Profissionais de diferentes níveis hierárquicos, incluindo chefes, estão redefinindo suas prioridades no mercado de trabalho, apontam diferentes pesquisas.
Os dados mostram uma mudança significativa no cenário profissional, onde a crescente busca pela qualidade de vida, incluindo saúde física, mental e emocional, supera o tradicional foco de ascensão de carreira.
O Estadão ouviu profissionais de diferentes áreas para definirem na prática como é sua relação com o trabalho e a busca do equilíbrio.
O que dizem os profissionais?
Isabela Chaves, trainee na Ingredion.
Thomas Firmani, executivo de vendas júnior da Plugify.
Vanessa Gonçalves, diretora sênior de logística na Ingredion.
Karina Sayuri Shigueoka, trainee na Ingredion
Pesquisa mostra que qualidade de vida é prioridade
A pesquisa Carreira dos Sonhos, da Cia de Talentos, feita no ano passado, confirma essa tendência apontadas pelos jovens profissionais.
Danilca Galdini, Diretora de Insights da Cia de Talentos e responsável pela pesquisa.
Anteriormente, o sucesso profissional era considerado a prioridade máxima por 67% dos 72.593 entrevistados em 2016. No entanto, os dados mais recentes mostram uma mudança significativa: agora, 56% dos respondentes apontam a qualidade de vida como a relevância número um, enquanto apenas 10% consideram trabalho e carreira como o mais importante.
O estudo adotou uma abordagem quantitativa, utilizando um formulário online, para mapear mudanças comportamentais em profissionais e identificar tendências entre diferentes estratos hierárquicos. Com 91.380 respondentes, o público-alvo incluiu estudantes universitários e profissionais graduados em todo o país.
Para Galdini, todas as últimas pesquisas, mostram que as pessoas estão repensando o papel do trabalho, de qual espaço que elas querem que ele ocupe em suas vidas.
“Os profissionais em início de carreira, média gestão e alta liderança fizeram esse movimento, de repensar o trabalho, repensar o espaço que elas querem que ele ocupe, mas para quem está em início de carreira isso aparece com uma força um pouco maior”, afirma a diretora. “As pessoas esperam sim ter reconhecimento, trabalhar com propósito, ter uma remuneração justa, tudo isso continua, mas com esse olhar de que trabalho é uma parte da minha vida, e não pode ser a minha vida toda”, completa.
Outro aspecto destacado pela pesquisa é o aumento da satisfação pessoal entre os profissionais jovens.
Cerca de 77% deles afirmaram estar satisfeitos com seu próprio desempenho profissional, destacando uma mudança na percepção individual em relação ao trabalho e à carreira, evidenciando um crescente olhar interno em busca de propósito, estabilidade e conforto.