto, os acordos sobre salário devem ser feitos somente no final da primeira conversa.

Os recrutadores podem interpretar a pergunta de uma forma pejorativa quando o candidato não se interessa por saber “do que se tratava, como funcionaria e já pergunta o salário de imediato”, alerta.

Por isso, o salário e os benefícios devem ser discutidos já no primeiro contato porque evita contratempos. “Tanto do candidato de não ser algo compatível com ele, quanto do RH que vai passar aquela pessoa diante de todos os processos, é selecionada, mas chegando ao final não aceita a proposta”, diz.

“Frente a vagas que não divulgam a remuneração inicialmente, os candidatos devem adotar uma postura de abertura e focar na totalidade da oportunidade”, orienta a especialista em liderança Daniela Bertoldo. Ela acrescenta que é essencial o candidato conhecer a empresa e a função que vai exercer antes de questionar a remuneração.

“Na minha visão, a transparência salarial é crucial, mas ela deve ser introduzida em um estágio avançado do processo seletivo”, conclui Bertoldo.

Uma recrutadora de uma empresa no Brasil virou foco de discussão nas redes sociais ao criticar um candidato a uma vaga que queria saber qual era o salário antes de continuar o processo seletivo. Ela passou a ele o nome do cargo, local de trabalho e outras informações, mas não revelou quanto era a remuneração. Ele perguntou o valor, e ela fez um post no LinkedIn dizendo que se sentia “desanimada” com esse questionamento.

“Poxa, fico desanimada quando leio isso”, escreveu a recrutadora, que pediu para não ter o nome divulgado. A discussão sobre o texto do LinkedIn se ampliou em outra rede, o X, antigo Twitter, e levantou discussões a respeito da transparência salarial em processos seletivos.

Na mensagem que criou a polêmica, ela diz que “salário é um ponto importantíssimo... mas me permito questionar: não seria interessante primeiro saber mais sobre a vaga em si?”.

“Salário é informação fundamental de um posto de trabalho”, escreveu um internauta no post com mais de 2 mil comentários na rede vizinha. “No final do dia, é o salário que importa, porque é isso que nos proporciona sossego, pagar as contas e ter comida na mesa”, comentou outro internauta.

O Estadão entrou em contato com a autora da publicação, mas ela não quis dar entrevista para não se “expor mais”. A postagem foi excluída do perfil da recrutadora após a repercussão negativa. Confira na íntegra o texto que gerou discussões na imagem abaixo:

Publicação de recrutadora feita no LinkedIn que viralizou nos últimos dias. Foto: LinkedIn/Reprodução

Enquanto isso, no antigo Twitter, internautas seguem lançando opiniões a respeito da transparência salarial em vagas. A maioria discorda dos argumentos apresentados pela recrutadora. Veja os prints:

Comentários de internautas no X, antigo Twitter, a respeito de uma publicação feita no LinkedIn. Foto: X/ @viderotulo/Reprodução

Afinal, transparência salarial nos processos seletivos importa?

Na visão da consultora de RH e mentora de Carreiras Priscila Turini, o cargo não tem salário fixado em um processo seletivo somente quando é comissionado. Segundo a especialista, sinalizar a remuneração para a vaga ofertada é essencial para evitar frustações futuras.

“A pessoa deve identificar de cara se (o salário) está dentro do que está buscando”, diz. “Se a empresa está oferecendo um cargo de analista de Recursos Humanos pleno, às vezes o salário que a organização forneceu não se encaixa com o perfil de uma pessoa, talvez corresponda a uma remuneração junior para o candidato.”

“A pessoa deve identificar de cara se (o salário) está dentro do que está buscando”, diz Priscila Turini Foto: Nuthawut - stock.adobe.com

Já para a especialista em liderança Daniela Bertoldo, o salário deve ser informado no momento em que a pessoa estiver sendo “seriamente” considerada para a função. “Essa prática assegura que o foco inicial esteja na missão e nos valores da empresa, bem como no potencial de desenvolvimento que a posição oferece”, avalia.

Em 2023, uma portaria do Ministério do Trabalho e Emprego determinou que empresas com 100 ou mais empregados devem publicar relatórios semestrais de transparência salarial e de critérios remuneratórios. A ordem integra a lei de igualdade salarial que incentiva organizações a combaterem a disparidade salarial entre homens e mulheres.

Neste contexto, a oferta de um salário abaixo do mercado não é a única variável para as corporações não revelarem o valor, afirma Priscila Turini. Em algumas situações, companhias optam por essa decisão para que o candidato não saiba quanto as pessoas que estão em determinada função recebem.

“Por exemplo, se conheço alguém que trabalha na empresa x com o mesmo cargo que estou buscando já vou entrar sabendo quanto todo mundo recebe. Ou se entro e vejo que o salário é maior e a minha vaga foi com o salário menor, isso pode infringir algumas questões”, explica Turini.

Em termos legais, funcionários podem ter salários diferentes ocupando o mesmo cargo/função desde que tenha o espaçamento de dois anos entre uma pessoa e outra.

“Então, podemos estar no mesmo cargo, mas se você está há dois anos na empresa e eu entrei agora posso receber um salário inferior”, contextualiza a consultora de RH e mentora de Carreiras.

Como ter acesso a remuneração em seleções às cegas?

“Perguntar não é ofensivo, não é errado. Se não tiver na descrição, pergunte”, sugere Priscila Turini. No entanto, os acordos sobre salário devem ser feitos somente no final da primeira conversa.

Os recrutadores podem interpretar a pergunta de uma forma pejorativa quando o candidato não se interessa por saber “do que se tratava, como funcionaria e já pergunta o salário de imediato”, alerta.

Por isso, o salário e os benefícios devem ser discutidos já no primeiro contato porque evita contratempos. “Tanto do candidato de não ser algo compatível com ele, quanto do RH que vai passar aquela pessoa diante de todos os processos, é selecionada, mas chegando ao final não aceita a proposta”, diz.

“Frente a vagas que não divulgam a remuneração inicialmente, os candidatos devem adotar uma postura de abertura e focar na totalidade da oportunidade”, orienta a especialista em liderança Daniela Bertoldo. Ela acrescenta que é essencial o candidato conhecer a empresa e a função que vai exercer antes de questionar a remuneração.

“Na minha visão, a transparência salarial é crucial, mas ela deve ser introduzida em um estágio avançado do processo seletivo”, conclui Bertoldo.

Uma recrutadora de uma empresa no Brasil virou foco de discussão nas redes sociais ao criticar um candidato a uma vaga que queria saber qual era o salário antes de continuar o processo seletivo. Ela passou a ele o nome do cargo, local de trabalho e outras informações, mas não revelou quanto era a remuneração. Ele perguntou o valor, e ela fez um post no LinkedIn dizendo que se sentia “desanimada” com esse questionamento.

“Poxa, fico desanimada quando leio isso”, escreveu a recrutadora, que pediu para não ter o nome divulgado. A discussão sobre o texto do LinkedIn se ampliou em outra rede, o X, antigo Twitter, e levantou discussões a respeito da transparência salarial em processos seletivos.

Na mensagem que criou a polêmica, ela diz que “salário é um ponto importantíssimo... mas me permito questionar: não seria interessante primeiro saber mais sobre a vaga em si?”.

“Salário é informação fundamental de um posto de trabalho”, escreveu um internauta no post com mais de 2 mil comentários na rede vizinha. “No final do dia, é o salário que importa, porque é isso que nos proporciona sossego, pagar as contas e ter comida na mesa”, comentou outro internauta.

O Estadão entrou em contato com a autora da publicação, mas ela não quis dar entrevista para não se “expor mais”. A postagem foi excluída do perfil da recrutadora após a repercussão negativa. Confira na íntegra o texto que gerou discussões na imagem abaixo:

Publicação de recrutadora feita no LinkedIn que viralizou nos últimos dias. Foto: LinkedIn/Reprodução

Enquanto isso, no antigo Twitter, internautas seguem lançando opiniões a respeito da transparência salarial em vagas. A maioria discorda dos argumentos apresentados pela recrutadora. Veja os prints:

Comentários de internautas no X, antigo Twitter, a respeito de uma publicação feita no LinkedIn. Foto: X/ @viderotulo/Reprodução

Afinal, transparência salarial nos processos seletivos importa?

Na visão da consultora de RH e mentora de Carreiras Priscila Turini, o cargo não tem salário fixado em um processo seletivo somente quando é comissionado. Segundo a especialista, sinalizar a remuneração para a vaga ofertada é essencial para evitar frustações futuras.

“A pessoa deve identificar de cara se (o salário) está dentro do que está buscando”, diz. “Se a empresa está oferecendo um cargo de analista de Recursos Humanos pleno, às vezes o salário que a organização forneceu não se encaixa com o perfil de uma pessoa, talvez corresponda a uma remuneração junior para o candidato.”

“A pessoa deve identificar de cara se (o salário) está dentro do que está buscando”, diz Priscila Turini Foto: Nuthawut - stock.adobe.com

Já para a especialista em liderança Daniela Bertoldo, o salário deve ser informado no momento em que a pessoa estiver sendo “seriamente” considerada para a função. “Essa prática assegura que o foco inicial esteja na missão e nos valores da empresa, bem como no potencial de desenvolvimento que a posição oferece”, avalia.

Em 2023, uma portaria do Ministério do Trabalho e Emprego determinou que empresas com 100 ou mais empregados devem publicar relatórios semestrais de transparência salarial e de critérios remuneratórios. A ordem integra a lei de igualdade salarial que incentiva organizações a combaterem a disparidade salarial entre homens e mulheres.

Neste contexto, a oferta de um salário abaixo do mercado não é a única variável para as corporações não revelarem o valor, afirma Priscila Turini. Em algumas situações, companhias optam por essa decisão para que o candidato não saiba quanto as pessoas que estão em determinada função recebem.

“Por exemplo, se conheço alguém que trabalha na empresa x com o mesmo cargo que estou buscando já vou entrar sabendo quanto todo mundo recebe. Ou se entro e vejo que o salário é maior e a minha vaga foi com o salário menor, isso pode infringir algumas questões”, explica Turini.

Em termos legais, funcionários podem ter salários diferentes ocupando o mesmo cargo/função desde que tenha o espaçamento de dois anos entre uma pessoa e outra.

“Então, podemos estar no mesmo cargo, mas se você está há dois anos na empresa e eu entrei agora posso receber um salário inferior”, contextualiza a consultora de RH e mentora de Carreiras.

Como ter acesso a remuneração em seleções às cegas?

“Perguntar não é ofensivo, não é errado. Se não tiver na descrição, pergunte”, sugere Priscila Turini. No entanto, os acordos sobre salário devem ser feitos somente no final da primeira conversa.

Os recrutadores podem interpretar a pergunta de uma forma pejorativa quando o candidato não se interessa por saber “do que se tratava, como funcionaria e já pergunta o salário de imediato”, alerta.

Por isso, o salário e os benefícios devem ser discutidos já no primeiro contato porque evita contratempos. “Tanto do candidato de não ser algo compatível com ele, quanto do RH que vai passar aquela pessoa diante de todos os processos, é selecionada, mas chegando ao final não aceita a proposta”, diz.

“Frente a vagas que não divulgam a remuneração inicialmente, os candidatos devem adotar uma postura de abertura e focar na totalidade da oportunidade”, orienta a especialista em liderança Daniela Bertoldo. Ela acrescenta que é essencial o candidato conhecer a empresa e a função que vai exercer antes de questionar a remuneração.

“Na minha visão, a transparência salarial é crucial, mas ela deve ser introduzida em um estágio avançado do processo seletivo”, conclui Bertoldo.

Uma recrutadora de uma empresa no Brasil virou foco de discussão nas redes sociais ao criticar um candidato a uma vaga que queria saber qual era o salário antes de continuar o processo seletivo. Ela passou a ele o nome do cargo, local de trabalho e outras informações, mas não revelou quanto era a remuneração. Ele perguntou o valor, e ela fez um post no LinkedIn dizendo que se sentia “desanimada” com esse questionamento.

“Poxa, fico desanimada quando leio isso”, escreveu a recrutadora, que pediu para não ter o nome divulgado. A discussão sobre o texto do LinkedIn se ampliou em outra rede, o X, antigo Twitter, e levantou discussões a respeito da transparência salarial em processos seletivos.

Na mensagem que criou a polêmica, ela diz que “salário é um ponto importantíssimo... mas me permito questionar: não seria interessante primeiro saber mais sobre a vaga em si?”.

“Salário é informação fundamental de um posto de trabalho”, escreveu um internauta no post com mais de 2 mil comentários na rede vizinha. “No final do dia, é o salário que importa, porque é isso que nos proporciona sossego, pagar as contas e ter comida na mesa”, comentou outro internauta.

O Estadão entrou em contato com a autora da publicação, mas ela não quis dar entrevista para não se “expor mais”. A postagem foi excluída do perfil da recrutadora após a repercussão negativa. Confira na íntegra o texto que gerou discussões na imagem abaixo:

Publicação de recrutadora feita no LinkedIn que viralizou nos últimos dias. Foto: LinkedIn/Reprodução

Enquanto isso, no antigo Twitter, internautas seguem lançando opiniões a respeito da transparência salarial em vagas. A maioria discorda dos argumentos apresentados pela recrutadora. Veja os prints:

Comentários de internautas no X, antigo Twitter, a respeito de uma publicação feita no LinkedIn. Foto: X/ @viderotulo/Reprodução

Afinal, transparência salarial nos processos seletivos importa?

Na visão da consultora de RH e mentora de Carreiras Priscila Turini, o cargo não tem salário fixado em um processo seletivo somente quando é comissionado. Segundo a especialista, sinalizar a remuneração para a vaga ofertada é essencial para evitar frustações futuras.

“A pessoa deve identificar de cara se (o salário) está dentro do que está buscando”, diz. “Se a empresa está oferecendo um cargo de analista de Recursos Humanos pleno, às vezes o salário que a organização forneceu não se encaixa com o perfil de uma pessoa, talvez corresponda a uma remuneração junior para o candidato.”

“A pessoa deve identificar de cara se (o salário) está dentro do que está buscando”, diz Priscila Turini Foto: Nuthawut - stock.adobe.com

Já para a especialista em liderança Daniela Bertoldo, o salário deve ser informado no momento em que a pessoa estiver sendo “seriamente” considerada para a função. “Essa prática assegura que o foco inicial esteja na missão e nos valores da empresa, bem como no potencial de desenvolvimento que a posição oferece”, avalia.

Em 2023, uma portaria do Ministério do Trabalho e Emprego determinou que empresas com 100 ou mais empregados devem publicar relatórios semestrais de transparência salarial e de critérios remuneratórios. A ordem integra a lei de igualdade salarial que incentiva organizações a combaterem a disparidade salarial entre homens e mulheres.

Neste contexto, a oferta de um salário abaixo do mercado não é a única variável para as corporações não revelarem o valor, afirma Priscila Turini. Em algumas situações, companhias optam por essa decisão para que o candidato não saiba quanto as pessoas que estão em determinada função recebem.

“Por exemplo, se conheço alguém que trabalha na empresa x com o mesmo cargo que estou buscando já vou entrar sabendo quanto todo mundo recebe. Ou se entro e vejo que o salário é maior e a minha vaga foi com o salário menor, isso pode infringir algumas questões”, explica Turini.

Em termos legais, funcionários podem ter salários diferentes ocupando o mesmo cargo/função desde que tenha o espaçamento de dois anos entre uma pessoa e outra.

“Então, podemos estar no mesmo cargo, mas se você está há dois anos na empresa e eu entrei agora posso receber um salário inferior”, contextualiza a consultora de RH e mentora de Carreiras.

Como ter acesso a remuneração em seleções às cegas?

“Perguntar não é ofensivo, não é errado. Se não tiver na descrição, pergunte”, sugere Priscila Turini. No entanto, os acordos sobre salário devem ser feitos somente no final da primeira conversa.

Os recrutadores podem interpretar a pergunta de uma forma pejorativa quando o candidato não se interessa por saber “do que se tratava, como funcionaria e já pergunta o salário de imediato”, alerta.

Por isso, o salário e os benefícios devem ser discutidos já no primeiro contato porque evita contratempos. “Tanto do candidato de não ser algo compatível com ele, quanto do RH que vai passar aquela pessoa diante de todos os processos, é selecionada, mas chegando ao final não aceita a proposta”, diz.

“Frente a vagas que não divulgam a remuneração inicialmente, os candidatos devem adotar uma postura de abertura e focar na totalidade da oportunidade”, orienta a especialista em liderança Daniela Bertoldo. Ela acrescenta que é essencial o candidato conhecer a empresa e a função que vai exercer antes de questionar a remuneração.

“Na minha visão, a transparência salarial é crucial, mas ela deve ser introduzida em um estágio avançado do processo seletivo”, conclui Bertoldo.

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